Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A com a Mariana Zelmanovits, advogada sênior do Mello Torres Advogados

Mello Torres Advogados

É advogada Sênior na área de Mercado de Capitais do Mello Torres Advogados, com formação em Direito pela Fundação Armando Álvares Penteado e Mestrado em Direito e Mercados Financeiros pela NOVA School of Law e NOVA Information Management School.

Com uma vasta experiência no setor, Mariana é especialista na estruturação de operações, abrangendo debêntures, notas comerciais, Certificados de Recebíveis (CRs, CRAs, CRIs), Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), Fundos de Investimento em Participações (FIPs) e Ofertas Públicas Iniciais (IPOs).


TTR Data: O mercado de crédito privado Brasileiro cresceu 62% em 2024, de acordo com nosso mais recente relatório anual de Fixed Income, da TTR Data. Quais fatores jurídicos contribuíram para essa expansão e quais desafios regulatórios ainda precisam ser enfrentados?

O crescimento de 62% no mercado de crédito privado, conforme indicado no relatório anual de Fixed Income da TTR Data, reflete, a meu ver, uma combinação de fatores jurídicos e conjunturais. Do ponto de vista regulatório, os benefícios advindos da Resolução CVM nº 160, que alterou o regime de ofertas públicas, já vêm sendo verificados desde 2023. Ao longo de 2024, pudemos observar as mudanças positivas decorrentes da Resolução CVM nº 175, o marco regulatório dos fundos de investimento, que trouxe uma série de mudanças importantes para a indústria e para os investidores. 

Entendo que o fator regulatório que mais contribuiu para a expansão do crédito privado foi a Lei nº 14. 801/2024, que criou as debêntures de infraestrutura e alterou as regras relacionadas às debêntures incentivadas e aos fundos de investimento no setor. Além disso, a lei incluiu diretrizes tributárias e promoveu incentivos para captação de recursos via emissão de títulos de dívida no exterior. Em termos de crescimento, houve um aumento de mais de 75% em relação a 2023 em emissões de debêntures incentivadas. 

Adicionalmente, outros três fatores contribuem para o aumento de debêntures incentivadas e de infraestrutura foram as mudanças instituídas pela Resolução CMN nº 5.119, pela Resolução CMN nº 5.118 e pela Lei nº 14.754/2023. Essas mudanças incluem a restrição à liquidez das LCIs e LCAs, as limitações ao lastro das operações envolvendo CRIs e CRAs e a mudança na regra de tributação de fundos exclusivos, favorecendo a procura por debêntures incentivadas e de infraestrutura ainda mais por ser um título isento de Imposto de Renda para as pessoas físicas. Além disso, as debêntures de infraestrutura contam com benefícios fiscais para os emissores. 

De forma geral, a evolução regulatória mencionada deixou os títulos ainda mais atraentes e acessíveis para os investidores e para as companhias que buscam captar recursos via mercado de capitais. Em relação aos desafios regulatórios, entendo que o destaque é a reforma tributária, principalmente no que diz respeito aos fundos de investimento.


TTR Data: O setor de “Power Transmission & Distribution” liderou as emissões de debêntures com R$ 59 bi captados.  Como você enxerga a alta demanda das empresas desse setor por captação de recursos via emissão desse tipo de ativo? Há alguma particularidade regulatória que impulsiona esse setor em relação a outros? 

Como mencionado anteriormente, houve um aumento geral na emissão de debêntures incentivadas e de infraestrutura no último ano, especificamente em relação ao setor de energia elétrica, que concentrou um volume de quase 40% do volume total emitido de debêntures incentivadas. Nesse sentido, a alta demanda nesse setor tem a ver com as mudanças regulatórias já citadas. Destaco o Decreto nº 12.068/2024 que definiu condições para as licitações e para as prorrogações das concessões envolvendo o setor de “Power Transmission & Distribution”, com o objetivo de modernizar as concessões. Também é importante mencionar o Decreto nº 11.964/2024, que buscou simplificar o procedimento de enquadramento para os projetos prioritários, reduzindo a burocracia para a emissão de debêntures incentivadas. Além disso, como a alternativa de buscar financiamento além do BNDES e de bancos regionais de desenvolvimento, os emissores passaram a buscar o financiamento via mercado de capitais. 

