Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A com Ricardo Bahiana, sócio fundador da B2R Capital

B2R Capital

Ricardo Bahiana

  • Sócio fundador da B2R Capital
  • Há quase 15 anos desenvolvendo projetos de avaliação e empresas, precificação de ativos e assessoria em fusões e aquisições para diferentes indústrias;
  • Experiência nas áreas de estratégia e finanças de empresas como Vivo, Coca-Cola, Ágora e Big Four nas áreas de auditoria e corporate finance. 
  • Atuação em projetos de fusões e aquisições num valor total de R$ 1,5 bilhão em transações;
  • Professor convidado do MBA em Mercado de Capitais do IBMEC nas disciplinas de Valuation e Mercados Derivativos;
  • Profissional CNPI, certificado pela APIMEC;
  • Formado em Administração como foco em Finanças pela UFRJ e MBA Executivo pelo COPPEAD-UFRJ além de cursos de extensão em Finanças no COPPEAD-UFRJ e na University of San Diego.

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TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A até o terceiro trimestre de 2023? Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano e até 2024?

O ano de 2023 iniciou de forma mais cautelosa no Brasil e no Mundo. Por aqui, tínhamos uma mudança da equipe econômica e incertezas importantes com temas como arcabouço fiscal e metas de inflação. No mundo, guerra da Ucrânia, uma escalada da inflação, taxas de juros crescentes além do receio de uma recessão global.

Esse contexto interferiu diretamente nas atividades de fusões e aquisições com uma queda em relação ao ano anterior que foi ainda mais ainda mais expressivo no primeiro trimestre. A partir do segundo trimestre começamos a observar uma melhora importante. A perspectiva de queda de taxa de juros e uma melhora no cenário econômico ajudou também no mercado de fusões e aquisições. Se hoje os números estão levemente abaixo do ano passado, no início do ano o gap era muito maior.

Após esse período de juros globais nas mínimas históricas, aumento do apetite a risco e excesso de liquidez que levaram ao recorde da atividade de fusões e aquisições em 2021, observamos uma nova fase, com fundos sendo mais diligentes na seleção de empresas e nos aportes, optando por aquelas que além de crescimento, também entregam margens saudáveis e geração de caixa.

Essa melhora é observável também no mercado de bolsa, com retomada dos processos de follow-on e até mesmo com algumas conversas sobre IPO voltando para o radar.

A nossa visão para o último trimestre de 2023 é que esse filme melhore ainda mais. Observamos os fundos de PE e VC com dry powder em patamares bem elevados e com muitos M&As em curso.

Os FIPs por exemplo, apresentaram captação liquida de R$ 39 bilhões de janeiro a agosto de 2023 e podemos considerar essa captação como um indicador antecedente da atividade de fusões e aquisições com provável impacto positivo no 4º trimestre de 2023 e ao longo de 2024, com a alocação destes recursos.

TTR: Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Setores como agronegócio, óleo e gás, energia e infraestrutura são vocações naturais para o Brasil e vamos continuar observando projetos importantes nessas áreas. Uma onde de privatizações, concessões e novos programas do governo vocacionados em infra podem ajudar nesse processo.

Outras verticais como tecnologia e serviços financeiros também lideram com frequência os rankings setoriais de fusões e aquisições e devem permanecer assim para os próximos trimestres. Em tecnologia, há muitos projetos transversais, transformando inúmeros setores nas modalidades “as a service” por exemplo. Internet das coisas, cibersegurança, inteligência artificial e machine learning são outras áreas transversais que estão transformando inúmeras outras indústrias e atraindo investidores.

Outro setor que vale a pena destacar é saúde. Apesar de um cenário mais desafiador que as Cias listadas em Bolsa estão enfrentando, há inúmeros segmentos e especializações com muito fôlego pra crescimento e consolidação. Dentre os setores que estamos mais construtivos estão oftalmologia, oncologia, odontologia, nefrologia e fisioterapia. Até mesmo para aqueles que já surfaram grandes movimentos de consolidação como hospitais e análises clínicas e diagnósticos continuam aquecidos, mas desta vez com novos consolidadores assumindo protagonismo.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023?

O segmento de Venture Capital passou por um período de ajuste importante. Em 2020 e 2021, o segmento foi muito impulsionado por uma transformação tecnológica quase que compulsória. Muitas empresas ou surgiram nesse contexto ou alavancaram os seus negócios durante a pandemia. A forte redução da taxa de juros e o excesso de liquidez pressionaram as teses de “Value” e impulsionaram as teses de “Growth” e a expansão de múltiplos observado em Bolsa serviram de lastro para esse movimento.

A captação dos fundos de VC foi recorde o que gerou naturalmente em investimentos recordes também. Quando o cenário econômico voltou a ficar pressionado com a escalada da inflação e a alta contundente das taxas de juros, a captação foi muito prejudicada e os fundos que ainda estavam capitalizados e com o mandato de alocação de recursos precisaram ser mais cautelosos, deixando as promessas de unicórnios e passando a buscar as chamadas empresas camelo, ou seja, aquelas que são mais resilientes e capazes de viver com poucos recursos em ambientes mais escassos.

Essa mudança de consciência foi importante para mudar inclusive as métricas de performance dentro das próprias empresas. Os múltiplos de EBITDA por exemplo ganharam espaço e começamos a observar alguns processos de downsizing (ou resizing) além de uma onda de layoffs mais no início do ano. 

Ao longo de 2023, observamos uma modalidade de VC se consolidando e ajudando no processo de retomada da indústria: os fundos de Corporate Venture Capital. A colaboração entre empresas consolidadas e startups ganhou muita força neste ano com um boom de empresas aderindo esta estratégia.

 O CVC é basicamente um formato na qual empresas montam times dedicados para analisar oportunidades de investimentos em startups que dialogam com o seu ecossistema e que agregam oferecendo soluções inovadoras ou acesso a novos mercados, podendo atrair novos clientes e mudar a perspectiva de própria empresa.

Este time dedicado, muitas vezes formado por gestoras independentes, oferecem experiência e dinamismo no processo de análise e tomada de decisão. Acreditamos nessa modalidade como um novo vetor de crescimento para a indústria de venture capital com o aumento dos valores aportados e a adesão de novas empresas. E tendo uma visão ainda mais otimista, podemos esperar uma rentabilidade média maior que a histórica uma vez que esse ambiente favorece a tração das estratégias e a escalabilidade destas startups.

TTR:  Qual o papel da B2R na situação atual do mercado transacional?

