Informe mensal Brasil – Outubro 2021

Mercado de Fusões e Aquisições brasileiro movimenta BRL 435,3bi até outubro de 2021

  • Até outubro de 2021, foram registradas 1981 transações
  • Investimentos em startups por Fundos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros crescem 25%
  • Setor de Tecnologia é o mais ativo do ano com 733 operações

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 1981 transações e movimentou BRL 435,3bi até outubro, de acordo com o relatório mensal do Transactional Track Record.

Esses números representam um aumento de 52% no número de transações em relação ao mesmo período de 2020. Do total das transações, 49% possuem os valores revelados e 78% das operações já estão concluídas.

Em outubro, 221 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 56,2bi.

O setor de Tecnologia permanece o mais ativo do ano, com um total de 733 transações, representando um aumento de 75% em relação ao mesmo período de 2020. Em segundo lugar está setor de Financeiro e Seguros, com 367 transações.

Ámbito Cross-Border 

Até outubro de 2021, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 42 transações com um total de BRL 2,2bi, seguido pela Colômbia com 13 operações e pelo México com 12 transações.

Os Estados Unidos e a Argentina, com 183 e 30 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil.

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 79% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 66%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve um aumento de 25% até outubro de 2021.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 105 transações e um total de BRL 55,8bi até outubro, registrando um aumento de 5% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2020.

No âmbito do  Venture Capital, foram realizadas 578 rodadas de investimento , movimentando um capital de BRL 48,9bi, o que resulta um aumento de 57% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 196 transações  e um total de BRL 89,1bi até outubro, representando um crescimento de 2% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR em outuro de 2021, foi a conclusão da aquisição da Somos Operações Escolares pela Eleva Educação. O valor da operação é de aproximadamente BRL 717m, valor que poderá ser ajustado a maior em 2023.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; Spinelli Advogados; BMA – Barbosa Müssnich Aragão

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até de outubro de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade das empresas líderes é reportada pelo número de transações e pelo valor total.

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações e em valor, lidera ao longo de 2021 o Banco BTG Pactual, com 48 transações e contabilizando um total de BRL 119,6bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2021 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados, com 90 transações. Em valor, lidera o Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados contabilizando um total de BRL 143,7bi.

Nota: * O acesso e posterior uso deste comunicado à imprensa implicará em sua concordância com o conteúdo e a respectiva citação da fonte como TTR ou Transactional Track Record.

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese (scroll down)

TTR Dealmaker Q&A with Tauil & Chequer Advogados Associado a Mayer Brown Partners Bruno Salzano and Guilherme Tranquillini

Tauil & Chequer Advogados Associado a Mayer Brown

Bruno Salzano

Bruno is a partner in the Corporate and M&A practice of Tauil & Chequer Advogados in association with Mayer Brown. Bruno has supported many clients in cross-border mergers and acquisitions, corporate restructurings, inbound and outbound investments and other cooperative ventures involving international and Brazilian companies, as well as in legal due diligence processes.

Bruno joined the firm in 2019. Previously, Bruno worked at Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados since 2004, and worked as a foreign associate at Cravath, Swaine & Moore LLP from 2013 to 2014.

Bruno is post-graduated in management and administration at Fundação Getulio Vargas of São Paulo and completed his master degree (LLM) in Financial, Business and International Law at King’s College London in 2013, in addition to an specialization degree in the energy industry at the Brazilian Association of Companies of the Energy Industry (Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica).

Guilherme Tranquillini

Guilherme, a Corporate & Securities partner in São Paulo, focuses his practice on mergers & acquisitions, private equity, venture capital and corporate reorganizations, domestic and cross-border, particularly those related to listed companies, franchising, education, technology, advertisement, retail and infrastructure. He also assist clients on their acquisition finance deals based on capital markets or banking products and on high-level and complex Brazilian corporate legal matters.

Previously he was a Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados associate (2010) and law clerk (2006-2007), and a Banco de Investimentos Credit Suisse (Brazil) S.A. intern (2008-2009), both in São Paulo.


TTR: How would you describe the current situation of the players in the transactional market in Brazil with the current political and economic situation? What will Mayer Brown main challenges be in terms of M&A deals in Brazil during 2022? 

Uncertain political and economic situations always lead to an almost immediate slowdown of M&A transactions, until the market players are finally ready to assess the impacts of those conditions and feel comfortable to appropriately price the resulting risks applicable to the industries where they operate. It was not different in the first half of 2020, when there was a material slowdown in the economy and a resulting reduction in the number of transactions due to the COVID-19 pandemic. However, the market experienced a significant recovery a few months later and 2020 ended with a significant and growing deal flow. Moreover, this recovery was accentuated in 2021, with transactions reaching pre-pandemic levels in general, while some industries had actually exceeded those levels, such as the technology sector.

The current adverse macroeconomic landscape (higher inflation and interest rates, as well as uncertain tax policies), in addition to certain impacts that still arise from the pandemic itself, are expected to persist in 2022, but, as stated earlier, we believe that this landscape will not prevent players from initiating and closing M&A transactions next year.

Having said that, the political situation in 2022 tends to lead to another slowdown of M&A transactions due to the presidential election scheduled for October next year. Previous presidential elections in Brazil have been marked by increasing polarization of public opinion. Therefore, whichever are the results of the 2022 election, it is expected that a significant portion of the Brazilian population (and, therefore, the local and foreign market players) will be displeased with the next president, whoever he or she is. As a result, it is expected that another cycle of political and economic uncertainty will begin by the end of 2022 with the consequent slowdown of M&A transactions.

