Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A com o Guilherme Tossulino, sócio do Questum

Questum

É partner da Questum e possui uma sólida trajetória no mercado de tecnologia e inovação. Foi Diretor de Estratégia e M&A na Softplan, onde liderou a estruturação da área de M&A e integrações, conduzindo mais de 10 transações de aquisição e investimentos em empresas de software. Formado em Sistemas de Informação pela UNISUL e com MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV, Tossulino traz sua ampla experiência em crescimento inorgânico para apoiar startups e empresas de tecnologia em suas jornadas estratégicas de fusões e aquisições.


TTR Data: Em meio a um cenário de maior seletividade nos investimentos, como a Questum tem equilibrado sua atuação nos segmentos de M&A, Private Equity e Venture Capital no Brasil em 2024?

O mercado de 2024 segue desafiador para M&A, Private Equity e Venture Capital, com avaliações mais conservadoras e um custo de capital elevado. Apesar disso, a Questum tem estruturado transações estratégicas, com destaque para o setor de tecnologia, que segue como um dos mais ativos.

No segmento de M&A, empresas de software empresarial (ERP/TI) lideraram o volume de transações, refletindo a busca por eficiência operacional e transformação digital. Para mitigar riscos e alinhar interesses entre compradores e vendedores, a Questum tem utilizado earn-outs e a composição de transações com ações, garantindo maior flexibilidade e alinhamento de longo prazo.

Em Private Equity e Venture Capital, o mercado está mais seletivo, mas os fundos continuam ativos, especialmente em rodadas de crescimento para empresas com previsibilidade de receita e resiliência operacional. O amadurecimento do ecossistema e a busca por modelos de negócios sustentáveis fazem com que os investidores priorizem startups com caminhos claros para a rentabilidade e empresas com teses bem estruturadas para consolidação de mercados fragmentados.

Mesmo com as incertezas, há uma retomada gradual do apetite por aquisições e captações, com empresas se preparando para o próximo ciclo econômico e fortalecendo seus fundamentos financeiros. Esse movimento tende a se acelerar nos próximos meses, à medida que investidores ajustam suas teses ao novo cenário de mercado.

TTR Data: Quais os principais desafios regulatórios que a Questum tem enfrentado no mercado de M&A no Brasil?

O ambiente regulatório no Brasil tem se tornado cada vez mais relevante para transações de M&A, exigindo preparação antecipada das empresas.

O CADE continua sendo um fator crítico, especialmente para setores concentrados como tecnologia e serviços financeiros, exigindo mais transparência e mitigação de riscos concorrenciais. Recentemente, o órgão revisou critérios de notificação de transações, tornando o processo mais rigoroso. Empresas que antecipam essa análise e trabalham na mitigação de riscos regulatórios aumentam suas chances de uma aprovação mais ágil.

A LGPD também tem impactado transações, principalmente em setores que lidam com grandes volumes de dados sensíveis, como fintechs e healthtechs. O compliance rigoroso já influencia o valuation e pode ser um critério decisivo para a viabilidade do deal.

Além disso, as exigências de ESG estão se tornando parte das due diligences. Governança, impacto ambiental e transparência regulatória passaram a ser considerados, ainda que não sejam um fator decisivo na maioria das transações.

A preparação regulatória tornou-se um diferencial competitivo. Empresas que antecipam esses desafios conseguem reduzir riscos, acelerar o processo de M&A e atrair investidores com mais confiança.

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% das transações de M&A na América Latina. Quais são os drivers mais relevantes para consolidar esse protagonismo?

O Brasil se mantém como o principal mercado de M&A na América Latina, impulsionado por fatores estruturais e estratégicos:

  1. Atividade consistente de Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) – Fundos institucionais seguem ativos, principalmente em tecnologia, saúde e serviços financeiros, aproveitando oportunidades de consolidação.
  2. Crescimento do Middle Market – Empresas de médio porte estão mais maduras e estruturadas para M&A, buscando aquisições para escalar negócios e expandir mercados.
  3. Expansão do Corporate Venture Capital (CVC) – Grandes empresas estão acelerando a inovação por meio de CVC, tornando essa estratégia um motor importante para M&A.
  4. Transformação digital e adoção tecnológica – O Brasil tem uma forte cultura de digitalização, impulsionando M&A em SaaS, fintechs e plataformas de eficiência operacional.
  5. Maturidade do buy-side – Empresas compradoras estão mais estruturadas, facilitando a execução e integração de transações.

