Informe Trimestral Brasil – 1T 2021

Mercado transacional apresenta mesmo nível de atividade pré-pandemia

No primeiro trimestre os Estados Unidos aumentaram suas aquisições no Brasil em 120%

Fundos de Venture Capital  investem BRL 11,3bi no primeiro trimestre


O mercado transacional brasileiro registrou no primeiro trimestre, 327 operações com valor total de BRL 144,7bi, segundo dados do TTR. Isto representa um aumento de 263% do valor movimentado e 2% no volume de transações em relação ao mesmo período de 2020.

O setor de Tecnologia continua sendo o mais ativo e teve um aumento de 56% na comparação anual, com 142 transações registradas no primeiro trimestre. No segundo lugar, o setor Financeiro e Seguros aumentou em 28% o número de transações, apresentando 50 operações. Já o setor de Higiene e Saúde foi o terceiro mais ativo que com 45 transações teve um aumento de 36% na comparação anual.

Âmbito Cross-Border 

No primeiro trimestre os Estados Unidos aumentaram suas aquisições no Brasil em 120%. Da mesma forma, Fundos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros investiram no Brasil 13% a mais do que no ano passado. Já em relação à Tecnologia, empresas estrangeiras aumentaram seus investimentos em 121% na comparação anual.

Os Estados Unidos continuam sendo o principal investidor no Brasil e estiveram envolvidos em 44 aquisições até o fim de março, o segundo país que mais investiu no Brasil no trimestre foi a Argentina com seis transações, e o terceiro mais ativo foi o Reino Unido com cinco aquisições.

Em relação à atuação brasileira no exterior, Colômbia foi o destino favorito do trimestre, com quatro transações registradas até o fim de março. O segundo lugar onde o Brasil investiu mais esse trimestre foi os Estados Unidos com três transações.

Venture Capital

Os fundos de Venture Capital movimentaram um total de BRL 11,3bi até o fim de março, aumento de 469% em relação a 2020. Foram 120 rodadas de investimentos, representando um crescimento anual de 43%. O setor que mais atraiu investimentos foi o de Tecnologia com 80 transações, aumento de 48% na comparação anual. O setor de Financeiro e Seguros apresentou 23 transações, crescimento de 35% e o terceiro setor mais ativo foi o de Higiene e Saúde com um salto de 30% em relação a 2020, com 13 investimentos.

Transação do trimestre 

A transação destacada pelo TTR no primeiro trimestre foi a aquisição da CEB Distribuição, por parte da Neoenergia. A operação do setor de energia movimentou BRL 2,5bi.

A transação contou com a assessoria legal em lei brasileira dos escritórios Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e Demarest Advogados.

League Tables 

O informe publica os rankings de assessores financeiros e jurídicos até março de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercado de Capitais, onde se informa a atividade das firmas destacadas pelo número de transações e pelo valor total das mesmas.

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese (scroll down)

TTR DealMaker Q&A with Demarest Advogados Partner José Setti Diaz


José Setti DiazDemarest Advogados

Partner of the Demarest’s Mergers and Acquisitions and International and Customs Trade areas, José Setti Diaz holds a master’s degree in Law from USP’s Faculty of Law. Among his main clients are the Harvard University fund, the Private Equity fund Vinci Partners and important domestic and multinational companies operating in the agribusiness, auto parts, forestry, paper and pulp, chemical and retail sectors. José Diaz is also the Chief Financial Officer of CESA, a member of the International Chamber of Commerce (ICC), a member of the Board of Directors of Britcham and a member of the panel of Brazilian panelists for the WTO.


TTR: In 4Q20, M&A volume in Brazil returned to levels not seen since before the restrictions imposed in March 2020  but deal volume has decreased again in the first two months of 2021. What’s your outlook for the M&A market in 2021 given these swings?

J.S.D.: 2021 looks very promising for the M&A market, still drawing heavily on consolidations and spin-offs in sectors affected by the pandemic and the rapid rise of technology companies and other sectors that are at an advantage due to the new work format. The first two months of 2021 were marked by the advancement of the second wave of COVID-19 in Brazil which, together with hiccups in the global political and economic environment, were responsible for the downward trend, but certainly this behavior should not be expected to remain as such – particularly in light of the equities market.