A mitigating factor, however, is also expected to happen until October next year. The last year of any presidential mandate have always been marked by increasing governmental expending, in order to improve the local economy and, therefore, potentially enhance the chances of a reelection. Needless to say that an economic boost tends to increase the flow of M&A transactions. Moreover, specifically with respect to President Bolsanaro’s last 12 months of the current mandate, we believe that several market liberalization measures (which were the flagship of his election in 2018 and tend to remain as such in his reelection campaign) will be taken before October 2022 – for example, the public bid for 5G technology has recently taken place, while the privatization of Eletrobras (the main player of the power and electricity industry in Brazil) is expected to occur in the first half of 2022 and there has been public references to the potential privatization of Petrobras (the main player of the oil and gas industry in Brazil and one of the largest players in world). This type of measures usually heat up the market and may bring forward the transactions that would ordinarily occur in the first half of 2023 and, therefore, create a “buffer” for the upcoming slowdown.

In summary, one of the main challenges for next year will be maintaining the current upward curve of business opportunities, despite the ongoing uncertainty surrounding the pandemic and macroeconomic agenda, as well as the upcoming presidential election.

TTR: The technology sector continues to lead M&A transaction volume in Brazil with a 83% uptick in 2021: What will be the main drivers for consolidation in this sector in 2022?

New technologies always potentially disrupt the then-current businesses. However, we believe it is fair to say that the new technologies that came up to overcome the difficulties brought by the isolation resulting from the COVID-19 pandemic (or even the resurge of not-so-new technologies that were not broadly used by the market, such as videochat gadgets) taught the entire global working population that the traditional business models with fully in-presence means have to change. Technology has now become a central concern for any kind of business, whatever sector the player operates in. In summary, every company is now a potential tech company.

This change of mindset of the entire market brought attention and financing to startups and tech companies, therefore increasing M&A transactions in the industry to record levels of deal-making, both in terms of deal volumes and values. However, several important technologies are still held by small companies; and it is fair to expect that some of the new technologies developed in the last year are still to be combined with other technologies in order to create larger materials – and, therefore, larger companies. As such, a significant consolidation movement is expected and much welcomed.

We believe that this upward movement will not decrease in 2022 – actually, it may even increase, due to the large availability of capital to the industry and the aggressive strategic goals on the part of players operating in this market.

TTR: Which three sectors present the greatest opportunities for international investors in Brazil in 2022, and why?

The market is cautiously optimistic for 2022, as not all industrial sectors experienced the same significant recovery in M&A activity throughout 2021. However, we understand that great opportunities for international investors can be seen in the sector of infrastructure, technology and telecom.

It is expected that 2022 will be an year with high governmental expending, due to the upcoming reelection campaign of President Bolsonaro. This type of expending usually occurs in the infrastructure sector, with constructions and other improvements that may be easily identified and welcomed by the general population, such as sanitation. Specifically with respect to the latter, it is important to highlight the sanitation law approved in 2020 (which is considered an important milestone for the sector) that requires private and public companies to reach high levels of services quality and universalization – therefore leading companies to look for investments and new (and well-funded) partners, which are usually foreign. Also, several important privatizations are expected to occur in 2022, such as Eletrobras (the main player of the power and electricity industry in Brazil) and Correios (the national provider of postal services), as well as the potential privatization of Petrobras (the main player of the oil and gas industry in Brazil and one of the largest players in world), which tend to have a strong presence of international players.

As mentioned earlier, the technology sector also tends to maintain its growth pace, with many opportunities for international players to increase their interest in the local economy, including companies working on a broad range of digital products. We expect a strong presence of private equity and venture capital funds in such transactions. Within this market, despite some regulatory barriers, we also see plenty of room for investments in fintechs.

The M&A market in the telecom sector is also expected to heat up next year, since, with the auction of 5G frequencies by Anatel, the entire 5G production and infrastructure chain may undergo a reformulation, which will allow the entry of new players into the local market, as well as the creation of strong incentives for investments in digital infrastructure, including 5G technology itself, private networks, data centers and fiber optic cables. In addition, companies that failed to win frequencies in the 5G auction are also expected to seek partnerships with the winners to operate the new frequencies in the country, which would increase the M&A volume.

TTR: How do you evaluate the Brazilian capital markets in 2021? What factors could coincide for companies to once again perceive an attractive window to go public?

When facing a financial downturn, companies usually do not have many options other than look for financing, which may come from banks, new partners (M&A) or the market (capital markets). With increasing interest rates, the two last options tend to be more attractive than usual. This is the current situation of several companies that faced the economic crisis triggered by the COVID-19 pandemic especially in the first half of 2020.

On the other end of this spectrum, there are companies that had a significant improvement in sales during the pandemic, such as companies in the technology sector. These companies probably have a once-in-a-lifetime opportunity to go public, when the market is looking for places to invest – and the positive results in such an extreme situation of a pandemic prove that those companies are ready to face adversities and may represent a safe harbor for the investors’ money.

Those conditions led to an impressive volume of public offerings in 2021, with more than 40 offerings.

Having said that, the uncertainties of the presidential election in October 2022 may hold off more conservative investors in public offerings in 2022. Also, some huge public offerings are expected to happen, such as the privatization of Eletrobras (which will occur as a follow-on of more than R$20 billion that will dilute the Federal Government in the voting capital of the company), and they may drain the investors’ funds who may not have appetite (or money) for other offers.

TTR: What does the dissemination of digital investment platforms imply for access to the capital market in Brazil in the short and medium term?

The intense dissemination of digital investment platforms helps democratize access to financial education and financial products which were restricted to a small number of investors until recently. This change is very welcomed, since it connects the companies to investors that were not available to them, therefore improving the financing options of those companies and increasing the competition between financing players, which leads to lower interest rates and better financing conditions. It is expected to improve the economy as a whole and, as such, benefit all players of all industries.

