Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Fevereiro 2022

Volume de Fusões e Aquisições registra crescimento de 26% no primeiro bimestre de 2022

  • No primeiro bimestre  foram registradas 354 transações e um total de BRL 52,5bi
  • Empresas norte-americanas aumentaram em 18% suas aquisições no mercado brasileiro
  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com  72 transações
  • Fundos de Venture Capital investem BRL 5,8bi no período

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 354 transações e movimentou BRL 52,5bi no primeiro bimestre, de acordo com o relatório mensal do Transactional Track Record em colaboração com o Intralinks.

Esses números representam um aumento de 26% no número de transações em relação ao mesmo período de 2021. Do total das transações, 46% possuem os valores revelados e 73% das operações já estão concluídas.

Em fevereiro, 152 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 29,3bi.

Operações do mercado transacional de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022
Fonte: Transactional Track Record.

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo no período, com um total de 72 transações, representando uma diminuição de 19% em relação ao mesmo período de 2021. Em segundo lugar está o setor de Business & Professional Support Services, com 61 transações. 

Âmbito Cross-Border

No primeiro bimestre de  2022, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com seis transações e um total de BRL 238,12m, seguido pela Colômbia e Argentina, com duas operações cada.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 44 e oito transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 18% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 65%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma dimibuição de 33% até fevereiro.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 16 transações e um total de BRL 3,0bi no período, registrando uma queda de 38% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2021.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 105 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 5,8bi, o que resulta um aumento de 17% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 27 transações e um total de BRL 11,9bi até fevereiro, representando um crescimento de 42% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR em fevereiro de 2022, foi a conclusão da fusão entre o Grupo Hapvida e a Notre Dame Intermédica. O valor da operação é de aproximadamente BRL 50,5bi.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Pinheiro Neto Advogados; Madrona Advogados; Souza, Mello e Torres; Lefosse Advogados; e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Banco BTG Pactual; Banco Itaú BBA; Banco J.P. Morgan Brasil; Citi Brasil; KPMG Brasil, a qual realizou uma auditoria; Apsis Consultoria e Avaliações, realizou um relatório de avaliação; e a XP Investimentos, responsável pelo fairness opinion.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica dos dois primeiros meses de 2022 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é reportada pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações, lidera o Banco Itaú BBA, com sete operações. Em valor, lidera o Olimpia Partners e Vinci Partners, contabilizando um total de BRL 15,5bi, cada.     

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2022 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 27 operações. Em valor, lidera o Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados contabilizando um total de BRL 9,9bi.

Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Janeiro 2022

Volume de Fusões e Aquisições registra crescimento de 61% no primeiro mês de 2022

  • Em janeiro de 2022, foram registradas 176 transações eum total de BRL 22,4bi
  • A empresas norte-americanas realizam 27 aquisições em janeiro, aumento de 107%
  • Fundos de Venture Capital investem BRL 4,1bi em janeiro de 2022

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 176 transações e movimentou BRL 22,4bi em janeiro, de acordo com o relatório mensal do Transactional Track Record em colaboração com o Intralinks e o TozziniFreire Advogados.

Operações do mercado transacional de janeiro de 2021 a janeiro de 2022
Fonte: Transactional Track Record.

Esses números representam um aumento de 61% no número de transações em relação ao mesmo período de 2021. Do total das transações, 42% possuem os valores revelados e 73% das operações já estão concluídas.

O setor de Internet, Software & IT Services foi o mais ativo em janeiro, com um total de 38 transação, representando um aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2021. Em segundo lugar está o setor de Business & Professional Support Services, com 37 transações. 

Âmbito Cross-Border

Em janeiro de 2022, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com três transações e um total de BRL 22,83m, seguido por Israel e Reino Unido, registrando uma operação cada.

