Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Agosto 2023

Fusões e Aquisições movimentam BRL 145,5bi em 2023

  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com 254 transações
  • Estados Unidos é o país que mais investiu no Brasil, com 108 aquisições
  • Volume de transações registra diminuição de 27% no período

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 1282 transações e movimentou BRL 145,5bi entre janeiro e agosto de 2023, de acordo com o relatório mensal do TTR Data em parceria com o TozziniFreire Advogados.

Esses números representam uma diminuição de 27% no número de transações em relação ao mesmo período de 2022. Do total das transações, 42% possuem os valores revelados e 85% das operações já estão concluídas.

Em agosto, 151 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 16,8bi.

Operações do mercado transacional de agosto de 2022 a agosto de 2023
Fonte: TTR Data

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 254 transações, representando uma diminuição de 27% em relação ao mesmo período de 2022. Em segundo lugar está o setor de Business & Professional Support Services, com 197 transações.  

Âmbito Cross-Border

Até agosto de 2023, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 19 transações e um total de BRL 1,8bi, seguido pelo Reino Unido com sete operações.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 108 e 35 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil.  

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram uma queda de 35% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet diminuiram em 25%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma diminuição de 4% até agosto.

Private Equity e Venture Capital 

Em Private Equity, foram contabilizadas 57 transações e um total de BRL 17,6bi no período, registrando uma queda de 21% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, registrou um aumento de 28% no capital mobilizado.

No âmbito do Venture Capital, foram realizadas 378 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 12,2bi, o que resulta uma queda de 41% no número de transações.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR Data em agosto de 2023, foi a conclusão da venda da Aesop pela Natura para a L’Oréal. O valor da transação é de USD 2,5bi.

A operação contou com a assessoria jurídica em lei brasileira dos escritórios Lefosse; Mattos Filho; Pinheiro Neto Advogados; Trench, Rossi e Watanabe Advogados. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Bank of America.

Entrevista com Olimpia Partners

Thomas Monteiro, sócio da Olimpia Partners, conversou com o TTR Data para esta edição, e analisou setores os investidores internacionais podem encontrar maiores oportunidades no Brasil: “Em nossa visão, os setores de agronegócio e energia têm despertado interesse de players estratégicos e investidores financeiros, impulsionando transações relevantes de M&A. O Brasil está posicionado de forma única para se beneficiar das transações de M&A nos setores de agronegócio e energia devido aos seus abundantes recursos naturais, clima favorável e tamanho substancial de mercado. A vasta produção agrícola do país e sua exportação global de commodities contribuem para sua proeminência no agronegócio. Além disso, o potencial de energia renovável do Brasil, que abrange hidrelétricas, energia eólica, solar e bioenergia, está alinhado com a crescente demanda por soluções de energia limpa.”

Para ler a entrevista completa, clique aqui.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até agosto de 2023 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total. 

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações lidera em 2023 o BTG Pactual, com 41 operações. Em valor, lidera o Bank of America, contabilizando um total de BRL 33,8bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações e em valor, em 2023 lidera o escritório Mattos Filho, com 56 operações e contabilizando um total de BRL 33,7bi.

Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Julho 2023

Fusões e Aquisições movimentam BRL 125,7bi até julho de 2023

  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com 223 transações
  • Estados Unidos é o país que mais investiu no Brasil, com 89 aquisições
  • Volume de transações registra diminuição de 29% no período
  • Fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital registram crescimento de investimentos realizados no Brasil em 4%

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 1075 transações e movimentou BRL 125,7bi entre janeiro e julho de 2023, de acordo com o relatório mensal do TTR Data em colaboração com o TozziniFreire Advogados.

Esses números representam uma diminuição de 29% no número de transações em relação ao mesmo período de 2022. Do total das transações, 43% possuem os valores revelados e 87% das operações já estão concluídas.

Em julho, 128 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 21,1bi.

Operações do mercado transacional de julho de 2022 a julho de 2023
Fonte: TTR Data

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 223 transações, representando uma diminuição de 26% em relação ao mesmo período de 2022. Em segundo lugar está o setor de Business & Professional Support Services, com 167 transações.  

Âmbito Cross-Border

Em julho de 2023, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 18 transações e um total de BRL 1,5bi, seguido pelo Reino Unido com sete operações.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 89 e 29 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil.  