On the other hand, there is an evident difficulty for the Brazilian securities and exchange commission (CVM) to regulate all digital platforms to ensure that all players are properly following all applicable cyber security rules and other capital market regulations, therefore protecting the investors’ rights, especially those small ones who often lack the necessary knowledge to operate in the capital market. This difficulty to act as a proper watchdog comes not only from the obstacles to adapt the years-old rules to a brand new technology, but also the lack of sufficient staff to duly assess the increasing amount of daily capital markets operations.

Regardless, we believe that the dissemination of digital platforms is positive for the market dynamics and that these concerns will be eventually solved in the medium term, either through regulation or self-regulation initiatives.

TTR: What will be the main regulatory and tax challenges for the M&A market in 2022?

The regulatory and tax agenda will undoubtedly affect the M&A industry and capital markets next year.

The Federal Government has a clear agenda of approving a broad tax reform in the short term, but its actual scope is currently uncertain, since it has been constantly changing due to political and other public debates. The tax reform may end up being somehow immaterial to the current tax framework – which tends to be a negative scenario for the market, since a well-drafted tax reform is much awaited for several years – or even a very burdensome reform for companies and entrepreneurs – which is obviously also a bad result for the market. It is not an easy task to draft a tax reform that is right on the spot, since conflicting interests (public x private) take place, and approving a potentially unpopular reform is not an usual measure for a governmental that is seeking reelection in the next year.

Therefore, some players are rushing their M&A transactions to close still in 2021 to avoid the potential adverse impacts of a tax reform. For those that are not able to close in the short term, several protections and creative languages are under negotiation to potentially cover all possible alternatives that may be ultimately approved in the tax reform, which is naturally a very challenging exercise.

Also, since the reform is expected to make dividends distributions taxable events at some level, the valuation of companies under this uncertain scenario is also very challenging, which leads to sellers and buyers having very distant views of the proper price of their M&A transaction and, as a result, harming (or at least delaying) their negotiations. 

Environmental, social and governance (ESG) practices also tends to impact the market in 2022, including due to the CVM’s regulatory agenda that intends to include a requirement that reference forms for publicly traded companies in Brazil detail their ESG practices, if any, aiming to maintain the transparency and competitiveness of Brazilian companies vis-à-vis international markets.

The recent application of the data protection law on Brazilian companies may also impact the M&A market and company valuations in 2022, as many companies have not yet implemented the expected measures and procedures for the protection of personal data and privacy. As a result, these companies may be subject to financial penalties under the applicable law, as well as a decrease in sales and perception of their brand (especially in case of a data leak), which issues will likely be addressed in price and indemnity clauses under the M&A transactions.

Finally, other reforms could impact M&A transactions next year, such as the administrative reforms aimed at reducing the deficit in public accounts and current proposals to privatize public companies.


Portuguese version


Tauil & Chequer Advogados Associado a Mayer Brown

Bruno Salzano

Bruno é sócio das práticas de Corporate, M&A e Infraestrutura do Tauil & Chequer Advogados em associação com Mayer Brown. Bruno assessora clientes em fusões e aquisições internacionais, reestruturações societárias, investimentos inbound e outbound e outros empreendimentos cooperativos envolvendo empresas brasileiras e internacionais, bem como em processos de due diligence. Bruno ingressou no Tauil & Chequer Advogados em 2019.

Anteriormente, Bruno trabalhou no Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados desde 2004, e trabalhou como associado estrangeiro na Cravath, Swaine & Moore LLP de 2013 a 2014. Bruno é pós-graduado em gestão e administração pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo e concluiu mestrado (LLM) na King’s College London em 2013, além de ser especialista no setor elétrico pela Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica.

Guilherme Tranquillini

Guilherme é sócio da prática de Corporate & Securities do Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown no escritório de São Paulo. Ele concentra sua atuação em fusões e aquisições, private equity, venture capital e reorganizações societárias, em operações domésticas e cross-border, em especial operações relacionadas à companhias abertas, tecnologia, franquias, educação, publicidade, varejo e infraestrutura. Ele também assessora clientes em operações de aquisição no âmbito de financiamento de projetos, mercado de capitais e produtos bancários, bem como em assuntos societários complexos.

Anteriormente, foi associado (2010) e estagiário (2006-2007) no Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e estagiário no Banco de Investimentos Credit Suisse (Brasil) S.A. (2008-2009), ambos em São Paulo.


TTR: Como você descreveria a situação atual dos players do mercado transacional no Brasil com a atual conjuntura política e econômica? Quais serão os principais desafios da Mayer Brown em termos de fusões e aquisições no Brasil ao longo de 2022?

Situações políticas e econômicas incertas sempre levam a uma desaceleração quase imediata das transações de M&A, até que os participantes do mercado estejam finalmente prontos para avaliar os impactos dessas condições e se sintam confortáveis para precificar adequadamente os riscos que afetam os setores em que atuam. Não foi diferente no primeiro semestre de 2020, quando houve uma desaceleração significativa da economia e a consequente redução no número de transações devido à pandemia do COVID-19. No entanto, o mercado experimentou uma expressiva recuperação alguns meses depois e 2020 terminou com um fluxo de negócios bastante positivo e em pleno crescimento. Além disso, essa recuperação foi acentuada em 2021, com transações em geral atingindo níveis pré-pandêmicos, enquanto alguns setores chegaram a superar esses níveis, como o setor de tecnologia.

O cenário macroeconômico adverso (inflação e taxas de juros mais altas, bem como políticas fiscais incertas), além de alguns impactos que ainda decorrem da própria pandemia, devem persistir em 2022, mas, como afirmado anteriormente, acreditamos que esse cenário não impedirá o início e conclusão de transações de M&A no próximo ano.

