Dealmaker Q&A

TTR Data Dealmaker Q&A com Andrea Ometto Bittar Tincani, sócia do Finocchio & Ustra

Finocchio & Ustra

Andrea Ometto Bittar Tincani

Andrea Ometto Bittar Tincani é sócia da área societária e de fusões e aquisições do Finocchio & Ustra. Graduou-se em Direito pela Universidade de São Paulo. Cursou especialização em Direito Empresarial pela FGV e MBA pela INSEAD na França e em Singapura. Atua na área de direito societário há mais de dez anos, com sólida experiência na estruturação, negociação e implementação de operações de M&A, joint ventures e reestruturações societárias, assessorando clientes nacionais e internacionais. Trabalhou como advogada no Pinheiro Neto e Mattos Filho, além de ter atuado como consultora financeira na Michel Dyens & CO. Reconhecida na shortlist do Women in Businesse Law Awards 2024, como Dealmaker pela TTR e ranqueada entre as advogadas mais admiradas do país pelo anuário Análise Advocacia Mulher 2024..


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o Finocchio & Ustra faz em 2024 para o mercado transacional no Brasil?

Em 2023 o Brasil registrou o menor investimento estrangeiro direto (IED) desde o início da pandemia de COVID-19 em 2020. Por outro lado, de acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil foi o segundo país que mais atraiu IED do mundo, ficando atrás somente dos EUA. O Brasil também está entre os países que anunciaram o maior número de novos projetos. 

O Brasil não foi o único afetado por essa redução de IED. A desaceleração nas atividades de M&A tem sido notada desde 2022 e continuaram em 2023 devido ao aumento das taxas de juros, incertezas geopolíticas e um ambiente econômico fraco, com custos crescentes. Com o aumento das taxas de juros nos EUA e na Europa é esperado que os investidores adotem uma abordagem mais conservadora. 

Contudo, a posição do Brasil no ranking de IED demonstra que o país tem tido sucesso em oferecer aos investidores um ambiente mais transparente, eficiente e consistente. Como reflexo disso, o Brasil obteve em março de 2024 o melhor resultado de IED dos últimos 12 anos para o mês, com total de USD 9,6 bilhões recebidos, e o melhor número mensal desde agosto de 2022, de acordo com as estatísticas do setor externo, disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil.

Essa tendência de influxo de IED para o Brasil deve continuar ao longo do ano de 2024, à medida que o país continua investindo na redução da burocracia, na reforma de seu sistema tributário atualmente complexo, na melhoria dos aspectos ambientais, sociais e de governança, e com a execução do novo programa de aceleração do crescimento (PAC).

Também vemos forte aceleração de transações no setor de tecnologia e de transações menores focadas na consolidação de mercado.

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

Essa liderança se deve a diversos fatores relevantes. Primeiro, o tamanho da economia brasileira e a moeda desvalorizada, em comparação com as principais economias mundiais, atraem investidores em busca de oportunidades de investimento. Além disso, o crescimento contínuo de setores estratégicos, como o de energia renovável, financeiro e tecnologia, e uma maior estabilidade política e jurídica, se comparada com os demais países da América Latina, tornam o mercado brasileiro atrativo aos olhos de investidores estrangeiros. 

Mesmo que nós brasileiros tenhamos a impressão de viver uma instabilidade política, quando comparado aos demais países da América Latina, o Brasil atualmente apresenta um cenário geopolítico mais estável e seguro aos investidores.

Ainda, nos últimos anos, o Brasil se empenhou para melhorar o ambiente de negócios e facilitar os investimentos no país, com foco na desburocratização de processos por meio do uso de tecnologias, para que empresas e indivíduos tenham acesso mais rápido a informações e interações simplificadas e eficientes com os órgãos públicos. 

Por fim, a integração regional e parcerias comerciais, fortalecem a posição do Brasil na América Latina e o manterão como um importante hub de investimentos e M&A na região.

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações em 2024. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis neste momento?

A riqueza natural do Brasil permite que ele tenha uma matriz energética extremamente diversificada com fontes de energia limpas e renováveis. De acordo com o Balanço Energético Nacional emitido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a energia renovável representou 87,9% do fornecimento de eletricidade no Brasil em 2022, com a energia solar fotovoltaica crescendo 79,8%, a hidrelétrica 17,7% e a eólica 14,3%, enquanto a termelétrica caiu 32,3%.

A crescente demanda global por energia limpa, aliada à agenda ESG e às metas de descarbonização, impulsiona investimentos em projetos de energia renovável no Brasil. A riqueza natural do Brasil, por sua vez, permite que ele tenha uma matriz energética extremamente diversificada com fontes de energia limpas e renováveis. 

Ainda assim, o Brasil possui um grande potencial inexplorado para geração de energia renovável, principalmente solar e eólica, atraindo investimentos para desenvolvimento de novos projetos e aquisições de empresas já em operação. 

Considerando o potencial de energia renovável, o PAC e o potencial de comercialização livre no Brasil até 2028, espera-se um aumento de investimentos nessa área ao longo de 2024, bem como no setor de infraestrutura, como foco em áreas que propiciam opções mais sustentáveis.

Em relação aos demais setores, podemos citar como destaque o agronegócio, em especial as agritechs, focadas no desenvolvimento tecnologias para agricultura de precisão, biotecnologia, IoT e outras áreas; além do setor de saúde, impulsionado pelo envelhecimento da população, pela crescente demanda por serviços de saúde de qualidade e pela busca por inovações tecnológicas na área.

TTR Data: Atualmente, o Finocchio & Ustra é líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A. Na sua opinião, e como líder deste ranking, a diversidade de género ao nível da gestão influencia em alguma medida os tipos de aquisições realizadas e os principais indicadores de sucesso das transações de M&A? Que medidas proativas o Finocchio & Ustra toma para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial?

Como líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A, o Finocchio & Ustra reconhece a importância da diversidade de gênero na gestão. A presença de mulheres em posições de liderança traz perspectivas únicas, promove a inovação e contribui para o fluxo das operações. 