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram uma queda de 38% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet diminuiram em 28%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve um crescimento de 4% até julho.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 51 transações e um total de BRL 15,4bi no período, registrando uma queda de 17% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, em capital mobilizado registrou um crescimento de 17%.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 315 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 6,1bi, o que resulta uma queda de 44% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 143 transações e um total de BRL 11,9bi até julho, representando um crescimento de 5% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR Data em julho de 2023, foi a conclusão da aquisição da Corsan pela Aegea, Kinea Investimentos e Perfin Investimentos e Gestão. O valor da transação é de BRL 4,1bi.

A operação contou com a assessoria jurídica em lei brasileira dos escritórios Tauil & Chequer Advogados Associado a Mayer Brown; Souto, Correa, Cesa, Lummertz & Amaral Advogados; Lefosse; CGM. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Banco Bradesco BBI; BTG Pactual; Banco Itaú BBA; Olimpia Partners; Genial Investimentos; Bank of America; Grant Thornton Auditores Independentes.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até julho de 2023 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total. 

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações lidera em 2023 o BTG Pactual, com 35 operações. Em valor, lidera o Bank of America, contabilizando um total de BRL 33,8bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações e em valor em 2023 lidera o escritório Mattos Filho, com 44 operações e contabilizando um total de BRL 28,2bi.

Dealmaker Q&A

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TTR Dealmaker Q&A with Olimpia Partners Partner Thomas Monteiro

Olimpia Partners

Thomas Monteiro

Thomas is a partner at Olimpia Partners and has over 19 years of experience in mergers and acquisitions (M&A). Thomas began his career in the mergers and acquisitions team of Banco Espírito Santo, and subsequently joined the investment banking division of Banco Merrill Lynch in Brazil.


TTR: What are your main conclusions for the M&A market in 1H23? What are the most relevant drivers for consolidating the M&A market in Brazil in the rest of the year?

During the first half of 2023, the M&A market presented a challenging landscape, marked by a decline in the number of transactions (both in volume and value) compared to the previous year. This outcome can be attributed to a series of factors, including the deterioration of the capital market, both domestically and internationally, largely driven by high-interest rates, uncertainties surrounding the current government’s new political agenda, combined with a local credit crisis triggered by the Lojas Americanas phenomenon.

We anticipate a significant improvement in the M&A market during the second semester of this year. The market is already factoring in a reduction in local interest rates and an improved visibility concerning the new government’s public policies, which is mitigating current volatility, and an overall enhancement in the private credit market. These favorable factors lead us to confidently envision a more promising outlook for the M&A sector in the months ahead.

TTR: Olimpia Partners has been one of the leading M&A advisors in the technology sector in in Brazil. What are the prospects for this segment in the medium and long term?

Olimpia Partners strategically invested in the technology segment and established a dedicated coverage team a few years ago, based on the growth potential of the Brazilian technology market and its ecosystem. We believe that Brazil will increasingly attract the interest of significant strategic players and financial investors, resulting in a substantial increase in M&A transactions. We maintain the conviction that the technology sector continues to present promising opportunities, even in the current context where investors demonstrate increased caution and seek high-quality assets.

TTR: In which other sectors might international investors find opportunities in Brazil? Why?

In our view, the agribusiness and energy sectors have attracted interest from strategic players and financial investors, driving relevant M&A transactions. Brazil is uniquely positioned to benefit from M&A transactions in the agribusiness and energy sectors due to its abundant natural resources, favorable climate, and substantial market size. The country’s vast agricultural production and global export of commodities contribute to its prominence in agribusiness. Additionally, Brazil’s renewable energy potential, encompassing hydropower, wind, solar, and bioenergy, aligns with the growing demand for clean energy solutions.

TTR: Continuing with the Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down, and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Brazil in 2023?

The slowdown in the emergence of unicorns is part of a global trend of declining VC funding. This trend is particularly stronger for later-stage startups as investors are becoming increasingly cautious and marking down valuations of unprofitable investments. However, it is important to keep this trend in perspective. Despite the decrease in the number of unicorns, Brazil continues to hold a strong position in the global startup market holding the 10th position in the ranking of countries with the highest number of unicorns. I believe that Brazil has a strong innovation culture and a robust startup ecosystem which is showing signs of inflection and a possible recovery coming. We anticipate the industry to remain strong and continue to yield high-value startups in the coming years.

TTR: What will be Olimpia Partners’ main challenges in Brazil in the upcoming months?