Dito isso, a situação política em 2022 tende a levar a outra desaceleração das transações de M&A devido à eleição presidencial marcada para outubro do próximo ano. As últimas eleições presidenciais brasileiras foram marcadas por uma polarização crescente da opinião pública. Portanto, qualquer que seja o resultado da eleição de 2022, espera-se que uma parcela significativa da população brasileira (e, portanto, dos atores do mercado local e estrangeiro) fique descontente com o próximo presidente, seja ele quem for. Como resultado, espera-se que outro ciclo de incertezas políticas e econômicas tenha início no final de 2022, com a consequente desaceleração das transações de M&A.

No entanto, um fator atenuante também deverá acontecer até outubro do próximo ano. O último ano de qualquer mandato presidencial sempre foi marcado pelo aumento dos gastos governamentais, a fim de melhorar a economia nacional e, portanto, potencialmente aumentar as chances de uma reeleição. Desnecessário dizer que um impulso econômico tende a aumentar o fluxo de transações de M&A. Além disso, especificamente no que diz respeito aos últimos 12 meses do atual mandato do presidente Bolsonaro, acreditamos que várias medidas de liberalização do mercado (que foram a bandeira de sua eleição em 2018 e tendem a permanecer como tais em sua campanha de reeleição) serão aprovadas antes de outubro de 2022 – por exemplo, o leilão para a tecnologia 5G ocorreu recentemente, enquanto a desestatização da Eletrobras (o principal player do setor elétrico no Brasil) está prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2022 e houve referências públicas à potencial privatização da Petrobras (principal player da indústria de óleo e gás no Brasil e um dos maiores players no mundo). Esse tipo de medida costuma aquecer o mercado e pode antecipar as transações que normalmente ocorreriam no primeiro semestre de 2023 e, portanto, criar uma “gordura” para a desaceleração que se aproxima.

Sendo assim, um dos principais desafios para o próximo ano será a manutenção da atual curva crescente de oportunidades de negócios, a despeito da continuidade das incertezas em torno da pandemia e da agenda macroeconômica, bem como das próximas eleições presidenciais.

TTR: O setor de tecnologia continua liderando o volume de transações de F&A no Brasil com alta de 83% em 2021: Quais serão os principais fatores para a consolidação desse setor em 2022?

As novas tecnologias quase sempre rompem com os atuais modelos de negócios. No entanto, acreditamos ser justo dizer que as novas tecnologias que surgiram para superar as dificuldades trazidas pelo isolamento decorrente da pandemia do COVID-19 (ou mesmo pelo ressurgimento de tecnologias não tão novas que não eram amplamente utilizadas pelo mercado, como ferramentas de videoconferências) ensinou à população trabalhadora global que os modelos de negócio tradicionais com meios totalmente presenciais precisam mudar. A tecnologia se tornou então uma preocupação central para qualquer tipo de negócio, qualquer que seja o setor de mercado. Diante disso, toda empresa passou a potencialmente ser uma empresa de tecnologia.

Essa mudança de mentalidade de todo o mercado trouxe atenção e financiamento para startups e empresas de tecnologia, elevando as transações de M&A no setor a níveis recordes de fechamento de negócios, tanto em termos de volume de negócios quanto de valor. No entanto, várias tecnologias consideradas importantes ainda são de propriedade de pequenas empresas; e é razoável esperar que algumas dessas novas tecnologias desenvolvidas ao longo do ano passado sejam combinadas com outras tecnologias para criar produtos mais relevantes – e, portanto, empresas ainda maiores. Dessa forma, um movimento de consolidação expressivo é esperado e muito bem-vindo.

Acreditamos que esse movimento de alta não diminuirá em 2022 – na verdade, pode até aumentar, devido à grande disponibilidade de capital para o setor e aos objetivos estratégicos agressivos por parte dos players que atuam nesse mercado.

TTR: Quais são os três setores que apresentam as maiores oportunidades para investidores internacionais no Brasil em 2022, e por quê?

O mercado está cautelosamente otimista para 2022, pois nem todos os setores industriais experimentaram a mesma recuperação positiva na atividade de M&A ao longo do ano de 2021. No entanto, entendemos que grandes oportunidades para investidores estrangeiros poderão ser vistas no setor de infraestrutura, tecnologia e telecomunicações.

É esperado que 2022 seja um ano de elevados gastos governamentais devido à campanha de reeleição do presidente Bolsonaro. Esse tipo de gasto geralmente ocorre no setor de infraestrutura, com construções e outras benfeitorias que podem ser facilmente identificadas e bem recebidas pela população em geral, como saneamento. Especificamente em relação a este último, é importante destacar a lei de saneamento aprovada em 2020 (que é considerada um marco importante para o setor), que exige que empresas privadas e públicas atinjam elevados níveis de qualidade e universalização dos seus serviços – levando, portanto, as empresas a buscarem investimentos e novos (e bem financiados) parceiros, que geralmente são estrangeiros. Além disso, várias privatizações importantes estão previstas para ocorrer em 2022, como da Eletrobras (o principal player do setor elétrico no Brasil) e dos Correios, bem como a potencial privatização da Petrobras (o principal player da indústria de óleo e gás no Brasil e uma das maiores empresas globais), que costumam ter forte presença de investidores internacionais.

Conforme mencionado anteriormente, o setor de tecnologia tende a manter seu ritmo de crescimento, com muitas oportunidades para investidores internacionais aumentarem sua participação na economia nacional, incluindo empresas que atuam em uma ampla gama de produtos digitais. Esperamos uma forte presença de fundos de private equity e venture capital em tais transações. Nesse mercado, apesar de algumas barreiras regulatórias, também notamos muito espaço para investimentos em fintechs.