Também há movimentação do mercado para negociações cujo foco é atingir os objetivos dos clientes e não ganhar o máximo possível do outro lado. As negociações são feitas de forma a encontrar o melhor caminho para as partes, buscando conciliação e a explicação da motivação de cada pleito, para que o negócio não seja prejudicado e seja obtida a maior sinergia possível.

Algumas medidas proativas que adotamos para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial incluem: implementação de políticas de inclusão e equidade, programas de mentoria, um dia a mais sem trabalho por mês (além das férias), transparência e comunicação, trabalho híbrido (sendo o presencial obrigatório apenas 1 vez por semana), além de avaliação constante e contínua. Acreditamos que a diversidade de gênero fortalece nossa equipe e contribui para o sucesso das transações de M&A, sendo nosso time Societário, inclusive, historicamente e atualmente composto majoritariamente por mulheres.

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2024 e quais as perspectivas para os próximos meses?

Sem dúvida, o ano de 2021 marcou o cenário das startups, impulsionando o surgimento de diversos unicórnios brasileiros. Registrou-se um recorde de investimentos, impulsionado pela baixa taxa de juros, transformação digital acelerada em virtude da pandemia e pelo aumento da liquidez no mercado. 

No entanto, a partir de 2023, o mercado de Private Equity e Venture Capital no Brasil começou a apresentar sinais de desaceleração em virtude do aumento da inflação, da alta dos juros e da captação reduzida dos fundos de venture capital, impactada pela da inflação e pela alta dos juros. Em um mercado em que há a possibilidade de ganhar dinheiro de forma segura, com a alta das taxas de juros, é normal que os investidores se tornem mais avessos a riscos.

Quando há alguns anos bastava-se ter perspectiva de crescimento para obtenção de investimento, hoje um novo negócio precisa, além do potencial de crescimento, também mostrar sua estratégia de lucratividade, a coesão do negócio e de seu valuation. O investidor ficou mais conservador após a desilusão com promessas de unicórnios e/ou mesmo a falta de lucratividade de unicórnios estabelecidos.

Sendo assim, a perspectiva é de amadurecimento deste mercado, com os empreendedores sendo obrigados a trabalhar em planos de negócios consistentes, em como gerar retorno ao investidor e também na mitigação de riscos do negócio desde o início. Não há falta de investimento para os empreendedores que se adaptam a essa nova realidade de seriedade e realizam a chamada de investimentos com o pé no chão.

As startups e os investidores de Private Equity e Venture Capital precisaram se adaptar e ajustar suas estratégias, sendo um bom exemplo o crescimento do Corporate Venture Capital (CVC), importante modalidade de investimento, com empresas consolidadas investindo em startups do seu ecossistema para impulsionar a inovação e o acesso a novos mercados.

Hoje as operações deste tipo têm um dos seguintes objetivos: (i) retorno para o investidor, e, nesse caso, são feitas baseadas em planos de negócios sólidos, com produtos minimamente viáveis, testados e com perspectiva próxima de lucratividade; ou (ii) controle ou influência no desenvolvimento de produtos/ serviços que são estratégicos ou necessários para o futuro do negócio dos investidores.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do Finocchio & Ustra no Brasil em 2024 no mercado transacional?

O mercado enfrentará desafios significativos, com a adaptação às tecnologias, inteligência artificial e inovações. A crescente digitalização, utilização da inteligência artificial e automação estão transformando a maneira como as empresas e escritórios de advocacia operam, e aqueles que não acompanharem essas mudanças podem ficar para trás. 

O Finocchio & Ustra identificou esse movimento há alguns anos e estabeleceu diversas frentes de trabalho dedicadas a superar o modelo tradicional de advocacia frente à inevitável revolução do mercado, incluindo uma área dedicada exclusivamente à inovação. No Finocchio & Ustra, consideramos que a capacidade de adaptação será crucial para o sucesso no mercado de M&A em 2024.

O mercado tem exigido transformações rápidas e o mundo digital dá recompensas e respostas instantâneas. Isso se reflete na expectativa das pessoas com relação ao crescimento profissional e reconhecimento, sendo que a velocidade esperada não é, na grande maioria das vezes, condizente com a realidade do mercado de trabalho. Desta forma, vemos, de forma geral, uma grande frustração das novas gerações com o mercado de trabalho e com a vida real.

Um escritório de advocacia é feito de pessoas. Ter pessoas motivadas, livres para ser quem são e com equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um dos nossos maiores objetivos. Nós trabalhamos de forma árdua para que nossos profissionais cresçam e se desenvolvam em um ambiente saudável e leve, com muita transparência e alinhamento de expectativas.

Inovação e gestão de pessoas são temas constante em nossas discussões de liderança, pois entendemos que estes serão os maiores desafios dos próximos anos.

Dealmaker Q&A

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TTR Data Dealmaker Q&A with 414 Capital RIóN M&A Partner Alexander von Griesheim

414 Capital RióN M&A

Alexander von Griesheim

Alexander von Griesheim joined 414 Capital in 2024 through the acquisition of RIóN, where he began in 2005. With a successful track record, he has advised and closed over 60 transactions, encompassing sell-side and buy-side mandates, valuations, and public offerings across various sectors including education, pharmaceuticals, automotive, finance, business services, manufacturing, oil & gas, consumer products, and food and beverage. His clientele spans families, private equity funds, and corporate entities. Prior to joining RIóN, Alex initiated his M&A career at Aguilar Portilla y Asociados in 1998, advising clients in industries such as bottling, agribusiness, publishing, outdoor advertising, and healthcare. Alex has been actively engaged in numerous international arbitration proceedings for several years, representing the interests of both Mexico and the Dominican Republic. He holds an International MBA from Instituto de Empresa (IE) Business School in Madrid and a BA in Business Administration with special honors from Universidad Iberoamericana (UIA).


TTR Data: How has Rion handled the current situation in terms of advice and what opportunities have you found in Mexico in recent months?

