Relatório Trimestral Portugal – 3T 2021

Fusões e Aquisições em Portugal movimentam EUR 9,5bi até o terceiro trimestre de 2021

  • Até setembro de 2021, 361 transações foram registadas
  • As empresas norte-americanas aumentaram em 141% suas aquisições no mercado português
  • Aquisições estrangeiras no setor de Tecnologia aumentaram 176% 
  • Houve um aumento de 90% no número de transações em Venture Capital e de 45% em Asset Acquisitions 

Patrocinado por:


O mercado transacional português registou, até setembro de 2021, um total de 361 transações e movimentou EUR 9,5bi, no qual 47% do total das transações possuem os valores revelados, de acordo com o relatório trimestral do TTR.

Estes números representam um aumento de 25% no número de transações em comparação ao mesmo período de 2020, no entando ocorreu uma diminuição de 38% do capital mobilizado.

No terceiro trimestre, foram registadas 141 fusões e aquisições, entre anunciadas e encerradas, por um total de EUR 4,1bi.

No terceiro trimestre, foram registadas 141 fusões e aquisições, entre anunciadas e encerradas, por um total de EUR 4,1bi.

Âmbito Cross-Border 

As empresas norte-americanas aumentaram em 141% suas aquisições no mercado português, mobilizando um capital de EUR 1,1bi, até o terceiro trimestre de 2021.

Quanto à número de transações, a Espanha foi o país que mais investiu em Portugal, contabilizando 47 operações. Os Estados Unidos em segundo lugar, com 29 operações e o Reino Unido em terceiro, com 20 transações.

As empresas portuguesas escolheram a Espanha como principal destino de investimento, com 19 transações. Seguido pelo Brasil e Reino Unido, com cinco operações cada.

As aquisições estrangeiras no setor de Tecnologia e Internet aumentaram 176% em comparação ao mesmo período de 2020. Já em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas portuguesas, houve uma queda de 21% até setembro de 2021.

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Até o terceiro trimestre de 2021, foram contabilizadas 22 transações de Private Equity com um total de EUR 1,9bi. Houve uma diminuição de 15% no número de transações, em comparação com o mesmo período de 2020.

Em Venture Capital, foram realizadas 76 operações com um total de EUR 1,2bi, representando um aumento de 90% no número de transações.

No segmento de Asset Acquisitions, foram registadas 83 transações com um valor de EUR 3,3bi, representando um aumento de 45% no número de transações.

Transação do trimestre

A transação destacada pelo TTR no terceiro trimestre de 2021 foi o IPO da Greenvolt cjua oferta de ações alcançou o valor de EUR 177,59m.

A Greenvolt contou com a assessoria legal do escritório VdA – Vieira de Almeida, enquanto o CaixBank e o BNP Paribas foram assessorados pelo PLMJ.

League Tables 

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até o terceiro trimestre de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade das empresas líderes é reportada pelo número de transações e pelo valor total.

Informe Trimestral España – 3T 2021

El número de transacciones de M&A en España
aumenta un 22% en 2021

  • En 2021 se han registrado 1.951 transacciones de M&A por un importe de EUR 89.236m
  • El sector inmobiliario ha registrado el mayor número de transacciones, con 382, y experimenta un aumento del 12% con respecto al mismo periodo de 2020
  • El número de adquisiciones de empresas estadounidenses en España aumentó un 55% en 2021
  • El número de inversiones de fondos extranjeros de Private Equity y Venture Capital en España se incrementa un 29% en 2021

Patrocinado por:


El mercado transaccional español registra hasta el mes de septiembre un total de 1.951 fusiones y adquisiciones, entre anunciadas y cerradas, por un importe agregado de EUR 89.236m, según el informe trimestral de TTR en colaboración con Intralinks y Gómez Acebo & Pombo.

Estas cifran suponen un aumento del 22,01% en el número de transacciones y un aumento del 20,82% en el importe de las mismas, con respecto al mismo periodo de 2020.

En cuanto a las cifras del tercer trimestre de 2021, se han contabilizado un total de 610 transacciones con un importe agregado de EUR 28.708,38m.

