Relatório Mensal Portugal – 3T 2018

Fusões e Aquisições caem 10% no terceiro trimestre em Portugal

 

Portugal regista 230 transações desde o início de 2018

Operações de Venture Capital chegam a 450 milhões de euros no ano

Investimentos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros cresce 43%

Ponte de Lima, Portugal. By Travelholic Pat

O mercado de fusões e aquisições de Portugal movimentou 1,9 mil milhões de euros de julho a setembro, total 10% inferior ao registado no mesmo período de 2017. Esse mapeamento está disponível no Relatório do Transactional Track Record (TTR), que registou 66 operações em Portugal nesse intervalo, uma quebra de 19,5% face ao trimestre homólogo do ano anterior. Os números demarcam o pior resultado desde o fechamento do terceiro trimestre de 2016.

Desde o início do ano, foram 230 negócios registados no país, redução de 9% no total de operações realizadas no país. Destas, 101 tiveram suas informações financeiras divulgadas, revelando um valor total aportado superior a 16,2 mil milhões de euros, importância que reflete um crescimento de 83% face ao ano passado.

Enquanto o setor Imobiliário permanece estável como o mais ativo do mercado português, 58 operações desde janeiro e 21 no terceiro trimestre, outros segmentos tem se destacado pelo crescimento no total de transações no decorrer do ano. Tecnologia, com crescimento de 18%, Financeiro e Seguros, 20%, e Turismo, Hotelaria, Restaurantes, 46%, despontam como os preferidos dos investidores em Portugal.

 

Cross-Border

 

No que compete às operações transfronteiriças, o mercado português soma no ano 90 negócios em que empresas nacionais foram adquiridas por companhias estrangeiras.   Destas, 26 foram investimentos de empresas espanholas, somando 2,1 mil milhões de euros aportados pelos vizinhos ibéricos em território português, com 12 destas operações tendo como alvo o mercado imobiliário. Em número de operações, seguiram-se aos espanhóis, França, responsável por 13 transações, e o Reino Unido, com 12.

Já os estadunidenses, que aportaram 834 milhões de euros em empresas portuguesas, determinaram como focos preferenciais as tecnológicas portuguesas, totalizando 11 negócios.

As empresas portuguesas foram às compras no mercado externo em 17 oportunidades em 2018. A maior parte desses negócios foi fechado em Espanha, onde foram realizadas oito aquisições, que corresponderam a um montante de 540 milhões investidos. Tecnologia também foi a atração principal dos investimentos de empresas portuguesas no exterior, particularmente em Espanha e nos Estados Unidos.

 

Private Equity e Venture Capital

Desde janeiro, o TTR contabiliza 20 operações envolvendo fundos de investimentos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros adquirindo participações em empresas nacionais, crescimento de 43% em comparação ao mesmo período de 2017.

Investimentos de fundos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros cresce 43%

Esses aportes estrangeiros contribuíram no volume de operações de venture capital registadas pelo TTR no acumulado do ano. Nessa modalidade de investimentos, foram 29 anúncios de operações em 2018, alta de 26%. As 21 rondas de investimentos que revelaram seus dados financeiros somaram expressivos 450 milhões de euros. Os alvos preferidos dos fundos de venture capital foram empresas dos segmentos de Tecnologia, 16 negócios no ano, e Internet, oito.

No trimestre, o total aportado seguiu a tendência positiva do ano e fechou com alta de 332% ao assegurar 20 milhões em investimentos em oito operações.

No cenário de private equity, o crescimento de 20% no número de negócios realizados no terceiro trimestre, 12, não foi o suficiente para deixar o ano no azul. De janeiro a setembro, menos 29% de operações realizadas, 27 contra as 38 do mesmo intervalo de 2017. Em termos de valores, o trimestre fechou com 573 milhões de euros investidos, representando uma quebra de 62% face ao ano anterior.