Despite a challenging M&A market in the 1st semester, Olimpia Partners successfully completed significant transactions in Brazil, such as the acquisition of Corsan by Aegea, the entry of 23S Capital into Ademicon, and the acquisition of Yes by Olmix Group, among others. Our short-term challenge remains executing ongoing projects with excellence, attracting interest from both local and international strategic and financial investors, regardless of market conditions fluctuations.


Portuguese version


Olimpia Partners

Thomas Monteiro

Thomas é sócio da Olimpia Partners e acumula mais de 19 anos de experiência em fusões e aquisições (M&A). Sua trajetória teve início na equipe de fusões e aquisições do Banco Espírito Santo e, posteriormente, trabalhou na área de banco de investimento do Banco Merrill Lynch no Brasil.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A no primeiro semestre de 2023? Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano?

O mercado de fusões e aquisições no primeiro semestre de 2023 apresentou um cenário desafiador, caracterizado por um número reduzido de operações e um volume financeiro menor em relação às atividades de M&A. Tal resultado pode ser atribuído a uma série de fatores, como a deterioração do mercado de capitais, tanto no Brasil quanto no exterior, resultante do elevado patamar de juros, incertezas em relação à nova agenda política do governo atual e, por último, uma crise de crédito no Brasil, devido ao fenômeno Americanas

Nossa expectativa é que o mercado experimente uma significativa melhora durante o segundo semestre. Atualmente, já se observa uma precificação da queda nos juros e uma maior visibilidade em relação às políticas públicas do novo governo, o que tem gerado menor volatilidade, e uma melhora no mercado de crédito privado. Essas perspectivas positivas nos levam a acreditar em um cenário mais promissor para o setor de fusões e aquisições nos próximos meses

TTR: Olimpia Partners é um dos principais assessores em fusões e aquisições no setor de tecnologia no Brasil. Quais são as perspectivas desse segmento no médio e longo prazo?

A Olimpia Partners investiu estrategicamente no segmento de tecnologia e estabeleceu uma área de atuação dedicada a esse setor há alguns anos, embasada no potencial de crescimento do mercado brasileiro de tecnologia e em seu ecossistema. Acreditamos que o Brasil, cada vez mais, despertará o interesse de importantes players estratégicos e investidores financeiros, resultando em um aumento significativo das transações de M&A. Mantemos a convicção de que o setor de tecnologia continua a apresentar oportunidades promissoras, mesmo em um contexto atual em que os investidores demonstram maior cautela e buscam ativos de elevada qualidade.

TTR: Em quais ouros setores os investidores internacionais podem encontrar maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Em nossa visão, os setores de agronegócio e energia têm despertado interesse de players estratégicos e investidores financeiros, impulsionando transações relevantes de M&A. O Brasil está posicionado de forma única para se beneficiar das transações de M&A nos setores de agronegócio e energia devido aos seus abundantes recursos naturais, clima favorável e tamanho substancial de mercado. A vasta produção agrícola do país e sua exportação global de commodities contribuem para sua proeminência no agronegócio. Além disso, o potencial de energia renovável do Brasil, que abrange hidrelétricas, energia eólica, solar e bioenergia, está alinhado com a crescente demanda por soluções de energia limpa.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023?

A desaceleração no surgimento de novos unicórnios é parte de uma tendência global de queda no funding de capital de risco (VC). Essa tendência é particularmente mais forte para startups em estágios mais avançados, à medida que os investidores se tornam cada vez mais cautelosos e reduzem a marcação a mercado de investimentos não lucrativos. No entanto, ter em perspectiva a tendência de longo prazo. Apesar da recente diminuição no número de unicórnios, o Brasil continua a ocupar uma posição forte no mercado global de startups, mantendo a 10ª posição no ranking dos países com o maior número de unicórnios. Acredito que o Brasil possui uma forte cultura de inovação e um robusto ecossistema de startups, que está mostrando sinais de inflexão e uma possível recuperação no médio prazo. Acreditamos que a indústria permanecerá forte e continuará a produzir startups de alto valor nos próximos anos.

TTR: Quais serão os principais desafios para a Olimpia Partners no Brasil nos próximos meses?