A particularidade regulatória que impulsiona não somente esse setor, mas todos os setores de infraestrutura, são os benefícios fiscais. Especificamente em relação ao setor elétrico é a abertura do mercado livre de energia. De modo geral, a previsibilidade da receita por ser indexada à inflação favorece muito o investimento, tornando as emissões de debêntures mais atrativas se comparadas com outros setores de infraestrutura. 

Em resumo, em comparação com outros setores, as empresas de energia elétrica se beneficiam de um arcabouço regulatório mais estável e de um forte suporte governamental para infraestrutura, resultando em menor percepção de risco e maior atratividade para investidores.


TTR Data: A captação de recursos via debêntures incentivadas (Lei 12.431) apresentou crescimento de 99% em relação ao ano anterior. Na sua visão, quais os principais fatores que influenciaram esse aumento expressivo? Você acredita que o arcabouço regulatório atual é suficiente para atrair mais emissões ou são necessárias novas medidas?

Os principais fatores que influenciaram diretamente o aumento de 99% na captação via debêntures incentivadas foram as mudanças regulatórias introduzidas pela Lei nº 14.754/2023, pelo Decreto nº 11.964/2024, além do pipeline de projetos. Os governos estadual e federal ampliaram o cronograma de obras e concessões nos últimos anos, especialmente nos setores de rodovia e saneamento. Indiretamente, as alterações nas LCI, LCA, CRI e CRA, decorrentes da Resolução CMN nº 5.119 e da Resolução CMN nº 5.118, também contribuíram para esse crescimento, além da atratividade fiscal que tem beneficiado essa classe de ativo no cenário macroeconômico atual. A restrição no mercado de equity também favoreceu a busca por captação via mercado de capitais.

Quanto ao atual arcabouço regulatório, existe uma estrutura relativamente consolidada para debêntures incentivadas e, além da regulamentação mencionada para o setor de energia elétrica, destaca-se o Novo Marco Legal do Saneamento, que colaborou para que 2024 fosse um ano muito positivo para o setor de infraestrutura. No entanto, alguns pontos merecem atenção para atrair ainda mais emissões, como os projetos relacionados à energia limpa e à transição energética, que podem se beneficiar de maior clareza sobre critérios de enquadramento em debêntures incentivadas. Ademais, empresas de menor porte enfrentam desafios para cumprir todos os requisitos para emissão de debêntures.

TTR Data: Apesar da queda de 13,5% no volume captado no último ano, o mercado de securitização segue como um importante pilar do financiamento via crédito privado no Brasil. Como a regulação atual impactou a estruturação de operações envolvendo CRI e CRA em 2024? Quais mudanças você acredita serem necessárias para que esse mercado tenha mais relevância no panorama de crédito privado brasileiro em 2025?

Apesar da queda de 13,5% no volume de captação em 2024, o mercado de securitização (via CRI e CRA) ainda representa um canal significativo. As alterações introduzidas pela Resolução CMN nº 5.118 trouxeram mudanças relevantes que impactaram o mercado de securitização, restringindo uma série de estruturas realizadas anteriormente no mercado de capitais. Os principais desafios dizem respeito à elegibilidade dos emissores e à questão do lastro. Além disso, o duration também foi afetado. 

Ademais, a queda no volume de emissões de CRAs se deve, em parte, às mudanças climáticas que impactaram as safras, bem como aos pedidos de recuperação judicial das empresas do setor do agronegócio. Para que o mercado de securitização tenha mais relevância no panorama de crédito privado brasileiro em 2025, é necessário enfrentar desafios que vão além da regulação. Com a alta da taxa de juros, o ano começou com um volume menor de emissões, mas acredito que ainda exista espaço para as emissões de CRI e CRA, além das estruturas de fundos de investimento.