O mercado de M&A no setor de telecomunicações também deverá aquecer no próximo ano, já que, com o leilão das frequências de 5G pela Anatel, toda a cadeia de produção e de infraestrutura do 5G e telefonia em geral poderá passar por uma reformulação, o que permitirá a entrada de novos players no mercado local, bem como a criação de fortes incentivos para investimentos em infraestrutura digital, incluindo a própria tecnologia 5G, redes privadas, data centers e cabos de fibra ótica. Além disso, as empresas que não conseguiram ganhar frequências no leilão do 5G também devem buscar parcerias com os vencedores para operar as novas frequências no país, o que aumentará o volume de M&A.

TTR: Como você avalia o mercado de capitais brasileiro em 2021? Que fatores podem coincidir para que as empresas voltem a perceber uma janela atraente para abrir o capital?

Diante de uma desaceleração financeira, as empresas geralmente não têm muitas opções além de buscar financiamento, que pode vir de bancos, novos sócios (M&A) ou do mercado em geral (mercado de capitais). Com o aumento das taxas de juros, as duas últimas opções tendem a ser mais atraentes do que o usual. Esta é a situação atual de várias empresas que enfrentaram a crise econômica desencadeada pela pandemia da COVID-19, principalmente no primeiro semestre de 2020.

Na outra ponta desse cenário, estão as empresas que tiveram uma melhora significativa nas vendas durante a pandemia, como as empresas do setor de tecnologia. Essas empresas provavelmente têm uma oportunidade única para abrir o capital, uma vez que que o mercado está em busca de novas oportunidades para investir, e os resultados positivos em uma situação tão extrema quanto uma pandemia comprovaram que essas empresas estão prontas para enfrentar adversidades e podem representam um porto seguro para o dinheiro dos investidores.

Essas condições geraram um volume impressionante de ofertas públicas em 2021, com mais de 40 ofertas concluídas.

Dito isso, as incertezas da eleição presidencial em outubro de 2022 poderão afastar investidores mais conservadores em ofertas públicas em 2022. Além disso, algumas grandes ofertas públicas devem acontecer, como a privatização da Eletrobras (que ocorrerá por meio de um follow-on de mais de R$ 20 bilhões, que irá diluir o Governo Federal no capital votante da empresa) e que podem arrebatar os recursos dos investidores que poderão não ter apetite (ou dinheiro) para outras ofertas.

TTR: O que significa a disseminação das plataformas digitais de investimento para o acesso ao mercado de capitais no Brasil no curto e médio prazo?

A intensa disseminação das plataformas digitais de investimento ajuda a democratizar o acesso à educação financeira e a produtos financeiros que até recentemente eram restritos a um pequeno número de investidores. Essa mudança é muito bem-vinda, uma vez que liga as empresas a investidores que não estavam anteriormente disponíveis, melhorando, assim, as opções de financiamento dessas empresas e aumentando a concorrência entre os financiadores, o que, por sua vez, leva a menores taxas de juros e melhores condições de financiamento. Espera-se, portanto, que haja uma melhoria na economia como um todo e, como tal, o beneficiamento de todos os participantes de todas as indústrias.

Por outro lado, há uma dificuldade evidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em regular todas as plataformas digitais para garantir que todos os participantes do mercado estejam seguindo adequadamente todas as regras de segurança cibernética aplicáveis e outras normas do mercado de capitais, protegendo, portanto, os direitos dos investidores, principalmente os pequenos, que muitas vezes carecem dos conhecimentos necessários para investir no mercado de capitais. Essa dificuldade em atuar como um bom supervisor de mercado advém não só dos obstáculos para adaptar as regras antigas a uma tecnologia totalmente nova, mas também da falta de estrutura, como pessoal, suficiente para fiscalizar adequadamente o volume crescente de operações diárias no mercado de capitais.

Mesmo assim, acreditamos que a disseminação das plataformas digitais é positiva para a dinâmica do mercado e que esses obstáculos serão superados no médio prazo, seja por meio de iniciativas de regulação ou mesmo de autorregulação do mercado.

TTR: Quais serão os principais desafios regulatórios e tributários para o mercado de F&A em 2022?

A agenda regulatória e tributária sem dúvida afetará a indústria de M&A e o mercado de capitais no próximo ano.

O Governo Federal tem uma agenda clara de aprovar uma ampla reforma tributária no curto prazo, mas seu real alcance ainda é incerto, uma vez que a proposta vem mudando constantemente devido aos debates políticos e influências de outros agentes de mercado. Sendo assim, a reforma tributária poderá acabar sendo pouco significativa para o atual cenário fiscal – que seria um resultado negativo para o mercado, uma vez que uma reforma tributária bem elaborada é aguardada há vários anos – ou mesmo uma reforma excessivamente onerosa para empresas e empresários – o que naturalmente também seria um péssimo resultado para o mercado. Concluir uma reforma tributária que acerte o ponto de equilíbrio para todos os players do mercado não é uma tarefa fácil, pois há naturais conflitos de interesses (público x privado) e a aprovação de uma reforma potencialmente impopular não é uma medida usual para um governo que busca a reeleição no próximo ano.

Portanto, alguns players do mercado estão apressando o fechamento de suas transações de M&A ainda em 2021 para evitar os potenciais impactos adversos de uma reforma tributária. Para aqueles que não conseguem fechar transações no curto prazo, várias proteções e linguagens criativas estão em negociação para tentar cobrir todas as alternativas possíveis que possam decorrer da reforma tributária, o que é naturalmente um exercício muito desafiador.

Além disso, uma vez que se espera que a reforma tributária, em algum nível, inclua a tributação de dividendos, a avaliação das empresas sob esse cenário incerto também é muito desafiadora, o que leva vendedores e compradores a terem visões muito distantes do preço adequado para as transações e, como resultado, prejudicam (ou pelo menos atrasam) suas negociações.

As práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) também tendem a impactar o mercado em 2022, inclusive devido à agenda regulatória da CVM que pretende incluir a exigência de que os formulários de referência para as companhias abertas no Brasil detalhem suas práticas ESG, se existentes, visando manter a transparência e a competitividade das empresas brasileiras nos mercados internacionais.

A recente aplicação da lei geral de proteção de dados (LGPD) em empresas brasileiras também poderá impactar o mercado de M&A e as avaliações de empresas em 2022, uma vez que muitas empresas ainda não implementaram as medidas e procedimentos esperados para a proteção de dados pessoais e privacidade. Como resultado, essas empresas poderão estar sujeitas a penalidades nos termos da legislação aplicável, bem como a uma redução nas vendas e impactos negativos reputacionais (especialmente em caso de vazamento de dados), questões que provavelmente serão abordadas nas cláusulas de preço e indenização nas transações de M&A.

Por fim, outras reformas podem impactar as transações de M&A no próximo ano, como as reformas administrativas destinadas a reduzir o déficit nas contas públicas e as atuais propostas de privatização de empresas públicas.

Informe Trimestral Brasil – 3T 2021

Volume de fusões e aquisições cresce 54% até setembro

  • Até setembro de 2021, foram mapeadas 1.716 transações
  • Setor de Tecnologia é o mais ativo do ano, com 640 transações e crescimento de 83%
  • A empresas norte-americanas aumentaram em 75% suas aquisições no Brasil
  • Houve um aumento de 63% no número de transações em Venture Capital 

O mercado transacional brasileiro registrou um total de 1.716 transações e movimentou BRL 376,2bi até o terceiro trimestre de 2021, de acordo com o relatório trimestral do Transactional Track Record.

Esses números representam um aumento de 54% no número de transações em relação ao mesmo período de 2020. Do total das transações, 50% possuem os valores revelados e 78% das operações já estão concluídas.

No terceiro trimestre, 699 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, por um valor total de BRL 104,8bi, sendo o trimestre mais ativo desde os últimos oito trimestres, em relação ao número de transações.

O setor de Tecnologia permanece o mais ativo do ano, com um total de 640 transações, representando um aumento de 83% em relação ao mesmo período de 2020. Em segundo lugar está setor de Financeiro e Seguros, com 318 transações.

Âmbito Cross-Border 

Até o terceiro trimestre de 2021, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 38 transações com um total de BRL 1,6bi, seguido pela Colômbia com 12 operações e pela Argentina com 11 transações.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 154 e 28 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil. Os Estados Unidos se destacam pelo total movimentado de BRL 70,6bi.

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 75% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 69%.

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve um aumento de 30% até setembro de 2021.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 93 transações por um total de BRL 45,8bi até agosto, registrando um aumento de 5% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2020.

No mercado de Venture Capital, foram realizadas 510 transações, movimentando um capital de BRL 45,3bi, o que resulta um aumento de 63% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 168 transações por um total de BRL 78,1bi até o terceiro trimestre de 2021, representando um aumento de 0,6% no número de transações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Transação do trimestre 

A transação destacada pelo TTR no 3T21, foi a conclusão da aquisição da Cia. Hering pela Animale, controlada do Grupo de Moda Soma. O valor da transação foi de BRL 5,1bi.

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados; e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo BR Partners; G5 Partners; e pelo Banco Santander.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até o terceiro trimestre de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade das empresas líderes é reportada pelo número de transações e pelo valor total.

Informe Mensal Brasil – Agosto 2021

Fusões e Aquisições registra aumento de 52% até agosto de 2021

  • Foram 1.453 transações registadas e um valor  total de BRL 331,2bi, até agosto 
  • As empresas norte-americanas aumentaram em 91% suas aquisições no mercado brasileiro 
  • Agosto é o mês mais ativo do ano com 232 transações 
  • Fundos de Venture Capital investem BRL 40,7bi até agosto de 2021 

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O mercado transacional brasileiro registrou um total de 1453 transações e movimentou BRL 331,2bi até agosto, de acordo com o relatório mensal do Transactional Track Record

Esses números representam um aumento de 52% no número de transações em relação ao mesmo período de 2020. Do total das transações, 50% possuem os valores revelados e 77% das operações já estão concluídas. 

Em agosto, 232 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, por um valor total de BRL 32,3bi, sendo o mês mais ativo do ano em relação ao número de transações. 

O setor de Tecnologia permanece o mais ativo do ano, com um total de 547 transações, representando um aumento de 78% em relação ao mesmo período de 2020. Em segundo lugar está setor de Financeiro e Seguros, com 265 transações.   

Âmbito Cross-Border 

Até agosto de 2021, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos como seu principal destino de investimento, com 33 transações com um total de BRL 1,6bi, seguido pela Argentina com 11 operações e pela Colômbia com 10 transações. 

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com 140 e 25 transações, respectivamente, são os países que mais investiram no Brasil.  Os Estados Unidos se destacam pelo total movimentado de BRL 75bi. 

As empresas norte-americanas que adquirem empresas brasileiras registraram um aumento de 91% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 81%. 

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve um aumento de 66% até agosto de 2021. 

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Em Private Equity, foram contabilizadas 84 transações por um total de BRL 34,2bi até agosto, registrando um aumento de 9% no número de operações, em comparação com o mesmo período de 2020. 

No mercado de Venture Capital, foram realizadas 416 transações, movimentando um capital de BRL 40,7bi, o que resulta um aumento de 56% no número de transações. 

No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 137 transações por um total de BRL 69bi até agosto, representando uma diminuição de 6% no número de transações, em relação ao mesmo período do ano passado. 

Transação do mês 

A transação destacada pelo TTR em agosto de 2021, foi a conclusão da aquisição da Biosev pela Raízen Energía. O valor da operação foi de aproximadamente BRL 3,6bi em dinheiro, além de uma troca de ações de 3,2% de titularidade da Raízen. 

