Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A com o Guilherme Tossulino, sócio do Questum

Questum

É partner da Questum e possui uma sólida trajetória no mercado de tecnologia e inovação. Foi Diretor de Estratégia e M&A na Softplan, onde liderou a estruturação da área de M&A e integrações, conduzindo mais de 10 transações de aquisição e investimentos em empresas de software. Formado em Sistemas de Informação pela UNISUL e com MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV, Tossulino traz sua ampla experiência em crescimento inorgânico para apoiar startups e empresas de tecnologia em suas jornadas estratégicas de fusões e aquisições.


TTR Data: Em meio a um cenário de maior seletividade nos investimentos, como a Questum tem equilibrado sua atuação nos segmentos de M&A, Private Equity e Venture Capital no Brasil em 2024?

O mercado de 2024 segue desafiador para M&A, Private Equity e Venture Capital, com avaliações mais conservadoras e um custo de capital elevado. Apesar disso, a Questum tem estruturado transações estratégicas, com destaque para o setor de tecnologia, que segue como um dos mais ativos.

No segmento de M&A, empresas de software empresarial (ERP/TI) lideraram o volume de transações, refletindo a busca por eficiência operacional e transformação digital. Para mitigar riscos e alinhar interesses entre compradores e vendedores, a Questum tem utilizado earn-outs e a composição de transações com ações, garantindo maior flexibilidade e alinhamento de longo prazo.

Em Private Equity e Venture Capital, o mercado está mais seletivo, mas os fundos continuam ativos, especialmente em rodadas de crescimento para empresas com previsibilidade de receita e resiliência operacional. O amadurecimento do ecossistema e a busca por modelos de negócios sustentáveis fazem com que os investidores priorizem startups com caminhos claros para a rentabilidade e empresas com teses bem estruturadas para consolidação de mercados fragmentados.

Mesmo com as incertezas, há uma retomada gradual do apetite por aquisições e captações, com empresas se preparando para o próximo ciclo econômico e fortalecendo seus fundamentos financeiros. Esse movimento tende a se acelerar nos próximos meses, à medida que investidores ajustam suas teses ao novo cenário de mercado.

TTR Data: Quais os principais desafios regulatórios que a Questum tem enfrentado no mercado de M&A no Brasil?

O ambiente regulatório no Brasil tem se tornado cada vez mais relevante para transações de M&A, exigindo preparação antecipada das empresas.

O CADE continua sendo um fator crítico, especialmente para setores concentrados como tecnologia e serviços financeiros, exigindo mais transparência e mitigação de riscos concorrenciais. Recentemente, o órgão revisou critérios de notificação de transações, tornando o processo mais rigoroso. Empresas que antecipam essa análise e trabalham na mitigação de riscos regulatórios aumentam suas chances de uma aprovação mais ágil.

A LGPD também tem impactado transações, principalmente em setores que lidam com grandes volumes de dados sensíveis, como fintechs e healthtechs. O compliance rigoroso já influencia o valuation e pode ser um critério decisivo para a viabilidade do deal.

Além disso, as exigências de ESG estão se tornando parte das due diligences. Governança, impacto ambiental e transparência regulatória passaram a ser considerados, ainda que não sejam um fator decisivo na maioria das transações.

A preparação regulatória tornou-se um diferencial competitivo. Empresas que antecipam esses desafios conseguem reduzir riscos, acelerar o processo de M&A e atrair investidores com mais confiança.

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% das transações de M&A na América Latina. Quais são os drivers mais relevantes para consolidar esse protagonismo?

O Brasil se mantém como o principal mercado de M&A na América Latina, impulsionado por fatores estruturais e estratégicos:

  1. Atividade consistente de Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) – Fundos institucionais seguem ativos, principalmente em tecnologia, saúde e serviços financeiros, aproveitando oportunidades de consolidação.
  2. Crescimento do Middle Market – Empresas de médio porte estão mais maduras e estruturadas para M&A, buscando aquisições para escalar negócios e expandir mercados.
  3. Expansão do Corporate Venture Capital (CVC) – Grandes empresas estão acelerando a inovação por meio de CVC, tornando essa estratégia um motor importante para M&A.
  4. Transformação digital e adoção tecnológica – O Brasil tem uma forte cultura de digitalização, impulsionando M&A em SaaS, fintechs e plataformas de eficiência operacional.
  5. Maturidade do buy-side – Empresas compradoras estão mais estruturadas, facilitando a execução e integração de transações.