TTR Data: Com o avanço das práticas ESG no mercado financeiro, como os aspectos regulatórios influenciam a emissão de títulos verdes e sustentáveis? Existe espaço para novas regulamentações que incentivem essas captações?

A regulação desempenha um papel crucial na emissão de títulos verdes e sustentáveis, pois estabelece garantias e critérios que os investidores esperam quando buscam esse tipo de investimento. Há, de fato, espaço para novas regulamentações que incentivem essas captações, especialmente em termos de padronização de critérios ESG e à criação de incentivos fiscais para emissores de títulos verdes. Um grande avanço nesse sentido são as novas regras e procedimentos para estruturação de ofertas de títulos sustentáveis, que foram incluídos no Código de Ofertas Públicas da ANBIMA que passará a valer a partir de 24 de março. 

Nesse sentido, será fundamental monitorar se os compromissos assumidos pelas empresas durante a emissão atrelados à destinação de recursos e/ou vinculados as metas de sustentabilidade, estão sendo cumpridos. Esse monitoramento será essencial para fortalecer a verificação das métricas ao longo da vida do título. Além disso, será observado se a emissão é para uso de recursos ou vinculado a metas ESG. Para proporcionar maior segurança aos investidores, deverá ser emitido um parecer de segunda opinião emitido por uma entidade independente que avaliará se a oferta está alinhada com os critérios de sustentabilidade, além de haver normas para divulgação de informações aos investidores. 

Com o avanço das práticas ESG, a regulação exerce papel fundamental para conferir legitimidade e evitar o “greenwashing”. Apesar deste progresso, é importante destacar que ainda há uma ausência de padronização global, o que permite que as companhias utilizem diferentes frameworks sem um critério unificado, impactando na eficácia das medidas apresentadas.

TTR Data: Considerando o cenário econômico e regulatório para 2025, quais tendências jurídicas você prevê para o mercado de crédito privado e quais pontos merecem mais atenção por parte dos investidores e emissores?

Para 2025, em termos de tendências econômicas, o ano começou em um cenário de alta de juros. Nesse contexto, o mercado de crédito privado apresenta um número reduzido de emissões, e as empresas que planejam captar recursos têm considerado emitir papéis com prazos mais curtos. A meu ver, a perspectiva para este ano é que o ritmo de emissões via mercado de capitais siga mais lento, tendo em vista o quadro macroeconômico. Sendo assim, o ano de 2025 deve ser um ano direcionado para investimentos em infraestrutura, conforme dito anteriormente, e companhias que necessitam refinanciar suas dívidas. 

Em termos de tendências jurídicas, espera-se um aumento no acesso de companhias de menor porte através do mercado de capitais por meio do regime FÁCIL, que está entre as prioridades da CVM para este ano. Além disso as novas regras e procedimentos para estruturação de ofertas de títulos sustentáveis, que foram incluídos no Código de Ofertas Públicas da ANBIMA, indicam uma maior intersecção entre regulação ESG e mercado de crédito privado. Por fim, no final do ano passado, a CVM anunciou a flexibilização dos requisitos de emissão e divulgação de debêntures, que irá alterar pontualmente as Resoluções CVM nº 80 e 160.

Informe anual sobre el mercado transaccional mexicano – 2024

El capital movilizado del mercado M&A en México aumenta un 22% en 2024

  • En 2024, se han registrado en el país 359 transacciones por USD 17.060m
  • El número de transacciones en 2024 registra un descenso del 7% con respecto a 2023
  • Sectores de Industria Específica de Software e Inmobiliario, los dos más destacados del año, registran 58 y 45 transacciones, respectivamente
  • Mercado de Private Equity aumenta un 18% en 2024

El mercado de M&A en México ha contabilizado en 2024 un total de 359 transacciones, de las cuales 158 suman un importe no confidencial de USD 17.060m, de acuerdo con el informe anual de TTR Data. Estos datos reflejan un descenso del 7% en el número de transacciones y un aumento del 22% en su valor, con respecto a 2023.

