Dealmaker Q&A

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TTR Data Dealmaker Q&A with Lobo de Rizzo Advogados Partner Rodrigo Teixeira

Lobo de Rizzo Advogados

Rodrigo Teixeira

Rodrigo has extensive experience in corporate law and capital markets assisting and representing national and foreign clients in several mergers and acquisitions transactions, joint ventures, corporate reorganizations and real estate deals in different economic sectors, including education, agribusiness, logistic, food, water, pulp and paper, auditing and consulting, automotive and pharmaceutical.
He is graduated in Law from Universidade de São Paulo (USP); master in Civil Law from the University of Rome II – Tor Vergata; and specialized in Contracts from Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).

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TTR Data: The economic slowdown, geopolitical uncertainty, and capital flow issues have significantly influenced M&A market dynamics since 2022, not only in Brazil but throughout Latin America. Amid this investment uncertainty, what are Lobo de Rizzo’s prospects for the transactional market in Brazil for the second half of 2024?

We have actually seen many potential transactions that fail to gain traction because of all these factors, both external and internal. There is a material vision gap regarding valuation between buyers/investors and sellers/investees. We expect the market to improve, even if partially, with the reduction of uncertainties, so that the number of transactions rises again. 

TTR Data: Brazil has accounted for approximately 60% of all M&A transactions announced in Latin America in recent years. What are the most relevant drivers to continue consolidating the Brazilian market in Latin America in the short and medium term?

Brazil has several factors of attraction for investors, such as a large consumer market, continental size, cleaner energy matrix and modern banking system. To consolidate its leadership position, I believe that the main drivers for Brazil are the creation of a clearer and more efficient tax system, the adoption of more responsible fiscal policies, and the reinforcement of legal certainty for decisions.

TTR Data: The technology sector, along with the financial sector, has been the most active in the Brazilian transactional market in terms of the number of transactions in the first half of 2024. However, on a regional level, other sectors are expanding, such as renewable energy and natural resources. Amid the current investment scenario, what role does the renewable energy market play in boosting investments in the M&A market in Brazil? Which other sectors appear highly investable at this moment?

The renewable energy market has enormous potential due to Brazil’s natural characteristics. Our energy matrix is cleaner and more renewable, when compared to other countries. This market will continue to be in the spotlight for many years to come. In the same area, our country has the possibility of leading the race towards decarbonization and the fulfillment of environmental targets. The carbon credit market in Brazil, once regulated, is expected to attract a large volume of investments from companies and funds. Also noteworthy is the agribusiness sector, which accounts for a significant portion of our economy and is becoming increasingly efficient and competitive.

TTR Data: Observing the Private Equity and Venture Capital segment, we see that the emergence of unicorns has been decreasing for approximately two years, and some are disappearing. How will this industry evolve in Brazil in the second half of 2024, and what are the prospects for the coming months?

The Venture Capital segment has been facing relevant challenges, mainly related to low liquidity, high interest rates and a more restrictive capital market for divestment options. I believe that unicorn cases should remain few until the end of 2024, and may have some rising in 2025 along with M&A in general, in case there is a reduction in national and international uncertainties.

TTR Data: What will be the main challenges for Lobo de Rizzo in Brazil in the second half of 2024 and 2025 in the transactional market?

The transactional market is expected to remain more difficult and challenging in 2024, with a better outlook for improvement in 2025. Our challenge will be to continue to be a protagonist in a smaller market, taking advantage of the diversity of areas we have in the office, expecting that next year will bring a consistent improvement.


Portuguese version


Lobo de Rizzo Advogados

Rodrigo Teixeira

Rodrigo Teixeira é especialista em direito societário, imobiliário e mercado de capitais, assessorando clientes nacionais e internacionais em diversas transações de fusões e aquisições, joint ventures e reorganizações em setores como educação, agronegócio, logística, food service, papel e celulose, auditoria e consultoria, automotivo e farmacêutico, entre outros. É graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP); mestre em Direito Civil pela Universidade de Roma II – Tor Vergata; especialista em Contratos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o Lobo de Rizzo faz em 2S24 para o mercado transacional no Brasil?