The M&A market in Mexico, and in general in the world, has been affected mainly by three factors: Post-pandemic, many Mexican companies show atypical results, either up or down, derived from the pandemic impact,  high interest rates and the strong peso. Certain sectors and industries were not able to pass on price increases to end customers, negatively affecting their usual margins, and therefore reducing the value of the companies. Not in all cases the effects have been reversed, which has made it difficult to close transactions. Although there is liquidity in the market, there has been resistance from company owners who have not assimilated the change in the sector and do not accept lower valuations. On the other hand, in cases where the impacts on margins were very positive, buyers do not accept that this trend will last, so they are not willing to pay for higher valuations, also complicating the closings, challenging advisors to become creative and find formulas and build bridges.

What are the perspectives for the M&A market in Mexico in 2024? What other countries could have a positive dynamic in this segment?

During election years, normally during the first quarter there is a lot of M&A activity, due to the interest of closing transactions and not suffering from possible uncertainty. During the second and third quarters the volume decreases, since being very close to the event – and especially when there may be significant changes in government – both sellers and buyers prefer to wait for the results of the elections to decide whether to move forward, correct or adjust some parameters, or not continue with the possible transaction.

In 2024, the M&A market expectations are good, since there seems to be a consensus that interest rates should begin to decrease towards the end of the year. This phenomenon probably generates good expectations, the possibility of leveraging M&A transactions a bit more, and for buyers to be somewhat more flexible in increasing valuations, achieving a higher number of closings. This effect would surely be triggered in the last quarter of the year, so during the third quarter the volume of closed deals would not be that significant.

TTR Data:  In which sectors might international investors find the biggest opportunities in Mexico in the next months?, Why? 

Without a doubt one of the most interesting sectors in Mexico today is the industrial sector, derived from the nearshoring effect. The relocation of global companies to have a presence close to clients, or regionally, generates a great appetite to seek investments in Mexico. Transactions in the logistics, services and health sector are also of interest and show relevant activity.

TTR Data: Continuing with the Private Equity and Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Spain in 2024? What can we foresee for the next months?

In recent years, both Private Equity and Venture Capital funds have been more cautious with their investments. This is derived on the one hand from the demand for additional capital in portfolio companies due to post-pandemic effects such as variations in margins and inflation, as well as greater discipline in terms of leverage, derived from the high cost of debt. This has made company valuations become more realistic, and even VC funds are seeking to invest in companies with positive or slightly negative EBITDAs.

TTR Data: What will Rion’s main challenges be in Mexico during 2024?

The electoral issue in Mexico and a few months later in the United States, generates uncertainty about what the new governments that take control will do. Anticipating some changes in foreign relations policy, trade, etc., investors can delay purchase/investment decisions, or even stop them until they know the electoral results, the plans of each elected government and their effects on the countries’ economies.  


Spanish version


414 Capital RIóN M&A

Alexander von Griesheim

Alexander von Griesheim se incorporó a 414 Capital a través de la adquisición de RIóN, firma a la cual unió en 2005. Alex ha asesorado y cerrado con éxito más de 60 transacciones, trabajando en mandatos de compra y venta, así como valuaciones, en sectores como el farmacéutico, inmobiliario, financiero y seguros, servicios, manufactura, petróleo y gas, productos de consumo, alimentos y bebidas, entre otros. Sus clientes van desde familias, fondos de capital privado hasta corporativos. Antes de incorporarse a RIóN, Alexander inicio su carrera en fusiones y adquisiciones en Aguilar Portilla y Asociados en 1998, cerrando transacciones dentro del sector embotellador, agroindustrial, editorial, educación, publicidad exterior y salud. Desde hace varios años, Alex ha participado en la elaboración de dictámenes en diversos procedimientos de Arbitraje Internacional, en representación de los Estados Unidos Mexicanos y la República Dominicana. Obtuvo su MBA por el Instituto de Empresa (IE) Business School en Madrid, y su título de Administración de Empresas, con mención especial, por la Universidad Iberoamericana (UIA).


TTR Data: ¿Cómo ha manejado Rion la coyuntura actual en términos de asesoramiento en este mercado y qué oportunidades ha encontrado en México en los últimos meses?

El mercado de M&A en México, y en general en el mundo, se ha visto afectado principalmente por tres factores: Post-pandemia muchas de las empresas mexicanas muestran resultados atípicos, ya sea al alza o a la baja, derivado de la coyuntura de la pandemia, las elevadas tasa de interés y el peso fuerte. Ciertos sectores e industrias no lograron trasladar incrementos de precios a clientes finales, afectando negativamente sus márgenes habituales, y por ende reduciendo el valor de las compañías. No en todos los casos los efectos se han revertido, lo que ha dificultado cerrar transacciones.  Sin bien hay liquidez en el mercado, ha habido resistencia de propietarios de las compañías que no han asimilado el cambio en el sector y no aceptan valuaciones mas bajas. Por el otro lado, en los casos que los impactos en márgenes fueron muy positivos, los compradores no aceptan que ésta tendencia perdure, por lo que no aceptan pagar valuaciones más elevadas, también complicando el cierre de las operaciones, provocando a los asesores a buscar fórmulas creativas para crear puentes y lograr cerrar transacciones..

TTR Data: ¿Cuáles son las perspectivas del mercado de M&A en México en este 2024? ¿Qué otros países podrían tener una dinámica positiva en este segmento?

Durante años de elección, normalmente durante el primer trimestre hay mucha actividad de M&A, por el interés de cerrar transacciones y no sufrir posible incertidumbre. Durante el segundo y tercer trimestres baja el volumen, ya que al estar muy cerca del evento – y sobre todo cuando puede haber cambios de gobierno significativos – tanto vendedores como compradores prefieren esperar al resultado de las elecciones para decidir si seguir adelante, corregir o ajustar algunos parámetros, o no continuar con la posible transacción.  

En 2024 las expectativas del mercado en general son buenas, ya que parece haber consenso en el hecho que las tasas de interés deben empezar a bajar hacia finales el año. Este fenómeno probablemente genere buenas expectativas, posibilidad de apalancar un poco mas las transacciones de M&A, y por parte de los compradores ser algo mas flexibles en elevar valuaciones, logrando mayores cierres. Este efecto seguramente se detonaría en el último trimestre del año, por lo que durante el tercer trimestre el volumen de cierres no sería tan alto.