Esses fatores fortalecem a posição do Brasil como hub de M&A na América Latina, atraindo investidores regionais e internacionais.

TTR Data: Quais setores além de tecnologia e finanças terão alta financiabilidade em 2025?

Em 2024, tecnologia e finanças lideraram o mercado de M&A no Brasil. O setor de tecnologia teve um aumento expressivo no volume de transações, impulsionado por softwares empresariais (ERP/TI), fintechs e inteligência artificial. No setor financeiro, as fintechs se consolidaram como protagonistas, atraindo investimentos e acelerando a digitalização dos serviços financeiros.

Para 2025, outros setores com alto potencial de M&A incluem:

  • Saúde e Healthtechs – O envelhecimento populacional e a adoção de tecnologia, como telemedicina e monitoramento remoto, impulsionam investimentos e fusões.
  • Energias Renováveis – A transição energética, impulsionada por políticas governamentais e compromissos ambientais, aumenta o interesse em projetos de energia solar, eólica e hidrogênio verde.
  • Agronegócio e Agrotechs – A busca por eficiência na cadeia produtiva estimula investimentos em automação e digitalização do setor.
  • Varejo e E-commerce – A digitalização do consumo e novas plataformas logísticas aumentam o interesse em M&A nesse setor.

A confiança dos investidores e a maior previsibilidade econômica devem aumentar o volume de M&A nesses setores estratégicos.

TTR Data: Como evoluirá o segmento de Private Equity e Venture Capital no Brasil nos próximos meses?

O mercado de Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) no Brasil está retomando dinamismo, impulsionado pela queda dos juros e pelo aumento da participação de investidores estrangeiros.

Nos próximos meses, espera-se que os fundos de PE e VC adotem uma abordagem mais seletiva, focando em empresas com unit economics robustos e modelos de negócios resilientes. Os setores mais atrativos incluem tecnologia, saúde e agronegócio, devido à sua capacidade de inovação e adaptação às mudanças do mercado.

Além disso, os critérios Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) se tornaram parte essencial das estratégias de investimento. Investidores estão priorizando empresas que combinam crescimento sustentável com práticas responsáveis e governança sólida.

Apesar dos desafios regulatórios, as perspectivas para PE e VC no Brasil são positivas, com oportunidades relevantes para investidores estratégicos e gestores de fundos que se ajustarem às novas dinâmicas do mercado.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do mercado transacional brasileiro em 2025?

Em 2025, o mercado de M&A no Brasil exigirá adaptação a tendências tecnológicas e econômicas. Os principais desafios incluem:

  1. Digitalização e inovação – Empresas precisarão identificar oportunidades de M&A em IA, fintechs e healthtechs para capturar valor estratégico.
  2. Consolidação setorial e crescimento inorgânico – Oportunidades de fusões devem surgir para ganho de escala e eficiência operacional.
  3. Internacionalização das transações – O aumento do interesse de investidores estrangeiros exigirá maior preparo para transações cross-border e compliance regulatório.
  4. Gestão de riscos econômicos e regulatórios – A volatilidade econômica e a evolução das exigências do CADE, LGPD e ESG exigirão maior planejamento e mitigação de riscos.

Empresas bem preparadas para esses desafios seguirão como protagonistas no mercado de M&A, maximizando oportunidades em um ambiente dinâmico e competitivo.

Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A con Manuel Carrera, socio de KPMG España

KPMG España

Es socio en el área de Transaction Services de KPMG en España desde 2014. Está especializado en asesoramiento en transacciones (buy-side y sell-side) tanto para corporaciones como para entidades de capital riesgo, en los sectores de telecomunicaciones, energía, productos industriales, distribución y consumo y software
Manuel cuenta también con una amplia experiencia en transacciones cross-border en Reino Unido, Francia, Alemania, Italia, USA, Brasil, Canadá, Colombia, Chile o Turquía, asesorando tanto a clientes internacionales que invierten en empresas españolas como a clientes nacionales con objetivos de internacionalización.
A lo largo de su trayectoria, Manuel ha liderado el asesoramiento a clientes y trabajos de due diligence financiera en más de 400 transacciones de compra y venta. 


