Dealmaker Q&A

TTR Data Dealmaker Q&A com
a Renata Simon sócia do VBSO

VBSO Advogados

Renata Simon

Renata é sócia da área de M&A e Societário do escritório, atuando em parceria com a sócia Amanda Visentini Rodrigues. Renata Simon possui mais de 20 anos de experiência na coordenação de operações de fusões e aquisições e transações cross-borders, Private Equity e mercado de capitais. Também conta com experiência no desenvolvimento e implementação de programas de compliance e de práticas ESG internas e externas nas companhias. 
A atuação de Renata é reconhecida pelas principais publicações e rankings nacionais e internacionais na área jurídica. O IFLR 1000 posiciona a sócia como profissional altamente conceituada na área de fusões e aquisições. Ranqueada no Latin Lawyer 250, também integra a lista das advogadas mais admiradas do país pelo anuário Análise Advocacia e Análise Advocacia Mulher.


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o VBSO faz em 2024 para o mercado transacional no Brasil?

Em 2023, o mercado de fusões e aquisições internacional adotou uma postura conservadora, principalmente em razão das altas taxas de juros e da desaceleração das economias globais.  Isso refletiu na redução significativa do número e volume das operações no Brazil, que foram, respectivamente, 22% e 28% menores do que em 2022 (Fonte TTR).  Apesar de muitos fatores econômicos persistirem em 2024 ou melhorarem timidamente, há uma expectativa que 2024 seja um ano melhor do que 2023 em termos de número e volume de transações de M&A, uma vez que os investidores estão mais preparados para tomar decisões de investimento ou desinvestimento já considerando certas premissas macroeconômicas em suas avaliações. Historicamente, vemos uma retomada rápida tanto na confiança dos gestores quanto do valor das transações logo após as recessões/crises e isso não deve ser diferente. Se não tivermos nenhuma notícia que vá na contramão das projeções econômicas atuais, espera-se que haja um crescimento gradual das operações ao longo de 2024 e um ano de 2025 melhor ainda. 

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

São diversos fatores que influenciam a liderança do Brasil nesse ranking e distanciar-se dos países vizinhos, entre eles o tamanho do mercado consumidor e o fato do país ser uma democracia estável, além de ter uma política econômica que mantém a inflação em níveis aceitáveis e capital nacional relevante disposto a manter investimentos no país. Além disso, se comparado com outros países em desenvolvimento no mundo, o Brasil está geograficamente bem-posicionado, longe de conflitos e guerras que poderiam interferir na tomada de decisão de investimento. Atrelado a tudo isso temos um câmbio favorável para investidores estrangeiros. Por isso, o Brasil continua sendo uma ótima opção para investidores internacionais a curto e médio prazo. 

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis ​​e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis ​​neste momento?

O Brasil está muito bem-posicionado do ponto de vista de transição energética, tendo investido aproximadamente US$35 bilhões em 2023 em projetos de energia renovável. É o sexto país do mundo que mais investiu uma transição energética e líder da América Latina. Nesse sentido, o setor de energias renováveis tende a estar bastante movimentado não apenas através de programas de financiamentos do governo, mas principalmente na forma de investimento por capital privado. Vale ressaltar que essas operações de M&A se configuram muitas vezes na forma de compra de ativos ao invés de equity.  Outro setor importante para a economia e que deve ter um movimento expressivo é o setor de infraestrutura, principalmente transporte e saneamento básico.

TTR Data: Atualmente, o VBSO é líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A por número de transações. Na sua opinião, e como líder deste ranking, a diversidade de género ao nível da gestão influencia em alguma medida os tipos de aquisições realizadas e os principais indicadores de sucesso das transações de M&A. Que medidas proativas o VBSO toma para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial?

R:Muito me orgulha de estarmos nesse ranking junto com tantas mulheres/advogadas incríveis! Trabalho há mais de 20 anos na área e é nítido como as mulheres têm assumido cada vez mais papéis de liderança na área de M&A, não apenas nos escritórios de advocacia, mas também em assessorias financeiras, fundos de Private Equity, empresas e bancos. E esse fenômeno é mérito nosso (mulheres) e das instituições que permitem esse crescimento. E instituições são feitas de pessoas. Portanto, cabe a nós a escolha de trabalhar em uma instituição onde as pessoas acreditem de fato em igualdade de gênero!   

VBSO é uma dessas instituições.   A área de M&A é coordenada por duas mulheres, eu e pela minha sócia Amanda Visentini; e 60% da nossa equipe é formada por mulheres. Temos políticas sobre igualdade de gênero (assédio, remuneração, etc.) e promovemos debates internos e treinamentos exclusivamente para mulheres sobre temas para auxiliá-las nessa trajetória profissional, como empoderamento feminino, comunicação, negociação. Esse ano vamos lançar o curso só para mulheres com foco em liderança. Ano passado nos tornamos  membro do WEP – Women’s Empowerment Principles criado pela ONU e estamos em crescente evolução nesse tema. 

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2024 e quais as perspectivas para os próximos meses?

A indústria do Venture Capital no Brasil teve um crescimento exponencial há alguns anos, impulsionado em grande parte pelo excesso de liquidez no mercado. Os investimentos naquele momento foram feitos mirando a “escalabilidade” dos negócios o que criou uma distorção de valuations “distorcidos” se comparados com a geração de caixa das empresas. Com a postura cautelosa adotada nos últimos 2 anos pelos investidores, o que vamos ver no cenário de Venture Capital no país para 2024 serão movimentos de consolidação de mercado (principalmente as empresas de tecnologia) e os corporate ventures. Além, claro, das avaliações estarem muito mais alinhadas com geração de caixa e lucratividade futura dos negócios.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do VBSO no Brasil em 2024 no mercado transacional?