Temos vistos realmente muitas potenciais transações deixarem de ganhar tração por todos estes fatores, externos e internos. Há um gap relevante de visão de valor entre compradores/investidores e vendedores/investidas. Nós esperamos que o mercado melhore, ainda que parcialmente, com a redução de incertezas, para que o número de transações volte a subir. 

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

O Brasil tem diversos fatores de atração para investidores, tais como mercado consumidor grande, dimensão continental, matriz energética mais limpa e moderno sistema bancário. Para consolidar sua posição de liderança, entendo que os principais drivers são a criação de um sistema tributário mais claro e eficiente, a adoção de políticas fiscais mais responsáveis e o reforço da segurança jurídica das decisões.

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações em 1S24. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis ​​e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis ​​neste momento?

O mercado de energia renovável tem um enorme potencial em razão das características naturais do Brasil. Nossa matriz energética é mais limpa e renovável, quando comparada a outros países. Este mercado continuará a ser destaque por muitos anos. Na mesma seara, nosso país tem possibilidade de liderar a corrida rumo à descarbonização e ao cumprimento de metas ambientais. O mercado de carbono no Brasil, uma vez regulado, deverá atrair um grande volume de investimentos de empresas e fundos. Também merece destaque o setor do agronegócio, responsável por parcela significativa de nossa economia, que se torna cada vez mais eficiente e competitivo.

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2S24 e quais as perspectivas para os próximos meses?

O segmento de Venture Capital vem atravessando desafios relevantes, principalmente relacionados à baixa liquidez, às altas taxas de juros e ao mercado de capitais mais restritivo em opções de desinvestimento. Acredito que os casos de unicórnios devem continuar poucos até o final de 2024, podendo retomar alguma ascensão em 2025 junto com o M&A em geral, caso haja redução de incertezas nacionais e internacionais.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do Lobo de Rizzo no Brasil em 2S24 e 2025 no mercado transacional?

O mercado transacional deve continuar mais difícil e desafiador em 2024, com maior perspectiva de melhora em 2025. Nosso desafio será continuar sendo protagonista num mercado menor, aproveitando a diversidade de áreas que temos no escritório, com a expectativa de que o próximo ano traga uma melhora consistente.

Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Maio 2024

Fusões e Aquisições movimentam BRL 81,1bi em 2024

  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com 121 transações
  • Estados Unidos é o país que mais investiu no Brasil, com 67 aquisições
  • Capital mobilizado registra queda de 3% no período

O cenário transacional brasileiro foi objeto de análise no relatório mensal do TTR Data, que revelou 592 transações movimentando um total de BRL 81,1bi até maio de 2024.

Esses números representam uma diminuição de 29% no número de transações em relação ao mesmo período de 2023, bem como uma queda de 3% no capital mobilizado. Do total das transações, 48% possuem os valores revelados e 79% das operações já estão concluídas.

Em maio, 84 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 16,3bi.

Operações do mercado transacional de maio de 2023 a maio de 2024
Fonte: TTR Data.

O setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo com 121 transações, apresentando uma queda de 19% em relação a 2023, seguido pelo setor de Real Estate, com 59 transações.

Âmbito Cross-Border

Empresas brasileiras voltaram-se principalmente para os Estados Unidos, realizando sete transações no valor de BRL 183,15m até maio de 2024, seguidas pela Colômbia com seis operações. 

Por outro lado, os Estados Unidos e Singapura lideraram os investimentos no Brasil, com 67 e 11 transações, respectivamente. 

As aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 1%.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

No segmento de Private Equity, houve 39 transações totalizando BRL 6,1bi, com uma queda de 13% no número de operações. 