TTR Data: En medio de un panorama de incertidumbre inversionista, en el cual realizar valoraciones se ha vuelto más complejo y en el que hay un abanico importante de fuentes de financiación: ¿Cuál es el balance que hace KPMG para 2024 en los segmentos de M&A, Capital Privado y Venture Capital?

Las expectativas y precio de financiación han mejorado sin duda en el último año, y a pesar de las incertidumbres que vienen del otro lado del Atlántico, a nivel europeo se prevé un entorno más estable de financiación que debería poner cierto orden en las valoraciones de compañías y en consecuencia ajustar de mejor manera las divergencias de valoración entre comprador y vendedor.

Respecto al balance de 2024, en general ha sido un año de cierta estabilidad, con una tendencia de mejora a medida que avanzaba el año, observando un mayor volumen de anuncios de transacciones en el segundo semestre.

TTR Data: De acuerdo al ranking anual ibérico de TTR Data, KPMG lideró el ranking de las Big Four en asesoría en Due Diligence en 2024: ¿Qué factores clave han llevado a KPMG a destacar como líder en servicios de Due Diligence en 2024 en España?

Nuestro equipo de Transaction Services cuenta con una trayectoria imbatible en el mercado español. Llevamos operando más de 25 años, siendo referentes en calidad y en confianza para nuestros clientes y demostrando pasión por lo que hacemos. Nuestro desempeño en 2024 refleja esa buena trayectoria, así como el deseo de seguir siendo el equipo líder, volcado en prestar el mejor servicio a nuestros clientes.

TTR Data: ¿Cuáles son los sectores en el mercado de M&A que están requiriendo de mayor asesoría por parte de KPMG este año y cuál es el motivo?

En general, estamos observando un mayor peso del sector Business Services, consolidando una trayectoria imparable en los últimos años. Siendo este un sector muy amplio, destacaría el interés que despiertan las compañías con software propietario, servicios dedicados a la economía circular, sector Educación, así como servicios IT enfocados en Ciberseguridad, IOT, o AI, entre otros.

TTR Data: ¿Qué tendencias emergentes en fusiones y adquisiciones están impactando los procesos de Due Diligence?

En general todo aquello que tiene que ver con datos y su calidad. Un buen análisis de grandes bases de datos permite abrir nuevas perspectivas a compradores y construir otros caminos de crecimiento que refuercen el Equity story de la transacción.

TTR Data: ¿Qué oportunidades ve para seguir consolidando la posición de KPMG como líder en Due Dilligence para 2025?

Seguimos enfocados en reforzar relaciones de confianza con nuestros clientes así como en continuar impulsando reforzando nuestra apuesta por dar un servicio de calidad. Tanto en o en el propio informe de Due Diligence, sino en proporcionar un asesoramiento honesto y profesional.

TTR Data: ¿Cuáles serán las perspectivas y desafíos de KPMG para los siguientes meses en términos de asesoramiento?

Las perspectivas en general son positivas. Se puede decir que España es ya un mercado razonablemente maduro en términos de operaciones corporativas con una cada vez mayor presencia de plataformas inversoras en nuestro país. Esto conlleva que haya un nivel natural de rotación de activos superior al de años anteriores, y además las mejoras en las condiciones de financiación hacen que tengamos expectativas optimistas en los próximos meses. Quizás, la asignatura pendiente pueda ser la realización de secondary deals en el mundo del Private Equity español.

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TTR Data Dealmaker Q&A con Pedro Gonçalves da Costa, socio de AON Brasil

Aon Brasil

Pedro Gonçalves da Costa

Con formación en Ingeniería Civil, Pedro  desempeña
el cargo de M&A and Transaction Solutions Leader de Aon en Brasil. Con nueve años de experiencia en el mercado de Fusiones y Adquisiciones, está especializado en la debida diligencia de riesgos y seguros, con profundo conocimiento en la transferencia de riesgos de M&A a través de soluciones de Reps y Warranties, Warranties & Indemnities, Tax y Contigent.
Su experiencia se extiende a través de diversas industrias y sectores, incluyendo Infraestructura, Petróleo y Gas, Tecnología, Manufactura, Energía Renovable, entre otros.