Estamos muito atentos a tecnologia e acho que esse será o grande desafio para esse ano. Com o crescimento das inteligências artificiais generativas, a gama de ferramentas disponíveis para o mercado transacional é gigantesca. E só tende a crescer. O Vale do Silício está equiparando essa transformação à invenção da eletricidade, de tão disruptivo que eles estimam que seja. Nós do VBSO já estamos implementando algumas ferramentas no nosso dia a dia que tem facilitado enormemente o trabalho, além de trazer mais eficiência e confiabilidade para as transações. Algumas frentes que estamos trabalhando são: VBSO Conecta, nossa plataforma de gestão das operações de M&A, e ferramentas para elaboração e revisão de documentos. O futuro chegou, e é bem estimulante fazer parte dele! 

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese

TTR Data Dealmaker Q&A with Tauil & Chequer Advogados Partners Christian Roschmann and Liv Machado

Tauil & Chequer Advogados Associado a Mayer Brown

Christian Roschmann

Partner in the Corporate and M&A practice at Tauil&Chequer. He has 30 years of experience in cross-border M&A operations, local and international joint ventures and private equity operations, advising companies, funds and financial institutions in their most important operations in Brazil and around the world. Throughout his career, he worked in offices in New York, Frankfurt, Munich and Singapore, in addition to São Paulo. Graduated in Law from the University of Munich, Germany, and the University of São Paulo (USP), he is a program ambassador and member of the selection committee for the German Chancellor Fellowship Program, organized by the Alexander von Humboldt Foundation. He is also vice-president of the Brazilian-German Chamber of Commerce and Industry of São Paulo and senior commissioner for Brazil of LAV – Association for Latin America in Germany (Lateinamerika Verein e.V.).

Liv Machado

Master in Business Law, Liv Machado is a partner in the Restructuring and Bankruptcy practice. She has more than 15 years of experience in the area of judicial recovery and reorganization, advising local and foreign clients in credit and judicial recovery, as well as in extrajudicial and insolvency proceedings. Liv also assists investors in acquiring assets and companies in financial difficulties, as well as working on debt restructuring in DIP financing. She is recognized by Chambers & Partners Brazil 2023 in the area of Restructuring and Bankruptcy and is a member of the Latin America Committee, Future Leaders Committee and Fellows Committee of INSOL International.


TTR Data: How would you describe the current situation of the players in the transactional market in Brazil with the current political and economic situation?, What will Tauil & Chequer Advogados main challenges be in terms of M&A deals in Brazil during 2024?
 
C. R.: At Tauil & Chequer Advogados associated with Mayer Brown, we represent large foreign players interested in the mergers and acquisitions market in Brazil. Therefore, we are always attentive to the local scenario, in Brazil, and globally, thinking about geopolitics as a whole.
Currently, the transactional market in Brazil is facing a challenging environment due to the ongoing political and economic situation. The developments of the Tax Reform and the possibilities of interest cuts, for example, are important variables that can impact M&A market decisions. 
On the international scene, factors such as the wars between Russia and Ukraine and Israel and Palestine and expectations about the presidential elections in the United States generate uncertainty for investors. As a result, it is natural for clients to reevaluate where and how they will invest.
In this context, even with the challenges that Brazil’s current situation can bring to foreign investors, the country is once again considered a place to make medium and long-term investments, especially for some sectors of the economy that bring many opportunities, such as agribusiness (due to its importance for global food security) and infrastructure. 
Our challenge, as consultants, is to help our clients understand internal politics, how the sectors are regulated and which scenario they fit into, helping them feel comfortable in making decisions to make medium and long-term investments in Brazil. 

TTR Data: The renewable energy sector continues to lead the top positions in the volume of M&A transactions in Brazil. As a leader in M&A advisory services in this sector, what does Tauil & Chequer Advogados believe will be the key drivers of consolidation in this sector over the long term?

C. R.: We assess that there are several factors that can contribute to the consolidation of renewable energies. The search for greater energy security, increased awareness of climate change and the need to reduce carbon emissions are factors driving the growth of the sector, especially in Brazil, which has great potential for generating clean energy.

In 2023, for example, 93.1% of the energy generated in the country came from renewable sources, according to data from the Electric Energy Trading Chamber (CCEE). And this attracts the attention of the big players we represent here at the office. 
Furthermore, technological advances and falling costs of installing and operating renewable energy projects help to attract more investment, as does the emergence of new “green financing” models, such as green bonds and crowdfunding. This brings new investment possibilities in the sector.

TTR Data: Which other three sectors present the greatest opportunities for international investors in Brazil 2024, and why?
C. R.: In our view, agribusiness, infrastructure and energy are the three sectors that can offer the most opportunities for foreign investors in Brazil this year. 
Our country has great potential in agribusiness. And there are many trading companies and companies linked to the agribusiness industry, both in terms of equipment and seeds, that are looking closely at Brazil. This is because there is important space, competence and technology for the sector’s growth. 
The infrastructure sector is another segment that attracts the attention of investors. Brazil is seeking investment and financing to improve the country’s infrastructure, which is fundamental for the development of several other sectors of the economy, such as agribusiness. Right now, an important topic that is on the radar is the privatization of ports, which is related to the search for improvements in logistics and infrastructure necessary to meet the country’s import and export demand. 
In addition to these sectors, the energy area, especially renewables, also brings important opportunities, as we pointed out previously. Foreign investors have increasingly looked to the country, looking for solutions and opportunities aimed at the energy transition. And Brazil offers the possibility of investing in renewable energy projects that help foreign companies achieve the sustainability goals defined by national and foreign regulatory bodies and so that companies can also acquire carbon credits.