O mercado de M&A possui estratos com características, necessidades e soluções bem distintas. Grandes processos por exemplo demandam em muitos casos a necessidade de funding ou estruturas financeiras mais complexas que só um banco de investimento consegue oferecer. Por esta razão, optamos por atuar como uma boutique, com atuação focada no middle market, oferecendo profissionais experientes em dedicação quase que exclusiva permitindo acesso ilimitado ao time. 

Como também temos uma atuação relevante no desenvolvimento de laudos de fair market value para a indústria de fundos e consolidadores estratégicos, temos uma ampla rede de relacionamentos que nos permite mapear potenciais investidores e direcionar os mandatos para aqueles que entendemos que consigam capturar maior sinergia.    

TTR: Quais serão os principais desafios para a B2R no Brasil nos próximos meses?

O negócio de assessoria em transações e avaliação de empresas é feito fundamentalmente de gente e entendemos que esse é naturalmente nosso maior desafio. Esse tema sempre vai estar presente e olhamos com atenção para nossa capacidade de atrair, desenvolver e reter esses talentos. 

Os processos de avaliação de empresas e assessoria em transações além de multisetorial, também são multidisciplinares. É preciso estudar e aprender sobre diferentes indústrias além de saber navegar em aspectos operacionais, regulatórios, financeiros, contábeis e legais dos negócios avaliados e como eles impactam a percepção de risco e de valor do negócio.

Por um lado, o desenvolvimento e o crescimento da indústria de fundos nos ajudam na vertical de assessoria em fusões e aquisições, aumentando a chance de conectar vendedores com compradores. Por outro lado, nossa vertical de avaliação de empresas que atua na indústria de FIPs para atendimento da ICVM 579 por exemplo, fica ainda mais demandada.

Considerando a exposição regulatória que temos e as frequentes interações com as gestoras, administradoras e as auditorias dos fundos, sempre reavaliamos nossos processos para entregar um fluxo confiável e diligente para a indústria.

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TTR Dealmaker Q&A with Olimpia Partners Partner Thomas Monteiro

Olimpia Partners

Thomas Monteiro

Thomas is a partner at Olimpia Partners and has over 19 years of experience in mergers and acquisitions (M&A). Thomas began his career in the mergers and acquisitions team of Banco Espírito Santo, and subsequently joined the investment banking division of Banco Merrill Lynch in Brazil.


TTR: What are your main conclusions for the M&A market in 1H23? What are the most relevant drivers for consolidating the M&A market in Brazil in the rest of the year?

During the first half of 2023, the M&A market presented a challenging landscape, marked by a decline in the number of transactions (both in volume and value) compared to the previous year. This outcome can be attributed to a series of factors, including the deterioration of the capital market, both domestically and internationally, largely driven by high-interest rates, uncertainties surrounding the current government’s new political agenda, combined with a local credit crisis triggered by the Lojas Americanas phenomenon.

We anticipate a significant improvement in the M&A market during the second semester of this year. The market is already factoring in a reduction in local interest rates and an improved visibility concerning the new government’s public policies, which is mitigating current volatility, and an overall enhancement in the private credit market. These favorable factors lead us to confidently envision a more promising outlook for the M&A sector in the months ahead.

TTR: Olimpia Partners has been one of the leading M&A advisors in the technology sector in in Brazil. What are the prospects for this segment in the medium and long term?

Olimpia Partners strategically invested in the technology segment and established a dedicated coverage team a few years ago, based on the growth potential of the Brazilian technology market and its ecosystem. We believe that Brazil will increasingly attract the interest of significant strategic players and financial investors, resulting in a substantial increase in M&A transactions. We maintain the conviction that the technology sector continues to present promising opportunities, even in the current context where investors demonstrate increased caution and seek high-quality assets.

TTR: In which other sectors might international investors find opportunities in Brazil? Why?

In our view, the agribusiness and energy sectors have attracted interest from strategic players and financial investors, driving relevant M&A transactions. Brazil is uniquely positioned to benefit from M&A transactions in the agribusiness and energy sectors due to its abundant natural resources, favorable climate, and substantial market size. The country’s vast agricultural production and global export of commodities contribute to its prominence in agribusiness. Additionally, Brazil’s renewable energy potential, encompassing hydropower, wind, solar, and bioenergy, aligns with the growing demand for clean energy solutions.

TTR: Continuing with the Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down, and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Brazil in 2023?

The slowdown in the emergence of unicorns is part of a global trend of declining VC funding. This trend is particularly stronger for later-stage startups as investors are becoming increasingly cautious and marking down valuations of unprofitable investments. However, it is important to keep this trend in perspective. Despite the decrease in the number of unicorns, Brazil continues to hold a strong position in the global startup market holding the 10th position in the ranking of countries with the highest number of unicorns. I believe that Brazil has a strong innovation culture and a robust startup ecosystem which is showing signs of inflection and a possible recovery coming. We anticipate the industry to remain strong and continue to yield high-value startups in the coming years.

TTR: What will be Olimpia Partners’ main challenges in Brazil in the upcoming months?

Despite a challenging M&A market in the 1st semester, Olimpia Partners successfully completed significant transactions in Brazil, such as the acquisition of Corsan by Aegea, the entry of 23S Capital into Ademicon, and the acquisition of Yes by Olmix Group, among others. Our short-term challenge remains executing ongoing projects with excellence, attracting interest from both local and international strategic and financial investors, regardless of market conditions fluctuations.


Portuguese version


Olimpia Partners

Thomas Monteiro

Thomas é sócio da Olimpia Partners e acumula mais de 19 anos de experiência em fusões e aquisições (M&A). Sua trajetória teve início na equipe de fusões e aquisições do Banco Espírito Santo e, posteriormente, trabalhou na área de banco de investimento do Banco Merrill Lynch no Brasil.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A no primeiro semestre de 2023? Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano?

O mercado de fusões e aquisições no primeiro semestre de 2023 apresentou um cenário desafiador, caracterizado por um número reduzido de operações e um volume financeiro menor em relação às atividades de M&A. Tal resultado pode ser atribuído a uma série de fatores, como a deterioração do mercado de capitais, tanto no Brasil quanto no exterior, resultante do elevado patamar de juros, incertezas em relação à nova agenda política do governo atual e, por último, uma crise de crédito no Brasil, devido ao fenômeno Americanas

Nossa expectativa é que o mercado experimente uma significativa melhora durante o segundo semestre. Atualmente, já se observa uma precificação da queda nos juros e uma maior visibilidade em relação às políticas públicas do novo governo, o que tem gerado menor volatilidade, e uma melhora no mercado de crédito privado. Essas perspectivas positivas nos levam a acreditar em um cenário mais promissor para o setor de fusões e aquisições nos próximos meses

TTR: Olimpia Partners é um dos principais assessores em fusões e aquisições no setor de tecnologia no Brasil. Quais são as perspectivas desse segmento no médio e longo prazo?