TTR Data: En medio de un cauto panorama inversionista en 2024: ¿Cuál es el balance que hace Aon en los segmentos de M&A, Capital Privado y Venture Capital en América Latina?

América Latina ha sido impactada por el mantenimiento de políticas globales de aumento de tasas de interés y, aunque en algunos momentos hemos experimentado escenarios locales positivos, todavía existen desafíos latentes en relación con el inversor extranjero y su temor a los mercados emergentes.

Brasil, en particular, ha enfrentado un escenario de inversión volátil debido al impacto de las tasas de cambio y las incertidumbres sobre las políticas fiscales. A pesar de esto, el final de 2024 atrajo a inversores interesados en activos relacionados con la transición energética, bienes raíces e infraestructura.

Países como Chile y México lograron destacar debido a políticas macroeconómicas más estables, reduciendo la incertidumbre del inversor.

TTR Data: Aon ha logrado un trabajo significativo en análisis de riesgos que ha logrado optimizar las coberturas aseguradoras en las inversiones financieras del mercado M&A en América Latina. ¿Cuáles han sido esos riesgos más latentes para el mercado de M&A, Capital Privado y Venture Capital en el transcurso de 2024 y cuáles son las oportunidades para el próximo año?

Aon desarrolla un papel crucial de consultoría y apoyo en la gestión de los riesgos derivados de transacciones, reduciendo amenazas y potenciando los retornos en procesos de M&A. Sin duda, las cuestiones tributarias siguen siendo la principal preocupación de los inversores, además del riesgo de fraude.

Obviamente algunos sectores tienen riesgos más específicos que surgen de forma individual, como la condición de activos para operaciones vinculadas a la Energía. Un sector que puede sufrir con el deterioro de la maquinaria e, incluso, la fabricación inadecuada. Además, las comercializadoras de energía tienen más riesgos ligados a las reclamaciones de consumidores, que pueden generar una gran cantidad de contingencias.

Es importante destacar que Aon actúa de forma personalizada ante las amenazas intrínsecas a cada operación, buscando una transferencia de riesgo a medida. Además, presta apoyo a aseguradoras globales en relación con el entorno jurídico y político en América Latina, lo que contribuye a que las transacciones ocurran de forma cada vez más tranquila.

TTR Data: ¿Cuáles productos del mercado de M&A requirieron de mayor asesoría por parte de Aon en 2024 y cuál es el motivo? 

Sin duda, el seguro de Reps & Warranties demandó una atención especial en 2024 y, por ello, los equipos de Aon en todo el mundo buscaron profundizar en las particularidades de cada operación. Además, equilibrar los intereses de compradores y vendedores requirió un enfoque en temas tributarios, especialmente en Brasil.

TTR Data: ¿Cuáles serían los países y los sectores  que podrían ofrecer las mayores oportunidades en América Latina a los inversores internacionales en los próximos meses y por qué?

Las operaciones ligadas a la tecnología, como los Data Centers, cobraron fuerza en 2024 y serán el principal foco de los inversores en los próximos años. La Transición Energética también sigue siendo un tema sumamente relevante, que atrae inversiones internacionales a América Latina. Brasil, México y Chile deberían permanecer en el liderazgo de la inversión en 2025. Colombia debería continuar su trayectoria de crecimiento, como se ha observado en los últimos meses.

TTR Data: ¿Cuáles serán las metas y desafíos de Aon como compañía para los próximos en materia de gestión de riesgo en América Latina?

Nuestro enfoque siempre estará en traer soluciones efectivas frente a las necesidades de cada operación y los riesgos asociados. Nuestro objetivo es contribuir de manera activa para que cada transacción sea viable, independientemente del riesgo a ser transferido. Como desafíos, puedo mencionar las amenazas laborales, ambientales y tributarias recurrentes en nuestra región.

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TTR Dealmaker Q&A con Teresa Zueco, socia directora de Squire Patton Boggs

Squire Patton Boggs España

Teresa Zueco

Con más de 20 años de experiencia, Teresa es una de las dealmakers más activas y reconocidas del mercado español, y una de las pocas mujeres que lideran la oficina española de un despacho internacional. En 2021, tomó las riendas de la oficina española con un ambicioso proyecto de cinco años que concluirá en diciembre de 2026, y cuyos principales objetivos son alcanzar los 80 abogados, y una facturación en torno a los 35 millones de euros dentro de los que es el mid market español. Compagina su labor al frente del despacho con su rol de socia responsable del departamento Mercantil, M&A y Private Equity.