TTR: Foreign acquisitions of technology and Internet companies in Brazil have increased 240% in 2021. What will be the main drivers of consolidation in these segments over the course of the year?

J.S.D.: We expect that the most susceptible markets are in line with global trends, including fintechs, edtechs, collaboration platforms, healthtechs, robotic delivery and 5G-relate  (smart cities, etc.).

TTR: What does the dissemination of fintech platforms imply for access to the capital market in Brazil in the short and medium term?

J.S.D.: The fintech sector in Brazil is booming, with exponential growth in the number of users resulting in pushes for the implementation of new policies by regulators, such as open banking. This outlook is borne out by the fact that fintech business models have been consistently incorporated by large financial institutions, with large banks investing in digitization to become more competitive.

The increase and facilitation of access generated by fintechs, added to the prospect of maintaining low interest rates for the economy, has drawn a wide variety of individuals to the stock exchange in Brazil and this movement can be seen in a macro scope. In the short and medium term, we can expect that this trend will continue and that the demonstration of stability by many of these platforms will bring more resources to the variable income profile.

TTR: What would be another two sectors that could offer the greatest opportunities in Brazil for international investors in 2021 and why?

J.S.D.: Health, agribusiness, infrastructure and logistics will be the sectors that should project the best level of opportunities in Brazil for 2021. Consultancies and specialized companies are already predicting that it will be in these sectors where the greatest number of job openings will occur in 2021.

The pandemic presented urgent needs in these 3 areas mentioned. Business professionals and entrepreneurs needed swiftly to enter the digital transformation with an urgent adaptation to the new work system and heavy investments in logistics and customer relations. Against this backdrop, 2021 will be a year of many opportunities for mergers and acquisitions of companies in Brazil, both for domestic and foreign companies in these sectors.

One of the reasons for such a forecast can be the favorable interest rate; the increase in investments on the Stock Exchange is stimulating the process of going public (IPOs), providing greater ease of funding and liquidity for the purchase of companies, in order to increase the competitive advantage of the business and eliminate, in some cases, competitors. Another reason for this is the current exchange rate, added to the low prices of Brazilian companies that seek to survive the crisis – making the acquisition opportunities of these targets even more attractive and cheap for foreign investment.

TTR: What will be the main challenges for Demarest Advogados in its M&A advisory work in Brazil in 2021?

J.S.D.: 2020 was a year full of challenges and learning in M&A operations as a result of the Covid-19 pandemic. The ultimate goal of companies was to survive. During the pandemic, several M&A operations remained suspended, resuming gradually from the second half of the year, both as a solution for some companies to maintain their operations, as well as for other well capitalized companies to take advantage of the acquisition opportunities and low prices, expanding their lines of business and increasing their market shares.

The learning curves in M&A projects at the firm during this pandemic have enabled us to overcome many challenges and find innovative solutions, even incorporating some as part of our “new normal”. An example of this is remote closing without any physical presence in M&A operations.

Thinking to 2021 and continuing to envisage a Selic rate at the level of 2% per year, such scenario will allow many companies to obtain good financing conditions, either due to the favorable interest rate or due to the ease in raising funds and liquidity that the market is offering. In this context, it is our understanding at Demarest that the challenges will be associated mainly with large-scale operations resulting from privatizations, from the consolidation of the market in companies that are already listed on the stock exchange and have a high level of governance, in addition to the great legal, tax and regulatory challenges that our market already faces. To name a few: (i) expectations of political reforms favorable to the business environment, (ii) democratic consolidation, among others.


Portuguese version


José Setti DiazDemarest Advogados

Sócio das áreas de Fusões e Aquisições e Comércio Internacional e Aduaneiro do Demarest, José Setti Diaz é mestre em Direito pela Faculdade de Direito da USP. Dentre seus principais clientes estão o fundo da Universidade de Harvard, o fundo de Private Equity Vinci Partners e importantes empresas nacionais e multinacionais com atuação nos setores de agronegócios, autopeças, florestal, papel e celulose, químico e varejo. José Diaz também é Diretor Financeiro Administrativo do CESA, membro do International Chamber of Commerce – Commission on Trade and Investment Policy (ICC), membro do Conselho de Administração da Britcham e faz parte da lista de painelistas brasileiros para a OMC.


