Dealmaker Q&A

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TTR Dealmaker Q&A with Mattos Filho Partner Moacir Zilbovicius

Mattos Filho

Moacir Zilbovicius

Moacir’s practice focuses on M&A transactions and general corporate matters, with particular emphasis on publicly-held companies. He represents domestic and foreign business conglomerates from different economic sectors. Moacir previously served as the head of the legal department of the Brazilian Securities Commission (CVM), and worked as a foreign associate at Cleary, Gottlieb, Steen & Hamilton’s New York office. He is also a member of the Advisory Board of Fundação Antonio e Helena Zerrener (co-controlling shareholders of Ambev).


TTR Data: What is your assessment of the M&A market for the year 2024?

I would say that we had an average year. It wasn’t great, but it wasn’t that bad either. This response is closely linked to the political and economic scenario both domestically and internationally. We have a divided country, a lack of government positioning regarding the fulfillment of fiscal targets, high interest rates to control inflation and clear signs of recovery and stabilization in the American economy. Our team is involved in various relevant M&A transactions, but the pace is different since the environment is less favorable.



TTR Data: Are there any areas that stand out?

Definitely. The energy sector is very active. Brazil has one of the cleanest energy matrices in the world, with approximately 80% of its energy coming from renewable sources. There is a lot of foreign interest in this area. Additionally, the infrastructure in this sector is significant, with a government commitment to invest 35 billion dollars in energy generation and transmission by 2026. Besides the energy sector, the tech area continues to attract interest as it is inherent to global technological advancement.

TTR Data: How do you see the participation of Private Equity Funds in 2024?

With great caution. There are local funds that have already raised resources and are moving forward with certain consolidations in some sectors. However, the volume has certainly decreased, and foreign funds are also in a wait-and-see mode. I read an interview a few days ago with a well-known manager of an American private equity fund that has investments in Brazil. He clearly stated that Brazil is off the radar for foreign investors. We resist accepting this statement, but unfortunately, there are countries better positioned; he is not entirely wrong.

TTR Data: What are the challenges for 2025?
Our firm is prepared for longer winters, both in terms of our entire service platform and our M&A team. I don’t believe, unless the government gives clear indication that it will respect fiscal targets (and as a consequence interest rates will decrease) that the year 2025 will change much compared to 2024. We are paying attention and well positioned to opportunities such as and investments made by special situations funds. We are also involved in several restructurings which often culminate in M&A operations. 



Mattos Filho

Moacir Zilbovicius

Possui experiência em operações de fusão e aquisição (M&A) e em assuntos envolvendo direito societário, em especial de companhias abertas. Representa conglomerados domésticos e internacionais em diferentes setores da indústria. Atuou como diretor jurídico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e como advogado internacional do escritório Cleary, Gottlieb, Steen & Hamilton (EUA). É membro do Conselho Consultivo da Fundação Antonio e Helena Zerrener (co-controladora da Ambev).


TTR Data: Qual é a sua avaliação do mercado de M&A para o ano de 2024?

Eu diria que tivemos um ano regular. Não foi ótimo, mas também não foi tão ruim assim. Esta resposta está intimamente ligada ao cenário político econômico do País e às condições externas – temos um País dividido, falta o posicionamento do governo acerca do cumprimento das metas fiscais, os juros permanecem altos para controlar a inflação e a economia americana deu sinais claros de recuperação e estabilização. Nosso time de M&A está envolvido em várias operações relevantes, o que se percebe é que o ritmo não é o mesmo diante desse quadro menos favorável. 

TTR Data: Algumas áreas que podem ser destacadas? 

Com certeza. O setor de energia está muito ativo. O Brasil tem uma das matrizes de energia mais limpas do mundo, com aproximadamente 80% de sua energia advinda de energia renovável. Há muito interesse estrangeiro nessa área. E a infraestrutura nesse setor também – há um compromisso do governo de investimento de 35 bilhões de dólares na geração e transmissão de energia até 2026.  Além do setor de energia, destacamos a área de tech, que continua a atrair interesse, pois é inerente ao avanço tecnológico mundial.  

TTR Data: Como você enxerga a participação dos Fundos de Private Equity em 2024? 