Em Venture Capital, 167 rodadas de investimento movimentaram BRL 4,3bi, representando uma redução de 36% no número de transações.

O segmento de Asset Acquisitions registrou 97 transações e BRL 12,6bi até maio, refletindo um crescimento de 5% nas operações em comparação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR Data em maio de 2024, foi a conclusão da aquisição da AB Concessões pelo Via Appia FIP, fundo da Starboard Asset. O valor da transação é de BRL 3,5bi, sendo BRL 2bi de earn-out e de BRL 1bi de dívidas.

A operação foi assessorada em lei brasileira pelo Veirano Advogados; Barbosa Müssnich Aragão (BMA Advogados); e Mello Torres Advogados. A assessoria financeira foi realizada pelo BTG Pactual; e XP Investimentos.

Entrevista com Finocchio & Ustra

Andrea Ometto Bittar Tincani é sócia da área societária e de fusões e aquisições do Finocchio & Ustra, conversou com o TTR para esta edição e analisou quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo: “O crescimento contínuo de setores estratégicos, como o de energia renovável, financeiro e tecnologia, e uma maior estabilidade política e jurídica, se comparada com os demais países da América Latina, tornam o mercado brasileiro atrativo aos olhos de investidores estrangeiros. 
Mesmo que nós brasileiros tenhamos a impressão de viver uma instabilidade política, quando comparado aos demais países da América Latina, o Brasil atualmente apresenta um cenário geopolítico mais estável e seguro aos investidores.”

Para entrevista completa, clique aqui.

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até maio de 2024 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total. 

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações lidera em 2024 o BTG Pactual com 20 transações. Em valor, lidera o Banco Itaú BBA contabilizando um total de BRL 27,8bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2024 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados,com 28 operações. Em valor, lidera o Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados contabilizando um total de BRL 27,4bi.

Dealmaker Q&A

TTR Data Dealmaker Q&A com Andrea Ometto Bittar Tincani, sócia do Finocchio & Ustra

Finocchio & Ustra

Andrea Ometto Bittar Tincani

Andrea Ometto Bittar Tincani é sócia da área societária e de fusões e aquisições do Finocchio & Ustra. Graduou-se em Direito pela Universidade de São Paulo. Cursou especialização em Direito Empresarial pela FGV e MBA pela INSEAD na França e em Singapura. Atua na área de direito societário há mais de dez anos, com sólida experiência na estruturação, negociação e implementação de operações de M&A, joint ventures e reestruturações societárias, assessorando clientes nacionais e internacionais. Trabalhou como advogada no Pinheiro Neto e Mattos Filho, além de ter atuado como consultora financeira na Michel Dyens & CO. Reconhecida na shortlist do Women in Businesse Law Awards 2024, como Dealmaker pela TTR e ranqueada entre as advogadas mais admiradas do país pelo anuário Análise Advocacia Mulher 2024..


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o Finocchio & Ustra faz em 2024 para o mercado transacional no Brasil?

Em 2023 o Brasil registrou o menor investimento estrangeiro direto (IED) desde o início da pandemia de COVID-19 em 2020. Por outro lado, de acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil foi o segundo país que mais atraiu IED do mundo, ficando atrás somente dos EUA. O Brasil também está entre os países que anunciaram o maior número de novos projetos. 

O Brasil não foi o único afetado por essa redução de IED. A desaceleração nas atividades de M&A tem sido notada desde 2022 e continuaram em 2023 devido ao aumento das taxas de juros, incertezas geopolíticas e um ambiente econômico fraco, com custos crescentes. Com o aumento das taxas de juros nos EUA e na Europa é esperado que os investidores adotem uma abordagem mais conservadora. 

Contudo, a posição do Brasil no ranking de IED demonstra que o país tem tido sucesso em oferecer aos investidores um ambiente mais transparente, eficiente e consistente. Como reflexo disso, o Brasil obteve em março de 2024 o melhor resultado de IED dos últimos 12 anos para o mês, com total de USD 9,6 bilhões recebidos, e o melhor número mensal desde agosto de 2022, de acordo com as estatísticas do setor externo, disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil.

