Relatório do primeiro semestre sobre o mercado transacional brasileiro

Volume de Fusões e Aquisições registra crescimento de 2% no primeiro semestre de 2022

  • No primeiro semestre foram registradas 1130 transações e um total de BRL 157,7bi
  • Empresas norte-americanas aumentaram em 7% suas aquisições no mercado brasileiro
  • Fundos de Venture Capital investem BRL 17,0bi no período
  • Aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 8%

O mercado transacional brasileiro registrou no primeiro semestre de 2022, 1130 operações com valor total de BRL 157,7bi, de acordo com o mais recente relatório  do Transactional Track Record em colaboração com o Intralinks.

No segundo semestre, 513 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 89,7bi.

Operações do mercado transacional do 2Q de 2020 até 2Q de 2022
Fonte: Transactional Track Record.

Esses números representam um aumento de 2% no número de transações em relação ao mesmo período de 2021. Do total das transações, 47% possuem os valores revelados e 76% das operações já estão concluídas.

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 217 transações, representando uma diminuição de 40% em relação ao mesmo período de 2021. Em segundo lugar está o setor de Industry-Specific Software, com 180 transações. 

Âmbito Cross-Border

No primeiro semestre de  2022, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 20 transações e um total de BRL 3,5bi, seguido pelo México e Colômbia com nove operações, cada.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 122 e 23 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

O volume de  empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registrou um aumento de 7% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 8%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma diminuição de 23% no primeiro semestre.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 44 transações e um total de BRL 10,8bi no período, registrando uma queda de 38% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2021.

No âmbito de Venture Capital, foram realizadas 375 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 17,0bi, o que resulta um aumento de 15% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 95 transações e um total de BRL 37,7bi no primeiro semestre de 2022, representando uma queda de 5% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do trimestre

A transação destacada pelo TTR no segundo trimestre de 2022, foi a conclusão da venda da Oxiteno para a Indorama Ventures, anteriormente detida pela Ultrapar. O valor da transação é de USD 1,3bi.

A operação contou com a assessoria jurídica, em lei brasileira, dos escritórios Stocche Forbes Advogados; BMA – Barbosa Müssnich Aragão; Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Bank of America; Torre Deutsche Bank; e PwC.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica do primeiro semestre 2022 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações e em valor, lidera o  BTG Pactual, com 36 operações e um total de BRL 44,7bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2022 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 63 operações. Em valor, lidera o BMA – Barbosa Müssnich Aragão contabilizando um total de BRL 44,8bi.

Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Maio 2022

Em 2022 volume de Fusões e Aquisições acumula crescimento de  de 8% até maio

  • Até maio foram registradas 930 transações
  • Mercado de Fusões e Aquisições movimenta BRL 131,1bi
  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com 171 transações
  • Empresas norte-americanas aumentaram em 19% suas aquisições no mercado brasileiro

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 930 transações e movimentou BRL 131,1bi até maio, de acordo com o relatório mensal do Transactional Track Record em colaboração com o Intralinks.

Esses números representam um aumento de 8% no número de transações em relação ao mesmo período de 2021. Do total das transações, 46% possuem os valores revelados e 76% das operações já estão concluídas.

Em maio, 144 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 22,5bi.

Operações do mercado transacional de maio de 2021 a maio de 2022
Fonte: Transactional Track Record.

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 171 transações, representando uma diminuição de 40% em relação ao mesmo período de 2021. Em segundo lugar está o setor de Industry-Specific Software, com 148 transações. 

Âmbito Cross-Border

Até maio de  2022, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 15  transações e um total de BRL 3,4bi, seguido pela Colômbia com oito operações.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 104 e 20 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 19% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 28%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma diminuição de 16% até maio.

Entrevista com Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados

Elie J. Sherique, sócio especialista em direito societário, Fusões e Aquisições domésticas e cross-border, e Guilherme Bueno Malouf, sócio especialista em Fusões e Aquisições, investimentos de private equity e constituição de fundos de investimento estruturados, conversaram com o TTR para esta edição, e analisaram os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil, em 2022: “O pós-pandemia, os aspectos macroeconômicos e as eleições presidenciais no fim do ano trazem desafios para as empresas locais bem como impactam nas decisões de investimento. Em razão de tais fatores, a atividade no mercado de fusões e aquisições tem sido bastante intensa neste início de ano e movimentos de consolidação vêm sendo percebidos em diversos setores da economia. A disponibilidade de capital de certas companhias abertas, que nos últimos meses captaram recursos através do mercado de capitais, o valor menos alavancado de avaliação de empresas de certos setores da economia e a necessidade de recursos para realização de investimentos para aquelas empresas que não acessaram o mercado de capitais e/ou receberam investimentos nos últimos anos, são fatores essenciais para impulsionar a consolidação no mercado de M&A. Temos visto que os setores de varejo, saúde, tecnologia e energia tem se destacado neste movimento de consolidação.”