En términos sectoriales, el de Industria Específica de Software y el Inmobiliario son los más activos del año, con un total de 58 y 45 transacciones, respectivamente.

Ámbito Cross-Border 

En lo que respecta al mercado cross-border, en el transcurso del año, las empresas mexicanas han apostado principalmente por invertir en España y Estados Unidos, con 18 y 17 transacciones, respectivamente. Por importe, destaca Estados Unidos, con USD 2.272m. 

Por otro lado, Estados Unidos es el país que más ha apostado por realizar adquisiciones en México, con 85 transacciones, seguido de España, con 20. En términos de importe, destaca Estados Unidos, con USD 1.851m.

Private Equity y Venture Capital 

En el transcurso de 2024, se han producido un total de 52 transacciones de Private Equity, de las cuales 8 tienen un importe no confidencial de USD 1.038m, lo cual representa un aumento del 18% en el número de transacciones y un alza del 144% en su importe, con respecto a 2024.

Por su parte, en el transcurso del año, México ha registrado 85 transacciones de Venture Capital, valoradas en USD 1.674m, lo que representa un descenso del 25% en el número de transacciones y un aumento del 59% en el capital movilizado, en términos interanuales. 

Asset Acquisitions

En el mercado de adquisición de activos, se han cerrado en el año 79 transacciones con un importe de USD 1.872m, lo cual implica un aumento del 27% en el número de transacciones y un descenso del 12% en su valor, con respecto a 2023. 

Transacción Destacada 

Para 2024, TTR Data ha seleccionado como transacción destacada la relacionada con
Mexico Infrastructure Partners, entidad dedicada a invertir en infraestructura y energía con sede en Ciudad de México, que ha cerrado la adquisición de 8,5 GW de plantas de ciclo combinados de gas a Iberdrola México, filial de Iberdrola. 

La transacción, valorada en USD 6.200m, ha contado con el asesoramiento jurídico de Baker McKenzie España y México; Creel, García-Cuéllar, Aiza y Enríquez; y Ritch Mueller. 

Adicionalmente, el asesoramiento jurídico de Acquisition Finance ha sido otorgado por Galicia Abogados; Milbank; Ritch Mueller; Cleary Gottlieb Steen & Hamilton; White & Case; y Holland & Knight. 

Por la parte financiera, la transacción ha sido asesorada por J.P. Morgan, BBVA, Citigroup, Santander Corporate & Investment Banking (SCIB) y Barclays Bank. 

Ranking de Asesores Financieros y Jurídicos

En el ranking TTR de asesores financieros, por capital movilizado, lidera en 2024 J.P. Morgan, con un importe de USD 2.662m. Por número de transacciones, lidera Banco Santander, con 8 transacciones. 

En el ranking de asesores jurídicos, por importe, lidera Galicia Abogados, con
USD 4.105m. Por número de transacciones, lidera en 2024 Creel, García-Cuéllar, Aiza y Enríquez, con 52 transacciones. 

Dealmaker Q&A con Aon

TTR Data ha entrevistado en exclusiva a Pedro Gonçalves da Costa, M&A and Transaction Solutions Leader de Aon en Brasil, para conocer las perspectivas del mercado transaccional en 2025:Las operaciones ligadas a la tecnología, como los Data Centers, cobraron fuerza en 2024 y serán el principal foco de los inversores en los próximos años. La Transición Energética también sigue siendo un tema sumamente relevante, que atrae inversiones internacionales a América Latina. Brasil, México y Chile deberían permanecer en el liderazgo de la inversión en 2025. Colombia debería continuar su trayectoria de crecimiento, como se ha observado en los últimos meses.”.

Para conocer toda la entrevista, ingrese aquí.

Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A con Teresa Zueco, socia directora de Squire Patton Boggs

Squire Patton Boggs España

Teresa Zueco

Con más de 20 años de experiencia, Teresa es una de las dealmakers más activas y reconocidas del mercado español, y una de las pocas mujeres que lideran la oficina española de un despacho internacional. En 2021, tomó las riendas de la oficina española con un ambicioso proyecto de cinco años que concluirá en diciembre de 2026, y cuyos principales objetivos son alcanzar los 80 abogados, y una facturación en torno a los 35 millones de euros dentro de los que es el mid market español. Compagina su labor al frente del despacho con su rol de socia responsable del departamento Mercantil, M&A y Private Equity.


TTR Data: En medio de un panorama de incertidumbre inversionista, en el cual realizar valoraciones se ha vuelto complejo y en el que la financiación se ha encarecido: ¿cuál es el balance que hace la firma hasta el tercer trimestre de 2024 en los segmentos de M&A, Capital Privado y Venture Capital en España.

En Squire Patton Boggs observamos cierta mejoría tanto en volumen como en valor de las transacciones en el segmento del private equity y en el valor de las operaciones de M&A. En general, 2024 está siendo un año ligeramente más activo que 2023, siguiendo la tendencia al alza que comenzó en el último trimestre del año pasado.  

Esperamos un buen 2025 tanto en número como en el ticket  de las operaciones, especialmente en Europa, Estados Unidos y Oriente Medio, asumiendo que la inflación se mantenga estable, que los tipos de interés sigan bajando y que no empeore la situación geopolítica. 

Además, las valoraciones en operaciones estratégicas han mejorado, lo que podría indicar que los precios ya han tocado fondo, y que, aunque todavía existe cierto escepticismo, tanto los fondos de private equity (a pesar de los retos de fundraising, agravados por los tipos de interés), como las grandes corporaciones, están dispuestas a pagar por compañías y activos sólidos coherentes con su estrategia de crecimiento.  

Del lado vendedor, todavía hay cierta resistencia, lo que se ha traducido en salidas más lentas en el sector del private equity y en un mayor número de IPOs en Europa y Estados Unidos.

TTR Data: ¿Cuáles son los principales y más recientes retos regulatorios que ha enfrentado la firma en el mercado M&A en España?

En mi opinión, vivimos un momento de sobrerregulación y, al mismo tiempo, de dispersión normativa, que, dependiendo del sector, tiene distintas consecuencias sobre las operaciones de M&A.

La normativa sobre control de inversiones extranjeras (FDI) con el Real Decreto de 2023, se suma a la lista condiciones regulatorias (competencia, autorizaciones particulares dependiendo del sector: educación, energía, servicios financieros…) que hay que tener en cuenta en cualquier transacción. Precisamente, en los sectores regulados, habría que implementar mecanismos que agilicen los procedimientos de concesión de permisos, licencias y autorizaciones, y establecer fórmulas que garanticen una eficiente interoperabilidad entre los diferentes organismos y Administraciones involucrados, de manera que las transacciones puedan cerrarse más rápido. Esto permitiría sacar a España de la lista de jurisdicciones que actualmente cuentan con abundantes barreras regulatorias que España salga de la lista de jurisdicciones con abundantes barreras regulatorias (aunque muchas de ellas sean comunitarias) y lentitud administrativa.

En sectores como el de la energía, por ejemplo, nos encontramos además con una dispersión normativa en cuanto a los criterios medioambientales debido a las competencias autonómicas, algo que genera incertidumbre. Para un mismo proyecto, la tramitación medioambiental que se exige en una Comunidad Autónoma puede ser sustancialmente diferente a la que se exige en otra. Esta disparidad de criterios y la abundancia de trámites administrativos, en definitiva, añaden incertidumbre al desarrollo de proyectos, y son cuestiones que tienen en cuenta muchos de nuestros clientes, inversores extranjeros profesionales, a la hora de valorar una transacción en España frente a otros países como Francia o Italia  y, en muchos casos, se convierten en factores determinantes en la toma de decisiones, frenando oportunidades.