Apesar de um mercado de M&A desafiador no 1º semestre, a Olimpia Partners concluiu transações relevantes no Brasil, como a aquisição da Corsan pela Aegea, entrada da 23S Capital na Ademicon, aquisição da Yes pela Olmix Group, entre outras. O nosso desafio para o curto prazo permanece a execução dos projetos em andamento com excelência, atraindo o interesse de investidores estratégicos e financeiros, tanto locais como internacionais, independentemente das oscilações das condições de mercado.

Relatório trimestral sobre o mercado transacional brasileiro – 2T 2023

Fusões e Aquisições movimenta BRL 91,4bi  no primeiro semestre de 2023

  • No primeiro semestre  foram registradas 868 transações 
  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com 186 transações
  • Volume de operações registra diminuição de 33% em relação a 2022

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 868 transações e movimentou BRL 91,4bi no segundo trimestre de 2023, de acordo com o mais recente relatório do TTR Data.

Esses números representam uma diminuição de 33% no número de transações em relação ao mesmo período de 2022. Do total das transações, 43% possuem os valores revelados e 89% das operações já estão concluídas.

No segundo trimestre de 2023, 416 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 56,6bi.

Operações do mercado transacional de 2Q2021 até 2Q2023
Fonte: TTR Data.

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 186 transações, representando uma diminuição de 26% em relação ao mesmo período de 2022. Em segundo lugar está o setor de Business & Professional Support Services, com 140 operações e em terceiro, Industry-Specific Software com 118.

Âmbito Cross-Border

No primeiro semestre , as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 15 transações e um total de BRL 1,2bi, seguido pelo Chile com seis operações.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 72 e 26 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil.  

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram uma queda de 45% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet diminuiram em 36%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma diminuição de 5% até junho.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 45 transações e um total de BRL 12,6bi no período, registrando uma queda de 15% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, o valor mobilizado registrou um crescimento de 3%.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 250 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 4,8bi, o que resulta uma queda de 49% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 106 transações e um total de BRL 9,6bi até o segundo trimestre, representando uma diminuição de 7% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do trimestre

A transação destacada pelo TTR Data no segundo trimeste de 2023, foi a conclusão da aquisição da MMC Brasil pela Suzano. O valor da transação é de USD 175,00m.

A operação contou com a assessoria jurídica em lei brasileira dos escritórios Mattos Filho; e Pinheiro Neto Advogados.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até o segundo trimestre de 2023 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total. 

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações lidera em 2023 o BTG Pactual, com 27 operações. Em valor, lidera o Bank of America contabilizando um total de BRL 17,8bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2023 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 37 operações. Em valor, lidera o Mattos Filho contabilizando um total de BRL 26,4bi.

Dealmaker Q&A

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TTR Dealmaker Q&A with Urbano Vitalino Advogados Partner Ricardo Thomazinho

Urbano Vitalino Advogados

Ricardo Thomazinho

Partner focusing his practice on tax law and business law, especially in mergers and acquisitions and foreign investments in Brazil, with extensive experience in infrastructure.
He has a strong presence in corporate reorganizations, credit recovery and judicial recovery.
He also has experience in antitrust and antidumping law.


TTR: What are your main conclusions for the M&A market in 1H23? What are the most relevant drivers for consolidating the M&A market in Brazil in the rest of the year?

In the first semester, we felt that the market was cautious, and this resulted in a reduction in the pace of investments and corporate transactions. We can attribute this to the change of government and uncertainty about the direction that will be given to the economy, which is somewhat unclear to this day and depends, to a large extent, on the relationship between the Executive and Congress, which is unpredictable.

The slow pace of business can also be attributed to the maintenance of high interest rates as a form of containing inflationary pressure, which, in turn, is a product of the pandemic: sectors most susceptible to the effects of lockdown experienced disruptions or had to reduce staff, leading to a period of disinvestment. With vaccination programs and the end of confinement, demand has returned without a corresponding increase in supply, and we are still in a process of recovery – this is not to mention the effects of the war in Ukraine.

For the consolidation of the market in the remainder of the year, we are optimistic. We believe that the same factors that weighed negatively on the economy will also drive its recovery, as they are cyclical in nature.

We expect that the novelty factor regarding the new government, the normalization of political tensions and the approval of structural reforms will improve international confidence in our country. Although the Brazilian Real has been gaining strength in recent weeks, it is a fact that Brazil remains “cheap” in the eyes of foreign investors, and this should contribute to foreign interest in Brazilian assets and the movement of the M&A market.

TTR: In which sectors might international investors find the biggest opportunities in Brazil? Why?