Os Estados Unidos e a Argentina, com 27 e seis transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 107% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 100%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve um aumento de 50% em janeiro de 2022.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas nove transações e um total de BRL 1,4bi em janeiro, registrando uma diminuição de 43% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2021.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 48 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 4,1bi, o que resulta um aumento de 41% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 12 transações e um total de BRL 8,1bi em janeiro, representando um crescimento de 20% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR em janeiro de 2022 foi a conclusão da aquisição da CCG Participações (Centro Clínico Gaúcho) pela Notre Dame Intermédica, através de sua subsidiária BCBF Participações. O valor da transação é de BRL 1,0bi.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados; e Barbosa, Raimundo, Gontijo, Câmara & Zanotta. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Banco BTG Pactual; e Setter.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica em janeiro de 2022 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais,  por número de transações e pelo valor total.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2022 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 16 transações. Em valor, lidera o Spinelli Advogados contabilizando um total de BRL 3,0bi.

Relatório anual sobre o mercado transacional brasileiro – 2021

Mercado de Fusões e Aquisições brasileiro movimenta BRL 595,5bi em 2021

  • Em 2021, foram registradas 2560 transações
  • Volume de fusões e aquisições apresenta crescimento de 51%
  • Quarto trimestre de 2021 é mais ativo desde os últimos oito trimestres, contabilizando um total de BRL 190,1bi
  • Setor de Tecnologia é o mais ativo do ano, com 933 transações
  • Houve um aumento de 57% no número de transações em Venture Capital
  • As empresas norte-americanas aumentaram em 93% suas aquisições no Brasil

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 2560 transações e movimentou BRL 595,5bi em 2021, de acordo com o relatório anual do Transactional Track Record.

Esses números representam um aumento de 51% no número de transações em relação ao mesmo período de 2020. Do total das transações, 51% possuem os valores revelados e 84% das operações já estão concluídas.

No quarto trimestre, 717 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, por um valor total de BRL 190,1bi, sendo o trimestre mais ativo desde os últimos oito trimestres, em relação ao capital mobilizado.

Operações do mercado transacional do 4Q de 2019 até 4Q de 2021
Fonte: Transactional Track Record.

O setor de Tecnologia permanece o mais ativo do ano, com um total de 933 transações, representando um aumento de 67% em relação ao mesmo período de 2020. Em segundo lugar está o setor de Financeiro e Seguros, com 469 transações. 

Ámbito Cross-Border 

Em 2021, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 58 transações e um total de BRL 10,3bi, seguido pela Argentina com 17 operações e pelo México com 16 transações.

Os Estados Unidos e a Argentina, com 244 e 39 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 93% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 79%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve um aumento de 8% em 2021.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 124 transações e um total de BRL 53,4bi até 31 de dezembro, registrando uma diminuição de 10% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2020.

No âmbito de Venture Capital, foram realizadas 740 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 66,0bi, o que resulta um aumento de 57% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 285 transações e um total de BRL 164,9bi em 2021, representando um crescimento de 21% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do ano

A transação destacada pelo TTR em 2021, foi a aquisição da Evoltz Participações pela OTPP – Ontario Teachers’ Pension Plan, a qual era detida pelo Seville Fundo de Investimento, fundo da TPG Capital. O valor da transação foi de BRL 3,0bi.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Cleary Gottlieb Steen & Hamilton US (Global); Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; TozziniFreire Advogados; Linklaters USA; Debevoise & Plimpton; Torys US. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Banco BTG Pactual; Banco Modal; Goldman Sachs; e pela EY Brasil e KPMG Brasil, os quais realizaram due diligence.

Entrevista com Lefosse Advogados

Rodrigo Junqueira, managing partner e sócio das áreas de Societário e M&A, Mercado de Capitais e Private Equity, e Luiz Octavio Lopes, sócio da área de Societário e M&A, conversaram com o TTR para esta edição, e analisaram os setores que apresentam as maiores oportunidades para investidores internacionais no Brasil em 2022: “Os setores mais atraentes para o investidor estrangeiro no momento são aqueles que estão menos expostos ao contexto político. Nesse sentido, realizamos um número importante de transações relacionadas ao agronegócio, como resultado claro da atual alta do ciclo de commodities. Nesse cenário, continuaremos a ver muito interesse no setor de energia, especialmente nas operações relacionadas a projetos solares, linhas de transmissão e Geração Distribuída, impulsionados pela tendência da indústria 3D – Descarbonização, Descentralização e Digitalização. Além disso, observamos continuamente um grande interesse no setor de saúde, com enorme potencial de crescimento.