A Olimpia Partners investiu estrategicamente no segmento de tecnologia e estabeleceu uma área de atuação dedicada a esse setor há alguns anos, embasada no potencial de crescimento do mercado brasileiro de tecnologia e em seu ecossistema. Acreditamos que o Brasil, cada vez mais, despertará o interesse de importantes players estratégicos e investidores financeiros, resultando em um aumento significativo das transações de M&A. Mantemos a convicção de que o setor de tecnologia continua a apresentar oportunidades promissoras, mesmo em um contexto atual em que os investidores demonstram maior cautela e buscam ativos de elevada qualidade.

TTR: Em quais ouros setores os investidores internacionais podem encontrar maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Em nossa visão, os setores de agronegócio e energia têm despertado interesse de players estratégicos e investidores financeiros, impulsionando transações relevantes de M&A. O Brasil está posicionado de forma única para se beneficiar das transações de M&A nos setores de agronegócio e energia devido aos seus abundantes recursos naturais, clima favorável e tamanho substancial de mercado. A vasta produção agrícola do país e sua exportação global de commodities contribuem para sua proeminência no agronegócio. Além disso, o potencial de energia renovável do Brasil, que abrange hidrelétricas, energia eólica, solar e bioenergia, está alinhado com a crescente demanda por soluções de energia limpa.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023?

A desaceleração no surgimento de novos unicórnios é parte de uma tendência global de queda no funding de capital de risco (VC). Essa tendência é particularmente mais forte para startups em estágios mais avançados, à medida que os investidores se tornam cada vez mais cautelosos e reduzem a marcação a mercado de investimentos não lucrativos. No entanto, ter em perspectiva a tendência de longo prazo. Apesar da recente diminuição no número de unicórnios, o Brasil continua a ocupar uma posição forte no mercado global de startups, mantendo a 10ª posição no ranking dos países com o maior número de unicórnios. Acredito que o Brasil possui uma forte cultura de inovação e um robusto ecossistema de startups, que está mostrando sinais de inflexão e uma possível recuperação no médio prazo. Acreditamos que a indústria permanecerá forte e continuará a produzir startups de alto valor nos próximos anos.

TTR: Quais serão os principais desafios para a Olimpia Partners no Brasil nos próximos meses?

Apesar de um mercado de M&A desafiador no 1º semestre, a Olimpia Partners concluiu transações relevantes no Brasil, como a aquisição da Corsan pela Aegea, entrada da 23S Capital na Ademicon, aquisição da Yes pela Olmix Group, entre outras. O nosso desafio para o curto prazo permanece a execução dos projetos em andamento com excelência, atraindo o interesse de investidores estratégicos e financeiros, tanto locais como internacionais, independentemente das oscilações das condições de mercado.

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TTR Dealmaker Q&A with Urbano Vitalino Advogados Partner Ricardo Thomazinho

Urbano Vitalino Advogados

Ricardo Thomazinho

Partner focusing his practice on tax law and business law, especially in mergers and acquisitions and foreign investments in Brazil, with extensive experience in infrastructure.
He has a strong presence in corporate reorganizations, credit recovery and judicial recovery.
He also has experience in antitrust and antidumping law.


TTR: What are your main conclusions for the M&A market in 1H23? What are the most relevant drivers for consolidating the M&A market in Brazil in the rest of the year?

In the first semester, we felt that the market was cautious, and this resulted in a reduction in the pace of investments and corporate transactions. We can attribute this to the change of government and uncertainty about the direction that will be given to the economy, which is somewhat unclear to this day and depends, to a large extent, on the relationship between the Executive and Congress, which is unpredictable.

The slow pace of business can also be attributed to the maintenance of high interest rates as a form of containing inflationary pressure, which, in turn, is a product of the pandemic: sectors most susceptible to the effects of lockdown experienced disruptions or had to reduce staff, leading to a period of disinvestment. With vaccination programs and the end of confinement, demand has returned without a corresponding increase in supply, and we are still in a process of recovery – this is not to mention the effects of the war in Ukraine.

For the consolidation of the market in the remainder of the year, we are optimistic. We believe that the same factors that weighed negatively on the economy will also drive its recovery, as they are cyclical in nature.

We expect that the novelty factor regarding the new government, the normalization of political tensions and the approval of structural reforms will improve international confidence in our country. Although the Brazilian Real has been gaining strength in recent weeks, it is a fact that Brazil remains “cheap” in the eyes of foreign investors, and this should contribute to foreign interest in Brazilian assets and the movement of the M&A market.

TTR: In which sectors might international investors find the biggest opportunities in Brazil? Why?

In our view, the most promising sectors for foreign investment in Brazil currently are renewable energy, agribusiness, tehnology (software & IT) and sanitation.

With the rise of concerns about ESG principles, there is a lot of emphasis on the field of clean energy, and Brazil, due to its geographical characteristics – in terms of territory and population size, solar radiation incidence, wind intensity, and ample water resources, among others – is a country naturally suited for this activity. Recently, the legal framework for distributed generation (Law 14.300/2022) was approved, allowing independent consumers to generate electricity, providing legal certainty and benefiting from tax incentives. 

Brazil is the global leading producer of several agricultural commodities and, allied with a growing local consumer market, has become a very attractive for investment. Investors want to own cost-efficient and competitive producers of commodities and processed foods and ingredients, and related industries.

Software and IT services continue to attract a lot of attention and investments.  Brazil has a very creative and innovative environment, which will certainly be as magnet for new M&As.

In the field of sanitation, there is an expectation that the number os deals increase substantially.  The new legal framework dates back to 2020 but sets targets for universal access to water supply and waste collection and treatment over the next ten years. It also creates legal certainty for private investments in the sector. When considering the current statistics, it becomes evident that the country still has a lot to do (a large percentage of the population lacks water supply and sanitation). It is estimated that an investment volume of between R$ 700 billion to R$ 1 trillion is necessary to achieve full coverage within a decade, which shows how the opportunities in this sector are enormous.

TTR: Continuing with the Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Brazil in 2023? 

I consider it natural that a decline in the emergence of unicorns occurs after a boom period, but that doesn’t mean new waves of growth cannot occur, both in Brazil and abroad.

I believe these fluctuations occur due to various factors, with significant influence from technological innovations. For example, we are currently experiencing a revolution in artificial intelligence technologies, which can pave the way for exploring new solutions to everyday problems and the subsequent success of new startups. In the not-too-distant future, advances in quantum computing may also lead to their own boom. Eventually, new challenges and technologies will bring opportunities that are currently unknown.