En términos sectoriales, el Inmobiliario es el más activo del año, con un total de 382 transacciones, lo que supone un aumento del 12% con respecto al tercer trimestre de 2020; seguido por el sector Tecnológico, con 379 operaciones y un aumento interanual del 31%, y el Financiero y de Seguros, que registra un aumento del 36% al registrar 148 operaciones.

Ámbito Cross-Border 

Por lo que respecta al mercado Cross-Border, en lo que va de año, las empresas españolas han elegido como principales destinos de sus inversiones a Portugal y Estados Unidos, con 47 y 44 transacciones, respectivamente. En términos de importe, Francia es el país en el que España ha realizado un mayor desembolso, con un importe agregado de EUR 6.402,14m.

This image has an empty alt attribute; its file name is 02_FEB_ES_CrossBorder_map-.jpg

Por otro lado, Estados Unidos (144), Reino Unido (113) y Francia (76) son los países que mayor número de inversiones han realizado en España. Por importe destaca Estados Unidos, con un importe agregado de EUR 19.780,80m.

Private Equity y Venture Capital

En los nueve primeros meses de 2021 se han contabilizado un total de 195 transacciones de Private Equity, de las cuales 60 tienen un importe no confidencial agregado de EUR 22.628m. Esto supone un aumento del 41,30% en el número de transacciones y un aumento del 56,16% en el importe de las mismas, con respecto al mismo periodo del año anterior.

Por su parte, en el mercado de Venture Capital se han llevado a cabo 463 transacciones, de las cuales 371 tienen un importe no confidencial agregado de EUR 5.520m. En este caso, ha existido un aumento con respecto al mismo periodo de 2020 del 18,11% en el número de transacciones, y del 31,57% en el capital movilizado.

Asset Acquisitions

En el mercado de adquisición de activos, se han cerrado hasta el mes de septiembre 532 transacciones con un importe agregado de EUR 10.879m, lo cual implica un aumento del 20,36% en el número de transacciones y una disminución del 2,23% en su importe con respecto al mismo periodo de 2020.

Transacción del trimestre

En el tercer trimestre de 2021, TTR ha seleccionado como transacción destacada la adquisición del 80% de Elawan Energy por parte de ORIX Corporation.

La operación, valorada en EUR 788,49m ha sido asesorada por la parte legal por Linklaters Spainy porMattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. Por la parte de Due Dilligence, la transacción ha sido asesorada por Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.

Ranking de asesores financieros y jurídicos 

Dealmaker Q&A

Content available in English and Spanish (scroll down)

TTR DealMaker Q&A with Gómez-Acebo & Pombo Partner Mónica Weimann Gómez

Gómez-Acebo & PomboMónica Weimann Gómez

Mónica is a Corporate M&A partner, head of the German Desk, head of the International Board, co-head of Food and Consumer Products and member of the Board of Directors at Gómez-Acebo & Pombo.

She has broad experience on cross-border transactions, corporate, commercial, international and M&A. She holds a degree in Law from the Complutense University of Madrid and a diploma in Business Administration from the San Pablo CEU University in Madrid, Spain.

She obtained a diploma in Microeconomics from the London School of Economics & Political Science. She followed PhD studies in the Commercial Law department at the Complutense University of Madrid and at the Max-Planck Institut in Munich.

Monica has been the first woman to be elected President of the German-Spanish Association of Lawyers and was listed by Iberian Lawyer in its InspiraLaw Top 50 Women list 2018. She has been consistently acknowledged as Highly Regarded in recent years by IFLR 1000 for her work and expertise in the M&A area.


TTR: Until September 2021, the M&A market in Spain has registered an increase of more than 20%. How do you interpret this trend compared to 1Q21 and 2Q21? What can we expect in terms of transaction volume in 2022? What can we expect in terms of transaction volume in 2022?

M. W.: The market has been picking up speed throughout the year, as the pandemic situation improved and greater safety and optimism were perceived in the context of investing. Institutional investors are looking for targets in sectors that have shown to be resistant to the pandemic, and strategists have for some time been reviewing their organisations to focus on their core business and divest from areas they don’t consider central to their business. In my view, the trend will continue with an active and bullish market.