TTR Data: ¿Cuáles serían los sectores que podrían ofrecer las mayores oportunidades en México a los inversores internacionales en los próximos meses y por qué?

Sin duda uno de los sectores más interesantes en México hoy en día es el industrial, derivado del efecto del nearshoring. La reubicación de empresas globales a tener presencia cerca de los clientes, o de manera regional, genera un gran apetito para buscar inversiones en México.  Transacciones en el sector de logística, servicios y sector salud, también muestran mucho apetito y actividad.

TTR Data: Continuando con el segmento de Private Equity y Venture Capital vemos que, después del ‘boom’ de 2021, el surgimiento de unicornios está disminuyendo y algunos están desapareciendo. ¿Cuál es la evaluación de estas industrias en 2024 y qué podemos esperar para los próximos meses? 

En los años recientes, tanto los fondos de Private Equity, como los de Venture Capital, han sido mas cautos con sus inversiones. Esto derivado por un lado por la demanda de capital adicional en compañías de portafolios por efectos post pandemia como variación de márgenes e inflación, así como una mayor disciplina en términos de apalancamiento, derivado del elevado costo de la deuda. Esto ha hecho que las valuaciones de las compañías se vuelvan más realistas, y que incluso los fondos de VC busquen invertir en empresas con EBITDAs positivos o ligeramente negativos.   

TTR Data: ¿Cuáles serán los principales retos de Rion en México durante 2024?

El tema electoral en México y unos meses más adelante en Estados Unidos, genera incertidumbre de qué harán los nuevos gobiernos que tomen control. Anticipando algunos cambios en política de relaciones exteriores, comercio, etc., los inversionistas pueden retardar las decisiones de compra/inversión, o incluso detenerlas hasta no conocer los resultados electorales, los planes de cada gobierno electo y sus efectos en las economías de los países.

Dealmaker Q&A

TTR Data Dealmaker Q&A com
a Renata Simon sócia do VBSO

VBSO Advogados

Renata Simon

Renata é sócia da área de M&A e Societário do escritório, atuando em parceria com a sócia Amanda Visentini Rodrigues. Renata Simon possui mais de 20 anos de experiência na coordenação de operações de fusões e aquisições e transações cross-borders, Private Equity e mercado de capitais. Também conta com experiência no desenvolvimento e implementação de programas de compliance e de práticas ESG internas e externas nas companhias. 
A atuação de Renata é reconhecida pelas principais publicações e rankings nacionais e internacionais na área jurídica. O IFLR 1000 posiciona a sócia como profissional altamente conceituada na área de fusões e aquisições. Ranqueada no Latin Lawyer 250, também integra a lista das advogadas mais admiradas do país pelo anuário Análise Advocacia e Análise Advocacia Mulher.


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o VBSO faz em 2024 para o mercado transacional no Brasil?

Em 2023, o mercado de fusões e aquisições internacional adotou uma postura conservadora, principalmente em razão das altas taxas de juros e da desaceleração das economias globais.  Isso refletiu na redução significativa do número e volume das operações no Brazil, que foram, respectivamente, 22% e 28% menores do que em 2022 (Fonte TTR).  Apesar de muitos fatores econômicos persistirem em 2024 ou melhorarem timidamente, há uma expectativa que 2024 seja um ano melhor do que 2023 em termos de número e volume de transações de M&A, uma vez que os investidores estão mais preparados para tomar decisões de investimento ou desinvestimento já considerando certas premissas macroeconômicas em suas avaliações. Historicamente, vemos uma retomada rápida tanto na confiança dos gestores quanto do valor das transações logo após as recessões/crises e isso não deve ser diferente. Se não tivermos nenhuma notícia que vá na contramão das projeções econômicas atuais, espera-se que haja um crescimento gradual das operações ao longo de 2024 e um ano de 2025 melhor ainda. 

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

São diversos fatores que influenciam a liderança do Brasil nesse ranking e distanciar-se dos países vizinhos, entre eles o tamanho do mercado consumidor e o fato do país ser uma democracia estável, além de ter uma política econômica que mantém a inflação em níveis aceitáveis e capital nacional relevante disposto a manter investimentos no país. Além disso, se comparado com outros países em desenvolvimento no mundo, o Brasil está geograficamente bem-posicionado, longe de conflitos e guerras que poderiam interferir na tomada de decisão de investimento. Atrelado a tudo isso temos um câmbio favorável para investidores estrangeiros. Por isso, o Brasil continua sendo uma ótima opção para investidores internacionais a curto e médio prazo. 

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis ​​e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis ​​neste momento?

O Brasil está muito bem-posicionado do ponto de vista de transição energética, tendo investido aproximadamente US$35 bilhões em 2023 em projetos de energia renovável. É o sexto país do mundo que mais investiu uma transição energética e líder da América Latina. Nesse sentido, o setor de energias renováveis tende a estar bastante movimentado não apenas através de programas de financiamentos do governo, mas principalmente na forma de investimento por capital privado. Vale ressaltar que essas operações de M&A se configuram muitas vezes na forma de compra de ativos ao invés de equity.  Outro setor importante para a economia e que deve ter um movimento expressivo é o setor de infraestrutura, principalmente transporte e saneamento básico.

TTR Data: Atualmente, o VBSO é líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A por número de transações. Na sua opinião, e como líder deste ranking, a diversidade de género ao nível da gestão influencia em alguma medida os tipos de aquisições realizadas e os principais indicadores de sucesso das transações de M&A. Que medidas proativas o VBSO toma para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial?