There is also the regional factor. Brazil has proven to be a fertile ground in the technology field and has its own success stories, such as QuintoAndar, iFood, and the company Pismo, which develops technology for payment solutions, acquired by Visa, for example. These companies operate in important sectors and outperform international competitors in their respective industries. Whether they are unicorns or not, there are noteworthy cases of foreign companies that did not adapt to the cultural peculiarities of the Brazilian market (such as Walmart) or found unexpected success in Brazil (like Outback). This illustrates that the startup field in Brazil does not necessarily follow foreign trends, and the interest of venture capital in startups may continue to grow, even in 2023, if the expectations of an improved economy are confirmed.

TTR: In terms of global prospects, how do you think what happened with Silicon Valley Bank will affect the world of Venture Capital? What are the main lessons for the players in this market?

I believe that the Silicon Valley Bank episode served as a warning and brought an end to the excitement of venture capital in the technology startup sector after a period of flourishing. On the other hand, even though we may not return to previous levels, I do not think that venture capital activity or the interest in startups will suffer a significant loss. This is because the SVB phenomenon is a result of local and specific factors, such as the Silicon Valley’s inclination towards technological innovation (a risky sector subject to rapid changes and intense competition), certain characteristics of the American banking regulation, which will likely be reviewed, and especially the mismanagement of the bank itself.

Their collapse is also attributed to other unlikely factors such as the pandemic and the microchip “cold war” between the United States and China, which caused supply-chain problems for technology companies.

Therefore, it cannot be immediately concluded that technology startups are doomed or lack potential. They are a natural target for venture capital, and we believe that the interest from this type of investor will be regained over time.

In any part of the world, it is essential to learn the lesson that the banking sector needs a strong regulation that protects against interest rate fluctuations and maintains safe levels of reserve requirements. I do not believe that the problem that led to the collapse of SVB lies with startups or the technology sector intrinsically, nor with venture capital investors.

TTR: What will be Urbano Vitalino’s main challenges in Brazil in the upcoming months?

I believe that the main challenge for our firm is to incorporate new technologies to the M&A practice. In an everchanging and evolving world, technology is at the center of improving the client-driven experience by increasing the perceived value of our legal services. As more routine procedures are automated, our professionals can spend more hands-on time with clients, working through more high-value processes.

We are already an innovative law firm in the field of technology, having created in 2017, in a partnership with IBM, a cognitive intelligence platform that we named “Carol”. This technology assists our professionals in the analysis of procedural data, the positioning of judges, precedents, and case law.

In light of this scenario, we see that the field of artificial intelligence (AI) inevitably becomes integrated into the daily lives of professionals and has the potential to revolutionize legal practice. Therefore, our main challenge for the near future is to incorporate new AI-based technologies to the M&A practice area, honoring the pioneering role we have had in this field over the past decade.


Portuguese version


Urbano Vitalino Advogados

Ricardo Thomazinho

Sócio centrando sua prática em direito tributário e direito empresarial, especialmente em fusões e aquisições e em investimentos estrangeiros no Brasil, com vasta experiência em infra-estrutura.
Tem forte atuação em reorganizações societárias, recuperação de crédito e recuperação judicial.
Tem também experiência em direito antitruste e antidumping.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A no primeiro semestre de 2023?, Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano?

Nesse primeiro semestre sentimos que o mercado se comportou de forma cautelosa, o que resultou numa redução do ritmo de investimentos e de transações societárias. Podemos atribuir isto à mudança de governo e ao desconhecimento sobre os rumos que serão dados à economia, o que até hoje não se esclareceu e depende, em grande medida, de como se dê a relação entre o Executivo e o Congresso, o que é imprevisível.

Também se pode atribuir a lentidão dos negócios à manutenção das taxas de juros em níveis elevados como forma de conter a pressão inflacionária que, por sua vez, é um produto da pandemia: os setores mais suscetíveis aos efeitos do lockdown enfrentaram quebras ou precisaram reduzir pessoal, e passamos por um período de alto desinvestimento; com os programas de vacinação e o fim do confinamento, voltou a demanda sem a contrapartida da oferta à mesma altura, e ainda estamos em fase de acomodação desse fenômeno – para não falar dos efeitos da guerra.

Para a consolidação do mercado no resto do ano, estamos otimistas. Acreditamos que os mesmos fatores que pesaram negativamente na economia é que impulsionarão a sua retomada, visto que são cíclicos por natureza. 

Espera-se que o fator de novidade quanto à troca de governo, a normalização das tensões políticas e a aprovação de reformas estruturais permitam uma melhoria na confiança internacional em nosso país. Ainda que o real esteja ganhando força nas últimas semanas, é um fato que o Brasil continua “barato” aos olhos dos investidores estrangeiros e isso deve contribuir para o interesse externo em ativos brasileiros e movimentação do mercado de M&A. 

TTR: Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Em nossa visão, os setores mais promissores para investimento externo no Brasil atualmente são o de energias renováveis, agronegócio, tecnologia (software e TI) e o de saneamento.

Com a ascensão das preocupações com os princípios de ESG, há muita ênfase no campo de energia limpa e o Brasil, por suas características geográficas – tamanho territorial e populacional, incidência de radiação solar, a intensidade de ventos e amplos recursos hídricos, dentre outras – é um país com vocação natural para essa atividade. Recentemente houve a aprovação do marco legal da geração distribuída (Lei 14.300/2022), que permite a geração de energia elétrica por consumidores independentes, o que gerou segurança jurídica e ainda se beneficia de incentivos fiscais.

Brasil é líder global na produção de diversas commodities agrícolas e, aliado com o crescimento do mercado consumidor, se tornou muito atraente para os investimentos.  Os investidores têm o interesse em adquirir produtores eficientes e competitivos de commodities, de comida processada e ingredientes, além das indústrias correlatas

Software e serviços de TI continuam atraindo muita atenção e investimentos.  Brasil tem um ambiente muito criativo e inovador, que certamente servirá como um ímã para novos M&As.

No campo do saneamento, há uma expectativa de que o número de transações aumente substancialmente.  O novo marco legal é do ano de 2020, mas prevê metas de universalização do suprimento de água e da coleta e tratamento de resíduos nos próximos dez anos, além de criar segurança jurídica para investimentos privados no setor; quando consideramos as estatísticas atuais, fica evidente que o país ainda tem muito a fazer: estima-se entre R$ 700 bilhões a R$ 1 trilhão o volume de investimentos necessários para alcançar o atendimento de toda a população em uma década, e isso ilustra como esta é uma fonte gigante de oportunidades.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023? 

Consideramos natural que haja um declínio no surgimento de unicórnios após uma época de boom, mas isto não significa que novas ondas de crescimento não possam ocorrer, no Brasil ou no exterior. 