Com muita cautela. Há fundos locais que já captaram recursos e estão dando andamento a determinadas consolidações em alguns setores. Mas o volume certamente diminuiu, e o os fundos estrangeiros também estão em compasso de espera. Li, alguns dias atrás, uma entrevista de um conhecido gestor de um fundo de private equity americano que tem investimentos no Brasil. Ele fala claramente que o Brasil está fora do foco do investidor estrangeiro. Nós resistimos em aceitar essa afirmação, mas infelizmente há Países mais bem posicionados, ele não está totalmente equivocado.  

Quais são os desafios para 2025?

O nosso escritório está preparado para invernos mais longos. Tanto em relação ao atendimento dos clientes nas mais diversas áreas, como em relação ao nosso time de M&A.  A não ser que o governo dê sinais claros de que a meta fiscal será cumprida (e consequentemente os juros poderão cair), não acredito que o ano de 2025 irá mudar muito em relação a 2024. Estamos atentos e bem-posicionados em relação a oportunidades, cabendo citar assessoria em investimentos feitos pelos fundos de special situations e processos de reestruturação, que, por muitas vezes, culminam em operações de M&A. 

Dealmaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A com a Laura Affonso, Sócia do Lefosse

Lefosse

Laura Affonso

Laura é sócia da prática de Societário e M&A do Lefosse.
Possui sólida experiência em direito societário com foco em fusões & aquisições, joint ventures, mercado de capitais, investimentos de private equity, venture capital e reorganizações societárias. Antes de integrar a equipe do Lefosse, foi responsável pelas áreas de fusões e aquisições, mercado de capitais e societário da JBS. Foi ainda general counsel da UHG Brasil.
Graduou-se em Direito pela USP (Universidade de São Paulo) e possui LL.M. pela New York University School of Law. Laura trabalhou no escritório Greenberg Traurig LLP em Nova Iorque.


TTR Data: Em meio a um panorama de incertezas nos investimentos, em que fazer avaliações se tornou complexo e em que o financiamento ficou mais caro: qual o equilíbrio que o Lefosse faz nos segmentos de M&A, Private Capital e Venture Capital no Brasil?

Nos últimos meses, o mercado de M&A tem dado sinais de retomada, com transações de valores relevantes em vários setores da economia, tais como infraestrutura, óleo e gás e serviços financeiros. Transações cross border também têm aumentado, com um maior interesse de estrangeiros no país, em decorrência, dentre outros fatores, do início da queda da taxa de juros nos Estados Unidos. 

Os fundos de private equity ainda encontram desafios para fazer desinvestimentos via mercado de capitais, o que aumenta a possibilidade de saídas via transações de M&A. Há também uma expectativa de que os fundos de private equity voltem a atuar, pois estão muito capitalizados, mas isso ainda irá depender da melhora de fatores macroeconômicos no Brasil e nos Estados Unidos. 

Já o mercado de venture capital tem sofrido com a pressão de gestoras por retorno rápido, o que faz com que investimentos em startups mais maduras sejam priorizados. Com isso, startups têm lançado mão de alternativas para se financiar, como fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e debt financing (financiamento via emissão de dívida).

TTR Data: Quais os principais e mais recentes desafios regulatórios que o escritório tem enfrentado no mercado de M&A no Brasil?

Setores regulados ainda encontram dificuldades decorrentes de gargalos para aprovações regulatórias, o que impacta custo e cronograma de transações. Há dificuldade para a aprovação de transações em agências regulatórias, que sofrem com restrições orçamentárias, greves e pouco pessoal. 

Por outro lado, as recentes reformas na regulamentação cambial já geram alguma simplificação em transações, tais como em relação a registro de capital estrangeiro e câmbio. As novas fases da reforma cambial, em relação a registro de investimento estrangeiro em bolsa, por exemplo, que ainda está em discussão e deve entrar em vigor no próximo ano, devem trazer benefícios adicionais e podem auxiliar a atração de investimentos.

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

Investimentos em infraestrutura estão em expansão. O Brasil tem investido na melhoria de suas redes de transporte para facilitar o escoamento de produtos agrícolas e industriais. As concessões e parcerias público-privadas (PPPs) são instrumentos chave para isso, apresentando oportunidades para M&A, à medida que empresas buscam consolidar e expandir suas operações logísticas. A modernização dos portos aumenta a capacidade de exportação e é um foco para investimentos, especialmente em regiões como o Sudeste e o Nordeste, que são estratégicas para o comércio exterior. Além disso, a aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico em 2020 abriu o setor para mais investimentos privados, aumentando consideravelmente as oportunidades de M&A neste segmento. Empresas estrangeiras estão especialmente interessadas em entrar no mercado brasileiro através de aquisições no setor. 