TTR: No 4T20, o número de operações de M&A no Brasil ultrapassou os valores trimestrais anteriores às restrições impostas em março de 2020, mas a tendência diminuiu nos primeiros dois meses de 2021. Que perspectiva poderíamos ter para 2021 com isso comportamento?

J.S.D.: O ano de 2021 parece muito promissor para o mercado de M&A, ainda se valendo fortemente de consolidações e spin-offs em setores afetados pela pandemia e a rápida ascensão de empresas de tecnologia e outros setores privilegiados pelo novo formato de trabalho. Os primeiros dois meses de 2021 foram marcados pelo avanço da segunda onda de COVID19 no Brasil, o que juntamente com soluços na conjuntura política e econômica global, foram responsáveis pela tendência reduzida, mas certamente esse comportamento não deve se manter – inclusive á luz do mercado de equities.

TTR: As aquisições por compradores estrangeiros de empresas de tecnologia e Internet no Brasil aumentaram 240% em 2021. Quais serão os principais vetores de consolidação desses segmentos ao longo do ano?

J.S.D.: Esperamos que os mercados mais suscetiveis estejam em linha com tendências globais, entre eles fintechs, edtechs, collaboration platforms, healthtechs, robotic delivery and 5G related (smart cities, etc.).

TTR: O que significa a disseminação das plataformas fintech para o acesso ao mercado de ações no Brasil no curto e médio prazo?

J.S.D.: O setor de fintechs no Brasil está extremamente aquecido, com crescimento exponencial no número de usuários sendo responsável inclusive por empurrar a implementação de novas políticas pelos reguladores, como por exemplo o open banking. Essa visão é corroborada pelo fato de modelos de negócios das fintechs virem sido incorporados de forma contumaz por instituições financeiras de grande porte, com bancos grandes investindo na digitalização para se tornarem mais competitivos.

O incremento e facilitação de acesso gerado pelas fintechs, somada a perspectiva de manutenção de juros reduzidos para economia, trouxe diversos indivíduos pessoas físicas para a bolsa de valores no Brasil e esse movimento pode ser percebido de forma macro. No curto e médio prazo, podemos esperar que essa tendência permaneça e que a demonstração de estabilidade por muitas dessas plataformas traga mais recursos para o perfil de renda variável.

TTR: Quais seriam os outros dois setores que poderiam oferecer as maiores oportunidades no Brasil para investidores internacionais em 2021 e por quê?

J.S.D.: Saúde, agronegócio, infraestrutura e logística serão os setores que devem projetar o melhor nível de oportunidades no Brasil para 2021. As empresas de consultoria e especializadas já estão prevendo que serão nestes setores onde serão abertas a maior quantidade de vagas de trabalho em 2021. 

A pandemia apresentou necessidades urgentes em estas 3 áreas mencionadas. Empresários e empreendedores precisaram ingressar rapidamente na transformação digital com uma adaptação urgente no novo sistema de trabalho e com investimentos pesados em logística e relacionamento com o cliente.  Nesse contexto, 2021 será um ano de muitas oportunidades para fusões e aquisições de empresas no Brasil, tanto para as nacionais quanto para as estrangeiras neste setores. 

Uma das razões, pode ser a taxa de juros favorável, o aumento de investimentos na Bolsa de Valores está estimulando o processo de abertura de capital (IPOs), proporcionando maior facilidade de captação e liquidez para compra de empresas, a fim de aumentar a vantagem competitiva de negócio e eliminar, em alguns casos, concorrentes. Outra razão disso, a atual taxa de câmbio, somada aos preços baixos de empresas brasileiras que buscam por sobrevivência ao longo da crise, torna as oportunidades de aquisição desses alvos ainda mais atraentes e baratas para o investimento estrangeiro.

TTR: Quais serão os principais desafios da operação de M&A no Brasil durante 2021 para o Demarest Advogados?

J.S.D.: O ano de 2020 foi um ano cheio de desafios e aprendizados nas operações de M&A por causa da pandemia da covid-19. O objetivo maior das empresas era sobreviver. Durante a Pandemia, várias operações de M&A permaneceram suspensas, sendo retomadas aos poucos a partir do segundo semestre, tanto como solução para algumas empresas conseguirem manter suas operações, quanto para outras, bem capitalizadas, aproveitarem as oportunidades de aquisição e preços baixos, expandindo suas linhas de negócios e aumentando suas fatias de mercado.