Essa tendência de influxo de IED para o Brasil deve continuar ao longo do ano de 2024, à medida que o país continua investindo na redução da burocracia, na reforma de seu sistema tributário atualmente complexo, na melhoria dos aspectos ambientais, sociais e de governança, e com a execução do novo programa de aceleração do crescimento (PAC).

Também vemos forte aceleração de transações no setor de tecnologia e de transações menores focadas na consolidação de mercado.

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

Essa liderança se deve a diversos fatores relevantes. Primeiro, o tamanho da economia brasileira e a moeda desvalorizada, em comparação com as principais economias mundiais, atraem investidores em busca de oportunidades de investimento. Além disso, o crescimento contínuo de setores estratégicos, como o de energia renovável, financeiro e tecnologia, e uma maior estabilidade política e jurídica, se comparada com os demais países da América Latina, tornam o mercado brasileiro atrativo aos olhos de investidores estrangeiros. 

Mesmo que nós brasileiros tenhamos a impressão de viver uma instabilidade política, quando comparado aos demais países da América Latina, o Brasil atualmente apresenta um cenário geopolítico mais estável e seguro aos investidores.

Ainda, nos últimos anos, o Brasil se empenhou para melhorar o ambiente de negócios e facilitar os investimentos no país, com foco na desburocratização de processos por meio do uso de tecnologias, para que empresas e indivíduos tenham acesso mais rápido a informações e interações simplificadas e eficientes com os órgãos públicos. 

Por fim, a integração regional e parcerias comerciais, fortalecem a posição do Brasil na América Latina e o manterão como um importante hub de investimentos e M&A na região.

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações em 2024. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis neste momento?

A riqueza natural do Brasil permite que ele tenha uma matriz energética extremamente diversificada com fontes de energia limpas e renováveis. De acordo com o Balanço Energético Nacional emitido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a energia renovável representou 87,9% do fornecimento de eletricidade no Brasil em 2022, com a energia solar fotovoltaica crescendo 79,8%, a hidrelétrica 17,7% e a eólica 14,3%, enquanto a termelétrica caiu 32,3%.

A crescente demanda global por energia limpa, aliada à agenda ESG e às metas de descarbonização, impulsiona investimentos em projetos de energia renovável no Brasil. A riqueza natural do Brasil, por sua vez, permite que ele tenha uma matriz energética extremamente diversificada com fontes de energia limpas e renováveis. 

Ainda assim, o Brasil possui um grande potencial inexplorado para geração de energia renovável, principalmente solar e eólica, atraindo investimentos para desenvolvimento de novos projetos e aquisições de empresas já em operação. 

Considerando o potencial de energia renovável, o PAC e o potencial de comercialização livre no Brasil até 2028, espera-se um aumento de investimentos nessa área ao longo de 2024, bem como no setor de infraestrutura, como foco em áreas que propiciam opções mais sustentáveis.

Em relação aos demais setores, podemos citar como destaque o agronegócio, em especial as agritechs, focadas no desenvolvimento tecnologias para agricultura de precisão, biotecnologia, IoT e outras áreas; além do setor de saúde, impulsionado pelo envelhecimento da população, pela crescente demanda por serviços de saúde de qualidade e pela busca por inovações tecnológicas na área.

TTR Data: Atualmente, o Finocchio & Ustra é líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A. Na sua opinião, e como líder deste ranking, a diversidade de género ao nível da gestão influencia em alguma medida os tipos de aquisições realizadas e os principais indicadores de sucesso das transações de M&A? Que medidas proativas o Finocchio & Ustra toma para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial?

Como líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A, o Finocchio & Ustra reconhece a importância da diversidade de gênero na gestão. A presença de mulheres em posições de liderança traz perspectivas únicas, promove a inovação e contribui para o fluxo das operações. 