TTR Data: En medio de un panorama de incertidumbre inversionista, en el cual realizar valoraciones se ha vuelto complejo y en el que la financiación se ha encarecido: ¿cuál es el balance que hace la firma hasta el tercer trimestre de 2024 en los segmentos de M&A, Capital Privado y Venture Capital en España.

En Squire Patton Boggs observamos cierta mejoría tanto en volumen como en valor de las transacciones en el segmento del private equity y en el valor de las operaciones de M&A. En general, 2024 está siendo un año ligeramente más activo que 2023, siguiendo la tendencia al alza que comenzó en el último trimestre del año pasado.  

Esperamos un buen 2025 tanto en número como en el ticket  de las operaciones, especialmente en Europa, Estados Unidos y Oriente Medio, asumiendo que la inflación se mantenga estable, que los tipos de interés sigan bajando y que no empeore la situación geopolítica. 

Además, las valoraciones en operaciones estratégicas han mejorado, lo que podría indicar que los precios ya han tocado fondo, y que, aunque todavía existe cierto escepticismo, tanto los fondos de private equity (a pesar de los retos de fundraising, agravados por los tipos de interés), como las grandes corporaciones, están dispuestas a pagar por compañías y activos sólidos coherentes con su estrategia de crecimiento.  

Del lado vendedor, todavía hay cierta resistencia, lo que se ha traducido en salidas más lentas en el sector del private equity y en un mayor número de IPOs en Europa y Estados Unidos.

TTR Data: ¿Cuáles son los principales y más recientes retos regulatorios que ha enfrentado la firma en el mercado M&A en España?

En mi opinión, vivimos un momento de sobrerregulación y, al mismo tiempo, de dispersión normativa, que, dependiendo del sector, tiene distintas consecuencias sobre las operaciones de M&A.

La normativa sobre control de inversiones extranjeras (FDI) con el Real Decreto de 2023, se suma a la lista condiciones regulatorias (competencia, autorizaciones particulares dependiendo del sector: educación, energía, servicios financieros…) que hay que tener en cuenta en cualquier transacción. Precisamente, en los sectores regulados, habría que implementar mecanismos que agilicen los procedimientos de concesión de permisos, licencias y autorizaciones, y establecer fórmulas que garanticen una eficiente interoperabilidad entre los diferentes organismos y Administraciones involucrados, de manera que las transacciones puedan cerrarse más rápido. Esto permitiría sacar a España de la lista de jurisdicciones que actualmente cuentan con abundantes barreras regulatorias que España salga de la lista de jurisdicciones con abundantes barreras regulatorias (aunque muchas de ellas sean comunitarias) y lentitud administrativa.

En sectores como el de la energía, por ejemplo, nos encontramos además con una dispersión normativa en cuanto a los criterios medioambientales debido a las competencias autonómicas, algo que genera incertidumbre. Para un mismo proyecto, la tramitación medioambiental que se exige en una Comunidad Autónoma puede ser sustancialmente diferente a la que se exige en otra. Esta disparidad de criterios y la abundancia de trámites administrativos, en definitiva, añaden incertidumbre al desarrollo de proyectos, y son cuestiones que tienen en cuenta muchos de nuestros clientes, inversores extranjeros profesionales, a la hora de valorar una transacción en España frente a otros países como Francia o Italia  y, en muchos casos, se convierten en factores determinantes en la toma de decisiones, frenando oportunidades.

TTR Data: Como una de las firmas líderes en el sector tecnológico en el mercado M&A, ¿cómo ha cambiado el enfoque hacia la due diligence en el sector tecnológico, dado el creciente énfasis en la propiedad intelectual y la ciberseguridad?

Prestamos atención a contingencias que antes pasaban más desapercibidas. En materia de IP, por ejemplo, es habitual verificar si las empresas que desarrollan software han analizado el impacto del uso de código en régimen de open source (la compatibilidad de las licencias a las que quedan sujetas las distintas librerías y el condicionado de esas licencias, que, cuando son antiguas, pueden llegar a condicionar o incluso impedir la distribución con ánimo de lucro del software al que se incorporan).