No entanto, podemos nos surpreender positivamente com movimentos expressivos em setores que atualmente são negociados em múltiplos fortemente descontados, seja diretamente devido à COVID-19 ou a outros fatores, como é o caso atualmente do varejo e da indústria.”

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Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica do ano de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade das empresas líderes é reportada pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações lidera ao longo de 2021 o Banco Bradesco BBI, com 93 operações. Em valor, lidera o Banco BTG Pactual, contabilizando um total de BRL 157,5bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2021 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 137 transações. Em valor, lidera o Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados contabilizando um total de BRL 147,3bi.

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese (scroll down)

TTR Dealmaker Q&A with Lefosse Advogados Partners Luiz Octavio Lopes and Rodrigo Junqueira

Lefosse Advogados

Luiz Octavio Lopes

Luiz is a partner in the corporate and M&A area at Lefosse. He has extensive transactional experience having served as leading counsel in a large number of corporate and capital markets transactions in Brazil and abroad. Before joining Lefosse, Luiz Octavio was a managing director at the investment banking group at Banco Credit Suisse where he was head of the M&A area in Brazil.

Luiz Octavio holds a Law degree from UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) and a master’s degree in Law (LL.M) from the New York University School of Law.

Rodrigo Junqueira

Rodrigo is the managing partner and partner in the Corporate and M&A, Capital Markets and Private Equity areas at Lefosse. He has extensive experience in capital markets operations including equity and debt, advising both issuers and coordinators. Rodrigo has used his knowledge of listed companies and regulations to develop a broad and successful practice covering M&A and private equity.

Rodrigo graduated in Law from PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) and in Administration from FGV-SP (Fundação Getulio Vargas). He has international experience as an associate at Davis, Polk & Wardwell in New York.


TTR: How would you describe the current situation of the players in the transactional market in Brazil with the current political and economic situation?, What will Lefosse main challenges be in terms of M&A deals in Brazil during 2022? 

Uncertainties relating to Brazilian political and economic conditions could be at the core of an M&A buyer’s risk analysis in 2022. In the wake of the pandemic, a major worry is a general downward spiral in the economy, associated with the depreciation of our local currency (ie Real), inflation and high interest rates, that jointly continue to delay company projects and household consumption. We believe that as the electoral scenario becomes clearer and the government demonstrates control of public accounts, such risks will be seen as overcome.

Moreover, COVID-19 is still a major challenge to be overcome. Since the outbreak of the pandemic, many prospective buyers have postponed their purchases until the COVID-19 uncertainties are over. Nevertheless, as the recent uptick in deals has shown, the pandemic’s uncertainties are no longer a showstopper to M&A activity.

TTR: Which three sectors present the greatest opportunities for international investors in in Brazil 2022, and why?

We believe that the most attractive sectors for foreign investors at the moment are those that are least exposed to the political cycle. In this sense, we are already working on an important number of transactions related to the agribusiness sector, as a clear result of the current high in the commodities cicle. Likewise, we believe that we will continue to see a lot of interest in the energy sector, especially in operations related to solar projects, transmission lines and DG, driven by the 3D industry trend –Decarbonization, Decentralization and Digitization. Additionally, we continuously see a lot of interest in the healthcare sector, resulting from the sector’s tremendous growth potential.

Nevertheless, we may be positively surprised by expressive movements in sectors that are currently traded on heavily discounted multiples, whether directly due to COVID-19 or other factors, as is currently the case of the retail and the industrial sectors.