Acreditamos que essas oscilações ocorrem em função de diversos fatores, sendo muito influenciadas pelas inovações tecnológicas. Por exemplo, passamos agora pela revolução nas tecnologias de inteligência artificial, e isto pode abrir caminho para a exploração de novas soluções aos problemas cotidianos e o consequente sucesso de novas startups; num futuro não muito distante, é natural que os avanços na computação quântica também propiciem um boom próprio. Eventualmente, novos desafios e novas tecnologias trarão oportunidades que hoje são desconhecidas.

Existe, também, o fator regional. O Brasil tem se mostrado um campo fértil no ramo da tecnologia e possui os seus próprios casos de sucesso, tais como o QuintoAndar, o iFood, e a Pismo, que desenvolve tecnologia para soluções de pagamento, adquirida pela Visa, por exemplo. São empresas que atuam em setores de peso e que estão à frente de concorrentes internacionais em seus respectivos setores. Unicórnios ou não, há casos emblemáticos de redes estrangeiras que não se adaptaram às peculiaridades culturais do mercado brasileiro (Walmart) ou que encontraram no Brasil um sucesso inesperado (Outback) – isto ilustra como o campo para as startups não segue, necessariamente, tendências estrangeiras e o interesse do Venture Capital por startups pode ainda crescer, mesmo em 2023, no Brasil, caso se confirmem as expectativas de melhora na economia.  

TTR: Em termos de perspectivas globais, como você acha que o ocorrido com o Silicon Valley Bank afetará o mundo do Venture Capital? Quais são as principais lições para os players desse mercado?

Acredito que o episódio do Silicon Valley Bank serviu de alerta e colocou fim a uma empolgação do Venture Capital com as startups de tecnologia após um período de florescimento deste setor. Por outro lado, mesmo que não se retorne aos níveis anteriores, não penso que a atuação do Venture Capital ou o interesse pelas startups sofrerá uma perda tão significativa, mesmo porque o fenômeno do SVB resulta de fatores locais e específicos, isto é, a vocação do Vale do Silício à inovação tecnológica (setor arriscado, sujeito a mudanças rápidas e muita concorrência), certas características da regulação bancária americana, que provavelmente serão revistas, e especialmente a má gestão do próprio banco.

Também se atribui o colapso a outros fatores improváveis como a pandemia e a guerra fria dos microchips entre Estados Unidos e China, responsável por problemas de abastecimento às empresas de tecnologia.

Portanto, não se pode concluir imediatamente que as startups de tecnologia estejam condenadas ou que não tenham potencial. E são um alvo natural do Venture Capital, de modo que acreditamos que o interesse desse tipo de investidor será retomado com o tempo. 

Em qualquer lugar do mundo, é preciso aprender a lição de que o setor bancário precisa de uma regulação firme no sentido de se proteger das oscilações das taxas de juros e de manter os níveis de depósito compulsório em patamares seguros. Não acredito que o problema que levou ao colapso do SVB esteja com as startups ou com o setor tecnológico, intrinsecamente, e nem tampouco com os investidores de Venture Capital. 

TTR: Quais serão os principais desafios para a Urbano Vitalinono Brasil nos próximos meses?

Acredito que o principal desafio do nosso escritório seja incorporar novas tecnologias à área de M&A. Em um mundo em constante mudança e evolução, a tecnologia está no centro da melhoria da experiência orientada ao cliente, aumentando o valor percebido dos serviços jurídicos prestados por nós. Na medida em que mais procedimentos de rotina são automatizados, nossos profissionais poderão passar mais tempo trabalhando de forma mais ativa com clientes, trabalhando em processos de maior valor.

Já somos um escritório inovador no campo da tecnologia, tendo criado em 2017, em parceria com a IBM, a plataforma de inteligência cognitiva que chamamos de Carol. Essa tecnologia auxilia nossos profissionais na análise de dados processuais, no posicionamento de magistrados, precedentes e jurisprudência. 

Diante desse cenário, vemos que o campo da inteligência artificial (IA) passa inexoravelmente a integrar o dia a dia dos profissionais e pode revolucionar a atividade jurídica. Portanto, nosso maior desafio para o futuro próximo é de integrar à área de M&A novas tecnologias baseadas em IA, honrando o pioneirismo que tivemos nesse campo ao longo da última década.

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TTR Dealmaker Q&A with MCM Corporate – Diligence and Projects Founder Marcela Huertas

MCM Corporate – Diligence and Projects

Marcela Huertas

· 8+ years leading Due Diligence Projects for investments in innovation and technology (seed, early, and series A stages) for Venture Capital, Corporate Venture Capital and Venture Debt holdings and Startups.
· Faculty member of the Trevisan Escola de Negócios (Trevisan Business School) M&A and Equity MBA Program.
· 17-year career in Audit and Consulting Companies, including the Big Four, in the merging, acquisition, and taxes fields.
· Member of ABVCAP’s Venture Capital Committee.
· Scrum Alliance Certified Product Owner. Extension Program in Financial and Tax Planning from PUC/SP. Graduate in Tax Law from the Brazilian Institute of Tax Studies – IBET. Bachelor of Law.


TTR: What are your main conclusions for the M&A market in 1Q23? What are the most relevant drivers for consolidating the M&A market in Brazil in the rest of the year?

The TTR data shows an expressive decrease in M&A operations compared to the same period in 2022. Venture Capital decreased by 50% in the number of transactions. On the other hand, Corporate Venture Capital, in global terms, had a slight decrease in deals; we can observe the rise of CVC. 

At MCM Corporate, we only work with diligent and realistic Venture Capital Holdings, Corporate Venture Capital, and Startups; our target client is not adventurous. Therefore, I notice that the overexcitement of the adventurer market does not undermine what was already in the pipeline of our more realistic clients that have credibility and, as a consequence, are well capitalized. I say that because we performed a higher number of diligences than we are used to for this period of the year, and that is because our clients have a more cautious profile and also because we operate with Corporate Venture Capital, I don’t think that there’s a lack of capital for good entrepreneurs.

I believe this is a trend for the Brazilian Market: more diligent entrepreneurs, managers, and companies that innovate more and more through M&A operations with startups and constituting their CVCs – a crucial factor for the consolidation of the M&A market in Brazil. Now it is time for the real deal:  the only ones to remain will be the sensible and diligent managers, entrepreneurs, and companies who know how to deal and collaborate seriously with the ecosystem. We are indeed maturing.

TTR: In which sectors might international investors find the biggest opportunities in Brazil? Why?