Já no setor de fintechs e meios de pagamento, ainda há bastante oportunidade de consolidação, seja pelo custo de compliance de se manter uma empresa regulada (que é diluído em um grande player), seja em relação a novos produtos. Isso é resultado do amadurecimento do mercado, depois do boom vivenciado na última década. No olhar do regulador, tais consolidações acabam diminuindo o risco sistêmico, já que empresas que podem ter dificuldade de se sustentarem sozinhas são absorvidas por grupos mais estruturados e estáveis.

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações em 2024. Como uma das empresas líderes no setor na área de M&A, qual o papel do mercado de tecnologia para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis neste momento?

O setor de tecnologia é fundamental para o crescimento de operações de M&A no Brasil. Ele tem sido impulsionado pela rápida digitalização que a pandemia acelerou, aumentando a demanda por soluções tecnológicas, além da crescente adoção de inteligência artificial. O ecossistema de startups, especialmente em fintechs, healthtechs, edtechs e agrotechs, tem atraído investidores internacionais interessados em inovações escaláveis. O país também tem se beneficiado de investimentos diretos de empresas globais de tecnologia, que fortalecem aquisições locais. 

No setor financeiro, fintechs lideram a inovação por conta da modernização regulatória recente. Além disso, o setor de saúde e biotecnologia tem crescido significativamente com a demanda por telemedicina e novos produtos farmacêuticos. No agronegócio, a tecnologia agrícola vem melhorando a eficiência, enquanto o foco em energias renováveis torna o Brasil atrativo para investimentos sustentáveis. Infraestrutura e construção seguem sendo promissoras, com a necessidade de modernização do país, e o e-commerce em expansão também gera oportunidades em logística e consolidações.

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, como evoluirá essa indústria no Brasil e quais as perspectivas para os próximos meses?

Há sinais de que a fase de maior retração de private equity está finalmente passando e de que um processo progressivo de recuperação está em curso, com uma expectativa de retomada do crescimento, impulsionada pela redução das taxas de juros nos EUA e por teses de investimento mais associadas a movimentos disruptivos e estruturais em larga escala, como a transição da matriz energética, sustentabilidade e inteligência artificial. No Brasil, o mercado de private equity no próximo ano ainda se caracterizará por um ambiente de cautela estratégica, com oportunidades em setores de alta tecnologia e impacto social. O mercado de venture capital global segue desafiador do ponto de vista de volume de investimentos, mas também tem dado sinais de melhora. Para investidores no setor, isso pode representar boas oportunidades de negócios, uma vez que há muitas startups disputando poucos cheques. 

TTR Data: Quais serão os principais desafios do Lefosse no Brasil em 2025 no mercado transacional?

O mercado transacional tem dado sinais de melhora. Nossa expectativa é de que 2025 seja um ano bastante movimentado em M&As tanto de companhias fechadas, com mais investidores estratégicos do que financeiros, quanto companhias abertas. Deals de valores significativos deverão continuar a ocorrer, em especial nas áreas de tecnologia, serviços financeiros e saúde. Setores como infraestrutura, energia e saúde devem continuar atraentes devido à sua resiliência e potencial de crescimento.

Dealmaker Q&A

TTR Data Dealmaker Q&A con Felipe Lopes de Faria Cervone, socio de Finocchio & Ustra

Finocchio & Ustra

Felipe Lopes de Faria Cervone

É sócio da área societária e de fusões e aquisições do Finocchio & Ustra. Formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, ele também possui especializações em Direito Internacional e Direito Contratual, cursadas em Haia, na Holanda. Com mais de vinte anos de experiência, atua na estruturação e negociação de operações societárias e financeira, acumulando uma sólida trajetória em M&A, joint ventures, planejamento sucessório, governança, reestruturações societárias e operações estruturadas no mercado financeiro e de capitais, assessorando clientes nacionais e internacionais. Atuou em grandes bancas de São Paulo, como o Lefosse Advogados, em Cooperação com Linklaters, e integrou a equipe de projetos estruturados do escritório Linklaters LLP.


Como você avalia o desempenho do mercado de fusões e aquisições em 2024?

Em 2024 o mercado de M&A passou por um processo de recuperação e crescimento, com o aumento no número de operações em diversos setores, demonstrando uma retomada gradual, impulsionada principalmente pelos setores de tecnologia, saúde, infraestrutura e energias renováveis. A busca por crescimento, sinergia e inovação são os principais motivadores dessas operações.