R:Muito me orgulha de estarmos nesse ranking junto com tantas mulheres/advogadas incríveis! Trabalho há mais de 20 anos na área e é nítido como as mulheres têm assumido cada vez mais papéis de liderança na área de M&A, não apenas nos escritórios de advocacia, mas também em assessorias financeiras, fundos de Private Equity, empresas e bancos. E esse fenômeno é mérito nosso (mulheres) e das instituições que permitem esse crescimento. E instituições são feitas de pessoas. Portanto, cabe a nós a escolha de trabalhar em uma instituição onde as pessoas acreditem de fato em igualdade de gênero!   

VBSO é uma dessas instituições.   A área de M&A é coordenada por duas mulheres, eu e pela minha sócia Amanda Visentini; e 60% da nossa equipe é formada por mulheres. Temos políticas sobre igualdade de gênero (assédio, remuneração, etc.) e promovemos debates internos e treinamentos exclusivamente para mulheres sobre temas para auxiliá-las nessa trajetória profissional, como empoderamento feminino, comunicação, negociação. Esse ano vamos lançar o curso só para mulheres com foco em liderança. Ano passado nos tornamos  membro do WEP – Women’s Empowerment Principles criado pela ONU e estamos em crescente evolução nesse tema. 

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2024 e quais as perspectivas para os próximos meses?

A indústria do Venture Capital no Brasil teve um crescimento exponencial há alguns anos, impulsionado em grande parte pelo excesso de liquidez no mercado. Os investimentos naquele momento foram feitos mirando a “escalabilidade” dos negócios o que criou uma distorção de valuations “distorcidos” se comparados com a geração de caixa das empresas. Com a postura cautelosa adotada nos últimos 2 anos pelos investidores, o que vamos ver no cenário de Venture Capital no país para 2024 serão movimentos de consolidação de mercado (principalmente as empresas de tecnologia) e os corporate ventures. Além, claro, das avaliações estarem muito mais alinhadas com geração de caixa e lucratividade futura dos negócios.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do VBSO no Brasil em 2024 no mercado transacional?

Estamos muito atentos a tecnologia e acho que esse será o grande desafio para esse ano. Com o crescimento das inteligências artificiais generativas, a gama de ferramentas disponíveis para o mercado transacional é gigantesca. E só tende a crescer. O Vale do Silício está equiparando essa transformação à invenção da eletricidade, de tão disruptivo que eles estimam que seja. Nós do VBSO já estamos implementando algumas ferramentas no nosso dia a dia que tem facilitado enormemente o trabalho, além de trazer mais eficiência e confiabilidade para as transações. Algumas frentes que estamos trabalhando são: VBSO Conecta, nossa plataforma de gestão das operações de M&A, e ferramentas para elaboração e revisão de documentos. O futuro chegou, e é bem estimulante fazer parte dele! 

Dealmaker Q&A

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TTR Data Dealmaker Q&A with Squire Patton Boggs Spain Partner Rocío García

Squire Patton Boggs Spain

Rocío García

Rocío is a partner of the Corporate, M&A and Private Equity practice of Squire Patton Boggs Spain, and the youngest partner of the Madrid office.
She advises on all aspects of corporate law, with particular emphasis on domestic and cross-border mergers and acquisitions and gather a wide experience through her participation in a broad range of transactions, advising large industrial groups and private equity firms and their portfolio companies in the context of acquisition and sale transactions, LBOs and MBOs. Her expertise also includes advising on complex corporate reorganisations and restructurings, joint ventures and special situations and distressed transactions. She also devotes part of her practice to working on growth and venture capital financing and corporate governance.
She is the lawyer of reference in Spain for clients such as Globant, a renowned international company in the TMT sector, or Groupe Colisée, a leading global group in the sociosanitary sector, for whom Rocío led the expansion of the group in Spain, Portugal and now in Italy.


TTR Data: How has Squire Patton Boggs handled the current situation in terms of advice and what opportunities have you found in Spain in recent months?

The M&A market, both in Spain and internationally, is mathematically aligned with the economic situation at any given time. In the last quarter of 2022 and the first three quarters of 2023, there was a decline in transactions and an increase in the complexity of existing transactions due to the macroeconomic situation in terms of lack of certainty in valuations and returns. Far from witnessing a flood of bankruptcies and distressed transactions, as might have been predicted, the M&A market has been surprisingly resilient and since the last quarter of 2022 the number and volume of transactions has returned to a growth path that will have little to envy to the boom of 2021, albeit with different economic parameters. The rules of the market have changed, and traders have recalculated the risks by incorporating new criteria for selecting and evaluating opportunities. Success in the M&A market ultimately lies in adapting to the economic scenario and in accepting its own cyclicality. M&A in Spain is extremely dynamic, especially mid-market, which has started with a very high number of transactions in 2023 and is less sensitive to the macro environment than high-cap due to the volume of transactions, the lower leverage, and the wider margin for returns and investment periods. 2024, at least until the third quarter, looks set to be dominated by mid-market operations and we will have to wait a little longer to start seeing movement in the high-cap arena.

TTR Data: What are the most relevant drivers to consolidate the M&A market in Spain for 2024? 

M&A is an already consolidated and mature market in Spain, so the main driver now is, as mentioned above, its adaptation to the cyclicality of the economy. This applies both to market operators and to the law firms that support them. 2023 was a good case in point. Traders adopted new investment parameters that incorporate this experience, which has had an impact, fundamentally, on return expectations and more conservative and less inflationary projections than in the previous period. Firms, for our part, have adapted to a more changing trading environment, with more complex pricing and valuation structures and where plain vanilla acquisition and sale structures are no longer the norm, but require greater creativity and sophistication as well as agility in proposing and executing solutions that add value to the transaction and the client.  

TTR Data:  In which sectors might international investors find the biggest opportunities in Spain in the next months? Why? 

Alongside the energy sector, which has continued to grow over the last two years and still has some way to go, the logistics and transport, infrastructure, entertainment, new technologies and social and healthcare sectors are now standing out. For a variety of lifestyle and cultural reasons and, in some cases, with a clear intention to reinvent themselves and adapt to a more sustainable environment. On the other hand, more capital-intensive sectors with a greater dependence on financing, as is clearly the case with real estate and construction, will be on hold for a while longer until, at least, interest rates stabilise and cost margins readjust.