TTR: Gómez-Acebo & Pombo is one of the leading advisors on tech deals in Spain in 2021. What are the most significant drivers for consolidation of this sector in the mid- and long-term?

M. W.: The consolidation of remote work with the resulting need for technological solutions is without a doubt a driver of this market. The digital transformation in all sectors, which was already considered important before the pandemic, is now the no. 1 priority of any company and will give rise to a lot of activity in the technological sector.

TTR: What would be another two sectors that could offer the greatest opportunities in Spain for international investors in 2022 and why?

M. W.: Real Estate, owed to the lack of attractive investment alternatives and pottential distressed opportunities in the Hospitality sector as well as the Life Science sector, as the pandemic has placed even more value than was there pre-pandemic.

TTR: What are the prospects for the Renewable Energy sector in Spain?

M. W.: The outlook is very positive. The current situation of the electricity market prices comes from the dependency on gas, which without a doubt favours investment in renewable facilities to counteract said dependency on gas.

TTR: Considering your experience in Private Equity & Venture Capital, how do you expect this type of investment to evolve in 2022?

M. W.: We hope that the size of the funds doubles with almost exponential growth, an appareance of new unicorns and that Spain continues to consolidate in areas such as education, tech, medtech and agriculture. 

TTR: Regarding corporate restructuring, What are the prospects in Spain?

M. W.: It’s to be expected that restructurings are taking place overall in sectors that have been most affected by Covid such as the entertainment industry. We are also seeing restructurings taking place at industrial groups.

TTR: What will be the greatest challenges for Gómez-Acebo & Pombo in its M&A advisory work in Spain in the long-term?

M. W.: Continue to strengthen our position in the TOP TEN M&A ADVISORS, both in terms of deal volume as well as in deal value.   


Spanish version


Gómez-Acebo & PomboMónica Weimann Gómez

Mónica es socia de Mercantil, responsable del German Desk, miembro del Consejo de Administración, coordinadora de la Comisión de Estrategia Internacional y co-coordinadora del grupo Alimentario y de Productos de Consumo en Gómez-Acebo & Pombo.

Tiene una amplia experiencia en operaciones cross-border, derecho societario, mercantil, internacional y M&A.

Es licenciada en Derecho por la Universidad Complutense y diplomada en Administración de Empresas por la Universidad San Pablo CEU de Madrid. Obtuvo el diploma en Microeconomics por la London School of Economics & Political Science. Realizó estudios de doctorado en el departamento de Derecho Mercantil de la Universidad Complutense de Madrid y en el Max-Planck Institut de Munich.

Mónica ha sido la primera mujer que ocupa el cargo de Presidenta de la Asociación Hispano-Alemana de Juristas y fue incluida por Iberian Lawyer en su InspiraLaw Top 50 Women List 2018. Ha sido destacada como Highly regarded en M&A por el directorio IFLR 1000.


TTR: Hasta septiembre de 2021, el mercado M&A en España ha registrado un crecimiento superior al 20%. ¿Cómo interpreta esta tendencia con respecto al primer y segundo trimestre del año?, ¿qué perspectiva podríamos tener para 2022?

M. W.: El mercado ha ido ganando ritmo a lo largo del año, a medida que mejoraba la situación de la pandemia y se percibía mayor seguridad y optimismo en el entorno inversor. Los inversores institucionales buscan targets en sectores que se han mostrado resistentes a la pandemia y los estratégicos ya llevaban tiempo revisando sus organizaciones para centrarse en su core business y desinvertir en ámbitos que no consideraban centrales a su negocio. En mi opinión la tendencia se mantendrá con un mercado activo y al alza.

TTR: Gómez-Acebo & Pombo es uno de los principales asesores líderes en operaciones de tecnología en España en 2021, ¿Cuáles serán los drivers más relevantes para la consolidación de este sector en el mediano y largo plazo?