TTR Data: How do you evaluate the Brazilian restructuring market in 2024?
L. M.: Restructuring is an important topic that we follow closely at Tauil&Chequer Advogados associated with Mayer Brown, relying on the experience of Liv Machado, partner who leads the Business Restructuring area. 
In our assessment, we understand that the Brazilian restructuring market should remain dynamic and heated in 2024, reflecting the impact of several factors on the financial health of companies, such as economic conditions, political discussions and market trends. Changes in fiscal and regulatory policy and the developments of the new Tax Reform, approved last year by the National Congress, are examples of factors that can affect the financial viability of companies and impact restructuring processes, influencing the strategies adopted by companies and their creditors. 
Furthermore, many companies continue to face significant challenges in the post-pandemic scenario, despite the fact that we are witnessing a gradual recovery of the economy. Sectors such as tourism, retail and services have been particularly affected, resulting in an increase in demand for restructuring services. 
It is also important to point out that new approaches and financial instruments are emerging to deal with restructuring situations, including turnaround operations, debt restructuring and contract renegotiation.

TTR: How do you evaluate the Brazilian restructuring market in 2024?
C. R.: Restructuring is an important topic that we follow closely at Tauil&Chequer Advogados associated with Mayer Brown.
In our assessment, we understand that the Brazilian restructuring market should remain dynamic and heated in 2024, reflecting the impact of several factors on the financial health of companies, such as economic conditions, political discussions and market trends. Changes in fiscal and regulatory policy and the developments of the new Tax Reform, approved last year by the National Congress, are examples of factors that can affect the financial viability of companies, culminating in restructuring processes, whether extrajudicial or judicial.
Furthermore, there are great expectations of implications in the area due to the imminent approval of Bill 3/2024, which substantially alters Law 11,101/2005, Business Recovery and Bankruptcy Law. Following the trend of reform brought by Law 14,112/2020, which came into force in January 2021, the main objective of the PL is to speed up insolvency processes, expanding the powers of creditors, aiming to improve the institute and speed up the stage payment of credits.
In this scenario, while the interpretation of the provisions introduced by the reform that came into force in 2021 is still being discussed, a new reform is likely to occur, profoundly impacting the restructuring market.
Furthermore, many companies continue to face significant challenges in the post-pandemic scenario, despite the fact that we are witnessing a gradual recovery of the economy. Sectors such as tourism, retail and services have been particularly affected, resulting in an increase in demand for restructuring services.
In this scenario, the tendency is for 2024 to surpass the exponential growth in requests for judicial recovery seen in 2023, with the prospect that the retail sector will be the most affected, followed by agribusiness, both impacted by the increase in the price of inputs and the high cost to obtain credit. Another trend is the increase in the number of requests for extrajudicial recovery, which was observed in 2023 and is expected to continue in 2024.
It is also important to highlight the expectation of an increase in opportunities for financing companies in crisis in 2024, with an even greater use of new approaches and financial instruments, which were a priority in the reform brought by Law 14,112/2020.

TTR Data: What will be the main challenges for Tauil & Chequer Advogados in Brazil in the coming months?

 C. R.: The main challenges for the office in the coming months is to keep our team always up to date and ready to meet customer demands. It is important to continue monitoring the M&As scenario and the factors that impact this segment, in order to help our clients navigate this market, which is volatile and challenging, but which also brings important investment and growth opportunities in Brazil.


Portuguese version


Tauil & Chequer Advogados Associado a Mayer Brown

Christian Roschmann

Partner in the Corporate and M&A practice at Tauil&Chequer. He has 30 years of experience in cross-border M&A operations, local and international joint ventures and private equity operations, advising companies, funds and financial institutions in their most important operations in Brazil and around the world. Throughout his career, he worked in offices in New York, Frankfurt, Munich and Singapore, in addition to São Paulo. Graduated in Law from the University of Munich, Germany, and the University of São Paulo (USP), he is a program ambassador and member of the selection committee for the German Chancellor Fellowship Program, organized by the Alexander von Humboldt Foundation. He is also vice-president of the Brazilian-German Chamber of Commerce and Industry of São Paulo and senior commissioner for Brazil of LAV – Association for Latin America in Germany (Lateinamerika Verein e.V.).

Liv Machado

Master in Business Law, Liv Machado is a partner in the Restructuring and Bankruptcy practice. She has more than 15 years of experience in the area of judicial recovery and reorganization, advising local and foreign clients in credit and judicial recovery, as well as in extrajudicial and insolvency proceedings. Liv also assists investors in acquiring assets and companies in financial difficulties, as well as working on debt restructuring in DIP financing. She is recognized by Chambers & Partners Brazil 2023 in the area of Restructuring and Bankruptcy and is a member of the Latin America Committee, Future Leaders Committee and Fellows Committee of INSOL International.


TTR Data: Como você descreveria a situação atual dos players do mercado transacional no Brasil com a atual conjuntura política e econômica? Quais serão os principais desafios do Tauil & Chequer Advogados Associado a Mayer Brown em termos de fusões e aquisições no Brasil ao longo de 2024? 
C. R.: No Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown, representamos grandes players estrangeiros interessados no mercado de fusões e aquisições no Brasil. Por isso, estamos sempre atentos ao cenário local, no Brasil, e global, pensando na geopolítica como um todo.