Las contingencias de protección de datos también tienen más peso, como consecuencia del régimen sancionador incluido en la normativa de privacidad. Este  peso es aún mayor si consideramos que la Agencia Española de Protección de Datos es la más activa de Europa. Y esto acaba de empezar: en cuanto el Reglamento de Inteligencia Artificial resulte de aplicación, tendremos que verificar también su cumplimiento en el marco de la due diligence. Lo mismo sucede con el Digital Services Act, la normativa que transponga la Directiva NIS2 o, en el caso de empresas tecnológicas con foco en el sector financiero o asegurador, también el cumplimiento de DORA.  

En definitiva, si bien en los últimos cuatro o cinco años ya hemos asistido a cambios en los procesos de due diligence que añaden complejidad y coste a los mismos, en los próximos dos años esta tendencia se consolidará.

TTR Data: ¿Qué estrategias legales se consideran relevantes para proteger los intereses de los compradores en fusiones y adquisiciones de empresas tecnológicas emergentes?

Como asesores legales, nosotros no intervenimos en la decisión de valoración, pero sí podemos ayudar al comprador a detectar y entender los riesgos legales y regulatorios para que tome una decisión informada al respecto. Por tanto, el trabajo de due diligence es fundamental en un entorno tan reglado y, especialmente, en relación con empresas tecnológicas emergentes, donde la incertidumbre es mayor. 

A partir de ahí, los mecanismos de protección son los contractuales: diferimientos de pago o pagos contingentes (earn outs), condiciones suspensivas hasta la obtención de las autorizaciones pertinentes o hasta alcanzar hitos de desarrollo tecnológico, manifestaciones y garantías, con o sin seguro, indemnizaciones específicas aseguradas con escrow, cláusulas de terminación, o el cálculo de daños que recoja la pérdida de valor mediante múltiplos. Los contratos de compraventa pueden ser lo suficientemente sofisticados como para minimizar o, al menos, controlar los riesgos del comprador.

TTR Data: ¿Cómo está afectando la evolución de la inteligencia artificial y otras tecnologías disruptivas al valor de las empresas en las negociaciones M&A?

Cuanta más automatización y más escalabilidad, mejor precio. Indudablemente, la adopción de tecnologías disruptivas como la IA, incrementa el valor de las empresas, no sólo porque en efecto sean más rentables, sino porque suponen un recorrido ineludible para su supervivencia que, de otro modo, tendría que asumir el inversor o comprador.

TTR Data: En el contexto actual, ¿qué factores considera que están impulsando el apetito inversor por empresas tecnológicas en España?

Con carácter general, se busca tanto la tecnología propia (empresas que han desarrollado una tecnología que, por sí misma o en combinación con la tecnología desarrollada por el comprador, generan oportunidades de negocio escalables en diferentes sectores y mercados) como el talento, cada vez más difícil de encontrar de otro modo (sólo hay que ver el auge de las plataformas de selección de contratistas, a las que todas las empresas tecnológicas acuden para complementar sus plantillas). Por otra parte, se trata de un sector muy atomizado en España, por lo que hablamos de operaciones más pequeñas (no suelen requerir un gran desembolso), es decir:  riesgo aceptable y menor necesidad de financiación.

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TTR Dealmaker Q&A with Mattos Filho Partner Moacir Zilbovicius

Mattos Filho

Moacir Zilbovicius

Moacir’s practice focuses on M&A transactions and general corporate matters, with particular emphasis on publicly-held companies. He represents domestic and foreign business conglomerates from different economic sectors. Moacir previously served as the head of the legal department of the Brazilian Securities Commission (CVM), and worked as a foreign associate at Cleary, Gottlieb, Steen & Hamilton’s New York office. He is also a member of the Advisory Board of Fundação Antonio e Helena Zerrener (co-controlling shareholders of Ambev).


TTR Data: What is your assessment of the M&A market for the year 2024?

I would say that we had an average year. It wasn’t great, but it wasn’t that bad either. This response is closely linked to the political and economic scenario both domestically and internationally. We have a divided country, a lack of government positioning regarding the fulfillment of fiscal targets, high interest rates to control inflation and clear signs of recovery and stabilization in the American economy. Our team is involved in various relevant M&A transactions, but the pace is different since the environment is less favorable.