M. W.: La consolidación del trabajo remoto con la consiguiente necesidad de soluciones tecnológicas es sin duda un driver de este mercado. La transformación digital en todos los sectores, que ya se consideraba relevante antes de la pandemia, ahora está en el top 1 de las agendas de cualquier empresa y dará lugar a mucha actividad en el sector tecnológico.

TTR: ¿Cuáles serían otros dos sectores que podrían ofrecer las mayores oportunidades en España a los inversores internacionales en 2022 y por qué?

M. W.: Real Estate, debido a la falta de alternativas atractivas de inversión y las potenciales oportunidades distressed en el sector Hospitality y el sector de Life Science, que la pandemia ha puesto aún más en valor de lo que ya de por sí estaba pre-pandemia.

TTR: En cuanto al sector de Energías Renovables ¿cuáles son las perspectivas para España?

M. W.: Las perspectivas son muy positivas. La actual situación de los precios del mercado eléctrico deriva de la dependencia del gas, lo que favorece sin duda la inversión en instalaciones renovables para contrarrestar dicha dependencia del gas.

TTR: Teniendo en cuenta su experiencia en Private Equity y Venture Capital, ¿cómo espera que evolucionen este tipo de inversiones en 2022?

M. W.: Esperamos que se duplique el tamaño de los fondos con un desarrollo casi exponencial, aparición de nuevos unicornios y que España siga consolidándose en ámbitos como educación, tech, medtech o agricultura.

 TTR: En cuanto a reestructuraciones societarias,  ¿cuáles son las perspectivas en España?

M. W.: Es de esperar que las reestructuraciones se produzcan sobre todo en sectores que se han visto más afectados por el Covid como podrían ser el sector ocio. También podemos ver reestructuraciones en grupos industriales.

TTR: ¿Cuáles serán los principales desafíos en términos de transacciones de M&A en España en el largo plazo para Gómez-Acebo & Pombo?

M. W.: Seguir reforzando nuestra posición en el TOP TEN M&A ADVISORS, tanto en deal volume como en particular en deal value.   

Dealmaker Q&A

Content available in English and Portuguese (scroll down)

TTR DealMaker Q&A with Uría Menéndez – Proença de Carvalho Partner Joana Torres Ereio

Joana Torres Ereio Uría Menéndez – Proença de Carvalho

Joana Torres Ereio joined the Lisbon office of Uría Menéndez – Proença de Carvalho as a trainee lawyer in 2007 and become a partner in 2020. In 2011 Joana worked in the firm’s Madrid office.
Joana focuses her practice on corporate law and is particularly experienced in advising both national and international clients on:
– mergers and acquisitions,
– private equity and venture capital transactions,
– commercial agreements, including joint venture arrangements
– corporate restructurings and
– general corporate law and corporate governance matters.


TTR: How would you describe the current situation of the players in the transactional market in Portugal in this “new reality”?

J.T.E.: Last year saw high levels of transactional activity, which shows that the market adapted quickly to the pandemic and the changes it has brought about.

This notwithstanding, we now live in a new reality, where companies, oftentimes due to the pandemic, have fast-tracked their digital transformation and are being pressured to incorporate new values into their corporate cultures, in particular, those related to sustainability, driven by the ESG criteria.

The economic outlook in general is currently positive, as we see that investors at large, and funds in particular, continue to be very interested in the Portuguese market and have substantial levels of liquidity to invest. In addition, the public recovery and resilience plans foresee additional injections of funds into the economy, thus further increasing liquidity. And as year-end approaches, consolidation movements and opportunities in distressed companies are likely to increase.

In this context, we expect the high levels of activity to continue in the upcoming months.

TTR: Uría Menéndez – Proença de Carvalho is ranked by TTR as one of the top legal advisors for financial and insurance sector M&A transactions in Portugal. How do you see the growth in the sector during the first half of 2021 and what are the mid and long-term prospects?

J.T.E.: One of the reasons why the sector has grown in the first half of 2021 is the general positive economic context and the resulting market dynamism.

We have also seen significant digitalisation in the financial and insurance sector and the fintech industry, in particular, with payment platforms, artificial intelligence and blockchain solutions, all of which contribute to create innovative and promising business opportunities that are more attractive for investors.