Para entrevista completa, clique aqui

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 39 transações e um total de BRL 10,1bi no período, registrando uma queda de 31% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2021.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 299 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 14,2bi, o que resulta um aumento de 17% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 85 transações e um total de BRL 33,6bi até maio, representando um crescimento de 6% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR em maio de 2022, foi a conclusão da fusão da Eve Air Mobility com a Zanite Acquisition. O valor da transação é de USD 512m.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados;  White & Case; Lefosse Advogados; Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom; e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Banco Bradesco BBI e Banco Itaú BBA.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até maio de 2022 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações e em valor, lidera o Banco BTG Pactual, com 32 operações e um total de BRL 39,4bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2022 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 50 operações. Em valor, lidera o BMA – Barbosa Müssnich Aragão contabilizando um total de BRL 35,7bi.

Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Abril 2022

Mercado de Fusões e Aquisições brasileiro movimenta BRL 104,9bi no primeiro quadrimestre de 2022

  • No primeiro quadrimestre foram registradas 761 transações
  • Volume de Fusões e Aquisições registra crescimento de 16%
  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com 144 transações
  • Empresas norte-americanas aumentaram em 25% suas aquisições no mercado brasileiro

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 761 transações e movimentou BRL 104,9bi no primeiro quadrimestre, de acordo com o relatório mensal do Transactional Track Record em colaboração com o Intralinks.

Esses números representam um aumento de 16% no número de transações em relação ao mesmo período de 2021. Do total das transações, 46% possuem os valores revelados e 76% das operações já estão concluídas.

Em abril, 161 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 38,4bi.

Operações do mercado transacional de abril de 2021 a abril de 2022
Fonte: Transactional Track Record.

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 144 transações, representando uma diminuição de 33% em relação ao mesmo período de 2021. Em segundo lugar está o setor de Industry-Specific Software, com 124 transações. 

Âmbito Cross-Border

No primeiro quadrimestre de  2022, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 12  transações e um total de BRL 1,1bi, seguido pela Colômbia com oito operações.

Os Estados Unidos e a Alemanha, com 85 e 16 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 25% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 38%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma diminuição de 35% até abril.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 27 transações e um total de BRL 4,8bi no período, registrando uma queda de 42% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2021.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 239 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 10,8bi, o que resulta um aumento de 25% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 71 transações e um total de BRL 24,4bi até abril, representando um crescimento de 9% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR em abril de 2022, foi a conclusão da venda da Oxiteno pela Ultrapar Participações para a Indorama Ventures. O valor da transação é de USD 1,3bi.

A operação contou com a assessoria jurídica em lei brasileira dos escritórios Stocche Forbes Advogados; BMA – Barbosa Müssnich Aragão;  Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Bank of America; Torre Deutsche Bank; e PwC.

Entrevista com Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados

Elie J. Sherique, sócio especialista em direito societário, Fusões e Aquisições domésticas e cross-border, e Guilherme Bueno Malouf, sócio especialista em Fusões e Aquisições, investimentos de private equity e constituição de fundos de investimento estruturados, conversaram com o TTR para esta edição, e analisaram quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil: “Entendemos que o mercado de energia vem gerando boas oportunidades de negócio no mercado de M&A pois diversas empresas do setor vêm investindo em matrizes renováveis e desenvolvimento de novas formas de geração de energia (sem contar o movimento de transição energética).

O agronegócio brasileiro merece destaque em razão da alta necessidade mundial por tais commodities no pós-pandemia, bem como pelo valor atual do câmbio que maximiza o retorno das empresas do setor nas exportações. Acreditamos que o setor de tecnologia se manterá como um dos setores mais ativos, atraindo atenção de investidores estratégicos e financeiros. Por fim, apostamos também no setor de saúde, em várias de suas vertentes (clínicas e hospitais, farmacêutico, healthtech). Esse setor se mostrou aquecido em 2021 e segue com tendência de forte movimentação.”