Os aprendizados em projetos de M&A no escritório durante esta pandemia nos permitiu superar muitos desafios e encontrar soluções inovadoras, mesmo incorporando alguns como parte do nosso “novo normal”. Exemplo disso poderíamos mencionar closing a distância sem presença física nenhuma em operações de M&A. 

Pensando em 2021 e continuando a vislumbrar uma taxa Selic no patamar de 2% ao ano, permitirá que muitas empresas consigam boas condições de financiamento, seja pela taxa de juros favorável ou pela facilidade na captação e liquidez que o mercado está oferecendo. Nesse contexto, entendemos no Demarest que os desafios estarão associados principalmente com operações de grande porte decorrentes de privatizações, da consolidação do mercado em empresas que já cotizam em bolsa e possuem um alto grão de governança além dos grandes desafios legais, tributários e regulatórios que o nosso mercado já presenta, para citar alguns: (i) expectativa de reformas políticas favoráveis ao ambiente de negócios, (ii) democracia consolidada, entre outras.

Informe Mensal Brasil – Fevereiro 2021

Fusões e Aquisições apresentam redução de 18% no primeiro bimestre 

Os Estados Unidos aumentam o volume de aquisições em 133% 

Fundos de Venture Capital investem BRL 5,8bi  no primeiro bimestre 


O mercado transacional brasileiro registrou no primeiro bimestre 170 operações e um valor total de BRL 64,9bi, segundo o relatório mensal do TTR. Isto representa um aumento de 183% do valor movimentado e uma redução de 18% no número de transações, em relação ao mesmo período de 2020. 

Por sua vez, no mês de fevereiro se registraram 95 transações de fusões e aquisições entre anunciadas e concluídas, e um valor total de BRL 20,9bi. Neste caso, houve uma redução de 17% no número de transações e um aumento de 56% no valor movimentado em relação ao mês de fevereiro de 2020.  

  

O setor mais ativo neste período é o de Tecnologia com 68 transações. Seguido pelo setor Financeiro e de Seguros com 32 operações e em terceiro lugar, o setor de Saúde e Higiene com 16 transações. 

Âmbito Cross-Border 

Os Estados Unidos aumentaram suas aquisições no Brasil em 133% em relação ao primeiro bimestre de 2020. Fundos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros também incrementaram seus investimentos no Brasil em 25%. Em relação aos investimentos no setor de Tecnologia e Internet no Brasil, empresas estrangeiras  estiveram envolvidas em 17 transações, houve uma variação de 113% anual. 

Neste período, Estados Unidos foi o país que mais adquiriu empresas no Brasil, tendo participado em 28 operações. Em relação a atuação brasileira no exterior, Estados Unidos também foi o destino favorito na hora de realizar investimentos, com três transações até o fim de fevereiro.

Venture Capital 

Os fundos de Venture Capital movimentaram um total de BRL 5,8bi nestes dois primeiros meses de 2021, aumento de 240% em relação ao mesmo período de 2020. Foram 67 transações, representando um crescimento anual de 24%. O setor que mais atraiu investimentos foi o de Tecnologia com 42 transações, aumento de 20% na comparação anual. Em segundo lugar, o setor de Financeiro e Seguros com 13 transações. O terceiro colocado foi o de Saúde e Higiene, com 10 transações, crescimento de 100% na comparação anual. 

Transação do mês 

A transação destacada pelo TTR no mês de fevereiro foi a conclusão da venda de 50% de participação na BSBIOS por parte da Petrobras, através da sua subsidiária Petrobras Biocombustível, para RP Participações em Biocombustíveis. A operação do setor de energia movimentou BRL 322m.  

A transação contou com a assessoria em lei brasileira dos escritórios BMA – Barbosa Müssnich Aragão e Veirano Advogados. O assessor financeiro foi o Banco Itaú BBA.

Ranking de assessores Jurídicos e Financeiros

O informe publica os rankings de assessores financeiros e jurídicos em 2020 en M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercado de Capitais, onde se informa a atividade das firmas destacadas pelo número de transações e  pelo valor total das mesmas.