Também há movimentação do mercado para negociações cujo foco é atingir os objetivos dos clientes e não ganhar o máximo possível do outro lado. As negociações são feitas de forma a encontrar o melhor caminho para as partes, buscando conciliação e a explicação da motivação de cada pleito, para que o negócio não seja prejudicado e seja obtida a maior sinergia possível.

Algumas medidas proativas que adotamos para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial incluem: implementação de políticas de inclusão e equidade, programas de mentoria, um dia a mais sem trabalho por mês (além das férias), transparência e comunicação, trabalho híbrido (sendo o presencial obrigatório apenas 1 vez por semana), além de avaliação constante e contínua. Acreditamos que a diversidade de gênero fortalece nossa equipe e contribui para o sucesso das transações de M&A, sendo nosso time Societário, inclusive, historicamente e atualmente composto majoritariamente por mulheres.

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2024 e quais as perspectivas para os próximos meses?

Sem dúvida, o ano de 2021 marcou o cenário das startups, impulsionando o surgimento de diversos unicórnios brasileiros. Registrou-se um recorde de investimentos, impulsionado pela baixa taxa de juros, transformação digital acelerada em virtude da pandemia e pelo aumento da liquidez no mercado. 

No entanto, a partir de 2023, o mercado de Private Equity e Venture Capital no Brasil começou a apresentar sinais de desaceleração em virtude do aumento da inflação, da alta dos juros e da captação reduzida dos fundos de venture capital, impactada pela da inflação e pela alta dos juros. Em um mercado em que há a possibilidade de ganhar dinheiro de forma segura, com a alta das taxas de juros, é normal que os investidores se tornem mais avessos a riscos.

Quando há alguns anos bastava-se ter perspectiva de crescimento para obtenção de investimento, hoje um novo negócio precisa, além do potencial de crescimento, também mostrar sua estratégia de lucratividade, a coesão do negócio e de seu valuation. O investidor ficou mais conservador após a desilusão com promessas de unicórnios e/ou mesmo a falta de lucratividade de unicórnios estabelecidos.

Sendo assim, a perspectiva é de amadurecimento deste mercado, com os empreendedores sendo obrigados a trabalhar em planos de negócios consistentes, em como gerar retorno ao investidor e também na mitigação de riscos do negócio desde o início. Não há falta de investimento para os empreendedores que se adaptam a essa nova realidade de seriedade e realizam a chamada de investimentos com o pé no chão.

As startups e os investidores de Private Equity e Venture Capital precisaram se adaptar e ajustar suas estratégias, sendo um bom exemplo o crescimento do Corporate Venture Capital (CVC), importante modalidade de investimento, com empresas consolidadas investindo em startups do seu ecossistema para impulsionar a inovação e o acesso a novos mercados.

Hoje as operações deste tipo têm um dos seguintes objetivos: (i) retorno para o investidor, e, nesse caso, são feitas baseadas em planos de negócios sólidos, com produtos minimamente viáveis, testados e com perspectiva próxima de lucratividade; ou (ii) controle ou influência no desenvolvimento de produtos/ serviços que são estratégicos ou necessários para o futuro do negócio dos investidores.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do Finocchio & Ustra no Brasil em 2024 no mercado transacional?

O mercado enfrentará desafios significativos, com a adaptação às tecnologias, inteligência artificial e inovações. A crescente digitalização, utilização da inteligência artificial e automação estão transformando a maneira como as empresas e escritórios de advocacia operam, e aqueles que não acompanharem essas mudanças podem ficar para trás. 

O Finocchio & Ustra identificou esse movimento há alguns anos e estabeleceu diversas frentes de trabalho dedicadas a superar o modelo tradicional de advocacia frente à inevitável revolução do mercado, incluindo uma área dedicada exclusivamente à inovação. No Finocchio & Ustra, consideramos que a capacidade de adaptação será crucial para o sucesso no mercado de M&A em 2024.