Para entrevista completa, clique aqui

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica do primeiro quadrimestre de 2022 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações e em valor, lidera o Banco BTG Pactual, com 22 operações e um total de BRL 31,6bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2022 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 45 operações. Em valor, lidera o BMA – Barbosa Müssnich Aragão contabilizando um total de BRL 26,2bi.

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese (scroll down)

TTR Dealmaker Q&A with Machado Meyer Advogados Partners Elie J. Sherique and Guilherme Bueno Malouf

Machado Meyer Advogados

Elie J. Sherique

Sherique is a specialist in corporate law, national and cross-border mergers and acquisitions, private equity operations, capital markets, and corporate governance, besides joint ventures, corporate reorganizations, international investments, structured operations, business transactions, financial products and operations involving publicly-held companies. He has previous experience in operations concerning several sectors, in particular, automotive, banking, construction, electronics, energy, pharmaceutical, real estate, mining, oil and gas, financial services, general services, technology, telecommunications, and retail. Is part of the Latin American & Iberian Desk of Machado Meyer, assisting some of the main Spanish and Latin American investors in Brazil.

Guilherme Bueno Malouf

Expert in M&A transactions, private equity investments, organization of structured investment funds, especially Equity Investment Funds (FIP), Real Estate Investment Funds (FII), and Credit Rights Investment Funds (FIDC). Malouf has extensive experience in the food and beverage, steel, cement, real estate, energy, services, technology, and retail. In addition to serving as head of our M&A practice, Malouf is also a member of the Asian Desk of our firm.


TTR: ¿What are your main conclusions for the M&A market in 2022?

The 2021 was an exceptional year to M&A transactions carried out in Brazil and we expect the market to remain warm for at least the next few months. We can relate this expectation to some factors, among them: the fact that in 2021 many companies capitalized themselves through IPOs and follow-ons with the objective of financing acquisitions in line with their expansion plans and the “unlocking” of the pipeline of ongoing operations that had been frozen because of the pandemic. We have been very active in operations in the technology, energy, financial services, healthcare and agribusiness sectors. We believe that in 2022 we will still see the effects of such trends, despite the turmoil arising from a very polarized election year and an external scenario with wars and rising interest rates in the US. In particular, we believe that the aforementioned sectors, especially technology and healthcare, will continue to be very strong and attract interest from strategic players and financial sponsors.

TTR: What are the most relevant drivers for consolidating the M&A market in Brazil, in 2022?

The post-pandemic, macroeconomic aspects and the presidential elections at the end of the year bring challenges for local companies as well as impact on investment decisions. Due to these factors, activity in the mergers and acquisitions market has been quite intense at the beginning of the year and consolidation movements have been noticed in several sectors of the economy. The availability of capital from certain publicly-held companies that in recent months have raised funds through the capital market, the less leveraged valuation value of companies in certain sectors of the economy and the need for funds to carry out investments for those companies that have not accessed the market of capital and/or received investments in recent years, are essential factors to drive consolidation in the M&A market. We have seen that the retail, health, technology and energy sectors have stood out in this consolidation movement.

TTR: In which sectors might international investors find the biggest opportunities in Brazil? Why?

We understand that the energy market has been generating good business opportunities in the M&A market, as several companies in the sector have been investing in renewable matrices and developing new forms of energy generation (not to mention the energy transition movement). Brazilian agribusiness deserves to be highlighted due to the high global need for such commodities in the post-pandemic period, as well as the current exchange rate value that maximizes the return of companies in the sector on exports. We believe that the technology sector will remain one of the most active sectors, attracting the attention of strategic and financial investors. Finally, we also bet on the health sector, in several of its aspects (clinics and hospitals, pharmaceuticals, healthtech). This sector proved to be heated in 2021 and continues with a strong trend.

TTR: Machado Meyer ha sido uno de los asesores líderes en operaciones de energías renovables en Brasil, ¿Cuáles serán las perspectivas de este sector en el mediano y largo plazo?   

We have been working quite often for companies in the renewables sector, both on the buying and selling side. In recent months we have represented local players and foreign investors who have shown a lot of interest in renewable energy matrix projects. As Brazil has a favorable regulatory environment and a very advantageous geographic capacity, we believe that the renewable energy sector will remain very active and heated in the medium and long term.