Agribusiness is the flagship sector in Brazil — it has always anchored us in moments of crisis. However, agribusiness has been undergoing a substantial transformation: we no longer speak only about commodities; we now provide an added value, which is technology. A moment of crisis for the big techs is also a moment of great opportunities for the Agtechs. After the massive layoff of qualified personnel from the big techs, the Agtechs have been absorbing a great deal of this qualified labor, and improving agribusiness-related technology. 

We have very competent managers focused on agribusiness here in Brazil. And at MCM Corporate, we have the privilege of working with one of LATAN’s main Agtech Holdings and seeing first-hand how agribusiness is not easily undermined by crises. It is a large market, the sector’s investment and operations are each day more technological, and I do not see any overexcitement in this sector: it is constantly working with real needs, real numbers, and real clients. Agtech is a success, and investors should look at the works of SP Ventures here in Brazil, which is a reference for investments in agribusiness. We can see this feat in the vertical of seed and early stages investments report of the TTR.

Second, I would highlight the relevance of HealthTechs. In 2022, we performed diligence in the health sector, and in 2023 we also started with HealthTechs. I can see many well-prepared entrepreneurs in this sector coming up with solutions for real health problems in Brazil, and making clever use of data. Vox Capital is yet another Manager that is worth the attention of investors operating here in Brazil as they are carrying out diligent work in the health area

TTR: MCM Corporate has been one of the leading advisors in Seed Early and Series A Venture Capital investments in Brazil. What are the prospects for this segment in the medium and long term?

The prospects for this segment are to continue growing and maturing. These are stages that demand a lot from Venture and Corporate Capital Holdings, but as I have already highlighted, we work with excellent early stage Holdings that, indeed, offer smart money. I always point out the importance of having competent and well-oriented Holdings, once this is a significant differential for the smart money — uninterested holdings have little to offer the entrepreneur. Since I started in this sector in 2015, I have noticed the growth of holdings, and their recurrence in 2nd or 3rd funds, besides the participation of the Venture Debt that does not dilute the share participation and contributes a lot to the next raising and the company’s strategy. It is also an instrument that also works as smart money, and not less importantly, I see the growth of Corporate Venture Capital in which big companies are also investing in these stages, or looking for experienced managers to manage your Corporate Venture Capital. It is a complex stage, but it is paramount for strengthening the ecosystem and improving governance. In the medium and long term, we will have even more experienced holdings and entrepreneurs who understand the role of smart money. I also see that there is a slight confusion among entrepreneurs in terms of differentiating smart money and traditional financial institutions. Those who understand this difference more quickly and prepare themselves, start ahead and have more quality relationships with risk capital holdings. 

TTR: Continuing with the Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Brazil in 2023? 

I believe that we are now in an actually normal course of operations. What happened in 2021 was unusual and unhealthy – no ecosystem is sustainable with unreal valuations, growth at any costs, hirings without any criteria, etc. In sum, it was all completely disconnected from reality. Now, we will continue growing, but in a much more realistic and responsible way, accessing other options of financial instruments, such as Venture Debt. Here at MCM Corporate, we have already worked with solid operations of 5 unicorn promises, and it is clear for us the kinds of operations and entrepreneurs that have the potential to get there. However, getting there is not for everyone – we need to stop romanticizing entrepreneurship and better use our reason and cash flow to work on solutions to real problems, in real markets, and with real numbers. Not all operations have the conditions and the market to become unicorns, and I don’t see that as a problem. It’s pure vanity of some adventurous entrepreneurs and capitalist holding – I prefer the reality!

TTR: In terms of global prospects, how do you think what happened with Silicon Valley Bank will affect the world of Venture Capital? What are the main lessons for the players in this market? 

That will require what should have always existed: consistency of operations, focus on problem-solving, cash management of the entrepreneurs, and more diligence from the Holdings. On the other hand, it will also require better governance and compliance from the financial institutions – it seems that we are living in an era of blindness in terms of risks. Let’s wait for the report that FED will present on May 1st and understand possible failures in risk management.

TTR: What will be MCM Corporate’s main challenges in Brazil in the upcoming months?

The lack of accounting, financial, and tax knowledge for the new economy is a big problem for our entrepreneur ecosystem; distorted information, while intentional or not, gets in the way of capitalist Holdings when separating good from bad businesses. Therefore, educating the market about these matters, so that we have more transparent and consistent businesses that are ready to get investments, is a big challenge. MCM is here to help educate entrepreneurs and accountants to provide honest and realistic information through our diligence and throughout Corporate Education. I teach MBA in programs of M&A and Equity, and I always tell my students that we need to elevate the level of our technical discussions so that we can create a transparent and trustworthy ecosystem – in a way that the new digital economy continues to solidly and diligently work and grow through M&A, Equity, and Debt.   


Portuguese version


MCM Corporate – Diligence and Projects

Marcela Huertas

· Há 8 liderando projetos de Due Diligence para Investimentos em Inovação e Tecnologia (estágios seed, early e serie A) para gestoras de Venture Capital, Corporate Venture Capital, Venture Debt e Startups.
· Docente no curso MBA em M&A e Equity da Trevisan Escola de Negócios.
· Carreira de 17 anos construída em Empresas de Auditoria e Consultoria, incluindo Big Four nas área de Fusões, Aquisições e Tributos. 
· Membro do Comitê de Venture Capital da ABVCAP.
· Certificada Product Owner pela Scrum Alliance. Extensão em Planejamento Financeiro e Tributário pela PUC/SP. Pós Graduada em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributário – IBET. Graduada em Direito.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A no primeiro trimestre de 2023?, Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano?

Os dados do próprio TTR apontam uma queda expressiva das operações de M&A comparados ao mesmo período em 2022. Venture Capital  teve uma queda de mais de 50% no número de transações. Em contrapartida, o Corporate Venture Capital em termos globais teve uma queda pequena de deals,  podemos observar a crescente do CVC . 

Aqui na MCM Corporate só atuamos com perfil de Gestoras de Venture Capital, Corporate Venture Capital e Startups diligentes e realistas, não atendemos aventureiros, então percebo que a euforia do mercado aventureiro não fez abalar o que já estava no pipeline dos nossos Clientes que são mais realistas e tem credibilidade portanto estão capitalizados. Digo isso pois realizamos um volume maior de diligências do que estamos acostumados para esse período, e isso se deve ao fato dos nossos Clientes terem um perfil mais cuidadoso e também atuarmos com o Corporate Venture Capital, não acho que falta capital para bons empreendedores.  

Acredito que essa é uma tendência para o mercado brasileiro, empreendedores, gestores mais diligentes e empresas estão inovando cada vez mais, por meio de operações de M&A com startups e constituindo seus CVC´s, que são fatores muito importantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil, agora chegou a hora da verdade,  só ficarão gestores e empreendedores conscientes e diligentes e Empresas que saibam lidar e colaborar para o ecossistema com seriedade, estamos amadurecendo. 