In our view, the most promising sectors for foreign investment in Brazil currently are renewable energy, agribusiness, tehnology (software & IT) and sanitation.

With the rise of concerns about ESG principles, there is a lot of emphasis on the field of clean energy, and Brazil, due to its geographical characteristics – in terms of territory and population size, solar radiation incidence, wind intensity, and ample water resources, among others – is a country naturally suited for this activity. Recently, the legal framework for distributed generation (Law 14.300/2022) was approved, allowing independent consumers to generate electricity, providing legal certainty and benefiting from tax incentives. 

Brazil is the global leading producer of several agricultural commodities and, allied with a growing local consumer market, has become a very attractive for investment. Investors want to own cost-efficient and competitive producers of commodities and processed foods and ingredients, and related industries.

Software and IT services continue to attract a lot of attention and investments.  Brazil has a very creative and innovative environment, which will certainly be as magnet for new M&As.

In the field of sanitation, there is an expectation that the number os deals increase substantially.  The new legal framework dates back to 2020 but sets targets for universal access to water supply and waste collection and treatment over the next ten years. It also creates legal certainty for private investments in the sector. When considering the current statistics, it becomes evident that the country still has a lot to do (a large percentage of the population lacks water supply and sanitation). It is estimated that an investment volume of between R$ 700 billion to R$ 1 trillion is necessary to achieve full coverage within a decade, which shows how the opportunities in this sector are enormous.

TTR: Continuing with the Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Brazil in 2023? 

I consider it natural that a decline in the emergence of unicorns occurs after a boom period, but that doesn’t mean new waves of growth cannot occur, both in Brazil and abroad.

I believe these fluctuations occur due to various factors, with significant influence from technological innovations. For example, we are currently experiencing a revolution in artificial intelligence technologies, which can pave the way for exploring new solutions to everyday problems and the subsequent success of new startups. In the not-too-distant future, advances in quantum computing may also lead to their own boom. Eventually, new challenges and technologies will bring opportunities that are currently unknown.

There is also the regional factor. Brazil has proven to be a fertile ground in the technology field and has its own success stories, such as QuintoAndar, iFood, and the company Pismo, which develops technology for payment solutions, acquired by Visa, for example. These companies operate in important sectors and outperform international competitors in their respective industries. Whether they are unicorns or not, there are noteworthy cases of foreign companies that did not adapt to the cultural peculiarities of the Brazilian market (such as Walmart) or found unexpected success in Brazil (like Outback). This illustrates that the startup field in Brazil does not necessarily follow foreign trends, and the interest of venture capital in startups may continue to grow, even in 2023, if the expectations of an improved economy are confirmed.

TTR: In terms of global prospects, how do you think what happened with Silicon Valley Bank will affect the world of Venture Capital? What are the main lessons for the players in this market?

I believe that the Silicon Valley Bank episode served as a warning and brought an end to the excitement of venture capital in the technology startup sector after a period of flourishing. On the other hand, even though we may not return to previous levels, I do not think that venture capital activity or the interest in startups will suffer a significant loss. This is because the SVB phenomenon is a result of local and specific factors, such as the Silicon Valley’s inclination towards technological innovation (a risky sector subject to rapid changes and intense competition), certain characteristics of the American banking regulation, which will likely be reviewed, and especially the mismanagement of the bank itself.

Their collapse is also attributed to other unlikely factors such as the pandemic and the microchip “cold war” between the United States and China, which caused supply-chain problems for technology companies.

Therefore, it cannot be immediately concluded that technology startups are doomed or lack potential. They are a natural target for venture capital, and we believe that the interest from this type of investor will be regained over time.

In any part of the world, it is essential to learn the lesson that the banking sector needs a strong regulation that protects against interest rate fluctuations and maintains safe levels of reserve requirements. I do not believe that the problem that led to the collapse of SVB lies with startups or the technology sector intrinsically, nor with venture capital investors.

TTR: What will be Urbano Vitalino’s main challenges in Brazil in the upcoming months?

I believe that the main challenge for our firm is to incorporate new technologies to the M&A practice. In an everchanging and evolving world, technology is at the center of improving the client-driven experience by increasing the perceived value of our legal services. As more routine procedures are automated, our professionals can spend more hands-on time with clients, working through more high-value processes.