TTR: How will the conflict between Russia and Ukraine impact the energy sector, and what does this mean for M&A market?

The conflict between Russia and Ukraine has unleashed an unprecedented impact on gas supplies to Europe. The dependence of several European countries on this energy source was evident. This scenario has made the discussions regarding the need to implement the energy transition to cleaner and renewable energy sources to gain strength, which in a way can even help the flow of operations in Brazil. On the other hand, wartime generates greater conservatism on the part of investors, who may choose to “play safe” and postpone expansion plans. The increase in US interest rates may intensify this scenario.

TTR:  How has Machado Meyer handled the crisis in terms of advising clients and what opportunities has the company identified through the current situation in the country?

In recent years Machado Meyer has been consolidating its leadership position in the execution of M&A transactions, both in terms of the number of transactions carried out as well as the volume of transactions handled by the firm’s partners. In recent years, the firm has worked on a large number of multi-billion M&A transactions. In 2021, we were the leading firm in Latin America in terms of the number of operations carried out in M&A, capital markets and debt issuance transactions. We understand that our experience in relevant M&A transactions, combined with our relevant client base and the level of seniority of the partners working in M&A transactions, has made Machado Meyer’s M&A practice have had an exceptional performance in recent times of crisis.

In times of crisis, like the current one, we always try to put ourselves in the position of our customers and help them navigate the (more or less strangled) processes they were going through. Such assistance even includes the adoption of more flexible billing arrangements. In terms of opportunity, we understand that the resilience of agribusiness and the attractive price of our assets (especially after the devaluation of the real) represent important attractions for investors and times explored in the investor market.

TTR: What will Machado Meyer main challenges be in terms of M&A deals in Brazil during 2022?

Surely the biggest challenge we will have in 2022 will be the presidential elections in October. Historically, presidential elections in Brazil end up generating uncertainty and distrust of certain investors regarding the continuity of regulatory, economic and political agendas. In any case, our M&A team is very confident that despite the current political scenario, we have enough subsidies to support our clients in order to carry out M&A transactions with confidence and security even in adverse political and electoral conditions.


Portuguese version


Machado Meyer Advogados

Elie J. Sherique

Especialista em direito societário, fusões e aquisições domésticas e cross-border, operações de private equity, mercado de capitais, governança corporativa, além de joint ventures, reorganizações societárias, investimentos estrangeiros, operações estruturadas, transações comerciais, produtos financeiros e operações envolvendo companhias de capital aberto. Tem experiência em operações envolvendo diversos setores, principalmente automotivo, bancário, construção, eletroeletrônico, energia, farmacêutico, imobiliário, mineração, petróleo e gás, serviços financeiros, serviços em geral, tecnologia, telecomunicações e varejo.

É membro do Latin American & Iberian Desk do Machado Meyer, assistindo a alguns dos principais investidores espanhóis e latino-americanos no Brasil.

Guilherme Bueno Malouf

Especialista em operações de M&A, investimentos de private equity e constituição de fundos de investimento estruturados, principalmente Fundos de Investimento em Participações (FIP), Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Malouf tem ampla experiência nos segmentos de alimentos e bebidas, cimento, serviços de segurança, imobiliário, energia, serviços, tecnologia e varejo. Além de atuar como head da nossa área de M&A, Malouf também é membro do Asian Desk do nosso escritório.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A no 2022?

O ano de 2021 foi um ano excepcional em termos de operações de M&A realizadas no Brasil e temos a expectativa que o mercado se mantenha aquecido pelo menos pelos próximos meses. Podemos relacionar tal expectativa a alguns fatores, dentre eles: o fato de que em 2021 muitas empresas se capitalizaram por meio de IPOs e follow-ons com o objetivo de financiar aquisições em consonância com seus planos de expansão e o “destravamento” do pipeline de operações em curso e que haviam sigo congeladas por conta da pandemia. Temos estado bastante ativos em operações nos setores de tecnologia, energia, serviços financeiros, saúde e agronegócio. Acreditamos que em 2022 ainda observaremos os efeitos de tais tendências, em que pesem as turbulências advindas de um ano eleitoral muito polarizado e um cenário externo com guerras e elevação dos juros nos EUA. Em particular, acreditamos que os setores acima mencionados, especialmente tecnologia e saúde, seguirão muito forte e atraindo interesse de players estratégicos e de financial sponsors.