Atualmente, o mercado transacional no Brasil está enfrentando um ambiente desafiador devido à conjuntura política e econômica em curso. Os desdobramentos da Reforma Tributária e as possibilidades de corte de juros, por exemplo, são variáveis importantes que podem impactar as decisões do mercado de M&A.
No cenário internacional, fatores como as guerras entre Rússia e Ucrânia e Israel e Palestina e a expectativa sobre as eleições presidenciais nos Estados Unidos geram incertezas para os investidores. Com isso, é natural que os clientes reavaliem onde e como vão investir. 
Neste contexto, mesmo com os desafios que o atual momento do Brasil pode trazer aos investidores estrangeiros, o país voltou a ser considerado um local para se fazer investimentos de médio e longo prazo, especialmente para alguns setores da economia que trazem muitas oportunidades, como o agronegócio (em função de sua importância para a segurança alimentar global) e a infraestrutura. 
Nosso desafio, enquanto consultores, é ajudar nossos clientes a compreender a política interna, como caminha a regulamentação dos setores e em qual cenário eles se enquadram, contribuindo para que se sintam confortáveis na tomada de decisão para fazer investimentos de médio e longo prazo no Brasil.

TTR Data: O setor de energias renováveis continua liderando as primeiras posições do volume de transações de M&A no Brasil. Como líderes em serviços de consultoria em fusões e aquisições neste setor, quais o Tauil & Chequer Advogados acredita serem os principais impulsionadores da consolidação neste setor no longo prazo?
C. R.: Avaliamos que há diversos fatores que podem contribuir para a consolidação das energias renováveis. A busca por uma maior segurança energética, o aumento da conscientização sobre as mudanças climáticas e a necessidade de reduzir as emissões de carbono são fatores que impulsionam o crescimento do setor, especialmente no Brasil, que possui um grande potencial para a geração de energia limpa.
Em 2023, por exemplo, 93,1% da energia gerada no país veio de fontes renováveis, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).  E isso chama a atenção dos grandes players que representamos aqui no escritório. 
Além disso, os avanços tecnológicos e a queda dos custos de instalação e operação de projetos de energias renováveis ajudam a atrair mais investimentos, assim como o surgimento de novos modelos de “financiamento verde”, como green bonds e crowdfunding. Isso traz novas possibilidades de investimento no setor.

TTR: Como você avalia o mercado de restructuring brasileiro em 2024?
 L. M.: Restructuring é um tema importante que acompanhamos de perto no Tauil&Chequer Advogados associado a Mayer Brown, contando com a experiência de Liv Machado, sócia que lidera a área de Reestruturação de Empresas.
Em nossa avaliação, entendemos que o mercado de restructuring brasileiro deve continuar dinâmico e aquecido em 2024, refletindo o impacto de diversos fatores na saúde financeira das empresas, como as condições econômicas, as discussões políticas e as tendências de mercado. As mudanças na política fiscal e regulatória e os desdobramentos da nova Reforma Tributária, aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, são exemplos de fatores que podem afetar a viabilidade financeira das empresas e impactar os processos de reestruturação, influenciando as estratégias adotadas pelas empresas e seus credores. 
Além disso, muitas empresas ainda continuam enfrentando desafios significativos no cenário pós-pandemia, apesar de estarmos acompanhando uma recuperação gradual da economia. Setores como turismo, varejo e serviços foram particularmente afetados, resultando em um aumento na demanda por serviços de reestruturação. 
É importante pontuar também que estão surgindo novas abordagens e instrumentos financeiros para lidar com situações de reestruturação, incluindo operações de turnaround, reestruturação de dívidas e renegociação de contratos.

TTR: Como você avalia o mercado de restructuring brasileiro em 2024?

C. R.: Restructuring é um tema importante que acompanhamos de perto no Tauil&Chequer Advogados associado a Mayer Brown. 
Em nossa avaliação, entendemos que o mercado de restructuring brasileiro deve continuar dinâmico e aquecido em 2024, refletindo o impacto de diversos fatores na saúde financeira das empresas, como as condições econômicas, as discussões políticas e as tendências de mercado. As mudanças na política fiscal e regulatória e os desdobramentos da nova Reforma Tributária, aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, são exemplos de fatores que podem afetar a viabilidade financeira das empresas, culminando em processos de reestruturação, sejam extrajudiciais ou judiciais. 
Ainda, há grandes expectativas de implicações na área em razão da iminência de aprovação do Projeto de Lei 3/2024 (“PL”), que altera substancialmente a Lei 11.101/2005, Lei de Recuperação de Empresas e Falência. Seguindo a tendência da reforma trazida pela Lei 14.112/2020, a qual entrou em vigor em janeiro de 2021, o principal objetivo do PL é conferir celeridade aos processos de insolvência, ampliando os poderes dos credores, visando a aprimorar o instituto e agilizar a etapa de pagamento dos créditos. 
Nesse cenário, enquanto ainda se discute a interpretação dos dispositivos trazidos pela reforma que entrou em vigor em 2021, é provável que ocorra uma nova reforma, impactando profundamente o mercado de restructuring.
Além disso, muitas empresas ainda continuam enfrentando desafios significativos no cenário pós-pandemia, apesar de estarmos acompanhando uma recuperação gradual da economia. Setores como turismo, varejo e serviços foram particularmente afetados, resultando em um aumento na demanda por serviços de reestruturação. 
Nesse cenário, a tendência é que 2024 supere o crescimento exponencial dos pedidos de recuperação judicial verificado em 2023, com a perspectiva de que o setor varejista seja o mais afetado, seguido pelo agronegócio, ambos impactados pela majoração do preço de insumos e pelo elevado custo para a obtenção de crédito. Outra tendência é o aumento do número de pedidos de recuperação extrajudicial, que foi observada em 2023 e deverá se manter em 2024. 
É importante pontuar também a expectativa de aumento nas oportunidades para o financiamento das empresas em crise em 2024, com uma ainda maior utilização das novas abordagens e instrumentos financeiros, que foram prioridade na reforma trazida pela Lei 14.112/2020.