Segundo a KPMG, o Brasil registrou, no segundo trimestre de 2024, uma alta de 17% no número de transações em comparação com o mesmo período de 2023 e tudo indica a continuidade e a consolidação desse crescimento no segundo semestre de 2024, com diversos setores impulsionando o mercado.

Quais as expectativas para o mercado brasileiro de M&A em 2025?

As expectativas são otimistas, com um cenário de crescimento contínuo, especialmente em transações estratégicas, mesmo que o número total de operações não aumente significativamente. O desempenho positivo de 2024 estabelece um bom precedente, e a inteligência artificial se consolida como uma ferramenta essencial para apoiar decisões estratégicas, permitindo uma análise mais aprofundada de dados e identificação de oportunidades. Ademais, a expectativa é de que o volume de transações aumente à medida que os efeitos do início de um ciclo de redução das taxas de juros nos Estados Unidos se façam sentir no Brasil.

O setor financeiro, em particular, está passando por um momento de transformação, onde os M&A promovidos por instituições financeiras ganharão destaque. Este processo não apenas permitirá a superação de desafios enfrentados nos últimos anos, mas também abrirá portas para inovações e novos modelos de negócios. A integração com startups, por exemplo, é vista como uma estratégia vital para que bancos e grandes empresas diversifiquem suas fontes de receita e fortaleçam seus ecossistemas.

Em quais setores os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil para o próximo ano? 

Os investidores internacionais podem encontrar as maiores oportunidades no Brasil no próximo ano em setores promissores como tecnologia, energias renováveis, infraestrutura, agronegócio e saúde. 

O setor de tecnologia destaca-se pela digitalização acelerada da economia, o crescimento robusto do e-commerce e a demanda crescente por soluções inovadoras. Isso torna o Brasil um ambiente fértil para startups e empresas de tecnologia que buscam expandir suas operações.

No agronegócio, o Brasil continua a ser uma potência mundial, impulsionado pela alta demanda global por alimentos e pela busca por tecnologias agrícolas mais eficientes. Investir nesse setor oferece não apenas oportunidades financeiras, mas também a chance de se envolver em práticas sustentáveis.

A infraestrutura é outro setor de grande potencial, com diversos projetos em andamento que demandam expertise em construção e engenharia. Os investimentos nesse campo são cruciais para o desenvolvimento econômico e podem resultar em retornos significativos.

O setor de saúde também merece atenção, especialmente devido ao envelhecimento da população e à crescente demanda por serviços de qualidade. Com uma necessidade crescente por inovações e melhorias, o setor de saúde apresenta um grande potencial de crescimento.

Entretanto, é fundamental que os investidores se adaptem às particularidades do mercado brasileiro e construam parcerias sólidas com empresas locais. Essa abordagem colaborativa pode maximizar o sucesso dos investimentos e facilitar a navegação em um ambiente econômico dinâmico.

Quais serão os principais desafios para o Finocchio & Ustra no Brasil nos próximos meses?

Os principais desafios do Finocchio & Ustra nos próximos meses estão relacionados à rápida evolução do mercado jurídico. A necessidade de integrar novas tecnologias, como inteligência artificial e automação de processos, exige um investimento contínuo em capacitação e atualização da equipe. Além disso, a crescente concorrência no setor impulsiona a busca por soluções inovadoras para atender às demandas dos clientes, especialmente no segmento de M&As. 

Para se manter à frente, o escritório acompanha de perto as tendências do mercado, adaptando suas estratégias e fortalecendo ainda mais seus relacionamentos com os clientes, consolidando assim sua posição de liderança.

Dealmaker Q&A

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TTR Data Dealmaker Q&A with Lobo de Rizzo Advogados Partner Rodrigo Teixeira

Lobo de Rizzo Advogados

Rodrigo Teixeira

Rodrigo has extensive experience in corporate law and capital markets assisting and representing national and foreign clients in several mergers and acquisitions transactions, joint ventures, corporate reorganizations and real estate deals in different economic sectors, including education, agribusiness, logistic, food, water, pulp and paper, auditing and consulting, automotive and pharmaceutical.
He is graduated in Law from Universidade de São Paulo (USP); master in Civil Law from the University of Rome II – Tor Vergata; and specialized in Contracts from Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).