TTR: What will be the main drivers for consolidation in technology sector in 2022?

In our view, that M&A operations in the technology sector in Brazil will be driven by 3 main factors: capitalized companies, operational and commercial synergies and digital transformation.

  1. Capitalized companies. Many industry leading companies have recently concluded their IPOs in B3. The increase in the representation of companies in the technology sector at B3 has been quite expressive: it went from 4 companies at the beginning of 2020 to 17 at the end of 2021. Additionally, there are also Brazilian companies that recently concluded their IPOs in other countries. Such companies aim to expand, often not only in the local market, but also in the international market, and present the acquisition of competing or complementary companies as one of the main destinations of the funds raised.
  2. Operational and commercial synergies. This movement involves the formation of large holding companies with already consolidated companies seeking synergies, increased margins and cross-selling, serving the same company with a more complete portfolio of services and solutions.
  3. Digital transformation. Finally, we have several companies from traditional sectors of the economy that must undergo digital transformations to maintain their business and that, through such acquisitions, seek speed-up such process or even to reposition their product, brand, or even the way of providing the service offered.

TTR: How do you evaluate the Brazilian capital markets in 2021? What factors could coincide for companies to once again perceive an attractive window to go public?

Brazilian capital markets had a record year in 2021. Companies from the most diverse sectors went public and investors of the most diverse profiles recognized the Stock Exchange as a vehicle for diversifying their investment portfolios. We are very enthusiastic and excited about 2022. We believe that the maturation trend of the Brazilian capital market will be maintained, and as uncertainties associated with the presidential election dissipate over the course of the year, a large number of companies will access the market to capture resources to sustain their growth.

TTR: What does the dissemination of digital investment platforms imply for access to the capital market in Brazil in the short and medium term?

In 2020 and 2021 we saw a large number of investors, mainly individuals, investing for the first time in the Stock Exchange due to the increasing reach of the digital platforms. We believe that in this year of 2022 and in the years to come, we will not only face an acceleration in the use of these platforms to access investments on the Stock Exchange — bringing greater strength and ease of access to the Brazilian capital market –, but also the opening of a new cycle, in which a new range of products, until recently restricted to large institutional investors, will be offered to all. Investors will have more direct access to the so-called “alternative investments” – such as judicial, energy and agricultural assets, to cryptoactive assets, as well as greater ease in trading fixed-income securities – which could foster and boost the long-awaited liquidity in the Brazilian secondary fixed-income market.

TTR: What will be the main regulatory and tax challenges for the M&A market in 2022?

We do not anticipate major regulatory or tax challenges this year in Brazil. Due to the upcoming elections, we believe in a trend towards stability until the political scenario is defined.


Portuguese version


Lefosse Advogados

Luiz Octavio Lopes

Luiz é sócio da área de Societário e M&A do Lefosse. Possui ampla experiência transacional, tendo atuado como leading counsel em grande número de operações societárias e de mercado de capitais no Brasil e no exterior. Antes de ingressar no Lefosse, atuou como managing director no grupo de investimentos do Banco Credit Suisse, onde foi head da área de M&A no Brasil.

Graduou-se em direito pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e recebeu o título de mestre em direito (LL.M) pela New York University School of Law.

Rodrigo Junqueira

Rodrigo é managing partner e sócio das áreas de Societário e M&A, Mercado de Capitais e Private Equity do Lefosse. Possui ampla experiência em operações no mercado de capitais, incluindo equity e dívida, assessorando tanto emissores quanto coordenadores. Tem usado seu conhecimento em empresas listadas e regulamentação para desenvolver uma ampla e bem-sucedida prática cobrindo M&A e private equity.

Graduou-se em Direito pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e em Administração pela FGV-SP (Fundação Getulio Vargas). Possui experiência internacional como advogado associado no escritório Davis, Polk & Wardwell em Nova Iorque.