Informe Mensal Brasil – Janeiro 2021

Volume de fusões e aquisições em janeiro é 27% inferior ao do mesmo mês de 2020


No primeiro mês de 2021 o mercado transacional brasileiro registrou 68 fusões e aquisições, das quais 39 tiveram valores divulgados que somam BRL 56,3bi, segundo dados do TTR. O volume registrado em janeiro é 27% inferior ao do mesmo mês de 2020.  

  

Com referência aos setores mais ativos, o de empresas de Tecnologia sai na frente mais uma vez, porém com uma redução de 9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os segmentos Financeiro e Ditribuição e Varejo também apresentam redução no volume. 

Âmbito Cross-Border 

Empresas dos Estados Unidos realizaram 13 aquisições no Brasil e mantiveram a posição como as que mais adquiriram empresas brasileiras. A Argentina aperece na segunda posição com quatro aquisições.  

No sentido contrário, foram mapeadas em janeiro quatro transações onde empresas brasileiras realizaram aquisições no exterior, sendo uma em cada um dos países Colômbia, Estados Unidos, Moçambique e Países Baixos.  

Venture Capital 

As transações envolvendo fundos de Venture Capital realizadas em Janeiro representaram uma diminuição de 6% no volume com um total de 29 investimentos. Deste total, 20 tiveram valores divulgados que somaram BRL 3,4bi. 

O setor mais ativo do período foi o de Tecnologia com 20 transações, seguido pelo setor Financeiro e seguros com 6 transações.  

Transação do mês 

A transação destacada pelo TTR no mês de Janeiro foi a conclusão da aquisição da Dupatri pela Elfa, por BRL 185m. A Dupatri desenvolve atividades de comércio atacadista e de distribuição de medicamentos de uso humano e materiais médicos hospitalares. 

A transação contou com a assessoria dos escritórios Lefosse Advogados e Naves Advogados Associados.

Ranking de assessores Jurídicos e Financeiros

O informe publica os rankings de assessores financeiros e jurídicos em 2020 en M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercado de Capitais, onde se informa a atividade das firmas destacadas pelo número de transações e  pelo valor total das mesmas.

Dealmaker Q&A

TTR DealMaker Q&A with Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados Partners Gustavo Rugani, Adriana Pallis and Fernando Tonanni

Machado Meyer Advogados

Gustavo Rugani – Partner of the Corporate Finances practice, responsible for the Belo Horizonte unit. Rugani is specialist in subjects related to the capital markets (equity and debt transactions), mergers and acquisitions. His work is focused on structuring and implementing mergers and acquisitions (buy side or sell side, private placements, competitive bids and others) and capital markets’ transactions (equity and debt), both in the form of IPOs or follow-ons, primary and secondary, for equity transactions, or debentures, bonds, CRIs, and promissory notes and other securities for debt transactions. Has previous experience in the areas of knowledge of civil construction, machinery and equipment rental, electric energy, food, education, mining, steel, sanitation, transportation, logistics and finances.

Adriana Ballis – Adriana is a partner of the Corporate area since 2001 and was head of the M&A group from 2015 to 2018. She is now a member of the Board and of the Social Responsibility and Pro Bono committee of the office.
She is a specialist in Corporate Law, corporate governance, securities regulation, and in M&A involving listed and private companies, as well as cross border transactions. She has recognized experience in structuring and implementation of high complexity corporate reorganizations, equity investments, different acquisition structures and tender offer procedures, as well as in the legal assistance in the representation of companies and investors in administrative proceedings and consultations at the Comissão de Valores Mobiliários (Brazilian Securities and Exchange Commission).
She also acts in the structuring of businesses and establishment of companies, joint ventures, consortia, associations, and other forms of businesses and in advising on foreign investments in Brazil. She has worked in the most relevant privatization processes in the 90’s, as CPFL, Eletropaulo (both in the energy sector), Vale (mining sector) and Telebrás (Telecom sector).

Fernando Tonanni – Fernando is a tax specialist with strong knowledge of corporate law and extensive experience in advising international and Brazilian based clients in the tax aspects involved in their businesses. His focus includes tax consultancy, corporate restructuring, mergers and acquisitions, financial transactions, transfer pricing and administrative litigation. He is a frequent lecturer in events in Brazil and abroad, besides being visiting professor of international tax law at Brazilian institutions. Fernando has previous experience in a wide scope of industries such as automotive, agricultural, banking, energy, investment funds, oil and gas, pharmaceutical, telecommunications, retail, services, and transports.