O mercado tem exigido transformações rápidas e o mundo digital dá recompensas e respostas instantâneas. Isso se reflete na expectativa das pessoas com relação ao crescimento profissional e reconhecimento, sendo que a velocidade esperada não é, na grande maioria das vezes, condizente com a realidade do mercado de trabalho. Desta forma, vemos, de forma geral, uma grande frustração das novas gerações com o mercado de trabalho e com a vida real.

Um escritório de advocacia é feito de pessoas. Ter pessoas motivadas, livres para ser quem são e com equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um dos nossos maiores objetivos. Nós trabalhamos de forma árdua para que nossos profissionais cresçam e se desenvolvam em um ambiente saudável e leve, com muita transparência e alinhamento de expectativas.

Inovação e gestão de pessoas são temas constante em nossas discussões de liderança, pois entendemos que estes serão os maiores desafios dos próximos anos.

Relatório mensal sobre o mercado transacional brasileiro – Abril 2024

Fusões e Aquisições movimentam BRL 64,3bi em 2024

  • Setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo do ano, com 104 transações
  • Estados Unidos é o país que mais investiu no Brasil, com 44 aquisições
  • Empresas norte-americanas que adquirem negócios brasileiros registraram um crescimento de 12%
  • Capital mobilizado registra crescimento de 0,8% no período

O cenário transacional brasileiro foi objeto de análise no relatório mensal do TTR Data, que revelou 496 transações movimentando um total de BRL 64,3bi até abril de 2024.

Esses números representam uma diminuição de 22% no número de transações em relação ao mesmo período de 2023, no entanto o capital mobilizado registrou um crescimento de 0,8%. Do total das transações, 48% possuem os valores revelados e 78% das operações já estão concluídas.

Em abril, 106 fusões e aquisições foram registradas, entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 19,2bi.

Operações do mercado transacional de abril de 2023 a abril de 2024
Fonte: TTR Data

O setor de Internet, Software & IT Services é o mais ativo com 104 transações, apresentando uma queda de 8% em relação a 2023, seguido pelo setor de Real Estate, com 53 transações.

Âmbito Cross-Border

Empresas brasileiras voltaram-se principalmente para os Estados Unidos, realizando seis transações no valor de BRL 183,15m até abril de 2024, seguidas pela Colômbia com quatro operações. 

Por outro lado, os Estados Unidos e Singapura lideraram os investimentos no Brasil, com 55 e 11 transações, respectivamente.

Empresas norte-americanas que adquirem negócios brasileiros registraram um crescimento de 12%, bem como as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet aumentaram em 17%.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

No segmento de Private Equity, houve 34 transações totalizando BRL 6,0bi, com uma queda de 10% no número de operações, porém registrou um aumento de 6% no capital mobilizado. 

Em Venture Capital, 143 rodadas de investimento movimentaram BRL 2,9bi, representando uma redução de 22% no número de transações.

O segmento de Asset Acquisitions registrou 93 transações e BRL 12,5bi até abril, refletindo um crescimento de 40% nas operações em comparação ao mesmo período do ano passado.

Transação do mês

A transação destacada pelo TTR Data em abril de 2024, foi a conclusão da venda pela Novonor da Ocyan para a EIG Global Energy Partners. O valor da transação é de USD 390m.

A operação contou com a assessoria jurídica em lei brasileira dos escritórios Mattos Filho; Lacaz Martins, Pereira Neto, Gurevich & Schoueri Advogados; e VMB Jurídica Do lado financeiro, foi assessorada pelo Lakeshore Partners e EY Brasil.