TTR: Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil, em 2022?

O pós-pandemia, os aspectos macroeconômicos e as eleições presidenciais no fim do ano trazem desafios para as empresas locais bem como impactam nas decisões de investimento. Em razão de tais fatores, a atividade no mercado de fusões e aquisições tem sido bastante intensa neste início de ano e movimentos de consolidação vêm sendo percebidos em diversos setores da economia. A disponibilidade de capital de certas companhias abertas, que nos últimos meses captaram recursos através do mercado de capitais, o valor menos alavancado de avaliação de empresas de certos setores da economia e a necessidade de recursos para realização de investimentos para aquelas empresas que não acessaram o mercado de capitais e/ou receberam investimentos nos últimos anos, são fatores essenciais para impulsionar a consolidação no mercado de M&A. Temos visto que os setores de varejo, saúde, tecnologia e energia tem se destacado neste movimento de consolidação.

TTR: Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Entendemos que o mercado de energia vem gerando boas oportunidades de negócio no mercado de M&A pois diversas empresas do setor vêm investindo em matrizes renováveis e desenvolvimento de novas formas de geração de energia (sem contar o movimento de transição energética). O agronegócio brasileiro merece destaque em razão da alta necessidade mundial por tais commodities no pós-pandemia, bem como pelo valor atual do câmbio que maximiza o retorno das empresas do setor nas exportações. Acreditamos que o setor de tecnologia se manterá como um dos setores mais ativos, atraindo atenção de investidores estratégicos e financeiros. Por fim, apostamos também no setor de saúde, em várias de suas vertentes (clínicas e hospitais, farmacêutico, healthtech). Esse setor se mostrou aquecido em 2021 e segue com tendência de forte movimentação.

TTR: Machado Meyer é um dos principais assessores em operações de energia renovável no Brasil. Quais são as perspectivas desse setor no médio e longo prazo?

Temos atuado com bastante frequência para empresas do setor de renováveis, seja na ponta compradora bem como na ponta vendedora. Nos últimos meses temos representado players locais e investidores estrangeiros que têm mostrado bastante interesse nos projetos de matrizes de energia renovável. Em razão do Brasil possuir um ambiente regulatório favorável e uma capacidade geográfica bastante vantajosa, entendemos que o setor de energia renovável seguirá bastante ativo e aquecido no médio e longo prazo.

TTR: Como o conflito entre a Rússia e a Ucrânia afetará o setor de energia, e o que isso significa para o mercado de fusões e aquisições?

O conflito entre Rússia e Ucrânia desencadeou um impacto sem precedentes no fornecimento de gás para a Europa. Ficou evidente a dependência de diversos países europeus a esta fonte de energia. Tal cenário fez com que as discussões relativas à necessidade de se implementar a transição energética para formas de energias mais limpas e renováveis ganhassem força, o que de certa forma pode até ajudar o fluxo de operações no Brasil. Por outro lado, tempos de guerra geram maior conservadorismo por parte de investidores, que podem optar por “play safe” e postergar planos de expansão. O aumento de juros norte-americanos pode intensificar esse cenário.

TTR: Como o Machado Meyer lidou com a crise em termos de assessoria aos clientes e quais oportunidades o escritório identificou na situação atual do país?

Nos últimos anos o Machado Meyer vem consolidando sua posição de liderança na execução de operações de M&A seja pela quantidade de operações realizadas bem como pelo volume das operações trabalhadas pelos sócios do escritório. Nos últimos exercícios, o escritório trabalhou em um grande número de operações de M&A multibilionárias. Em 2021, fomos o escritório líder da América Latina em quantidade de operações realizadas em M&A, mercado de capitais e transações de emissão de dívida. Entendemos que nossa experiência em operações relevantes de M&A, aliada à nossa relevante base de clientes e o nível de senioridade dos sócios que atuam em operações de M&A, fez com que a prática de M&A do Machado Meyer tivesse tido um excepcional desempenho nestes últimos tempos de crise.

Em tempos de crise, como o atual, tentamos sempre nos colocar na posição de nossos clientes e ajudá-los e navegar pelos processos (mais ou menos estrangulados) por que passavam. Tal auxílio inclui, inclusive,  a adoção de arranjos de cobrança mais flexíveis. Em termos de oportunidade, entendemos que a resiliência de nosso agronegócio e o preço atrativo de nossos ativos (especialmente após a desvalorização do real) representam atrativos importantes para investidores e tempos ao explorado junto ao mercado investidor.  