TTR: Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

O agro é o carro chefe no Brasil, sempre nos ancora em momentos de crises, mas o agro tem se transformado, não falamos mais apenas em commodities, temos um valor agregado que é a tecnologia, um momento de crise nas big techs também é de grandes oportunidades para as agtechs, com as demissões de profissionais qualificados das big techs, as agtechs estão absorvendo boa parte dessa mão de obra qualificada e aprimorado as tecnologias voltadas para o agro. 

Temos Gestores bastante competentes focados no agro aqui no Brasil, e nós da MCM Corporate temos o privilégio de atender uma das principais Gestoras de agtech LATAM e vemos de perto o quanto o agro não se abala tanto com as crises, o mercado é grande, os investimentos e as operações voltadas para o setor estão cada vez mais tecnologicas e nao vejo euforia nesse setor, estão sempre trabalhando com necessidades reais, numeros reais, Clientes reais. As agtechs são um sucesso e os Investidores devem olhar para os trabalhos da SP Ventures que é uma referência de investimentos no agro aqui no Brasil. Podemos observar esse feito no relatório da vertical de investimentos seed e early stage do TTR .

Em segundo lugar destacaria a relevância das healthtechs. No ano de 2022 atendemos diligências no setor de saúde e 2023 também iniciamos com healthtechs. Vejo empreendedores muito bem preparados nesse setor, solucionando problemas reais da saúde no Brasil e fazendo uso muito inteligente de dados, a Vox Capital mais uma Gestora que vale a pena investidores observarem a atuação aqui no Brasil pois estão desempenhando um trabalho diligente na área da saúde.

TTR: MCM Corporate é um dos principais assessores em Investimentos de Venture Capital Seed, Early e Series A no Brasil. Quais são as perspectivas desse segmento no médio e longo prazo?

Continuar crescendo e amadurecendo, são estágios que exigem muito das Gestoras de Venture e Corporate Capital, mas como já destaquei atendemos excelentes Gestores Early stage que de fato oferecem o smart money. Saliento sempre a importância de se ter gestoras competentes e bem orientadas, pois isso é um grande diferencial para o smart money Gestoras desinteressadas pouco ajudam o empreendedor. Desde que comecei em 2015 nesse setor percebo o aumento de Gestores, sua recorrências em 2º ou 3º fundos, além da participação do Venture Debt que não dilui a participação societaria e contribui enormemente até a proxima captação e para estratégia da Empresa , é um instrumento que também cumpre seu papel como smart money e não menos importante vejo o crescimento do Corporate Venture Capital onde grandes Empresas também estão investindo nesses estágios ou buscanco Gestoras experientes para gerenciarem seu Corporate Venture Capital, é um estágio complexo mas extremamente importante para o fortalecimento do ecossistema e aprimoramento da governança, são os primeiros passos para transaparência e relação com investidores. No médio e longo prazo   teremos Gestoras ainda mais experientes e empreendedores entendendo o papel do smart money, ainda percebo uma certa confusão por parte dos Emprendedores em diferenciar smart money de instituições financeiras tradicionais, quem entende rápido essa diferença e se prepara sai na frente e tem relações de qualidade com Gestores de Capital de risco.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023?

Acredito que agora sim estamos no curso normal das operações, o que aconteceu em 2021 é algo fora da curva que não era saudável, nenhum ecossistema se  sustenta com valuations fora da realidade, crescimento a qualquer custo, constratações sem critérios tudo muito fora da realidade. Agora vamos continuar crescendo mas de forma mais consciente e realista e acessando outros tipos de instrumentos financeiros, como o Venture Debt, por exemplo. Aqui na MCM Corporate já atendemos operações sólidas de 5 promessas de unicórnios e podemos perceber operações e empreendedores que tem potencial para chegar lá, mas não é para todos essa chegada, precisamos parar de romantizar o empreendedorismo e utillizar mais a razão e o fluxo de caixa para trabalhar soluções de problemas reais em mercados reais com numeros também reais, nem todas as operações tem condições e mercado para virar unicórnio e não vejo problema nenhum nisso, é pura vaidade de alguns Empreendedores e Gestores Capitalistas aventureiros, prefiro a realidade!

TTR: Em termos de perspectivas globais, como você acha que o ocorrido com o Silicon Valley Bank afetará o mundo do Venture Capital? Quais são as principais lições para os players desse mercado?

Exigirá o que sempre deveria ter existido, consistência das operações, foco na solução de problemas, geração de caixa e não por parte dos Empreendedores e maior diligência por parte das Gestoras e por outro lado, maior governança e compliance por parte das Instituições Financeiras, parece que estamos vivendo uma era de uma cegueira em termos de riscos. Vamos aguardar o relatório que o FED apresentará em 1º de maio e entendermos eventuais falhas na gestão de riscos.

TTR: Quais serão os principais desafios para a MCM Corporate no Brasil nos próximos meses?

A falta de conhecimento sobre contabilidade, finanças e tributos para a nova economia é um grande problema para o nosso ecossistema empreendedor, informações distorcidas intencionalmente ou não atrapalham Gestores Capitalistas de separarem os bons dos maus negócios, então  educar o mercado sobre esses temas para termos negócios mais transparentes e consistentes para receberem investimentos é um grande desafio e a MCM está aqui para ajudar a educar empreendedores, contadores para demonstrarem informações verdadeiras e realistas por meio das nossas diligências e por meio da Educação Corporativa, ministro aulas em MBA nos cursos de M&A e Equity e sempre oriento meus alunos que precisamos elevar o nível das discussões técnicas para que possamos criar um ecossistema transparente e confiável para que a Nova Economia Digital continue cumprindo seu papel e crescendo por meio de M&A, Equity e Debt de forma sólida e diligente.   

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese (scroll down)

TTR Dealmaker Q&A with Lefosse Advogados Partner Carlos Mello

Lefosse Advogados

Carlos Mello

Carlos is a partner in Corporate and M&A and Capital Markets at Lefosse.
He has acted as leading counsel in several of the most important transactions in the Brazilian capital markets in recent years. He has developed relationships with issuers, coordinators and regulatory authorities, and expanded his activities into the areas of mergers and acquisitions and private equity.
Carlos holds a Master of Laws (LL.M.) from Columbia University and was approved in the New York State Bar Exam in 2002. He has experience as a foreign associate at Milbank, Tweed, Hadley & McCloy in New York.


TTR: First of all, how was Lefosse’s performance in Brazil in 2022? What data can you provide us?

In 2022, we faced more challenges than in 2021 due to several global circumstances: the pandemic-generated economic crisis, inflation in the United States, the war in Ukraine, as well as Brazil’s general elections.