TTR Data: Continuing with the Private Equity and Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down, and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Spain in 2024? What can we foresee for the next months?

It is not so much that the number of unicorns in the startup ecosystem is declining, quite the contrary, Venture Capital investment is going to be a major player in the coming years and “unicorns exist” but it will probably take longer for them to reach the USD 100M mark to qualify as such. What happened in 2021 was precisely the boom of a market peaking with inflated valuations and rounds of investment in a timeframe that has been shown to be poorly matched with sustainable company growth. The element of differential risk taken by Venture Capitalists (versus Private Equity investment) has shifted towards a more conservative but more defensible and resilient trend in the medium term. Venture Capital will continue to differ from Private Equity in terms of investment targets and stage of economic maturity, but has incorporated Private Equity’s own criteria in terms of valuation, returns and projections of the companies invested in. Gone are the days when we attended one or two rounds of investment per year in a start-up. Now it is required that there is not only an idea but also a realistic and sustainable “plan” that allows the company to grow in a more solvent way. It seems that some of the “Venture” is being lost in favour of “Equity”, which will lead us to more spaced rounds but with more investors and higher tickets.

TTR Data: What will FIRM’s main challenges be in Spain during 2024?

The firm’s main challenge in Spain continues to be its consolidation in the M&A mid-market, becoming one of the benchmark firms in this market. This is something we are already achieving. In addition to this, we also firmly intend to position ourselves as one of the leading firms in Litigation and Arbitration – two areas that are essential for the Firm at an international level and which, far from being conflicting, are a clear demonstration that “opposites attract” and come together in a Firm where trust, added and differential value and client service are our main drivers of growth.


Spanish version


Squire Patton Boggs España

Rocío García

Rocío es socia de la práctica de Corporate, M&A y Private Equity de Squire Patton Boggs España, y la socia más joven de la oficina de Madrid.
Asesora en todos los ámbitos del derecho mercantil y societario, con especial énfasis en fusiones y adquisiciones nacionales y transfronterizas, y acumula una amplia experiencia a través de su participación en un elevado número de operaciones, asesorando a grandes grupos industriales y entidades de capital riesgo y a sus empresas participadas en el contexto de operaciones de adquisición y venta, LBOs y MBOs. Su experiencia también incluye el asesoramiento en complejas reorganizaciones y reestructuraciones empresariales, joint ventures y transacciones de special situations y en distressed. También dedica parte de su práctica a trabajar en financiación de venture capital y gobierno corporativo.
Es la abogada de referencia en España para clientes como Globant, reconocida empresa internacional del sector TMT, o Groupe Colisée, grupo líder mundial en el sector sociosanitario, para quien Rocío lideró la expansión del grupo en España, Portugal y ahora en Italia.


TTR Data: ¿Cómo ha manejado la firma la coyuntura actual en términos de asesoramiento en este mercado y qué oportunidades ha encontrado en España en los últimos meses?

El mercado del M&A, tanto en España como a nivel internacional, se alinea de forma matemática con la coyuntura económica de cada momento. En el último trimestre del 2022 y los tres primeros de 2023 se produjo una caída de las operaciones y un incremento de la complejidad de las existentes derivados de la situación económica a nivel macro en términos de falta de certidumbre en las valoraciones y retornos. Lejos de asistir a un aluvión de empresas concursadas y operaciones en distress, como podía vaticinarse, el mercado del M&A se ha mostrado sorprendentemente resiliente y ya desde el último trimestre del 2022 el número y el volumen de operaciones ha vuelto a una senda de crecimiento que nada tendrá que envidiar al boom del 2021 aunque con parámetros económicos distintos. Las reglas del mercado han cambiado y los operadores han recalculado los riesgos incorporando nuevos criterios de selección y valoración de oportunidades. 

El éxito en el mercado del M&A radica al final en la adaptación al escenario económico y en la aceptación de su propia ciclicidad. El M&A en España es extremadamente dinámico, en especial el mid-market que ha arrancado con un número de operaciones muy elevado en 2023 y que es menos sensible al entorno macro que el high-cap por el volumen de las operaciones, el menor apalancamiento y el margen más amplio para los retornos y los períodos de inversión. El 2024, al menos hasta el tercer trimestre, parece que va a estar protagonizado por las operaciones en el mid-market y que habrá que esperar algo más para empezar a sentir movimiento en el ámbito de las high-caps.

TTR Data:¿Cuáles son los drivers más relevantes para consolidar el mercado de M&A en España en 2024?

El M&A es un mercado ya consolidado y maduro en España por lo que el principal driver ahora es, como hemos comentado, su adaptación a la ciclicidad de la economía. Lo anterior vale tanto para los operadores en el mercado y para las Firmas de abogados que los acompañamos. El 2023 fue una buena muestra de ello. Los operadores adoptaron nuevos parámetros de inversión que incorporan esta experiencia y que ha impactado, fundamentalmente, en las expectativas de retornos y en proyecciones más conservadoras y menos inflacionadas que en el período anterior. Las Firmas, por nuestra parte, nos hemos adaptado a un entorno de operaciones más cambiantes, con estructuras de precio y valoración más complejas y donde la norma ya no son las estructuras de adquisición y venta plain vanilla sino que requieren mayor creatividad y sofisticación así como agilidad en la propuesta y ejecución de soluciones que aporten valor a la transacción y al cliente.   

TTR Data: ¿Cuáles serían los sectores que podrían ofrecer las mayores oportunidades en España a los inversores internacionales en los próximos meses y por qué?

Junto al sector de la energía que ha mantenido su estela de crecimiento en los últimos dos años y al que aún le queda recorrido, destacan ahora los sectores de logística y transportes, infraestructuras, entretenimiento, nuevas tecnologías y sociosanitario. Por razones diversas, de estilo de vida y culturales y, en algunos casos, con una clara intención de reinventarse y adaptarse a un entorno más sostenible. En cambio, sectores más intensivos en capital y con mayor dependencia de la financiación, como es el caso claro del Real Estate y la construcción, se encontrarán un tiempo más en la reserva hasta que, al menos, se alcance la estabilización de los tipos de interés y se reajusten los márgenes de costes.