Entrevista com VBSO Advogados

Renata Simon, sócia da área de M&A e Societário do VBSO Advogados, conversou com o TTR para esta edição e analisou os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo: “São diversos fatores que influenciam a liderança do Brasil nesse ranking e distanciar-se dos países vizinhos, entre eles o tamanho do mercado consumidor e o fato do país ser uma democracia estável, além de ter uma política econômica que mantém a inflação em níveis aceitáveis e capital nacional relevante disposto a manter investimentos no país. Além disso, se comparado com outros países em desenvolvimento no mundo, o Brasil está geograficamente bem-posicionado, longe de conflitos e guerras que poderiam interferir na tomada de decisão de investimento. Atrelado a tudo isso temos um câmbio favorável para investidores estrangeiros. Por isso, o Brasil continua sendo uma ótima opção para investidores internacionais a curto e médio prazo.”

Para entrevista completa, clique aqui

Ranking de assessores financeiros e jurídicos

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até abril de 2024 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade dos assessores é refletida pelo número de transações e pelo valor total. 

Quanto ao ranking de assessores financeiros, por número de transações lidera em 2024 o Banco Bradesco BBI com 11 transações. Em valor, lidera o Banco Itaú BBA contabilizando um total de BRL 18,5bi.

No que se refere ao ranking de assessores jurídicos, por número de transações em 2024 lidera o escritório Bronstein Zilberberg Chueiri & Potenza Advogados,com 22 operações. Em valor, lidera o Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados contabilizando um total de BRL 25,9bi.

Dealmaker Q&A

TTR Data Dealmaker Q&A com
a Renata Simon sócia do VBSO

VBSO Advogados

Renata Simon

Renata é sócia da área de M&A e Societário do escritório, atuando em parceria com a sócia Amanda Visentini Rodrigues. Renata Simon possui mais de 20 anos de experiência na coordenação de operações de fusões e aquisições e transações cross-borders, Private Equity e mercado de capitais. Também conta com experiência no desenvolvimento e implementação de programas de compliance e de práticas ESG internas e externas nas companhias. 
A atuação de Renata é reconhecida pelas principais publicações e rankings nacionais e internacionais na área jurídica. O IFLR 1000 posiciona a sócia como profissional altamente conceituada na área de fusões e aquisições. Ranqueada no Latin Lawyer 250, também integra a lista das advogadas mais admiradas do país pelo anuário Análise Advocacia e Análise Advocacia Mulher.


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o VBSO faz em 2024 para o mercado transacional no Brasil?

Em 2023, o mercado de fusões e aquisições internacional adotou uma postura conservadora, principalmente em razão das altas taxas de juros e da desaceleração das economias globais.  Isso refletiu na redução significativa do número e volume das operações no Brazil, que foram, respectivamente, 22% e 28% menores do que em 2022 (Fonte TTR).  Apesar de muitos fatores econômicos persistirem em 2024 ou melhorarem timidamente, há uma expectativa que 2024 seja um ano melhor do que 2023 em termos de número e volume de transações de M&A, uma vez que os investidores estão mais preparados para tomar decisões de investimento ou desinvestimento já considerando certas premissas macroeconômicas em suas avaliações. Historicamente, vemos uma retomada rápida tanto na confiança dos gestores quanto do valor das transações logo após as recessões/crises e isso não deve ser diferente. Se não tivermos nenhuma notícia que vá na contramão das projeções econômicas atuais, espera-se que haja um crescimento gradual das operações ao longo de 2024 e um ano de 2025 melhor ainda. 

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

São diversos fatores que influenciam a liderança do Brasil nesse ranking e distanciar-se dos países vizinhos, entre eles o tamanho do mercado consumidor e o fato do país ser uma democracia estável, além de ter uma política econômica que mantém a inflação em níveis aceitáveis e capital nacional relevante disposto a manter investimentos no país. Além disso, se comparado com outros países em desenvolvimento no mundo, o Brasil está geograficamente bem-posicionado, longe de conflitos e guerras que poderiam interferir na tomada de decisão de investimento. Atrelado a tudo isso temos um câmbio favorável para investidores estrangeiros. Por isso, o Brasil continua sendo uma ótima opção para investidores internacionais a curto e médio prazo. 