Due to this scenario, our volume of operations reduced in comparison with the previous year, which was a record year. Even so, the firm performed well: we acted in operations exceeding BRL 100 billion, including M&A, ECM, and Fixed Income, in 2022. We are ECM leaders, which comprises IPO and follow-on operations, with business operations totaling BRL 54.3 billion. We are also the 2nd largest Brazilian private equity firm, recording transactions amounting to BRL 6.5 billion (TTR Data).

TTR: How would you assess the M&A market in 2022 globally? Do you believe 2023 will be a good year in terms of capital raised and transaction volume?

As I see it, 2023 will remain a challenging year. Globally speaking, the ongoing conflict in Ukraine will continue to impact European investments, and China’s growth slowdown will result in more judicious investments. In Brazil, the political instability we noted at the beginning of this government may render the business environment more unstable.

Having said that, I believe that these same situations create room for opportunities at the global level, such as the need for investments in energy generation assets to provide alternatives to Russian oil and gas. Such investments are generally medium- and long-term.

TTR: How do you describe the current situation of M&A market players in Brazil with the political and economical regional situation in 2022?

The 2022 elections made it clear that the country is divided and, unfortunately, facing political instability.

The instability should take a toll on the M&A market, at least in the first quarter of the year. Nevertheless, Brazil is an economy big enough for opportunities to exist, and – even in uncertain times – consolidation of key industries is reasonable for the economy.

TTR: What will be the most relevant drivers for the consolidation of the M&A market as Brazil and the region in 2023?

Traditionally, the most important sectors for M&A in Brazil are (i) infrastructure – aimed at our population’s need for structure and energy; (ii) retail – also aimed at our population –, including not only traditional commerce and e-commerce, but also services to the population, such as education and health care; and (iii) agribusiness.

I do not see these M&A vectors changing in 2023.

TTR: How will the conflict between Russia and Ukraine affect the energy sector and what does this situation mean for the M&A market in Brazil?

In my understanding, the Russia-Ukraine war, which is a tragic episode in world history, raises demands in the Brazilian energy sector, both because of our tradition in the use of renewable and clean sources, and the need for alternative sources to Russian oil and gas.

TTR: What will be the main challenges for Lefosse in terms of M&A transactions in the coming months?

 The year 2023 will be marked by challenges but, if you ask me, challenges also create unique opportunities for well-prepared and sophisticated players. I consider that Lefosse’s mission will be to keep a watchful eye on these opportunities – which will undoubtedly arise – and to take the legal lead on M&A in this scenario.


Portuguese version


Lefosse Advogados

Carlos Mello

Carlos é sócio das práticas de Societário e M&A e Mercado de Capitais do Lefosse.
Atuou como leading counsel em várias das mais relevantes operações no mercado de capitais brasileiro nos últimos anos e a partir do relacionamento desenvolvido com emissores, coordenadores e autoridades regulatórias expandiu sua atuação para as áreas de fusões e aquisições e private equity.
É mestre em direito (LL.M.) pela Columbia University e foi aprovado no New York State Bar Exam em 2002. Possui experiência como advogado estrangeiro no escritório Milbank, Tweed, Hadley & McCloy em Nova Iorque.


TTR: Em primeiro lugar, como se saiu o Lefosse em 2022 no Brasil? Quais dados você pode nos fornecer?

O ano de 2022 foi mais desafiador do que 2021 por uma série de circunstâncias mundiais: crise econômica gerada pela pandemia, inflação nos Estados Unidos, guerra na Ucrânia e, aqui no Brasil, eleições.

Por conta desse cenário, tivemos volume de operações transacionais reduzido na comparação com o ano anterior, que foi de recordes. Mesmo assim, o escritório apresentou bons números: atuamos em operações que superam R$ 100 bilhões, considerando M&A, ECM e Fixed Income em 2022. Lideramos o ranking de ECM, que considera operações de IPO e follow-on, com atuação em negócios que somam R$ 54,3 bilhões. Somos o 2º maior escritório brasileiro em investimentos de private equity, com transações que registraram R$ 6,5 bilhões (Dados TTR).

TTR: Que avaliação você faria do mercado de fusões e aquisições em 2022 globalmente? Vocês acham que o 2023 será um bom ano em capital mobilizado e volume de transações?

Acho que 2023 será, ainda, um ano desafiador – globalmente a continuidade do conflito na Ucrânia continuará a impactar os investimentos europeus e a desaceleração do crescimento da China irá tornar seus investimentos mais criteriosos. No Brasil, a instabilidade política que verificamos nesse início de governo poderá tornar o ambiente de negócios mais instável.

Tendo dito isso, acredito que essas mesmas situações deverão gerar oportunidades, no plano mundial, com necessidade de investimentos em ativos geradores de energia, para criar opções ao gás e petróleo russo. Esses investimentos são, de um modo geral, de médio e longo prazo.

TTR: Como você descreve a situação atual dos players do mercado de M&A no Brasil com a situação política e econômica regional em 2022?

A eleição de 2022 deixou claro que o País está dividido, e, infelizmente, com alguma instabilidade política.

Essa instabilidade deverá ter um custo no mercado de M&A, pelo menos no primeiro trimestre do ano. Ainda assim o Brasil é uma economia grande o suficiente para que as oportunidades existam e – mesmo em tempos de incerteza – a consolidação dos setores-chave faz sentido para a economia.

TTR: Quais serão os drivers mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A como o Brasil e região em 2023?

Tradicionalmente, os setores mais importantes para o M&A no Brasil são (i) infraestrutura – atendendo à necessidade de nossa população por estrutura e energia, (ii) varejo – novamente com base na nossa população – incluindo-se aí não apenas comércio tradicional e online, mas também serviços para a população, tais como, por exemplo, educação e saúde; e (iii) negócios relacionados ao setor agro.

Não acredito que esses vetores de M&A irão se alterar em 2023.

TTR: Como o conflito entre Rússia e Ucrânia afetará o setor de energia e o que essa situação significa para o mercado de M&A no Brasil?

Acredito que o conflito Rússia-Ucrânia, que é um episódio tristíssimo da história mundial, traz demandas ao setor de energia no Brasil, tanto por nossa tradição no uso de fontes renováveis e limpas, quanto pela necessidade de fontes alternativas ao gás e petróleo russo.

TTR: Quais serão os principais desafios do Lefosse em termos de transações de M&A nos próximos meses?

2023 será um ano de desafios, mas na minha opinião desafios geram oportunidades únicas para players bem-preparados e sofisticados. Acredito que a missão do Lefosse será estar atento a essas oportunidades – que, sem dúvida, surgirão – e assumir a liderança jurídica no M&A nesse cenário.