TTR Data: Como una de las firmas líderes en el sector tecnológico en el mercado M&A, ¿cómo ha cambiado el enfoque hacia la due diligence en el sector tecnológico, dado el creciente énfasis en la propiedad intelectual y la ciberseguridad?

Prestamos atención a contingencias que antes pasaban más desapercibidas. En materia de IP, por ejemplo, es habitual verificar si las empresas que desarrollan software han analizado el impacto del uso de código en régimen de open source (la compatibilidad de las licencias a las que quedan sujetas las distintas librerías y el condicionado de esas licencias, que, cuando son antiguas, pueden llegar a condicionar o incluso impedir la distribución con ánimo de lucro del software al que se incorporan).

Las contingencias de protección de datos también tienen más peso, como consecuencia del régimen sancionador incluido en la normativa de privacidad. Este  peso es aún mayor si consideramos que la Agencia Española de Protección de Datos es la más activa de Europa. Y esto acaba de empezar: en cuanto el Reglamento de Inteligencia Artificial resulte de aplicación, tendremos que verificar también su cumplimiento en el marco de la due diligence. Lo mismo sucede con el Digital Services Act, la normativa que transponga la Directiva NIS2 o, en el caso de empresas tecnológicas con foco en el sector financiero o asegurador, también el cumplimiento de DORA.  

En definitiva, si bien en los últimos cuatro o cinco años ya hemos asistido a cambios en los procesos de due diligence que añaden complejidad y coste a los mismos, en los próximos dos años esta tendencia se consolidará.

TTR Data: ¿Qué estrategias legales se consideran relevantes para proteger los intereses de los compradores en fusiones y adquisiciones de empresas tecnológicas emergentes?

Como asesores legales, nosotros no intervenimos en la decisión de valoración, pero sí podemos ayudar al comprador a detectar y entender los riesgos legales y regulatorios para que tome una decisión informada al respecto. Por tanto, el trabajo de due diligence es fundamental en un entorno tan reglado y, especialmente, en relación con empresas tecnológicas emergentes, donde la incertidumbre es mayor. 

A partir de ahí, los mecanismos de protección son los contractuales: diferimientos de pago o pagos contingentes (earn outs), condiciones suspensivas hasta la obtención de las autorizaciones pertinentes o hasta alcanzar hitos de desarrollo tecnológico, manifestaciones y garantías, con o sin seguro, indemnizaciones específicas aseguradas con escrow, cláusulas de terminación, o el cálculo de daños que recoja la pérdida de valor mediante múltiplos. Los contratos de compraventa pueden ser lo suficientemente sofisticados como para minimizar o, al menos, controlar los riesgos del comprador.

TTR Data: ¿Cómo está afectando la evolución de la inteligencia artificial y otras tecnologías disruptivas al valor de las empresas en las negociaciones M&A?

Cuanta más automatización y más escalabilidad, mejor precio. Indudablemente, la adopción de tecnologías disruptivas como la IA, incrementa el valor de las empresas, no sólo porque en efecto sean más rentables, sino porque suponen un recorrido ineludible para su supervivencia que, de otro modo, tendría que asumir el inversor o comprador.

TTR Data: En el contexto actual, ¿qué factores considera que están impulsando el apetito inversor por empresas tecnológicas en España?

Con carácter general, se busca tanto la tecnología propia (empresas que han desarrollado una tecnología que, por sí misma o en combinación con la tecnología desarrollada por el comprador, generan oportunidades de negocio escalables en diferentes sectores y mercados) como el talento, cada vez más difícil de encontrar de otro modo (sólo hay que ver el auge de las plataformas de selección de contratistas, a las que todas las empresas tecnológicas acuden para complementar sus plantillas). Por otra parte, se trata de un sector muy atomizado en España, por lo que hablamos de operaciones más pequeñas (no suelen requerir un gran desembolso), es decir:  riesgo aceptable y menor necesidad de financiación.