 

Transação do Trimestre

A transação eleita pelo TTR como a de maior destaque no trimestre foi a conclusão da operação de venda de 75% da empresa Torres de Portugal pela PT Portugal, detida pela Altice, ao consórcio do qual faz parte a Morgan Stanley Infrastructure Partners e a Horizon Equity Partner. O valor da operação foi de 495 milhões de euros.

O consórcio comprador foi assessorado por PLMJ, Linklaters UK, Banco Santander, Perella Weinberg Partners e Ernst & Young Audit. Por sua vez, a Altice recebeu assessoria na transação das sociedades Vieira de Almeida, Mayer Brown, Ropes & Gray, Franklin Associés, J.P. Morgan, Lazard, KPMG International e Roland Berger Portugal.

 

Rankings – Assessoria Financeira e Jurídica

O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações é liderado pelo Millennium BCP, que acumula em 2018 o valor de 9,5 mil milhões de euros transacionados, seguido por Bank of America e Citigroup, ambos empatados na segunda colocação com 9,1 mil milhões de euros.

Na categoria de assessores jurídicos, o Ranking do TTR é liderado pela PLMJ, com 10,7 mil milhões de euros, também líder por quantidade de transações assessoradas, 20 desde o início do ano. Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados aparece na sequência, com 10 mil milhões de euros, seguido por SRS Advogados, com 9,2 mil milhões de euros.

Os Rankings completos estão disponíveis aqui.

Relatório Mensal Brasil – 3T 2018

Fusões e Aquisições movimentam 28,6 bilhões de reais no Brasil no terceiro trimestre de 2018

 

  • O trimestre fecha com 263 transações, em queda, comparado ao mesmo intervalo de 2017
  • Subsetores Saúde, Higiene e Estética e Distribuição e Varejo foram os que mais atraíram investimento de Private Equity
  • Venture Capital tem alta de 9% no volume de operações

 

 

O volume financeiro de fusões e aquisições no mercado brasileiro somou 28,6 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2018, queda de 52,68% no valor total investido em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior. Segundo o Relatório Mensal do Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, foram registrados 263 negócios, representativos de uma baixa de 18% no período. As 12 transações de grande porte – maiores ou igual a 500 milhões de reais – anotadas de julho a setembro somaram 20 bilhões de reais.

Desde o início de 2018 foram realizados 773 anúncios de operações de compra e venda de participação envolvendo empresas nacionais, número 7% inferior às 840 registradas no mesmo intervalo de 2017. Das transações de 2018, 322 tiveram seus valores revelados, somando 129,9 bilhões de reais, queda de 11,29% face ao mesmo período do ano anterior.

Tecnologia segue como o subsetor mais ativo. Desde o início de 2018, já foram contabilizadas 156 operações no segmento, crescimento de 18% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O aumento dos aportes no setor acompanha a alta de 17,6% das aquisições estrangeiras no segmento de Tecnologia e Internet.

Os setores Financeiro e Seguros e Saúde, Higiene e Estética também mantem tendência de alta, crescimento de 20% e 11%, respectivamente.

 

Operações cross-border

No âmbito das transações cross-border, foram contabilizadas 149 operações de compra de empresas brasileiras por companhias estrangeiras no ano. As empresas norte-americanas foram as que mais adquiriram participação no mercado brasileiro, 53 operações, que movimentaram 4,7 bilhões de reais. Em termos de valores aportados, o Japão aparece na sequência, totalizando mais de 3,7 bilhões de reais, seguido pela Suíça, com total investido de 3,3 bilhões de reais, e Canadá, com 2,5 bilhões de reais.

O segmento Financeiro e Seguros ultrapassou o setor de  Tecnologia como aquele que mais atraiu o investimento de empresas estrangeiras em 2018, muito em função do crescimento dos aportes realizados em fintechs.  Tecnologia, Distribuição e Varejo e Internet foram os outros alvos preferidos pelo capital estrangeiro.