TTR Data: Continuando con el segmento de Private Equity y Venture Capital vemos que, después del ‘boom’ de 2021, el surgimiento de unicornios está disminuyendo y algunos están desapareciendo. ¿Cuál es la evaluación de estas industrias en 2024 y qué podemos esperar para los próximos meses? 

No es tanto que esté disminuyendo el número de unicornios en el ecosistema de las Startups, muy al contrario, la inversión en Venture Capital va a ser una gran protagonista de los próximos años y “los unicornios existen” pero probablemente tarden más tiempo en alcanzar la cifra de los 100M USD para ser calificados como tal. Lo que sucedió en 2021 fue precisamente el boom de un mercado que alcanzaba la cúspide con valoraciones inflacionadas y rondas de inversión en un espacio temporal que se ha mostrado se compadecía mal con un crecimiento sostenible de la empresa. El elemento del riesgo diferencial asumido por los Venture Capitalist (frente a la inversión del Private Equity) ha virado hacia una tendencia más conservadora pero más defendible y resiliente en el medio plazo. El Venture Capital seguirá diferenciándose del Private Equity en cuanto a los targets de inversión y su estado de madurez económico, pero ha incorporado criterios propios del Private Equity en cuanto a los elementos de valoración, retorno y proyecciones de las empresas invertidas. Ya han quedado atrás los tiempos en los que asistíamos a una o dos rondas de inversión por año en una Startup. Ahora se exige que no solo haya una idea sino también un “plan” realista y sostenible que permita a la empresa un crecimiento más solvente. Pareciera que se pierde algo de “Venture” en pos del “Equity” lo que nos llevará a rondas más espaciadas, pero con concurrencia de más inversores y tickets más altos.

TTR Data: ¿Cuáles serán los principales retos de la firma en España durante 2024?

El principal reto de la firma en España sigue siendo su consolidación en el mercado del M&A mid-market, y convertirnos en una de las Firmas de referencia en este mercado. Algo que ya estamos logrando. A esto, se une también la firme intención de posicionarnos como una de las principales Firmas en materia de Litigación y Arbitraje – dos áreas que son fundamentales para la Firma a nivel internacional y que, lejos de lo contradictorio de su maridaje, son una muestra clara de que los “polos opuestos se atraen” y se unen en una Firma donde la confianza, el valor añadido y diferencial y el servicio al cliente constituyen nuestros principales motores de crecimiento.

Dealmaker Q&A

TTR Data Dealmaker Q&A with AON Brasil Partner Pedro Costa

AON Brasil

Pedro Costa

With his background in Civil Engineering, serves as leader of Aon M&A and Transaction Solutions team in São Paulo. Bringing eight years of experience in the M&A Market, he specializes in risk and insurance due diligence, demonstrating a profound knowledge in M&A risk transferring through Reps & Warranties, Warranties & Indemnities, Tax and Contingent insurances. Pedro’s expertise extends across various industries and sectors, including Infrastructure, Oil & Gas, Technology, Manufacturing, Renewable Energy, among others. Aligned with Aon’s commitment to Better Decisions, his work reflects a deep dedication to excellence and strategic foresight in his field.


En medio de un panorama de incertidumbre inversionista en M&A, Capital Privado y Venture Capital en América Latina: ¿Cuál es el balance que hace Aon para el primer trimestre de 2024?

Debido al tenso escenario relacionado con conflictos internacionales que terminan afectando la toma de decisiones sobre inversiones en países emergentes, como los que conforman nuestra región, nos enfrentamos a un entorno relativamente inestable en comparación con el último trimestre del año pasado. Cuando miramos el primer trimestre de 2023, donde el escenario de nuevos gobiernos en América Latina trajo incertidumbre para los inversores, notamos un cierto respiro y una paulatina reanudación del movimiento de fusiones y adquisiciones. Aunque con una disminución del 15% en el número de transacciones, vemos un aumento del 25% en el valor agregado de las transacciones con valor declarado, lo que nos muestra un potencial renovado para mantener el negocio en 2024. Estas cifras demuestran que se están ejecutando grandes acuerdos, siendo la infraestructura, la minería y las energías renovables el foco de los inversores.

De esta forma la estrategia es siempre ayudar a nuestros clientes a tomar las mejores decisiones, apoyándolos a transformar el riesgo en oportunidad y retorno.

¿Qué papel está jugando el mercado de energías renovables para impulsar las inversiones en el mercado M&A en América Latina? Cómo has actuado y apoyado este movimiento?

A lo largo de su cadena, desde la generación hasta la distribución, este es un sector extremadamente desafiante. Es importante resaltar que cada tipo de energía tiene características únicas desde el punto de vista del riesgo, y debe ser evaluada cuidadosamente dentro de sus particularidades. Hemos apoyado importantes negociaciones durante los últimos 12 meses en el mercado de Energías Renovables en América Latina, especialmente en generación y transmisión, donde hemos observado un mercado cada vez más favorable, dadas las particularidades del negocio, nivel y tipo de riesgos inherentes y número de interesados con apetito, lo que, por otro lado, suele provocar un mayor nivel de competencia y presión sobre la “valoración” de los activos. En este sentido, hemos actuado como un asesor clave que, en la búsqueda de la mitigación de riesgos, ha desarrollado soluciones que apuntan a incrementar la rentabilidad de los inversionistas, a través de nuestra consultoría en due diligence de riesgos y seguros, negociación de seguros transaccionales y también brindando gobernanza a fondos de inversión. Inversión de capital privado en post-cierre. Cabe destacar que el mercado asegurador ha visto muy favorablemente al sector de las renovables, aplicando generalmente tarifas (costes/prima) y condiciones muy competitivas (a menudo comparables a mercados más maduros como el europeo y amricano) para los seguros Reps&Warranties/Warranties&Indemnities que permiten a los clientes a inclinarse y ser más agresivos y asertivos frente a otros competidores en transacciones competitivas.