TTR: Quais serão os principais desafios do Machado Meyer em termos de transações de M&A no Brasil durante 2022?

Seguramente o maior desafio que teremos em 2022 serão as eleições presidenciais no mês de outubro. Historicamente, eleições presidenciais no Brasil acabam por gerar incertezas e desconfiança de certos investidores quanto à continuidade de pautas regulatórias, econômicas e políticas. De toda forma, nossa equipe de M&A está bastante confiante que apesar do cenário político atual, temos bastante subsídios para apoiar nossos clientes de forma que realizem transações de M&A com confiança e segurança mesmo em condições político-eleitorais adversas.

Relatório do primeiro trimestre sobre o mercado transacional brasileiro – 1T

Volume de Fusões e Aquisições registra crescimento de 19% no primeiro trimestre de 2022

  • No primeiro trimestre  foram registradas 569 transações e um total de BRL 63,9bi
  • Empresas norte-americanas aumentaram em 34% suas aquisições no mercado brasileiro
  • Fundos de Venture Capital investem BRL 12,7bi no período
  • Aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 48%

O mercado transacional brasileiro registrou no primeiro trimestre de 2022, 569 operações com valor total de BRL 63,9bi, de acordo com o mais recente relatório  do Transactional Track Record em colaboração com o Intralinks.

Operações do mercado transacional do 1Q de 2020 até 1Q de 2022
Fonte: Transactional Track Record.

Esses números representam um aumento de 19% no número de transações em relação ao mesmo período de 2021. Do total das transações, 46% possuem os valores revelados e 74% das operações já estão concluídas.

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 102 transações, representando uma diminuição de 37% em relação ao mesmo período de 2021. Em segundo lugar está o setor de Industry-Specific Software, com 91 transações. 

Âmbito Cross-Border

No primeiro trimestre de  2022, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 10 transações e um total de BRL 1,1bi, seguido pela Colômbia com cinco operações e pelo Uruguai, com quatro transações.

Os Estados Unidos e a Alemanha, com 70 e 14 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

O volume de  empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registrouum aumento de 34% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 48%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma dimibuição de 27% no primeiro trimestre.


Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 24 transações e um total de BRL 3,9bi no período, registrando uma queda de 29% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2021.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 173 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 8,9bi, o que resulta um aumento de 16% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 50 transações e um total de BRL 12,7bi no primeiro trimestre, representando um crescimento de 28% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.


Transação do trimestre

A transação destacada pelo TTR no primeiro trimestre de 2022, foi a conclusão da venda do projeto de mineração de fosfato Salitre no Brasilda Yara Brasil Fertilizantes para a EuroChem Brasil. O valor da transação é de USD 452,00m.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Veirano Advogados; Norton Rose Fulbright UK; Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; e Dentons UK. A Intralinks foi resposável pelo Virtual Data Room.


Entrevista com Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados

Eduardo Lanna, sócio na área de Fusões e Aquisições, Societário, Private Equity e Governança Corporativa, conversou com o TTR para esta edição, e analisou quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil: “O setor de tecnologia, com destaque para as fintechs e healthtechs, continuará em alta com boas oportunidades de investimento e consolidação, seja por grandes players do setor, fundos e venture capital. O mercado de energia também se mostra forte e com tendência de alta considerando as oportunidades de investimento, busca por uma matriz renovável, desenvolvimento de tecnologias de geração (eólica, solar, biomassa e hidrogênio verde), transição energética e seu importante papel no compromisso ESG das companhias de uma forma geral.

O setor de saúde também continua com boas oportunidades e com tendência de alta. Acompanhamos grandes transações no setor e é provável que essa consolidação continue.

Por fim, o setor de agronegócios e infraestrutura (privatizações de iluminação pública, saneamento, novas concessões de aeroportos e rodovias) devem continuar atraindo grandes investidores com um mercado movimentado.”

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Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica do primeiro trimestre de 2022 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações e em valor, lidera o Banco BTG Pactual, com 16 operações e um total de BRL 22,1bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2022 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 36 operações. Em valor, lidera o BMA – Barbosa Müssnich Aragão contabilizando um total de BRL 17,0bi.