TTR: Quais serão os principais desafios para o Tauil & Chequer Advogados no Brasil nos próximos meses?

 C. R.: Os principais desafios para o escritório nos próximos meses é manter nossa equipe sempre atualizada e pronta para atender às demandas dos clientes. É importante seguir acompanhando o cenário de M&As e os fatores que impactam este segmento, de modo a ajudar nossos clientes a navegar neste mercado que é volátil e desafiador, mas que também traz importantes oportunidades de investimento e crescimento no Brasil.

Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A com a Laura Affonso, Sócia do Lefosse

Lefosse

Laura Affonso

Laura é sócia da prática de Societário e M&A do Lefosse.
Possui sólida experiência em direito societário com foco em fusões & aquisições, joint ventures, mercado de capitais, investimentos de private equity, venture capital e reorganizações societárias. Antes de integrar a equipe do Lefosse, foi responsável pelas áreas de fusões e aquisições, mercado de capitais e societário da JBS. Foi ainda general counsel da UHG Brasil.
Graduou-se em Direito pela USP (Universidade de São Paulo) e possui LL.M. pela New York University School of Law. Laura trabalhou no escritório Greenberg Traurig LLP em Nova Iorque.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de fusões e aquisições em 2023?

2023 foi um ano desafiador para o mercado como um todo por conta de fatores macroeconômicos mundiais, como alta de inflação e de taxas de juros de forma geral, mas também fatores locais, como a crise de crédito, que impactou mais fortemente o setor de consumo, e incertezas políticas.

Esse contexto atrapalhou tanto decisões estratégicas como movimentos de defesa, reduzindo transações de fusões e aquisições, em especial no primeiro semestre. Nesse momento, as transações tiveram de forma geral estruturas mais criativas, com reestruturações e busca por desalavancagem.

Já no segundo semestre, com a perspectiva de aprovação da reforma fiscal e início de redução de taxas de juros, o cenário ficou mais otimista.

TTR: Quais as expectativas, riscos e oportunidades relacionadas ao mercado brasileiro de M&A em 2024?

A expectativa é de que uma continuidade na queda da taxa de juros, mesmo que de forma modesta, e mais clareza sobre as posições do governo atual, reduzirão a percepção de risco e possibilitarão o retorno de M&As com caráter mais estratégico no próximo ano. Dessa forma, os valores envolvidos serão maiores e teremos a ampliação da participação de investidores estrangeiros.

Devemos continuar vendo operações relevantes de saídas de fundos de private equity, as quais, até a abertura de uma nova janela de ofertas públicas, ainda ocorrerão por meio de transações privadas.

O mercado de M&A é bastante correlacionado a fatores macroeconômicos, então, o desenrolar das guerras em curso e indicadores econômicos negativos nas maiores economias do mundo podem influenciar negativamente, mas, ao mesmo tempo, oportunidades de consolidação ou de expansão em novos setores surgirão no mercado brasileiro. A expectativa é de que 2024 seja significativamente melhor em termos de volume e tipos de transações.

TTR: Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil para o próximo ano? Por quê?

Os setores com maiores oportunidades para investidores internacionais no Brasil em 2024 devem incluir tecnologia, mineração e infraestrutura.

Além disso, teses relacionadas a transição energética, energia renovável e saneamento devem seguir bastante aquecidas, pois tais setores hoje contam com relativa estabilidade regulatória e boas oportunidades de investimento.

Alguns setores mais resilientes, como área de saúde, educação e alimentos e bebidas devem se beneficiar da redução da inflação e das taxas de juros, com mais disponibilidade de poupança para as famílias.

Um contexto menos incerto localmente também deverá permitir a abertura de uma nova janela de mercado de capitais e, com isso, a capitalização de empresas listadas em bolsa. Com isso, poderemos ter, ainda, um aumento em aquisições estratégicas por tais players.

TTR: Acompanhando o segmento de Venture Capital, vemos que o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como evolui essa indústria no Brasil em 2023 e quais as perspectivas para 2024?

Em 2023, a indústria de Venture Capital no Brasil teve uma redução significativa de investimento. O custo do capital ficou maior, e os investidores ficaram mais seletivos em suas alocações, buscando teses de investimento mais robustas.

Por conta do desaquecimento do mercado, as transações tiveram que ser estruturadas de maneira diferente, com maior componente de dívida, por exemplo.

No entanto, após a correção de preços dos últimos anos, especialmente em relação ao setor de startups de tecnologia, há expectativa de crescimento significativo de transações para o próximo ano, porque o país segue tendo grande potencial de crescimento do mercado consumidor e do ecossistema empreendedor como um todo.

TTR: Quais serão os principais desafios para o Lefosse no Brasil nos próximos meses?

Nosso escritório tem sido bastante bem-sucedido, com um planejamento estratégico ao longo dos últimos anos para atender às demandas do mercado, seja em momentos de economia pungente ou em momentos mais desafiadores.

Vamos continuar fomentando a nossa cultura, no sentido de sermos parceiros estratégicos de nossos clientes, por meio de relacionamentos próximos e duradouros.

Com isso, queremos consolidar nosso lugar de liderança no mercado jurídico brasileiro.

Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A com Ricardo Bahiana, sócio fundador da B2R Capital

B2R Capital

Ricardo Bahiana

  • Sócio fundador da B2R Capital
  • Há quase 15 anos desenvolvendo projetos de avaliação e empresas, precificação de ativos e assessoria em fusões e aquisições para diferentes indústrias;
  • Experiência nas áreas de estratégia e finanças de empresas como Vivo, Coca-Cola, Ágora e Big Four nas áreas de auditoria e corporate finance. 
  • Atuação em projetos de fusões e aquisições num valor total de R$ 1,5 bilhão em transações;
  • Professor convidado do MBA em Mercado de Capitais do IBMEC nas disciplinas de Valuation e Mercados Derivativos;
  • Profissional CNPI, certificado pela APIMEC;
  • Formado em Administração como foco em Finanças pela UFRJ e MBA Executivo pelo COPPEAD-UFRJ além de cursos de extensão em Finanças no COPPEAD-UFRJ e na University of San Diego.

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TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A até o terceiro trimestre de 2023? Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano e até 2024?

O ano de 2023 iniciou de forma mais cautelosa no Brasil e no Mundo. Por aqui, tínhamos uma mudança da equipe econômica e incertezas importantes com temas como arcabouço fiscal e metas de inflação. No mundo, guerra da Ucrânia, uma escalada da inflação, taxas de juros crescentes além do receio de uma recessão global.

Esse contexto interferiu diretamente nas atividades de fusões e aquisições com uma queda em relação ao ano anterior que foi ainda mais ainda mais expressivo no primeiro trimestre. A partir do segundo trimestre começamos a observar uma melhora importante. A perspectiva de queda de taxa de juros e uma melhora no cenário econômico ajudou também no mercado de fusões e aquisições. Se hoje os números estão levemente abaixo do ano passado, no início do ano o gap era muito maior.

Após esse período de juros globais nas mínimas históricas, aumento do apetite a risco e excesso de liquidez que levaram ao recorde da atividade de fusões e aquisições em 2021, observamos uma nova fase, com fundos sendo mais diligentes na seleção de empresas e nos aportes, optando por aquelas que além de crescimento, também entregam margens saudáveis e geração de caixa.

Essa melhora é observável também no mercado de bolsa, com retomada dos processos de follow-on e até mesmo com algumas conversas sobre IPO voltando para o radar.

A nossa visão para o último trimestre de 2023 é que esse filme melhore ainda mais. Observamos os fundos de PE e VC com dry powder em patamares bem elevados e com muitos M&As em curso.

Os FIPs por exemplo, apresentaram captação liquida de R$ 39 bilhões de janeiro a agosto de 2023 e podemos considerar essa captação como um indicador antecedente da atividade de fusões e aquisições com provável impacto positivo no 4º trimestre de 2023 e ao longo de 2024, com a alocação destes recursos.

TTR: Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Setores como agronegócio, óleo e gás, energia e infraestrutura são vocações naturais para o Brasil e vamos continuar observando projetos importantes nessas áreas. Uma onde de privatizações, concessões e novos programas do governo vocacionados em infra podem ajudar nesse processo.

Outras verticais como tecnologia e serviços financeiros também lideram com frequência os rankings setoriais de fusões e aquisições e devem permanecer assim para os próximos trimestres. Em tecnologia, há muitos projetos transversais, transformando inúmeros setores nas modalidades “as a service” por exemplo. Internet das coisas, cibersegurança, inteligência artificial e machine learning são outras áreas transversais que estão transformando inúmeras outras indústrias e atraindo investidores.

Outro setor que vale a pena destacar é saúde. Apesar de um cenário mais desafiador que as Cias listadas em Bolsa estão enfrentando, há inúmeros segmentos e especializações com muito fôlego pra crescimento e consolidação. Dentre os setores que estamos mais construtivos estão oftalmologia, oncologia, odontologia, nefrologia e fisioterapia. Até mesmo para aqueles que já surfaram grandes movimentos de consolidação como hospitais e análises clínicas e diagnósticos continuam aquecidos, mas desta vez com novos consolidadores assumindo protagonismo.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023?

O segmento de Venture Capital passou por um período de ajuste importante. Em 2020 e 2021, o segmento foi muito impulsionado por uma transformação tecnológica quase que compulsória. Muitas empresas ou surgiram nesse contexto ou alavancaram os seus negócios durante a pandemia. A forte redução da taxa de juros e o excesso de liquidez pressionaram as teses de “Value” e impulsionaram as teses de “Growth” e a expansão de múltiplos observado em Bolsa serviram de lastro para esse movimento.

A captação dos fundos de VC foi recorde o que gerou naturalmente em investimentos recordes também. Quando o cenário econômico voltou a ficar pressionado com a escalada da inflação e a alta contundente das taxas de juros, a captação foi muito prejudicada e os fundos que ainda estavam capitalizados e com o mandato de alocação de recursos precisaram ser mais cautelosos, deixando as promessas de unicórnios e passando a buscar as chamadas empresas camelo, ou seja, aquelas que são mais resilientes e capazes de viver com poucos recursos em ambientes mais escassos.

Essa mudança de consciência foi importante para mudar inclusive as métricas de performance dentro das próprias empresas. Os múltiplos de EBITDA por exemplo ganharam espaço e começamos a observar alguns processos de downsizing (ou resizing) além de uma onda de layoffs mais no início do ano. 

Ao longo de 2023, observamos uma modalidade de VC se consolidando e ajudando no processo de retomada da indústria: os fundos de Corporate Venture Capital. A colaboração entre empresas consolidadas e startups ganhou muita força neste ano com um boom de empresas aderindo esta estratégia.