Informe trimestral sobre el mercado transaccional mexicano – 2T 2024

Las transacciones de M&A en México disminuyen un 14% en el primer semestre de 2024

  • En el primer semestre de 2024, se han registrado 162 transacciones por USD 5.849m
  • Sectores de Industria Específica de Software e Inmobiliario, los dos más destacados del año, con 31 y 22 transacciones, respectivamente
  • Volumen de Venture Capital disminuye un 24% en el primer semestre de 2024

El mercado de M&A en México ha contabilizado en el primer semestre del año un total de 162 transacciones, de las cuales 77 suman un importe no confidencial de USD 5.849m, de acuerdo con el informe trimestral de TTR Data.

Estos datos reflejan un descenso del 14% en el número de transacciones y una disminución del 42% en su importe, con respecto al segundo trimestre de 2023.

En términos sectoriales, el de Industria Específica de Software, además del Inmobiliario, son los más activos del año, con un total de 31 y 22 transacciones, con un aumento del 11% y del 10%, respectivamente, en términos interanuales.

Ámbito Cross-Border 

En lo que respecta al mercado cross-border, en lo que va de año, las empresas mexicanas han apostado principalmente por invertir en España y Colombia, con 11 y 9 transacciones, respectivamente. Por importe, destaca España, con USD 1.375m. 

Por otro lado, Estados Unidos es el país que más ha apostado por realizar adquisiciones en México, con 35 transacciones, seguido de Brasil y España, con 6 cada uno. En términos de importe, destaca Estados Unidos, con USD 634m.

Private Equity y Venture Capital 

En el primer semestre de 2024, se han producido un total de 21 transacciones de Private Equity, de las cuales 6 tienen un importe no confidencial de USD 608m, lo cual representa una tendencia estable en el número de transacciones y un aumento del 1.259% en su importe, con respecto al primer semestre de 2023.

Por su parte, en los seis primeros meses de 2024, México ha registrado 41 transacciones de Venture Capital valoradas en USD 446m, lo que representa una disminución del 24% en el número de transacciones y un descenso del 9% en el capital movilizado, con respecto al mismo periodo del año pasado. 

Asset Acquisitions

En el mercado de adquisición de activos, se han cerrado en el primer semestre del año 35 transacciones, con un importe de USD 1.717m, lo cual implica un aumento del 6% en el número de transacciones y un alza del 71% en su importe, en términos interanuales. 

Transacción Destacada 

Para el segundo trimestre de 2024, TTR Data ha seleccionado como transacción destacada la relacionada con Fonadin – Fondo Nacional de Infraestructura, fondo estatal dedicado a invertir en infraestructuras con sede en Ciudad de México, que ha adquirido el 49% de Copexa, a través de un aumento de capital.

La transacción, valorada en MXN 15.000m, ha contado con el asesoramiento jurídico de Santamarina + Steta.

Ranking de Asesores Jurídicos

En el ranking TTR Data de asesores jurídicos, por importe, lideran Santamarina + Steta, con
USD 1.371m. Por número de transacciones, lidera en el segundo trimestre de 2024, Creel, García-Cuéllar, Aiza y Enríquez, con 15 transacciones. 

En cuanto al ranking de asesores financieros, por importe, lideran Caria Capital, con USD 505m. Por número de transacciones, lidera en el segundo trimestre de 2024 414 Capital – RIóN, con 4 transacciones. 

Dealmakers Q&A con Aon

TTR Data ha entrevistado en exclusiva a Pedro Costa, líder de M&A and Private Equity de AON en Brasil, para conocer las perspectivas del mercado de Fusiones y Adquisiciones en 2024: “Aunque se ha conseguido un poco de flexibilidad en términos de recuperación financiera, los cambios políticos y las incertidumbres siempre influyen en las decisiones de los inversionistas. Por lo general, los riesgos se perciben como oportunidades, pero al considerar la situación actual de Latinoamérica, ser precavido será clave para obtener mejores retornos. En función de la recuperación económica, dichas tasas de interés y la inflación, se puede concluir que se alcanzará una estabilidad; sin embargo, debido a los conflictos políticos y las incertidumbres que han tenido lugar recientemente, se debe tener cautela con respecto a la expectativa de recuperación de M&A”.