We expect transactional activity in this sector to increase in the mid to long-term, with deals not only involving small and medium fintech companies – due to IT developments and continued digitalisation – but also more mature companies, in particular, with consolidation movements in line with what we have recently seen happening elsewhere in Europe.

TTR: Foreign acquisitions of technology and Internet companies in Portugal have increased 133% in 2021. What will be the main drivers of consolidation in these segments over the course of the year?

J.T.E.: This trend will presumably continue, mainly because Portugal has multiple technological companies that are very interesting both for funds looking for sound investment opportunities and for technological companies wanting to expand through acquisitions.

We see opportunities in technological companies with growth potential that may contribute to consolidating these segments over the course of the year, from more general companies to those operating in specific activity sectors (e.g. financial and banking, health and industry) and of different sizes, all of which opens the door to different types of deals.

TTR: What would be another three sectors that could offer the greatest opportunities in Portugal for international investors in 2021 and why?

J.T.E.: Portugal will definitely continue to be an attractive option for foreign investors, firstly, due to the favourable conditions for foreign investment but also because highly qualified human resources are available at a very competitive cost.

As to which three sectors (in addition to the technology sector) may offer the greatest opportunities, I would say those that will receive large public investment pursuant to the national recovery and resilience plan, such as infrastructures. 

Things in the energy sector also bode well, both for the more traditional renewable energies and for the production of hydrogen and exploitation of lithium.

Lastly, after last year’s downturn, the real estate sector is still recovering and should offer international investors interesting opportunities in various segments.

TTR: What will be the main challenges for Uría Menéndez – Proença de Carvalho in its M&A advisory work in Portugal in 2021 and 2022?

J.T.E.: A challenge for the M&A practice may result from having to postpone some deals until the feeling that the pandemic is under control is more widespread, as companies in the sectors that have suffered the pandemic most may not be willing to press on with them until they reach at least pre-pandemic levels of activity.

Other than this, our main challenges will presumably be the same as those of other practice areas.

We will need to adapt to new ways of working while not sacrificing our model of training young lawyers. We are already implementing a remote working policy, which reflects our commitment to evolve and adapt to the new circumstances and promote work-life balance.

Related to this, we will continue to invest in digitalisation to keep abreast of the global evolution and be ready to advise our clients in the most efficient way.

At the same time, one of our (unrelenting) challenges is to attract and retain the best talent, which requires methodical human resources management and a constant pursuit for solutions to ensure the new generations continue to feel at home at the firm and believe in its values.


Portuguese version


Joana Torres EreioUría Menéndez – Proença de Carvalho

Joana Torres Ereio integrou a Uría Menéndez – Proença de Carvalho em 2007, tendo-se tornado sócia em 2020. Em 2011, trabalhou no escritório de Madrid da Uría Menéndez.
Centra a sua atividade profissional no Direito comercial e societário, em particular, na assessoria a clientes nacionais e estrangeiros em:
– fusões e aquisições,
– operações de private equity
– contratos comerciais, incluindo acordos de joint venture
– reestruturações societárias e
– temas gerais de Direito societário e matérias de governo corporativo.


TTR: Como você descreveria a situação atual dos players no mercado transacional em Portugal nesta “Nova Realidade”?

J.T.E.: No último ano registaram-se níveis elevados de atividade transacional, o que demonstra que o mercado rapidamente se adaptou ao contexto pandémico.

Não obstante, é inegável que vivemos, hoje, numa nova realidade, em que as empresas, em muitos casos por força da pandemia, aceleraram o seu processo de transformação digital e estão a ser pressionadas para incorporar novos valores na sua cultura empresarial, em particular, valores relacionados com sustentabilidade, impulsionados pelos critérios ESG. 

Atualmente, as perspetivas económicas são, em geral, otimistas, assiste-se a um grande interesse dos investidores em geral, e dos fundos em particular, pelo mercado português e com níveis consideráveis de liquidez disponível para investir, a que se junta a injeção de fundos prevista no âmbito dos programas públicos de recuperação e resiliência. Além disso, é provável que com o aproximar do fim do ano assistamos ao aumento dos movimentos de consolidação e de oportunidades em empresas distressed.