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis ​​e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis ​​neste momento?

O Brasil está muito bem-posicionado do ponto de vista de transição energética, tendo investido aproximadamente US$35 bilhões em 2023 em projetos de energia renovável. É o sexto país do mundo que mais investiu uma transição energética e líder da América Latina. Nesse sentido, o setor de energias renováveis tende a estar bastante movimentado não apenas através de programas de financiamentos do governo, mas principalmente na forma de investimento por capital privado. Vale ressaltar que essas operações de M&A se configuram muitas vezes na forma de compra de ativos ao invés de equity.  Outro setor importante para a economia e que deve ter um movimento expressivo é o setor de infraestrutura, principalmente transporte e saneamento básico.

TTR Data: Atualmente, o VBSO é líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A por número de transações. Na sua opinião, e como líder deste ranking, a diversidade de género ao nível da gestão influencia em alguma medida os tipos de aquisições realizadas e os principais indicadores de sucesso das transações de M&A. Que medidas proativas o VBSO toma para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial?

R:Muito me orgulha de estarmos nesse ranking junto com tantas mulheres/advogadas incríveis! Trabalho há mais de 20 anos na área e é nítido como as mulheres têm assumido cada vez mais papéis de liderança na área de M&A, não apenas nos escritórios de advocacia, mas também em assessorias financeiras, fundos de Private Equity, empresas e bancos. E esse fenômeno é mérito nosso (mulheres) e das instituições que permitem esse crescimento. E instituições são feitas de pessoas. Portanto, cabe a nós a escolha de trabalhar em uma instituição onde as pessoas acreditem de fato em igualdade de gênero!   

VBSO é uma dessas instituições.   A área de M&A é coordenada por duas mulheres, eu e pela minha sócia Amanda Visentini; e 60% da nossa equipe é formada por mulheres. Temos políticas sobre igualdade de gênero (assédio, remuneração, etc.) e promovemos debates internos e treinamentos exclusivamente para mulheres sobre temas para auxiliá-las nessa trajetória profissional, como empoderamento feminino, comunicação, negociação. Esse ano vamos lançar o curso só para mulheres com foco em liderança. Ano passado nos tornamos  membro do WEP – Women’s Empowerment Principles criado pela ONU e estamos em crescente evolução nesse tema. 

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2024 e quais as perspectivas para os próximos meses?

A indústria do Venture Capital no Brasil teve um crescimento exponencial há alguns anos, impulsionado em grande parte pelo excesso de liquidez no mercado. Os investimentos naquele momento foram feitos mirando a “escalabilidade” dos negócios o que criou uma distorção de valuations “distorcidos” se comparados com a geração de caixa das empresas. Com a postura cautelosa adotada nos últimos 2 anos pelos investidores, o que vamos ver no cenário de Venture Capital no país para 2024 serão movimentos de consolidação de mercado (principalmente as empresas de tecnologia) e os corporate ventures. Além, claro, das avaliações estarem muito mais alinhadas com geração de caixa e lucratividade futura dos negócios.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do VBSO no Brasil em 2024 no mercado transacional?

Estamos muito atentos a tecnologia e acho que esse será o grande desafio para esse ano. Com o crescimento das inteligências artificiais generativas, a gama de ferramentas disponíveis para o mercado transacional é gigantesca. E só tende a crescer. O Vale do Silício está equiparando essa transformação à invenção da eletricidade, de tão disruptivo que eles estimam que seja. Nós do VBSO já estamos implementando algumas ferramentas no nosso dia a dia que tem facilitado enormemente o trabalho, além de trazer mais eficiência e confiabilidade para as transações. Algumas frentes que estamos trabalhando são: VBSO Conecta, nossa plataforma de gestão das operações de M&A, e ferramentas para elaboração e revisão de documentos. O futuro chegou, e é bem estimulante fazer parte dele!