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TTR Data: The economic slowdown, geopolitical uncertainty, and capital flow issues have significantly influenced M&A market dynamics since 2022, not only in Brazil but throughout Latin America. Amid this investment uncertainty, what are Lobo de Rizzo’s prospects for the transactional market in Brazil for the second half of 2024?

We have actually seen many potential transactions that fail to gain traction because of all these factors, both external and internal. There is a material vision gap regarding valuation between buyers/investors and sellers/investees. We expect the market to improve, even if partially, with the reduction of uncertainties, so that the number of transactions rises again. 

TTR Data: Brazil has accounted for approximately 60% of all M&A transactions announced in Latin America in recent years. What are the most relevant drivers to continue consolidating the Brazilian market in Latin America in the short and medium term?

Brazil has several factors of attraction for investors, such as a large consumer market, continental size, cleaner energy matrix and modern banking system. To consolidate its leadership position, I believe that the main drivers for Brazil are the creation of a clearer and more efficient tax system, the adoption of more responsible fiscal policies, and the reinforcement of legal certainty for decisions.

TTR Data: The technology sector, along with the financial sector, has been the most active in the Brazilian transactional market in terms of the number of transactions in the first half of 2024. However, on a regional level, other sectors are expanding, such as renewable energy and natural resources. Amid the current investment scenario, what role does the renewable energy market play in boosting investments in the M&A market in Brazil? Which other sectors appear highly investable at this moment?

The renewable energy market has enormous potential due to Brazil’s natural characteristics. Our energy matrix is cleaner and more renewable, when compared to other countries. This market will continue to be in the spotlight for many years to come. In the same area, our country has the possibility of leading the race towards decarbonization and the fulfillment of environmental targets. The carbon credit market in Brazil, once regulated, is expected to attract a large volume of investments from companies and funds. Also noteworthy is the agribusiness sector, which accounts for a significant portion of our economy and is becoming increasingly efficient and competitive.

TTR Data: Observing the Private Equity and Venture Capital segment, we see that the emergence of unicorns has been decreasing for approximately two years, and some are disappearing. How will this industry evolve in Brazil in the second half of 2024, and what are the prospects for the coming months?

The Venture Capital segment has been facing relevant challenges, mainly related to low liquidity, high interest rates and a more restrictive capital market for divestment options. I believe that unicorn cases should remain few until the end of 2024, and may have some rising in 2025 along with M&A in general, in case there is a reduction in national and international uncertainties.

TTR Data: What will be the main challenges for Lobo de Rizzo in Brazil in the second half of 2024 and 2025 in the transactional market?

The transactional market is expected to remain more difficult and challenging in 2024, with a better outlook for improvement in 2025. Our challenge will be to continue to be a protagonist in a smaller market, taking advantage of the diversity of areas we have in the office, expecting that next year will bring a consistent improvement.


Portuguese version


Lobo de Rizzo Advogados

Rodrigo Teixeira

Rodrigo Teixeira é especialista em direito societário, imobiliário e mercado de capitais, assessorando clientes nacionais e internacionais em diversas transações de fusões e aquisições, joint ventures e reorganizações em setores como educação, agronegócio, logística, food service, papel e celulose, auditoria e consultoria, automotivo e farmacêutico, entre outros. É graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP); mestre em Direito Civil pela Universidade de Roma II – Tor Vergata; especialista em Contratos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o Lobo de Rizzo faz em 2S24 para o mercado transacional no Brasil?

Temos vistos realmente muitas potenciais transações deixarem de ganhar tração por todos estes fatores, externos e internos. Há um gap relevante de visão de valor entre compradores/investidores e vendedores/investidas. Nós esperamos que o mercado melhore, ainda que parcialmente, com a redução de incertezas, para que o número de transações volte a subir. 

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

O Brasil tem diversos fatores de atração para investidores, tais como mercado consumidor grande, dimensão continental, matriz energética mais limpa e moderno sistema bancário. Para consolidar sua posição de liderança, entendo que os principais drivers são a criação de um sistema tributário mais claro e eficiente, a adoção de políticas fiscais mais responsáveis e o reforço da segurança jurídica das decisões.

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações em 1S24. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis ​​e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis ​​neste momento?

O mercado de energia renovável tem um enorme potencial em razão das características naturais do Brasil. Nossa matriz energética é mais limpa e renovável, quando comparada a outros países. Este mercado continuará a ser destaque por muitos anos. Na mesma seara, nosso país tem possibilidade de liderar a corrida rumo à descarbonização e ao cumprimento de metas ambientais. O mercado de carbono no Brasil, uma vez regulado, deverá atrair um grande volume de investimentos de empresas e fundos. Também merece destaque o setor do agronegócio, responsável por parcela significativa de nossa economia, que se torna cada vez mais eficiente e competitivo.