À luz deste contexto, a nossa expetativa é a de que continuemos a ter um nível de atividade elevado nos próximos meses.

TTR: Uría Menéndez – Proença de Carvalho é um dos principais assessores de M&A no setor financeiro e de seguros em Portugal de acordo com o ranking jurídico do TTR. Como você avalia o crescimento do setor no primeiro semestre de 2021 e quais as perspetivas a médio e longo prazo?

J.T.E.: O crescimento do setor no primeiro semestre de 2021 pode explicar-se, por um lado, pelo contexto económico geral positivo e consequente dinamismo do mercado. 

Por outro lado, estamos a assistir a um verdadeiro boom da digitalização no setor financeiro e dos seguros e do movimento fintech, nomeadamente, com o surgimento das plataformas de pagamento, soluções de inteligência artificial e de tecnologia blockchain, o que exponencia a criação de negócios inovadores e promissores nesta área, e, em resultado, torna o setor mais atrativo para os investidores.

No médio e longo prazo antecipamos que o movimento transacional no setor se intensifique, não só no segmento de deals em pequenas e médias empresas de fintech, fruto do desenvolvimento tecnológico e do processo contínuo de digitalização, mas também no plano das empresas mais maduras, em particular, com alguns movimentos de consolidação, em linha com o que temos vindo a assistir recentemente noutros países da Europa.

TTR: As aquisições por compradores estrangeiros de empresas de tecnologia e Internet em Portugal aumentaram 133% em 2021. Quais serão os principais vetores de consolidação desses segmentos ao longo do ano?

J.T.E.: Tudo indica que este movimento se vai manter, essencialmente por existirem em Portugal múltiplas empresas tecnológicas que são seguidas com grande interesse quer por fundos à procura de oportunidades interessantes de investimento, quer por empresas do setor tecnológico que pretendem expandir os seus negócios através de aquisições.

Vemos várias oportunidades em empresas tecnológicas com potencial de crescimento que poderão contribuir para a consolidação destes segmentos ao longo do ano, quer empresas mais generalistas, quer empresas que operam em setores específicos de atividade (a título de exemplo, banca e seguros, saúde e indústria) e de dimensão variada, contribuindo assim para o aumento potencial de deals de tipos distintos.

TTR: Quais seriam os outros três setores que poderiam oferecer as maiores oportunidades em Portugal para investidores internacionais em 2021 e porquê?

J.T.E.: Portugal continuará sem dúvida a ser uma excelente opção para os investidores estrangeiros, desde logo, pelas condições favoráveis ao investimento estrangeiro, bem como pela qualificação dos recursos humanos a custos muito competitivos.

Tendo de apontar três setores específicos (além do setor tecnológico), começaria por referir as oportunidades relevantes que poderão surgir no âmbito dos grandes investimentos públicos promovidos pelo programa de recuperação e resiliência, em especial, em infraestruturas. 

Por outro lado, o setor da energia promete continuar a ser um dos mais ativos, tanto no que diz respeito às energias renováveis mais tradicionais, como na aposta na produção de hidrogénio e na exploração de lítio.

Por fim, depois de um abrandamento no último ano, o setor do imobiliário deverá continuar o seu ciclo de recuperação e proporcionar igualmente oportunidades interessantes nos seus vários segmentos.

TTR: Quais serão os principais desafios da operação de M&A em Portugal durante 2021 e 2022 para a Uría Menéndez – Proença de Carvalho?

J.T.E.: Um desafio específico do M&A poderá advir do possível adiamento de algumas transações até que se verifique uma sensação generalizada de controlo da pandemia, justificado por empresas dos setores de atividade mais penalizados quererem atingir pelo menos níveis de atividade semelhantes aos do pré-Covid-19 antes de irem para o mercado.

No demais, creio que os principais desafios que vamos enfrentar são comuns às demais áreas da advocacia.