We are already an innovative law firm in the field of technology, having created in 2017, in a partnership with IBM, a cognitive intelligence platform that we named “Carol”. This technology assists our professionals in the analysis of procedural data, the positioning of judges, precedents, and case law.

In light of this scenario, we see that the field of artificial intelligence (AI) inevitably becomes integrated into the daily lives of professionals and has the potential to revolutionize legal practice. Therefore, our main challenge for the near future is to incorporate new AI-based technologies to the M&A practice area, honoring the pioneering role we have had in this field over the past decade.


Portuguese version


Urbano Vitalino Advogados

Ricardo Thomazinho

Sócio centrando sua prática em direito tributário e direito empresarial, especialmente em fusões e aquisições e em investimentos estrangeiros no Brasil, com vasta experiência em infra-estrutura.
Tem forte atuação em reorganizações societárias, recuperação de crédito e recuperação judicial.
Tem também experiência em direito antitruste e antidumping.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A no primeiro semestre de 2023?, Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano?

Nesse primeiro semestre sentimos que o mercado se comportou de forma cautelosa, o que resultou numa redução do ritmo de investimentos e de transações societárias. Podemos atribuir isto à mudança de governo e ao desconhecimento sobre os rumos que serão dados à economia, o que até hoje não se esclareceu e depende, em grande medida, de como se dê a relação entre o Executivo e o Congresso, o que é imprevisível.

Também se pode atribuir a lentidão dos negócios à manutenção das taxas de juros em níveis elevados como forma de conter a pressão inflacionária que, por sua vez, é um produto da pandemia: os setores mais suscetíveis aos efeitos do lockdown enfrentaram quebras ou precisaram reduzir pessoal, e passamos por um período de alto desinvestimento; com os programas de vacinação e o fim do confinamento, voltou a demanda sem a contrapartida da oferta à mesma altura, e ainda estamos em fase de acomodação desse fenômeno – para não falar dos efeitos da guerra.

Para a consolidação do mercado no resto do ano, estamos otimistas. Acreditamos que os mesmos fatores que pesaram negativamente na economia é que impulsionarão a sua retomada, visto que são cíclicos por natureza. 

Espera-se que o fator de novidade quanto à troca de governo, a normalização das tensões políticas e a aprovação de reformas estruturais permitam uma melhoria na confiança internacional em nosso país. Ainda que o real esteja ganhando força nas últimas semanas, é um fato que o Brasil continua “barato” aos olhos dos investidores estrangeiros e isso deve contribuir para o interesse externo em ativos brasileiros e movimentação do mercado de M&A. 

TTR: Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Em nossa visão, os setores mais promissores para investimento externo no Brasil atualmente são o de energias renováveis, agronegócio, tecnologia (software e TI) e o de saneamento.

Com a ascensão das preocupações com os princípios de ESG, há muita ênfase no campo de energia limpa e o Brasil, por suas características geográficas – tamanho territorial e populacional, incidência de radiação solar, a intensidade de ventos e amplos recursos hídricos, dentre outras – é um país com vocação natural para essa atividade. Recentemente houve a aprovação do marco legal da geração distribuída (Lei 14.300/2022), que permite a geração de energia elétrica por consumidores independentes, o que gerou segurança jurídica e ainda se beneficia de incentivos fiscais.

Brasil é líder global na produção de diversas commodities agrícolas e, aliado com o crescimento do mercado consumidor, se tornou muito atraente para os investimentos.  Os investidores têm o interesse em adquirir produtores eficientes e competitivos de commodities, de comida processada e ingredientes, além das indústrias correlatas

Software e serviços de TI continuam atraindo muita atenção e investimentos.  Brasil tem um ambiente muito criativo e inovador, que certamente servirá como um ímã para novos M&As.

No campo do saneamento, há uma expectativa de que o número de transações aumente substancialmente.  O novo marco legal é do ano de 2020, mas prevê metas de universalização do suprimento de água e da coleta e tratamento de resíduos nos próximos dez anos, além de criar segurança jurídica para investimentos privados no setor; quando consideramos as estatísticas atuais, fica evidente que o país ainda tem muito a fazer: estima-se entre R$ 700 bilhões a R$ 1 trilhão o volume de investimentos necessários para alcançar o atendimento de toda a população em uma década, e isso ilustra como esta é uma fonte gigante de oportunidades.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023? 

Consideramos natural que haja um declínio no surgimento de unicórnios após uma época de boom, mas isto não significa que novas ondas de crescimento não possam ocorrer, no Brasil ou no exterior. 