Para conocer toda la entrevista, ingrese aquí.

Informe trimestral sobre el mercado transaccional argentino – 1T 2024

Mercado M&A argentino registra descenso del 25% en el primer trimestre de 2024

  • En 2024, se han registrado en el país 33 transacciones por USD 223m
  • El sector de Industria Específica de Software es el más destacado de 2024, con 11 deals
  • Transacciones de Venture Capital aumentan 10% en el transcurso del año

El mercado transaccional argentino ha registrado en el primer trimestre de 2024 un total de 33 fusiones y adquisiciones, entre anunciadas y cerradas, por un importe agregado de USD 223m, según el informe trimestral de TTR Data. Estas cifras suponen un descenso del 25% en el número de transacciones y una disminución del 57% en su importe, con respecto al mismo periodo de 2023.

En términos sectoriales, el de Industria Específica de Software es el más activo del año, con un total de 11 transacciones.

Ámbito Cross-Border 

En lo que respecta al mercado cross-border, en lo que va de año las empresas argentinas han apostado principalmente por invertir en Colombia, con 3 transacciones.  

Por otro lado, Estados Unidos es el país que más ha apostado por realizar adquisiciones en Argentina, con 4 transacciones. 

Venture Capital

En el primer trimestre de 2024, se han contabilizado un total de 11 transacciones de Venture Capital, de las cuales 10 tienen un importe no confidencial agregado de USD 133m. Esto supone un aumento del 10% en el número de deals y un alza del 428% en su importe, con respecto al mismo periodo del año anterior.

Asset Acquisitions

En el mercado de adquisición de activos, se han cerrado en el primer trimestre de 2024 un total de 5 transacciones por USD 12m, lo cual implica un descenso del 29% en el número de transacciones y una disminución del 89% en su importe, en término interanuales. 

Transacción Destacada 

Para el primer trimestre de 2024, TTR Data ha seleccionado como transacción destacada del trimestre la relacionada con Agrotoken, la cual ha cerrado una ronda de financiación pre-Serie A de USD 12,5m, liderada por Bunge Ventures y en la que ha participado Visa Ventures, Newtopia VC, Xperiment Ventures, Borderless Capital, MatterScale Ventures, Barn Investimentos, BYX Ventures, Smart GVI, Beagle Partners y Octava Foundation. Con la inyección de capital, la empresa planea continuar el desarrollo de nuevos productos.

La transacción, valorada en USD 12,50m, ha contado con el asesoramiento jurídico de Tanoira Cassagne Abogados. 

Dealmakers Q&A con AON

TTR Data ha entrevistado em exclusiva a Pedro Costa, líder de M&A y soluciones transaccionales de AON, para conocer las perspectivas del mercado de Fusiones y Adquisiciones en 2024: “Debido al tenso escenario relacionado con conflictos internacionales que terminan afectando la toma de decisiones sobre inversiones en países emergentes, como los que conforman nuestra región, nos enfrentamos a un entorno relativamente inestable en comparación con el último trimestre del año pasado. Cuando miramos el primer trimestre de 2023, donde el escenario de nuevos gobiernos en América Latina trajo incertidumbre para los inversores, notamos un cierto respiro y una paulatina reanudación del movimiento de fusiones y adquisiciones. Aunque con una disminución del 15% en el número de transacciones, vemos un aumento del 25% en el valor agregado de las transacciones con valor declarado, lo que nos muestra un potencial renovado para mantener el negocio en 2024. Estas cifras demuestran que se están ejecutando grandes acuerdos, siendo la infraestructura, la minería y las energías renovables el foco de los inversores”.

Para conocer toda la entrevista, ingrese aquí.