 O CVC é basicamente um formato na qual empresas montam times dedicados para analisar oportunidades de investimentos em startups que dialogam com o seu ecossistema e que agregam oferecendo soluções inovadoras ou acesso a novos mercados, podendo atrair novos clientes e mudar a perspectiva de própria empresa.

Este time dedicado, muitas vezes formado por gestoras independentes, oferecem experiência e dinamismo no processo de análise e tomada de decisão. Acreditamos nessa modalidade como um novo vetor de crescimento para a indústria de venture capital com o aumento dos valores aportados e a adesão de novas empresas. E tendo uma visão ainda mais otimista, podemos esperar uma rentabilidade média maior que a histórica uma vez que esse ambiente favorece a tração das estratégias e a escalabilidade destas startups.

TTR:  Qual o papel da B2R na situação atual do mercado transacional?

O mercado de M&A possui estratos com características, necessidades e soluções bem distintas. Grandes processos por exemplo demandam em muitos casos a necessidade de funding ou estruturas financeiras mais complexas que só um banco de investimento consegue oferecer. Por esta razão, optamos por atuar como uma boutique, com atuação focada no middle market, oferecendo profissionais experientes em dedicação quase que exclusiva permitindo acesso ilimitado ao time. 

Como também temos uma atuação relevante no desenvolvimento de laudos de fair market value para a indústria de fundos e consolidadores estratégicos, temos uma ampla rede de relacionamentos que nos permite mapear potenciais investidores e direcionar os mandatos para aqueles que entendemos que consigam capturar maior sinergia.    

TTR: Quais serão os principais desafios para a B2R no Brasil nos próximos meses?

O negócio de assessoria em transações e avaliação de empresas é feito fundamentalmente de gente e entendemos que esse é naturalmente nosso maior desafio. Esse tema sempre vai estar presente e olhamos com atenção para nossa capacidade de atrair, desenvolver e reter esses talentos. 

Os processos de avaliação de empresas e assessoria em transações além de multisetorial, também são multidisciplinares. É preciso estudar e aprender sobre diferentes indústrias além de saber navegar em aspectos operacionais, regulatórios, financeiros, contábeis e legais dos negócios avaliados e como eles impactam a percepção de risco e de valor do negócio.

Por um lado, o desenvolvimento e o crescimento da indústria de fundos nos ajudam na vertical de assessoria em fusões e aquisições, aumentando a chance de conectar vendedores com compradores. Por outro lado, nossa vertical de avaliação de empresas que atua na indústria de FIPs para atendimento da ICVM 579 por exemplo, fica ainda mais demandada.

Considerando a exposição regulatória que temos e as frequentes interações com as gestoras, administradoras e as auditorias dos fundos, sempre reavaliamos nossos processos para entregar um fluxo confiável e diligente para a indústria.

Dealmaker Q&A

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TTR Dealmaker Q&A with Olimpia Partners Partner Thomas Monteiro

Olimpia Partners

Thomas Monteiro

Thomas is a partner at Olimpia Partners and has over 19 years of experience in mergers and acquisitions (M&A). Thomas began his career in the mergers and acquisitions team of Banco Espírito Santo, and subsequently joined the investment banking division of Banco Merrill Lynch in Brazil.


TTR: What are your main conclusions for the M&A market in 1H23? What are the most relevant drivers for consolidating the M&A market in Brazil in the rest of the year?

During the first half of 2023, the M&A market presented a challenging landscape, marked by a decline in the number of transactions (both in volume and value) compared to the previous year. This outcome can be attributed to a series of factors, including the deterioration of the capital market, both domestically and internationally, largely driven by high-interest rates, uncertainties surrounding the current government’s new political agenda, combined with a local credit crisis triggered by the Lojas Americanas phenomenon.

We anticipate a significant improvement in the M&A market during the second semester of this year. The market is already factoring in a reduction in local interest rates and an improved visibility concerning the new government’s public policies, which is mitigating current volatility, and an overall enhancement in the private credit market. These favorable factors lead us to confidently envision a more promising outlook for the M&A sector in the months ahead.

TTR: Olimpia Partners has been one of the leading M&A advisors in the technology sector in in Brazil. What are the prospects for this segment in the medium and long term?

Olimpia Partners strategically invested in the technology segment and established a dedicated coverage team a few years ago, based on the growth potential of the Brazilian technology market and its ecosystem. We believe that Brazil will increasingly attract the interest of significant strategic players and financial investors, resulting in a substantial increase in M&A transactions. We maintain the conviction that the technology sector continues to present promising opportunities, even in the current context where investors demonstrate increased caution and seek high-quality assets.

TTR: In which other sectors might international investors find opportunities in Brazil? Why?

In our view, the agribusiness and energy sectors have attracted interest from strategic players and financial investors, driving relevant M&A transactions. Brazil is uniquely positioned to benefit from M&A transactions in the agribusiness and energy sectors due to its abundant natural resources, favorable climate, and substantial market size. The country’s vast agricultural production and global export of commodities contribute to its prominence in agribusiness. Additionally, Brazil’s renewable energy potential, encompassing hydropower, wind, solar, and bioenergy, aligns with the growing demand for clean energy solutions.

TTR: Continuing with the Venture Capital segment, we see that, after the boom of 2021, the emergence of unicorns is slowing down, and some are disappearing. What is your evaluation for this industry in Brazil in 2023?