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2S24 e quais as perspectivas para os próximos meses?

O segmento de Venture Capital vem atravessando desafios relevantes, principalmente relacionados à baixa liquidez, às altas taxas de juros e ao mercado de capitais mais restritivo em opções de desinvestimento. Acredito que os casos de unicórnios devem continuar poucos até o final de 2024, podendo retomar alguma ascensão em 2025 junto com o M&A em geral, caso haja redução de incertezas nacionais e internacionais.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do Lobo de Rizzo no Brasil em 2S24 e 2025 no mercado transacional?

O mercado transacional deve continuar mais difícil e desafiador em 2024, com maior perspectiva de melhora em 2025. Nosso desafio será continuar sendo protagonista num mercado menor, aproveitando a diversidade de áreas que temos no escritório, com a expectativa de que o próximo ano traga uma melhora consistente.

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TTR Data Dealmaker Q&A com Andrea Ometto Bittar Tincani, sócia do Finocchio & Ustra

Finocchio & Ustra

Andrea Ometto Bittar Tincani

Andrea Ometto Bittar Tincani é sócia da área societária e de fusões e aquisições do Finocchio & Ustra. Graduou-se em Direito pela Universidade de São Paulo. Cursou especialização em Direito Empresarial pela FGV e MBA pela INSEAD na França e em Singapura. Atua na área de direito societário há mais de dez anos, com sólida experiência na estruturação, negociação e implementação de operações de M&A, joint ventures e reestruturações societárias, assessorando clientes nacionais e internacionais. Trabalhou como advogada no Pinheiro Neto e Mattos Filho, além de ter atuado como consultora financeira na Michel Dyens & CO. Reconhecida na shortlist do Women in Businesse Law Awards 2024, como Dealmaker pela TTR e ranqueada entre as advogadas mais admiradas do país pelo anuário Análise Advocacia Mulher 2024..


TTR Data: A desaceleração da economia, a incerteza geopolítica e os problemas de fluxo de capitais influenciaram significativamente a dinâmica do mercado de M&A desde 2022, não apenas no Brasil, mas na América Latina em geral. Em meio a esse panorama de incertezas nos investimentos, quais as perspectivas que o Finocchio & Ustra faz em 2024 para o mercado transacional no Brasil?

Em 2023 o Brasil registrou o menor investimento estrangeiro direto (IED) desde o início da pandemia de COVID-19 em 2020. Por outro lado, de acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil foi o segundo país que mais atraiu IED do mundo, ficando atrás somente dos EUA. O Brasil também está entre os países que anunciaram o maior número de novos projetos. 

O Brasil não foi o único afetado por essa redução de IED. A desaceleração nas atividades de M&A tem sido notada desde 2022 e continuaram em 2023 devido ao aumento das taxas de juros, incertezas geopolíticas e um ambiente econômico fraco, com custos crescentes. Com o aumento das taxas de juros nos EUA e na Europa é esperado que os investidores adotem uma abordagem mais conservadora. 

Contudo, a posição do Brasil no ranking de IED demonstra que o país tem tido sucesso em oferecer aos investidores um ambiente mais transparente, eficiente e consistente. Como reflexo disso, o Brasil obteve em março de 2024 o melhor resultado de IED dos últimos 12 anos para o mês, com total de USD 9,6 bilhões recebidos, e o melhor número mensal desde agosto de 2022, de acordo com as estatísticas do setor externo, disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil.

Essa tendência de influxo de IED para o Brasil deve continuar ao longo do ano de 2024, à medida que o país continua investindo na redução da burocracia, na reforma de seu sistema tributário atualmente complexo, na melhoria dos aspectos ambientais, sociais e de governança, e com a execução do novo programa de aceleração do crescimento (PAC).

Também vemos forte aceleração de transações no setor de tecnologia e de transações menores focadas na consolidação de mercado.

TTR Data: O Brasil concentrou aproximadamente 60% de todas as transações de M&A anunciadas na América Latina nos últimos anos. Quais são os drivers mais relevantes para continuar a consolidar o mercado brasileiro na América Latina no curto e médio prazo?