Um dos nossos maiores desafios será certamente a adaptação às novas formas de trabalho, sem descurar o nosso modelo de formação dos advogados mais juniores. Estamos já a implementar uma política de teletrabalho, reflexo da nossa vontade de evolução e adaptação aos novos tempos e de valorização da conciliação da vida pessoal e profissional.

Relacionado com este ponto, continuaremos a nossa aposta contínua na digitalização, de forma a acompanharmos a evolução global e a estarmos sempre preparados para dar resposta aos nossos clientes da forma mais eficiente possível.

Em paralelo, mantemos como um dos nossos (permanentes) desafios a captação e retenção do melhor talento, o que exige uma cuidada gestão das pessoas e uma constante busca de soluções para que as novas gerações se continuem a sentir identificadas com a firma e a vestir a nossa camisola.

Relatório Mensal Portugal – Agosto 2021

Setor de Tecnologia em Portugal é o líder em volume de transações até agosto de 2021 

  • Até agosto de 2021, 306 transações foram registadas, totalizando um total de EUR 7,9bi 
  • Fusões e aquisições registaram um aumento de 29% no número de transações no período 
  • Espanha é o país que mais investe em Portugal contabilizando 39 operações 
  • As empresas norte-americanas aumentaram em 145% suas aquisições no mercado português 

Patrocinado por:

This image has an empty alt attribute; its file name is Datasite_r_Tagline_rgb_pos-1024x278.jpg

O mercado transacional português registou um total de 306 transações e movimentou EUR 7,9bi, no qual 47% do total das transações possuem os valores revelados, de acordo com o relatório mensal do TTR em colaboração com o Datasite.

Estes números representam um crescimento de 29% no número de transações em comparação ao mesmo período de 2020, no entanto houve uma diminuição de 34% do capital mobilizado. 

Em agosto, foram registadas 33 fusões e aquisições, entre anunciadas e encerradas, por um total de EUR 703,37m. 

Em termos setoriais, o setor de Tecnologia lidera como setor mais ativo, com 52 transações, seguido pelo setor Imobiliário, com 47 operações e o setor Financeiro e Seguros, com 33 transações. 

Âmbito Cross-Border 

As empresas norte-americanas aumentaram em 145% suas aquisições no mercado português, mobilizando um capital de EUR 1,1bi,  até agosto de 2021. 

Quanto à número de transações, a Espanha foi o país que mais investiu em Portugal, contabilizando 39 operações. Os Estados Unidos em segundo lugar, com 27 operações e o Reino Unido em terceiro, com 20 transações. 

As empresas portuguesas escolheram a Espanha como principal destino de investimento, com 16 transações. Em segundo lugar, está o Brasil com cinco operações e em terceiro, o Reino Unido com quatro transações. 

As aquisições estrangeiras no setor de Tecnologia e Internet aumentaram 133% em comparação ao mesmo período de 2020. 

Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

Até agosto de 2021, foram contabilizadas 21 transações de Private Equity com um total de EUR 759m. Houve uma diminuição de 82% do valor total em comparação ao mesmo período de 2020. 

Em Venture Capital, foram realizadas 59 operações com um total de EUR 1,2bi, representando um aumento de 51% no número de transações. 

No segmento de Asset Acquisitions, foram registadas 79 transações com um valor de EUR 3,3bi, representando um aumento de 68% no número de transações. 

Transação do mês 

A transação destacada pelo TTR em agosto de 2021 foi a aquisição de uma participação de 24,99% da Sonae MC pela Camoens Investments, entidade detida indiretamente por fundos geridos pela CVC Capital Partners. O valor da transação foi de EUR 528m. 

A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados; Cuatrecasas Portugal; e pelo Freshfields Bruckhaus Deringer US. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pelo Goldman Sachs; Deloitte Corporate Finance; JPMorgan Corporación Financiera; PwC Portugal; e McKinsey & Company (Global). 

League Tables 

O relatório publica os rankings de assessoria financeira e jurídica até de agosto de 2021 em M&A, Private Equity, Venture Capital e Mercados de Capitais, onde a atividade das empresas líderes é reportada pelo número de transações e pelo valor total.