¿Cuáles sectores en el mercado de M&A están requiriendo de mayor asesoría por parte de Aon este año y cuál es el motivo? 

Si bien históricamente hemos actuado con más fuerza en sectores con un perfil más “asset heavy”, hoy podemos decir que contamos con una cartera de operaciones asesoradas con un perfil muy heterogéneo, con énfasis en Infraestructuras, Real Estate, Food & Beverage y Logística.

En la misma línea, es significativo el incremento de la búsqueda de soluciones ligadas a la transferencia de riesgos por parte de nuestros clientes tras la realización de Due Diligences cada vez más robustas. Este movimiento comenzó después de la crisis de las hipotecas de alto riesgo de 2008, donde el proceso de análisis de activos se volvió cada vez más sólido, incluidos procedimientos que antes rara vez se utilizaban, como los seguros. Con el objetivo de buscar incrementar la rentabilidad a través de la reducción de riesgos, los seguros de Transacciones de M&A se han vuelto más utilizados, además de buscar mejorar las coberturas.

Hoy podemos decir que el seguro ya no es reconocido como un costo y se ha convertido en un aliado muy fuerte en la búsqueda de retornos cada vez más concretos y tangibles. De este breve análisis vemos un doble movimiento hacia un mayor interés y comprensión de la necesidad de nuestros servicios en sectores más “asset light” y el éxito en el desarrollo del mercado de seguros transaccionales en América Latina, con un aumento significativo de la demanda de este tipo de productos para apoyar las negociaciones en los sectores más diversos, incluidos el tecnológico y el financiero que, consistentemente han demostrado ser el sector más activo de la región.

Concretamente en nuestra área de actividad de seguros transaccionales, observamos un movimiento relevante por parte de grandes actores estratégicos cualificados que cada vez buscan más seguridad para realizar ofertas más agresivas de adquisición de nuevos activos. Además, también vemos que los gestores de capital privado utilizan nuestras soluciones de seguros y consultoría para reducir los riesgos de los fondos y las exposiciones a largo plazo, con el objetivo de una desinversión más asertiva.

¿A qué se debe el comportamiento del mercado transaccional mexicano y chileno, los cuales han sido desplazados por economías como la colombiana o peruana en los últimos meses? , ¿Cuál es su evaluación para cada una de las principales economías de Latam?

De hecho, el mercado peruano destacó significativamente, con un aumento del 172% en el número de transacciones. Aunque el número absoluto aún no es muy significativo en comparación con Chile, México y Brasil, estos países tuvieron poco aumento o incluso una caída porcentual en comparación con el año 2022. Para México el escenario es relativamente complejo, al haber sido impactado directamente por regulaciones y restricciones, además de la implementación en el límite para inversiones extranjeras lo que genera un grado relevante de incertidumbre para los inversionistas.

El mercado chileno tiene importantes particularidades relacionadas principalmente con las reservas mundiales de litio, lo que atrae a inversionistas interesados ​​en el sector minero y también en la actual expansión del mercado de vehículos eléctricos. También pesa a su favor el cierre de numerosos negocios a finales de año, lo que podría desplazar la curva de inicio de año hacia un frente negativo.

Perú, a pesar de seguir navegando en el mercado de M&A  de manera incipiente, demuestra resiliencia frente a las incertidumbres locales y los grandes conflictos globales.

¿Cuáles son las perspectivas de Private Equity y Venture Capital en América Latina en este 2024? ¿Qué países podrían tener una mejor dinámica en este segmento?

Los altos tipos de interés siguen siendo un punto muy relevante para el mercado de Private Equity y Venture Capital, especialmente en lo que respecta al acceso a capital para nuevas inversiones considerando que las tasas de rentabilidad esperadas por los inversores tienden a aumentar. Sin embargo, todavía vemos un gran nivel de “dry powder” en América Latina y un crecimiento relevante en el número de jugadores, en cierta medida desvinculado de la tendencia reciente en el mercado global, lo que demuestra la resiliencia de América Latina frente a este tipo de inversiones alternativas. A diferencia de mercados más maduros como Europa y Estados Unidos, entendemos que América Latina tiene un espacio de desarrollo muy grande, con varias oportunidades con potencial de altos retornos. Aquí salen ganando quienes conocen y siguen de cerca las particularidades de la región, con énfasis en los vaivenes políticos y económicos y utilizan las mejores alternativas para la toma de decisiones y la transferencia de riesgos. Y es exactamente esta cuestión de la transferencia de riesgos en la que nos hemos esforzado por apoyar a nuestros clientes.

¿Cuáles serán las perspectivas y desafíos de Aon para los siguientes meses? 

Seguimos muy positivos con relación al mercado transaccional en América Latina. Como se mencionó anteriormente, nuestro mercado todavía tiene un potencial de crecimiento muy alto. El mayor obstáculo es sin duda el mayor nivel de incertidumbre, pero que premia al inversor más atrevido. En cualquier caso, animamos a los inversores de la región a estudiar y probar alternativas emergentes para transferir riesgos. Como pionero y actor más grande de la industria, en los últimos años Aon se ha dedicado fuertemente a traer soluciones ya establecidas en mercados más maduros a América Latina. Con esto logramos conciliar la experiencia y soluciones que nuestros clientes ya tienen en otras geografías con nuestro mercado emergente que, si bien tiene grandes oportunidades, todavía tiene un mayor nivel de riesgo. ¡Este es el mejor de todos los mundos! A través de nuestros colegas presentes en los principales países de la región junto con especialistas del mercado latinoamericano repartidos en los principales mercados globales (Estados Unidos, Reino Unido y Europa), somos capaces de entregar un excelente nivel de solución. Invitamos a los inversores a probar estas soluciones, buscando que comprendamos a profundidad la oportunidad de apalancamiento que el mercado asegurador puede brindar para cada operación específica, ya sea a través de cotizaciones de seguros para pasivos ocultos (a través de seguros Reps&Warranties/Warranties&Indemnities) o para pasivos contingentes (seguros de litigios). , impuestos, etc.).