TTR: In 4Q20, M&A deal volume in Brazil returned to ‘prepandemic’ levels. How do you interpret this upward trend compared to 2Q20 and 3Q20? What can we expect in 2021?

M.M.A.: In the beginning of 2020, investors and potential targets were trying to understand the economic impact of the COVID 19 crisis over different industries and how to work under this new scenario. Shortly, the business community realized that companies and industries were able to reinvent themselves and that the works should continue, which led them to consider that (i) notwithstanding the pandemics, business could continue and more than that, opportunities were arising in some areas as IT, electronic commerce, logistics, payment methods and Fintechs; (ii) other areas that could also keep moving forward as they did not depend on physical presence, were also good opportunities for those investors who decided going on and keep their investment plans by having “pre pandemic” cash resources levels. In Brazil, the exchange rates for USD and EUR were beneficial to foreign investors, as well as the low interest rates, helping to upward the M&A and capital markets transactions.

We believe the  trend shall be maintained with regards to 2021, as the world economy will still be active, with the vaccination benefits effective in most of the countries and making other industries move forward. Moreover, where there were more losses caused by the pandemics such as tourism and aviation for example (but not limited to those), companies may be distressed assets targets for acquisitions.

TTR: Which three sectors present the greatest opportunities for international investors in Brazil 2021, and why?

M.M.A.: Financial sector, with fintechs consolidating or being acquired by banks, health and telecom infrastructure (fiber network). 

TTR: The technology sector continues to lead M&A transaction volume in Brazil with a 19% uptick in 2020: What will be the main drivers for consolidation in this sector in 2021?

M.M.A.: As mentioned, the IT sector benefited from the pandemics with a greater focus from investors and also companies engaged in the traditional business. For instance, electronic commerce expanded and also became a target for traditional retailers buying small/medium IT businesses. Logistic assets became relevant targets, either for companies of the traditional economy or for new investors, seeking long term contracts with other players. In the banking sector, IT became also relevant, with a focus on IT developments for credit and investments, with a broader coverage of the population and with the intention of benefiting from the shift of the fixed income investments to other opportunities including capital markets ones, due to the reduction of the national interest rates.

TTR: 2020, especially during the period of the health emergency? What factors could coincide for companies to once again perceive an attractive window to go public?

M.M.A.: 2020 started really strong for equity offerings, with expectations of a record number of deals in the year. The Pandemics has brought transactions to a halt particularly from mid-March until late April. Beginning in May, however, we noted several transactions were resumed and this trend grew stronger throughout the year, resulting in a very strong and positive year. We believe the low interest rate (with an all-time low of the Selic Rate) was one of the main drivers to this result, increasing significantly the stake of local investors in the offerings, aiming at better returns on investments. The success of the first offerings following the beginning of the Pandemics served as an additional stimulus to Companies and banks to pursue transactions and the year ended with a very strong number of deals and funds raised.

As to debt transactions, several companies took advantage of the moment to launch transactions aimed at reducing the cost of their financings, and volume of transactions was also very strong, with longer payment dates and lower interest rates.

TTR: What does the dissemination of digital investment platforms imply for access to the capital market in Brazil in the short and medium term?

M.M.A.: Digital platforms, in addition to making access to the capital markets for small investors easier, often come with educational content also aiming at preparing and informing such investors, which were seeking better returns for their investments due to the low interest rates. During the pandemics, we could see increased content and demand for online lectures, seminars and other events which were otherwise inaccessible to those investors (due to the cost and/or the logistics involved for in person participation).


TTR: What will be the main regulatory and tax challenges for the M&A market in 2021?

M.M.A.: In 2021, the Congress might progress on the discussions of a comprehensive tax reform, aimed at unifying different value added taxes and simplifying the tax regime, extinguishing various industry tax incentives. Despite the underlying objectives, the impact of said tax reform over different industries may vary, with the increase of the tax burden (specially for the service industry). Also, discussions may also include changes to the corporate tax regime, with the taxation of dividends. Those discussions and potential approval of those reforms will bring investors challenges to assess the return of the investments, in different sectors.