Esses fatores fortalecem a posição do Brasil como hub de M&A na América Latina, atraindo investidores regionais e internacionais.

TTR Data: Quais setores além de tecnologia e finanças terão alta financiabilidade em 2025?

Em 2024, tecnologia e finanças lideraram o mercado de M&A no Brasil. O setor de tecnologia teve um aumento expressivo no volume de transações, impulsionado por softwares empresariais (ERP/TI), fintechs e inteligência artificial. No setor financeiro, as fintechs se consolidaram como protagonistas, atraindo investimentos e acelerando a digitalização dos serviços financeiros.

Para 2025, outros setores com alto potencial de M&A incluem:

  • Saúde e Healthtechs – O envelhecimento populacional e a adoção de tecnologia, como telemedicina e monitoramento remoto, impulsionam investimentos e fusões.
  • Energias Renováveis – A transição energética, impulsionada por políticas governamentais e compromissos ambientais, aumenta o interesse em projetos de energia solar, eólica e hidrogênio verde.
  • Agronegócio e Agrotechs – A busca por eficiência na cadeia produtiva estimula investimentos em automação e digitalização do setor.
  • Varejo e E-commerce – A digitalização do consumo e novas plataformas logísticas aumentam o interesse em M&A nesse setor.

A confiança dos investidores e a maior previsibilidade econômica devem aumentar o volume de M&A nesses setores estratégicos.

TTR Data: Como evoluirá o segmento de Private Equity e Venture Capital no Brasil nos próximos meses?

O mercado de Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) no Brasil está retomando dinamismo, impulsionado pela queda dos juros e pelo aumento da participação de investidores estrangeiros.

Nos próximos meses, espera-se que os fundos de PE e VC adotem uma abordagem mais seletiva, focando em empresas com unit economics robustos e modelos de negócios resilientes. Os setores mais atrativos incluem tecnologia, saúde e agronegócio, devido à sua capacidade de inovação e adaptação às mudanças do mercado.

Além disso, os critérios Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) se tornaram parte essencial das estratégias de investimento. Investidores estão priorizando empresas que combinam crescimento sustentável com práticas responsáveis e governança sólida.

Apesar dos desafios regulatórios, as perspectivas para PE e VC no Brasil são positivas, com oportunidades relevantes para investidores estratégicos e gestores de fundos que se ajustarem às novas dinâmicas do mercado.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do mercado transacional brasileiro em 2025?

Em 2025, o mercado de M&A no Brasil exigirá adaptação a tendências tecnológicas e econômicas. Os principais desafios incluem:

  1. Digitalização e inovação – Empresas precisarão identificar oportunidades de M&A em IA, fintechs e healthtechs para capturar valor estratégico.
  2. Consolidação setorial e crescimento inorgânico – Oportunidades de fusões devem surgir para ganho de escala e eficiência operacional.
  3. Internacionalização das transações – O aumento do interesse de investidores estrangeiros exigirá maior preparo para transações cross-border e compliance regulatório.
  4. Gestão de riscos econômicos e regulatórios – A volatilidade econômica e a evolução das exigências do CADE, LGPD e ESG exigirão maior planejamento e mitigação de riscos.

Empresas bem preparadas para esses desafios seguirão como protagonistas no mercado de M&A, maximizando oportunidades em um ambiente dinâmico e competitivo.

Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A con Manuel Carrera, socio de KPMG España

KPMG España

Es socio en el área de Transaction Services de KPMG en España desde 2014. Está especializado en asesoramiento en transacciones (buy-side y sell-side) tanto para corporaciones como para entidades de capital riesgo, en los sectores de telecomunicaciones, energía, productos industriales, distribución y consumo y software
Manuel cuenta también con una amplia experiencia en transacciones cross-border en Reino Unido, Francia, Alemania, Italia, USA, Brasil, Canadá, Colombia, Chile o Turquía, asesorando tanto a clientes internacionales que invierten en empresas españolas como a clientes nacionales con objetivos de internacionalización.
A lo largo de su trayectoria, Manuel ha liderado el asesoramiento a clientes y trabajos de due diligence financiera en más de 400 transacciones de compra y venta. 


TTR Data: En medio de un panorama de incertidumbre inversionista, en el cual realizar valoraciones se ha vuelto más complejo y en el que hay un abanico importante de fuentes de financiación: ¿Cuál es el balance que hace KPMG para 2024 en los segmentos de M&A, Capital Privado y Venture Capital?

Las expectativas y precio de financiación han mejorado sin duda en el último año, y a pesar de las incertidumbres que vienen del otro lado del Atlántico, a nivel europeo se prevé un entorno más estable de financiación que debería poner cierto orden en las valoraciones de compañías y en consecuencia ajustar de mejor manera las divergencias de valoración entre comprador y vendedor.

Respecto al balance de 2024, en general ha sido un año de cierta estabilidad, con una tendencia de mejora a medida que avanzaba el año, observando un mayor volumen de anuncios de transacciones en el segundo semestre.

TTR Data: De acuerdo al ranking anual ibérico de TTR Data, KPMG lideró el ranking de las Big Four en asesoría en Due Diligence en 2024: ¿Qué factores clave han llevado a KPMG a destacar como líder en servicios de Due Diligence en 2024 en España?

Nuestro equipo de Transaction Services cuenta con una trayectoria imbatible en el mercado español. Llevamos operando más de 25 años, siendo referentes en calidad y en confianza para nuestros clientes y demostrando pasión por lo que hacemos. Nuestro desempeño en 2024 refleja esa buena trayectoria, así como el deseo de seguir siendo el equipo líder, volcado en prestar el mejor servicio a nuestros clientes.

TTR Data: ¿Cuáles son los sectores en el mercado de M&A que están requiriendo de mayor asesoría por parte de KPMG este año y cuál es el motivo?

En general, estamos observando un mayor peso del sector Business Services, consolidando una trayectoria imparable en los últimos años. Siendo este un sector muy amplio, destacaría el interés que despiertan las compañías con software propietario, servicios dedicados a la economía circular, sector Educación, así como servicios IT enfocados en Ciberseguridad, IOT, o AI, entre otros.

TTR Data: ¿Qué tendencias emergentes en fusiones y adquisiciones están impactando los procesos de Due Diligence?

En general todo aquello que tiene que ver con datos y su calidad. Un buen análisis de grandes bases de datos permite abrir nuevas perspectivas a compradores y construir otros caminos de crecimiento que refuercen el Equity story de la transacción.

TTR Data: ¿Qué oportunidades ve para seguir consolidando la posición de KPMG como líder en Due Dilligence para 2025?

Seguimos enfocados en reforzar relaciones de confianza con nuestros clientes así como en continuar impulsando reforzando nuestra apuesta por dar un servicio de calidad. Tanto en o en el propio informe de Due Diligence, sino en proporcionar un asesoramiento honesto y profesional.

TTR Data: ¿Cuáles serán las perspectivas y desafíos de KPMG para los siguientes meses en términos de asesoramiento?

Las perspectivas en general son positivas. Se puede decir que España es ya un mercado razonablemente maduro en términos de operaciones corporativas con una cada vez mayor presencia de plataformas inversoras en nuestro país. Esto conlleva que haya un nivel natural de rotación de activos superior al de años anteriores, y además las mejoras en las condiciones de financiación hacen que tengamos expectativas optimistas en los próximos meses. Quizás, la asignatura pendiente pueda ser la realización de secondary deals en el mundo del Private Equity español.