The slowdown in the emergence of unicorns is part of a global trend of declining VC funding. This trend is particularly stronger for later-stage startups as investors are becoming increasingly cautious and marking down valuations of unprofitable investments. However, it is important to keep this trend in perspective. Despite the decrease in the number of unicorns, Brazil continues to hold a strong position in the global startup market holding the 10th position in the ranking of countries with the highest number of unicorns. I believe that Brazil has a strong innovation culture and a robust startup ecosystem which is showing signs of inflection and a possible recovery coming. We anticipate the industry to remain strong and continue to yield high-value startups in the coming years.

TTR: What will be Olimpia Partners’ main challenges in Brazil in the upcoming months?

Despite a challenging M&A market in the 1st semester, Olimpia Partners successfully completed significant transactions in Brazil, such as the acquisition of Corsan by Aegea, the entry of 23S Capital into Ademicon, and the acquisition of Yes by Olmix Group, among others. Our short-term challenge remains executing ongoing projects with excellence, attracting interest from both local and international strategic and financial investors, regardless of market conditions fluctuations.


Portuguese version


Olimpia Partners

Thomas Monteiro

Thomas é sócio da Olimpia Partners e acumula mais de 19 anos de experiência em fusões e aquisições (M&A). Sua trajetória teve início na equipe de fusões e aquisições do Banco Espírito Santo e, posteriormente, trabalhou na área de banco de investimento do Banco Merrill Lynch no Brasil.


TTR: Quais são suas principais conclusões para o mercado de M&A no primeiro semestre de 2023? Quais são os fatores mais relevantes para a consolidação do mercado de M&A no Brasil no resto do ano?

O mercado de fusões e aquisições no primeiro semestre de 2023 apresentou um cenário desafiador, caracterizado por um número reduzido de operações e um volume financeiro menor em relação às atividades de M&A. Tal resultado pode ser atribuído a uma série de fatores, como a deterioração do mercado de capitais, tanto no Brasil quanto no exterior, resultante do elevado patamar de juros, incertezas em relação à nova agenda política do governo atual e, por último, uma crise de crédito no Brasil, devido ao fenômeno Americanas

Nossa expectativa é que o mercado experimente uma significativa melhora durante o segundo semestre. Atualmente, já se observa uma precificação da queda nos juros e uma maior visibilidade em relação às políticas públicas do novo governo, o que tem gerado menor volatilidade, e uma melhora no mercado de crédito privado. Essas perspectivas positivas nos levam a acreditar em um cenário mais promissor para o setor de fusões e aquisições nos próximos meses

TTR: Olimpia Partners é um dos principais assessores em fusões e aquisições no setor de tecnologia no Brasil. Quais são as perspectivas desse segmento no médio e longo prazo?

A Olimpia Partners investiu estrategicamente no segmento de tecnologia e estabeleceu uma área de atuação dedicada a esse setor há alguns anos, embasada no potencial de crescimento do mercado brasileiro de tecnologia e em seu ecossistema. Acreditamos que o Brasil, cada vez mais, despertará o interesse de importantes players estratégicos e investidores financeiros, resultando em um aumento significativo das transações de M&A. Mantemos a convicção de que o setor de tecnologia continua a apresentar oportunidades promissoras, mesmo em um contexto atual em que os investidores demonstram maior cautela e buscam ativos de elevada qualidade.

TTR: Em quais ouros setores os investidores internacionais podem encontrar maiores oportunidades no Brasil? Por quê?

Em nossa visão, os setores de agronegócio e energia têm despertado interesse de players estratégicos e investidores financeiros, impulsionando transações relevantes de M&A. O Brasil está posicionado de forma única para se beneficiar das transações de M&A nos setores de agronegócio e energia devido aos seus abundantes recursos naturais, clima favorável e tamanho substancial de mercado. A vasta produção agrícola do país e sua exportação global de commodities contribuem para sua proeminência no agronegócio. Além disso, o potencial de energia renovável do Brasil, que abrange hidrelétricas, energia eólica, solar e bioenergia, está alinhado com a crescente demanda por soluções de energia limpa.

TTR: Continuando com o segmento de Venture Capital vemos que, após o ‘boom’ de 2021, o surgimento de unicórnios está diminuindo e alguns estão desaparecendo. Como você avalia essa indústria no Brasil em 2023?

A desaceleração no surgimento de novos unicórnios é parte de uma tendência global de queda no funding de capital de risco (VC). Essa tendência é particularmente mais forte para startups em estágios mais avançados, à medida que os investidores se tornam cada vez mais cautelosos e reduzem a marcação a mercado de investimentos não lucrativos. No entanto, ter em perspectiva a tendência de longo prazo. Apesar da recente diminuição no número de unicórnios, o Brasil continua a ocupar uma posição forte no mercado global de startups, mantendo a 10ª posição no ranking dos países com o maior número de unicórnios. Acredito que o Brasil possui uma forte cultura de inovação e um robusto ecossistema de startups, que está mostrando sinais de inflexão e uma possível recuperação no médio prazo. Acreditamos que a indústria permanecerá forte e continuará a produzir startups de alto valor nos próximos anos.

TTR: Quais serão os principais desafios para a Olimpia Partners no Brasil nos próximos meses?

Apesar de um mercado de M&A desafiador no 1º semestre, a Olimpia Partners concluiu transações relevantes no Brasil, como a aquisição da Corsan pela Aegea, entrada da 23S Capital na Ademicon, aquisição da Yes pela Olmix Group, entre outras. O nosso desafio para o curto prazo permanece a execução dos projetos em andamento com excelência, atraindo o interesse de investidores estratégicos e financeiros, tanto locais como internacionais, independentemente das oscilações das condições de mercado.