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; e Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados.  

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até de agosto de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade das empresas líderes é reportada pelo número de transações e pelo valor total. 

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese (scroll down)

TTR DealMaker Q&A with Tozzini Freire Partners Marcela Waksman Ejnisman and Maria Elisa Gualandi Verri

Tozzini Freire Advogados

Marcela Waksman Ejnisman

Co-head of TozziniFreire’s Corporate/M&A practice, Marcela concentrates her work on the telecommunications and technology, intellectual property and privacy and entertainment industries. She has advised clients on numerous transactions, including mergers and acquisitions, joint ventures, and corporate restructurings. Her portfolio includes important clients such as Sinqia, Linx and Jellyfish Brasil.

Maria Elisa Gualandi Verri

Member of TozziniFreire’s Executive Committee, co-head of the firm’s Corporate/M&A practice and of the Corporate Social Investment area, Maria Elisa has a long valued multidisciplinary approach to legal practice. She has distinguished herself as a valuable advisor to clients on contractual and corporate matters, using her breadth of knowledge to perform her leading work in contracts, the acquisitions, and sales of companies, and in the overall management of clients’ legal affairs.


TTR: How would you describe the current M&A situation and outlook in Brazil?

T.F.: The fast reaction to social distancing measures and adaptation to the virtual solutions that emerged, made the transactional market suffer much less than expected due to the COVID-19 pandemic. The change to a predominantly virtual scenario did not directly affect negotiations, on the contrary, in many cases the work dynamics became more agile with more objective and efficient meetings. Several drafting sessions and transaction closures took place online and worked very well. The digital signature platforms ensured the security of closing operations even if not in person.

Several clients also saw the opportunities that arose in the midst of the crisis and some sectors such as healthcare, education and technology even warmed up more. Thus, in terms of performance in the Brazilian transactional world, we can say that despite the fact that we are experiencing a moment of caution, the market pace remained positive and on an ascending curve.


TTR: TozziniFreire Advogados is one of the main advisors on M&A in the Brazilian health sector, according to TTR’s legal ranking.  How do you evaluate the sector’s growth in 2021 and what are the perspectives in 2022?

T.F.: The healthcare sector as a whole is still very fragmented and there is plenty of room for consolidation. Before 2020, the sector was already showing signs of warming up and was on a wave of consistent growth. With the pandemic, this scenario escalated, and our expectation is that it will be a trend that will continue in the short and medium term, at least.

The operations in which we recently worked, involving pharmaceutical industries, hospitals and other players of the sector, are a reflection of this moment, which extends to all its segments, such as health plans and telemedicine.


TTR: What would be another two sectors that could offer the greatest opportunities in Brazil for international investors in 2021 and why?

T.F.: In addition to the exponential growth registered before the COVID-19 pandemic, the technology sector was further boosted by social distancing. Technology companies bolstered the M&A agenda in the first quarter of 2021, leading the ranking of transactions, and indicating the resumption of growth in this market. We have been observing the evolution of several companies through constant acquisitions and our expectation is that this scenario continues for a long time.

The educational sector, despite being hit by the crisis, is also growing, especially in relation to edtechs. Even after the pandemic, we expect the sector to strengthen even more with the use of digital technologies. Like the healthcare industry, it is also very dispersed, but we are already seeing that some groups, through consolidation, are becoming large companies leading the sector.

As regards to the infrastructure sector, we highlight the energy market as one of the busiest, especially amid the increase in the value of energy and the search for new forms of energy that reduce its cost. After the approval of the regulatory framework for mini-generation and distributed micro-generation, under discussion in Congress, the forecast is for greater acceleration of this market.


TTR: What’s your outlook for the Private Equity and Venture Capital market in 2021 in the medium and long-term?

T.F.: The players in this market are always on the lookout for opportunities, and for this reason we expect that in the medium term they will remain in constant movement, as it has been during the pandemic. The technology sector is once again the main character, breaking records in investments by venture capital and private equity funds.


TTR: Q What were the main challenges of the M&A operation in Brazil throughout TozziniFreire Advogados’ 45-year history? What can we expect in the long – term?

T.F.: Over the 45 years of the firm, we have gone through economic and political crises, such as the so-called lost decade, after the end of the Military Dictatorship, and the devaluation of the Real. At the same time, we had great opportunities and prominence in the 1990s, with the first wave of privatization of infrastructure, and also in the greatest opening of the market in the past decades. The scenario was unstable, but it never deeply affected foreign investments in Brazil. Thanks to the strength of our institutions, M&A operations have increasingly become a way of expanding the business. Over this period, national entrepreneurs also gained a lot of strength in mergers and acquisitions, fulfilling a role as important as that of international investors and boosting the growth of many sectors.

Several changes have taken place since then, and today, even in the midst of a health, political and economic crisis, the transactional market remains in constant evolution.

This scenario was directly reflected in TozziniFreire’s M&A group, which has grown stronger over the years. We recently hired four new partners who are part of a highly prepared team to meet new emerging opportunities. We also registered an increase in transactions assisted by our team in the first half of 2021, compared to the same period last year. For the coming years, we will continue with our growth strategy and with the hope of an increasingly positive, challenging and innovative market.