Essa liderança se deve a diversos fatores relevantes. Primeiro, o tamanho da economia brasileira e a moeda desvalorizada, em comparação com as principais economias mundiais, atraem investidores em busca de oportunidades de investimento. Além disso, o crescimento contínuo de setores estratégicos, como o de energia renovável, financeiro e tecnologia, e uma maior estabilidade política e jurídica, se comparada com os demais países da América Latina, tornam o mercado brasileiro atrativo aos olhos de investidores estrangeiros. 

Mesmo que nós brasileiros tenhamos a impressão de viver uma instabilidade política, quando comparado aos demais países da América Latina, o Brasil atualmente apresenta um cenário geopolítico mais estável e seguro aos investidores.

Ainda, nos últimos anos, o Brasil se empenhou para melhorar o ambiente de negócios e facilitar os investimentos no país, com foco na desburocratização de processos por meio do uso de tecnologias, para que empresas e indivíduos tenham acesso mais rápido a informações e interações simplificadas e eficientes com os órgãos públicos. 

Por fim, a integração regional e parcerias comerciais, fortalecem a posição do Brasil na América Latina e o manterão como um importante hub de investimentos e M&A na região.

TTR Data: O setor de tecnologia, assim como o setor financeiro, têm sido os dois mais ativos no mercado transacional brasileiro em número de transações em 2024. No entanto, a nível regional, outros setores estão em expansão, como energias renováveis e recursos naturais. Em meio ao atual cenário de investimentos, qual o papel do mercado de energia renovável para impulsionar os investimentos no mercado de M&A no Brasil? Que outros setores parecem altamente financiáveis neste momento?

A riqueza natural do Brasil permite que ele tenha uma matriz energética extremamente diversificada com fontes de energia limpas e renováveis. De acordo com o Balanço Energético Nacional emitido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a energia renovável representou 87,9% do fornecimento de eletricidade no Brasil em 2022, com a energia solar fotovoltaica crescendo 79,8%, a hidrelétrica 17,7% e a eólica 14,3%, enquanto a termelétrica caiu 32,3%.

A crescente demanda global por energia limpa, aliada à agenda ESG e às metas de descarbonização, impulsiona investimentos em projetos de energia renovável no Brasil. A riqueza natural do Brasil, por sua vez, permite que ele tenha uma matriz energética extremamente diversificada com fontes de energia limpas e renováveis. 

Ainda assim, o Brasil possui um grande potencial inexplorado para geração de energia renovável, principalmente solar e eólica, atraindo investimentos para desenvolvimento de novos projetos e aquisições de empresas já em operação. 

Considerando o potencial de energia renovável, o PAC e o potencial de comercialização livre no Brasil até 2028, espera-se um aumento de investimentos nessa área ao longo de 2024, bem como no setor de infraestrutura, como foco em áreas que propiciam opções mais sustentáveis.

Em relação aos demais setores, podemos citar como destaque o agronegócio, em especial as agritechs, focadas no desenvolvimento tecnologias para agricultura de precisão, biotecnologia, IoT e outras áreas; além do setor de saúde, impulsionado pelo envelhecimento da população, pela crescente demanda por serviços de saúde de qualidade e pela busca por inovações tecnológicas na área.

TTR Data: Atualmente, o Finocchio & Ustra é líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A. Na sua opinião, e como líder deste ranking, a diversidade de género ao nível da gestão influencia em alguma medida os tipos de aquisições realizadas e os principais indicadores de sucesso das transações de M&A? Que medidas proativas o Finocchio & Ustra toma para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial?

Como líder no ranking feminino de assessorias jurídicas de M&A, o Finocchio & Ustra reconhece a importância da diversidade de gênero na gestão. A presença de mulheres em posições de liderança traz perspectivas únicas, promove a inovação e contribui para o fluxo das operações. 

Também há movimentação do mercado para negociações cujo foco é atingir os objetivos dos clientes e não ganhar o máximo possível do outro lado. As negociações são feitas de forma a encontrar o melhor caminho para as partes, buscando conciliação e a explicação da motivação de cada pleito, para que o negócio não seja prejudicado e seja obtida a maior sinergia possível.

Algumas medidas proativas que adotamos para oferecer condições iguais para mulheres em questões de liderança empresarial incluem: implementação de políticas de inclusão e equidade, programas de mentoria, um dia a mais sem trabalho por mês (além das férias), transparência e comunicação, trabalho híbrido (sendo o presencial obrigatório apenas 1 vez por semana), além de avaliação constante e contínua. Acreditamos que a diversidade de gênero fortalece nossa equipe e contribui para o sucesso das transações de M&A, sendo nosso time Societário, inclusive, historicamente e atualmente composto majoritariamente por mulheres.