TTR Data: Are there any areas that stand out?

Definitely. The energy sector is very active. Brazil has one of the cleanest energy matrices in the world, with approximately 80% of its energy coming from renewable sources. There is a lot of foreign interest in this area. Additionally, the infrastructure in this sector is significant, with a government commitment to invest 35 billion dollars in energy generation and transmission by 2026. Besides the energy sector, the tech area continues to attract interest as it is inherent to global technological advancement.

TTR Data: How do you see the participation of Private Equity Funds in 2024?

With great caution. There are local funds that have already raised resources and are moving forward with certain consolidations in some sectors. However, the volume has certainly decreased, and foreign funds are also in a wait-and-see mode. I read an interview a few days ago with a well-known manager of an American private equity fund that has investments in Brazil. He clearly stated that Brazil is off the radar for foreign investors. We resist accepting this statement, but unfortunately, there are countries better positioned; he is not entirely wrong.

TTR Data: What are the challenges for 2025?
Our firm is prepared for longer winters, both in terms of our entire service platform and our M&A team. I don’t believe, unless the government gives clear indication that it will respect fiscal targets (and as a consequence interest rates will decrease) that the year 2025 will change much compared to 2024. We are paying attention and well positioned to opportunities such as and investments made by special situations funds. We are also involved in several restructurings which often culminate in M&A operations. 



Mattos Filho

Moacir Zilbovicius

Possui experiência em operações de fusão e aquisição (M&A) e em assuntos envolvendo direito societário, em especial de companhias abertas. Representa conglomerados domésticos e internacionais em diferentes setores da indústria. Atuou como diretor jurídico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e como advogado internacional do escritório Cleary, Gottlieb, Steen & Hamilton (EUA). É membro do Conselho Consultivo da Fundação Antonio e Helena Zerrener (co-controladora da Ambev).


TTR Data: Qual é a sua avaliação do mercado de M&A para o ano de 2024?

Eu diria que tivemos um ano regular. Não foi ótimo, mas também não foi tão ruim assim. Esta resposta está intimamente ligada ao cenário político econômico do País e às condições externas – temos um País dividido, falta o posicionamento do governo acerca do cumprimento das metas fiscais, os juros permanecem altos para controlar a inflação e a economia americana deu sinais claros de recuperação e estabilização. Nosso time de M&A está envolvido em várias operações relevantes, o que se percebe é que o ritmo não é o mesmo diante desse quadro menos favorável. 

TTR Data: Algumas áreas que podem ser destacadas? 

Com certeza. O setor de energia está muito ativo. O Brasil tem uma das matrizes de energia mais limpas do mundo, com aproximadamente 80% de sua energia advinda de energia renovável. Há muito interesse estrangeiro nessa área. E a infraestrutura nesse setor também – há um compromisso do governo de investimento de 35 bilhões de dólares na geração e transmissão de energia até 2026.  Além do setor de energia, destacamos a área de tech, que continua a atrair interesse, pois é inerente ao avanço tecnológico mundial.  

TTR Data: Como você enxerga a participação dos Fundos de Private Equity em 2024? 

Com muita cautela. Há fundos locais que já captaram recursos e estão dando andamento a determinadas consolidações em alguns setores. Mas o volume certamente diminuiu, e o os fundos estrangeiros também estão em compasso de espera. Li, alguns dias atrás, uma entrevista de um conhecido gestor de um fundo de private equity americano que tem investimentos no Brasil. Ele fala claramente que o Brasil está fora do foco do investidor estrangeiro. Nós resistimos em aceitar essa afirmação, mas infelizmente há Países mais bem posicionados, ele não está totalmente equivocado.  

Quais são os desafios para 2025?

O nosso escritório está preparado para invernos mais longos. Tanto em relação ao atendimento dos clientes nas mais diversas áreas, como em relação ao nosso time de M&A.  A não ser que o governo dê sinais claros de que a meta fiscal será cumprida (e consequentemente os juros poderão cair), não acredito que o ano de 2025 irá mudar muito em relação a 2024. Estamos atentos e bem-posicionados em relação a oportunidades, cabendo citar assessoria em investimentos feitos pelos fundos de special situations e processos de reestruturação, que, por muitas vezes, culminam em operações de M&A.