Portuguese version


Tozzini Freire Advogados

Marcela Waksman Ejnisman

Corresponsável pela prática de Societário e Fusões e Aquisições de TozziniFreire, Marcela concentra seu trabalho nas indústrias de telecomunicações e de tecnologia, propriedade intelectual e privacidade e entretenimento. Presta assessoria nas mais diversas transações, incluindo fusões e aquisições, joint ventures e reestruturações de empresas. Sua cartela de clientes inclui nomes importantes como: Sinqia, Linx e Jellyfish Brasil.​

Maria Elisa Gualandi Verri

Membro do Comitê Executivo de TozziniFreire, corresponsável pela prática Societária e de Fusões e Aquisições do escritório e pela área de Investimento Social Corporativo, Maria Elisa cultivou sempre uma visão multidisciplinar do direito, destacando-se na área contratual – conhecimento que vem utilizando em aquisições e vendas de empresas. Também possui ampla experiência na coordenação de assessoria a empresas em geral, notadamente em assuntos contratuais e societários.


TTR: Como você descreveria a situação atual dos players no mercado transacional no Brasil nesta “Nova Realidade”?

T.F.: A rápida reação às medidas de distanciamento social e adaptação às soluções virtuais que surgiram fez com que o mercado transacional sofresse muito menos do que o esperado pela pandemia de COVID-19. A mudança para um cenário predominantemente virtual não afetou diretamente as negociações, pelo contrário, em muitos casos a dinâmica de trabalho ficou mais ágil com reuniões mais objetivas e eficientes. Vários drafting sessions e fechamentos de operação aconteceram online e funcionaram muito bem. As plataformas de assinatura digital garantiram a segurança de fechamento de operações, mesmo que não presencialmente.

Vários clientes também enxergaram as oportunidades que surgiram em meio à crise, e alguns setores, como saúde, educação e tecnologia, inclusive se aqueceram mais. Dessa forma, em termos da atuação no mundo transacional brasileiro, podemos afirmar que, apesar de estarmos vivenciando um momento de cautela, o ritmo do mercado se manteve positivo e em curva ascendente.


TTR: TozziniFreire Advogados é um dos principais assessores de M&A do setor de saúde do Brasil de acordo com o ranking jurídico do TTR. Como você avalia o crescimento do setor em 2021 e quais as perspectivas em 2022?

T.F.: O setor de saúde como um todo ainda é muito pulverizado e há bastante espaço para consolidações. Antes de 2020, o setor já sinalizava aquecimento e estava em uma onda de crescimento consistente. Com a pandemia, esse cenário foi potencializado, e nossa expectativa é que seja uma tendência que vai se manter a curto e médio prazo, pelo menos. 

As recentes operações em que trabalhamos, envolvendo indústrias farmacêuticas, hospitais e outros participantes do setor, são um reflexo desse momento, que se estende a todos os players do setor, como planos de saúde e telemedicina.


TTR: Quais seriam os outros dois setores que poderiam oferecer as maiores oportunidades no Brasil para investidores internacionais em 2021 e por quê?

T.F.: Além do crescimento exponencial registrado antes da pandemia de COVID-19, o setor de tecnologia foi potencializado ainda mais pelo distanciamento social. As empresas de tecnologia impulsionaram a agenda de M&A no primeiro trimestre de 2021, liderando o ranking de transações e indicando a retomada do crescimento desse mercado. Temos acompanhado a evolução de diversas empresas por meio de aquisições constantes e nossa expectativa é que esse cenário permaneça por um bom tempo.

O setor educacional, apesar de atingido pela crise, também registra crescimento, principalmente em relação às edtechs. Mesmo após a pandemia, a tendência é que o setor se fortaleça ainda mais com o uso de tecnologias digitais. Assim como o setor de saúde, também é bastante pulverizado, mas já vemos que alguns grupos, por meio de consolidação, estão se tornado empresas de grande porte e com liderança no setor.

Em relação ao setor de infraestrutura, destacamos o mercado de energia como um dos mais movimentados, principalmente em meio ao aumento do valor da energia e da busca por novas formas de energia que diminuam seu custo. Após a aprovação de marco regulatório da minigeração e microgeração distribuída, em discussão no Congresso, a previsão é de maior aceleração desse mercado. 


TTR: Qual é a sua perspectiva para o Private Equity e Venture Capital em médio e longo prazo?

T.F.: Os players desse mercado estão sempre atentos às oportunidades, e por esse motivo temos a perspectiva de que a médio prazo se mantenham em movimento constante, assim como vem acontecendo durante a pandemia. O setor de tecnologia é mais uma vez o protagonista, batendo recordes de investimentos por venture capital e private equity.


TTR: Quais foram os principais desafios da operação de M&A no Brasil ao longo dos 45 anos de história do TozziniFreire Advogados? O que podemos esperar a longo prazo?

T.F.: Ao longo dos 45 anos do escritório, passamos por crises econômicas e políticas, como a chamada década perdida, após o final da Ditadura Militar, e a desvalorização do Real. Ao mesmo tempo, tivemos grandes oportunidades e protagonismo na década de 90, com a primeira onda de privatização da infraestrutura, e também na maior abertura do mercado das últimas décadas. O cenário era instável, mas nunca afetou profundamente os investimentos estrangeiros no Brasil. Graças à solidez de nossas instituições, as operações de M&A se tornaram, cada vez mais, uma forma de expansão dos negócios. Os empreendedores nacionais também ganharam ao longo deste período muita força nas fusões e aquisições, preenchendo um papel tão importante quanto o de investidores internacionais e potencializando o crescimento de muitos setores. 

Diversas mudanças ocorreram desde então e, hoje, mesmo em meio a uma crise sanitária, política e econômica, o mercado transacional permanece em constante evolução.

Esse aquecimento refletiu diretamente no grupo de M&A de TozziniFreire, que se fortaleceu cada vez mais ao longo dos anos. Recentemente contratamos quatro novos sócios que integram um time altamente preparado para atender às novas oportunidades emergentes. Também registramos um aumento nas transações assistidas pela nossa equipe no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado. Para os próximos anos, continuaremos com nossa estratégia de crescimento e temos esperança em um cenário cada vez mais positivo, desafiador e inovador.