Acreditamos que essas oscilações ocorrem em função de diversos fatores, sendo muito influenciadas pelas inovações tecnológicas. Por exemplo, passamos agora pela revolução nas tecnologias de inteligência artificial, e isto pode abrir caminho para a exploração de novas soluções aos problemas cotidianos e o consequente sucesso de novas startups; num futuro não muito distante, é natural que os avanços na computação quântica também propiciem um boom próprio. Eventualmente, novos desafios e novas tecnologias trarão oportunidades que hoje são desconhecidas.

Existe, também, o fator regional. O Brasil tem se mostrado um campo fértil no ramo da tecnologia e possui os seus próprios casos de sucesso, tais como o QuintoAndar, o iFood, e a Pismo, que desenvolve tecnologia para soluções de pagamento, adquirida pela Visa, por exemplo. São empresas que atuam em setores de peso e que estão à frente de concorrentes internacionais em seus respectivos setores. Unicórnios ou não, há casos emblemáticos de redes estrangeiras que não se adaptaram às peculiaridades culturais do mercado brasileiro (Walmart) ou que encontraram no Brasil um sucesso inesperado (Outback) – isto ilustra como o campo para as startups não segue, necessariamente, tendências estrangeiras e o interesse do Venture Capital por startups pode ainda crescer, mesmo em 2023, no Brasil, caso se confirmem as expectativas de melhora na economia.  

TTR: Em termos de perspectivas globais, como você acha que o ocorrido com o Silicon Valley Bank afetará o mundo do Venture Capital? Quais são as principais lições para os players desse mercado?

Acredito que o episódio do Silicon Valley Bank serviu de alerta e colocou fim a uma empolgação do Venture Capital com as startups de tecnologia após um período de florescimento deste setor. Por outro lado, mesmo que não se retorne aos níveis anteriores, não penso que a atuação do Venture Capital ou o interesse pelas startups sofrerá uma perda tão significativa, mesmo porque o fenômeno do SVB resulta de fatores locais e específicos, isto é, a vocação do Vale do Silício à inovação tecnológica (setor arriscado, sujeito a mudanças rápidas e muita concorrência), certas características da regulação bancária americana, que provavelmente serão revistas, e especialmente a má gestão do próprio banco.

Também se atribui o colapso a outros fatores improváveis como a pandemia e a guerra fria dos microchips entre Estados Unidos e China, responsável por problemas de abastecimento às empresas de tecnologia.

Portanto, não se pode concluir imediatamente que as startups de tecnologia estejam condenadas ou que não tenham potencial. E são um alvo natural do Venture Capital, de modo que acreditamos que o interesse desse tipo de investidor será retomado com o tempo. 

Em qualquer lugar do mundo, é preciso aprender a lição de que o setor bancário precisa de uma regulação firme no sentido de se proteger das oscilações das taxas de juros e de manter os níveis de depósito compulsório em patamares seguros. Não acredito que o problema que levou ao colapso do SVB esteja com as startups ou com o setor tecnológico, intrinsecamente, e nem tampouco com os investidores de Venture Capital. 

TTR: Quais serão os principais desafios para a Urbano Vitalinono Brasil nos próximos meses?

Acredito que o principal desafio do nosso escritório seja incorporar novas tecnologias à área de M&A. Em um mundo em constante mudança e evolução, a tecnologia está no centro da melhoria da experiência orientada ao cliente, aumentando o valor percebido dos serviços jurídicos prestados por nós. Na medida em que mais procedimentos de rotina são automatizados, nossos profissionais poderão passar mais tempo trabalhando de forma mais ativa com clientes, trabalhando em processos de maior valor.

Já somos um escritório inovador no campo da tecnologia, tendo criado em 2017, em parceria com a IBM, a plataforma de inteligência cognitiva que chamamos de Carol. Essa tecnologia auxilia nossos profissionais na análise de dados processuais, no posicionamento de magistrados, precedentes e jurisprudência. 

Diante desse cenário, vemos que o campo da inteligência artificial (IA) passa inexoravelmente a integrar o dia a dia dos profissionais e pode revolucionar a atividade jurídica. Portanto, nosso maior desafio para o futuro próximo é de integrar à área de M&A novas tecnologias baseadas em IA, honrando o pioneirismo que tivemos nesse campo ao longo da última década.