TTR Data: Acompanhando o segmento de Private Equity e Venture Capital, vemos que o aparecimento de unicórnios vem diminuindo há aproximadamente dois anos e alguns estão desaparecendo. Como evoluirá essa indústria no Brasil em 2024 e quais as perspectivas para os próximos meses?

Sem dúvida, o ano de 2021 marcou o cenário das startups, impulsionando o surgimento de diversos unicórnios brasileiros. Registrou-se um recorde de investimentos, impulsionado pela baixa taxa de juros, transformação digital acelerada em virtude da pandemia e pelo aumento da liquidez no mercado. 

No entanto, a partir de 2023, o mercado de Private Equity e Venture Capital no Brasil começou a apresentar sinais de desaceleração em virtude do aumento da inflação, da alta dos juros e da captação reduzida dos fundos de venture capital, impactada pela da inflação e pela alta dos juros. Em um mercado em que há a possibilidade de ganhar dinheiro de forma segura, com a alta das taxas de juros, é normal que os investidores se tornem mais avessos a riscos.

Quando há alguns anos bastava-se ter perspectiva de crescimento para obtenção de investimento, hoje um novo negócio precisa, além do potencial de crescimento, também mostrar sua estratégia de lucratividade, a coesão do negócio e de seu valuation. O investidor ficou mais conservador após a desilusão com promessas de unicórnios e/ou mesmo a falta de lucratividade de unicórnios estabelecidos.

Sendo assim, a perspectiva é de amadurecimento deste mercado, com os empreendedores sendo obrigados a trabalhar em planos de negócios consistentes, em como gerar retorno ao investidor e também na mitigação de riscos do negócio desde o início. Não há falta de investimento para os empreendedores que se adaptam a essa nova realidade de seriedade e realizam a chamada de investimentos com o pé no chão.

As startups e os investidores de Private Equity e Venture Capital precisaram se adaptar e ajustar suas estratégias, sendo um bom exemplo o crescimento do Corporate Venture Capital (CVC), importante modalidade de investimento, com empresas consolidadas investindo em startups do seu ecossistema para impulsionar a inovação e o acesso a novos mercados.

Hoje as operações deste tipo têm um dos seguintes objetivos: (i) retorno para o investidor, e, nesse caso, são feitas baseadas em planos de negócios sólidos, com produtos minimamente viáveis, testados e com perspectiva próxima de lucratividade; ou (ii) controle ou influência no desenvolvimento de produtos/ serviços que são estratégicos ou necessários para o futuro do negócio dos investidores.

TTR Data: Quais serão os principais desafios do Finocchio & Ustra no Brasil em 2024 no mercado transacional?

O mercado enfrentará desafios significativos, com a adaptação às tecnologias, inteligência artificial e inovações. A crescente digitalização, utilização da inteligência artificial e automação estão transformando a maneira como as empresas e escritórios de advocacia operam, e aqueles que não acompanharem essas mudanças podem ficar para trás. 

O Finocchio & Ustra identificou esse movimento há alguns anos e estabeleceu diversas frentes de trabalho dedicadas a superar o modelo tradicional de advocacia frente à inevitável revolução do mercado, incluindo uma área dedicada exclusivamente à inovação. No Finocchio & Ustra, consideramos que a capacidade de adaptação será crucial para o sucesso no mercado de M&A em 2024.

O mercado tem exigido transformações rápidas e o mundo digital dá recompensas e respostas instantâneas. Isso se reflete na expectativa das pessoas com relação ao crescimento profissional e reconhecimento, sendo que a velocidade esperada não é, na grande maioria das vezes, condizente com a realidade do mercado de trabalho. Desta forma, vemos, de forma geral, uma grande frustração das novas gerações com o mercado de trabalho e com a vida real.

Um escritório de advocacia é feito de pessoas. Ter pessoas motivadas, livres para ser quem são e com equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um dos nossos maiores objetivos. Nós trabalhamos de forma árdua para que nossos profissionais cresçam e se desenvolvam em um ambiente saudável e leve, com muita transparência e alinhamento de expectativas.

Inovação e gestão de pessoas são temas constante em nossas discussões de liderança, pois entendemos que estes serão os maiores desafios dos próximos anos.