TTR: Como você descreveria a situação atual dos players do mercado transacional no Brasil com a atual conjuntura política e econômica? Quais serão os principais desafios da Lefosse em termos de fusões e aquisições no Brasil ao longo de 2022?

Incertezas relacionadas às condições políticas e econômicas brasileiras podem estar no cerne de uma análise de risco para transações de M&A em 2022, mas à medida que o cenário eleitoral fique mais claro e o governo demonstre controle das contas públicas, os riscos serão vistos como superados.

Na esteira da pandemia, uma grande preocupação é a espiral descendente na economia, associada à desvalorização do real, inflação e juros altos, que em conjunto continuam atrasando os projetos das empresas e reduzindo o consumo das famílias. A COVID-19 ainda é um grande desafio a ser vencido. Desde o início da pandemia, muitos compradores em potencial adiaram seus planos até que as incertezas decorrentes terminassem. No entanto, como o recente aumento nos negócios mostrou, as incertezas da pandemia não são mais um obstáculo para a atividade de M&A.

TTR: Quais são os três setores que apresentam as maiores oportunidades para investidores internacionais no Brasil em 2022, e por quê?

Os setores mais atraentes para o investidor estrangeiro no momento são aqueles que estão menos expostos ao contexto político. Nesse sentido, realizamos um número importante de transações relacionadas ao agronegócio, como resultado claro da atual alta do ciclo de commodities. Nesse cenário, continuaremos a ver muito interesse no setor de energia, especialmente nas operações relacionadas a projetos solares, linhas de transmissão e Geração Distribuída, impulsionados pela tendência da indústria 3D – Descarbonização, Descentralização e Digitalização. Além disso, observamos continuamente um grande interesse no setor de saúde, com enorme potencial de crescimento.

No entanto, podemos nos surpreender positivamente com movimentos expressivos em setores que atualmente são negociados em múltiplos fortemente descontados, seja diretamente devido à COVID-19 ou a outros fatores, como é o caso atualmente do varejo e da indústria.

TTR: Quais serão os principais fatores para a consolidação do setor de Tecnologia em 2022?

As operações de M&A no setor de tecnologia no Brasil serão impulsionadas por 3 fatores principais: empresas capitalizadas, sinergias operacionais e comerciais, e transformação digital. Muitas empresas capitalizadas líderes do setor concluíram recentemente seus IPOs na B3. O aumento da representatividade de empresas do setor de tecnologia na B3 tem sido bastante expressivo: passou de 4 empresas no início de 2020 para 17 no final de 2021. Além disso, há também empresas brasileiras que concluíram recentemente seus IPOs em outras países. Elas querem expandir, muitas vezes não apenas no mercado local, mas também no mercado internacional, e apresentar a aquisição de empresas concorrentes ou complementares como um dos principais destinos dos recursos captados.

Nos movimentos operacionais e comerciais há a formação de grandes holdings com empresas já consolidadas buscando sinergias, aumento de margens e cross-selling, atendendo a mesma empresa com um portfólio mais completo de serviços e soluções.

Por fim, temos várias empresas de setores tradicionais da economia que devem passar por transformações digitais para manter seus negócios e que, por meio dessas aquisições, buscam agilizar esse processo ou mesmo reposicionar seu produto, marca, ou mesmo a forma de fornecimento dos serviços oferecidos.

TTR: Como você avalia o mercado de capitais brasileiro em 2021? Que fatores podem coincidir para que as empresas voltem a perceber uma janela atraente para abrir o capital?

O mercado de capitais brasileiro teve um ano recorde em 2021. Empresas dos mais diversos setores abriram capital e investidores dos mais variados perfis reconheceram a Bolsa de Valores como um veículo de diversificação de suas carteiras de investimentos. A tendência de amadurecimento do mercado de capitais brasileiro possivelmente se manterá em 2022 e à medida que as incertezas associadas à eleição presidencial se dissiparem ao longo do ano, muitas empresas acessarão o mercado para captar recursos e sustentar seu crescimento.

TTR: O que significa a disseminação das plataformas digitais de investimento para o acesso ao mercado de capitais no Brasil no curto e médio prazos?

Em 2020 e 2021, vimos um grande número de investidores, principalmente pessoas físicas, pela primeira vez na Bolsa de Valores devido ao crescente alcance das plataformas digitais. Em 2022 e nos próximos, não veremos apenas uma aceleração no uso dessas plataformas para os investimentos em Bolsa – trazendo mais solidez e facilidade de acesso ao mercado de capitais brasileiro -, mas também a abertura de um novo ciclo, no qual uma gama de produtos, até recentemente restrita a grandes investidores institucionais, será oferecida a todos. Os investidores terão acesso mais direto aos chamados “investimentos alternativos” – como ativos judiciais, energéticos e agrícolas, aos criptoativos, além de mais facilidade na negociação de títulos de renda fixa – o que poderá fomentar e impulsionar a tão esperada liquidez no mercado secundário de renda fixa brasileiro.

TTR: Quais serão os principais desafios regulatórios e tributários para o mercado de M&A em 2022?

Não estimamos grandes desafios regulatórios ou fiscais neste ano. Com a proximidade das eleições, há tendência de estabilidade até que o cenário político seja definido.

Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Novembro 2021

Fusões e Aquisições de empresas de tecnologia aumenta 68% em 2021

  • Até novembro de 2021, foram registradas 2224 transações
  • Volume de fusões e aquisições apresenta crescimento de 51%
  • Setor Financeiro e Seguros é o segundo mais ativo do ano, contabilizando 408 transações
  • Empresas norte-americanas aumentaram em 76% suas aquisições no mercado brasileiro
  • Investimentos estrangeiros nos setores de Tecnologia e Internet crescem 68%

São Paulo, 06 de dezembro de 2021– O mercado transacional brasileiro registrou um total de 2224 transações e movimentou BRL 467,9bi até novembro, de acordo com o relatório mensal do Transactional Track Record em colaboração com o escritório TozziniFreire Advogados.

Esses números representam um aumento de 51% no número de transações em relação ao mesmo período de 2020. Do total das transações, 50% possuem os valores revelados e 79% das operações já estão concluídas.

Em novembro, 197 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 33,4bi.

Operações do mercado transacional de novembro de 2020 a novembro de 2021
Fonte: Transactional Track Record.

O setor de Tecnologia permanece o mais ativo do ano, com um total de 818 transações, representando um aumento de 68% em relação ao mesmo período de 2020. Em segundo lugar está o setor de Financeiro e Seguros, com 408 transações. 

Ámbito Cross-Border 

Até novembro de 2021, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 48 transações com um total de BRL 2,2bi, seguido pela Colômbia com 15 operações e pelo México com 14 transações.

Os Estados Unidos e a Argentina, com 206 e 34 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. 

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 76% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 68%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve um aumento de 18% até novembro de 2021.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 115 transações e um total de BRL 52,7bi até novembro, registrando uma diminuição de 0,8% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2020.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 643 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 55,2bi, o que resulta um aumento de 54% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 238 transações e um total de BRL 96,4bi até novembro, representando um crescimento de 15% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR em novembro de 2021, foi a conclusão da aquisição da Hortifruti pela Americanas e Lojas Americanas, através da IF Capital. O valor da operação é de BRL 2,1bi.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios BMA – Barbosa Müssnich Aragão e Lefosse Advogados. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Lazard Brasil e Banco J.P. Morgan Brasil.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até de novembro de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade das empresas líderes é reportada pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações e em valor, lidera ao longo de 2021 o Banco BTG Pactual, com 54 transações e contabilizando um total de BRL 132,5bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2021 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 98 transações. Em valor, lidera o Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados contabilizando um total de BRL 137,9bi.

Nota: * O acesso e posterior uso deste comunicado à imprensa implicará em sua concordância com o conteúdo e a respectiva citação da fonte como TTR ou Transactional Track Record.