No cenário outbound, as compras brasileiras no exterior tiveram como alvo prioritário as empresas norte-americanas, totalizando sete aquisições. A América Latina também foi cenário para o investimento de origem brasileira, com aquisições realizadas na Argentina, Colômbia, Uruguai, Paraguai, México e Chile.

 

 

Private Equity e Venture Capital

20 deals envolvendo fundos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros investindo em empresas nacionais, crescimento de 32,6%

Em 2018, o TTR contabiliza 20 operações envolvendo fundos de investimentos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros adquirindo participações em empresas nacionais, crescimento de 32,6% em comparação ao mesmo período de 2017.

Esses aportes estrangeiros contribuíram no volume de operações de venture capital registradas pelo TTR desde janeiro. Nessa modalidade de investimentos, foram registradas 151 operações no ano, alta de 9% em comparação com as 139 reportadas no mesmo intervalo do ano anterior. As 96 transações que tiveram seus dados financeiros revelados somaram 2,4 bilhões de reais, 8% a mais do que valor aportado em 2017.

Os alvos preferidos dos fundos de venture capital foram empresas dos segmentos de Tecnologia, 84 operações no ano, Financeiro e Seguros, 31, Internet, 23, e Distribuição e Varejo, com 12.

No trimestre, o total aportado fechou em leve queda de 1%, ao totalizar 699 milhões de reais investidos em 47 operações.

Já no cenário de private equity os números do trimestre reforçaram a tendência negativa do ano. De julho a setembro, queda de 22% no número de operações, 28, e também no total aportado, 5,5 bilhões de reais, 37% a menos do que havia sido investido no mesmo período de 2017.

No decorrer do ano, queda de 14% no total de transações registradas, 65, e de 42% na soma dos investimentos, 10,3 bilhões de reais. O setor de maior crescimento no acumulado do ano foi Financeiro e Seguros, 82%, enquanto Tecnologia foi o que apresentou o maior número de transações, 84.

 

Transação TTR do Trimestre

A transação eleita pelo TTR como a de destaque do trimestre foi a aquisição pela AES Tietê do Projeto Solar Guaimbê, que pertencia a Cobra Brasil, concessionária de transmissão de energia elétrica detida pelo grupo espanhol Cobra.

O Complexo Solar Guaimbê conta com cinco parques de produção de energia fotovoltaica de 180 MW no estado de São Paulo. O projeto, que está em fase avançada de construção, deve entrar em operação até maio do ano que vem e foi vendido por 607 milhões de reais.

A AES recebeu assessoria financeira do Banco Itaú BBA e legal do escritório Lefosse Advogados na transação. Já o Grupo Cobra foi assessorado pelo Demarest Advogados e pelo BNP Paribas Brasil.

 

Rankings Financeiros e Jurídicos

O ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações é liderado pelo Banco Bradesco BBI, que acumula em 2018 o valor de 59,4 bilhões de reais transacionados. Em segundo lugar, Banco Itaú BBA, alcançando 54 bilhões de reais, e, na sequência, o Riza Capital, com 41,8 bilhões de reais.

Na categoria de assessores jurídicos, o Ranking do TTR é liderado por Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados, com 51,4 bilhões, e que também lidera por número de operações, 40. Na segunda colocação está o escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, 49,3 bilhões de reais, seguido por TozziniFreire Advogados na terceira colocação, com 41,1 bilhões.

Os Rankings completos estão disponíveis aqui.

DealMaker Q&A

TTR interviews Darcy Teixeira Junior, M&A partner at TozziniFreire Advogados.

 

Darcy assists domestic and international clients from various industries through his work in the Corporate Law and M&A practice groups and the firm’s Agribusiness and Bioenergy/Ethanol industry groups. His current practice builds on the litigation experience he acquired early in his career, when he also represented companies in acquisitions, sales, mergers, associations, corporate restructurings, and the implementation of new facilities among other activities. The industry knowledge that Darcy developed in his work with agribusiness companies led him to be the partner responsible for that industry area.

 

TTR – Carrying out an M&A transaction involves many risks related to the strategy or the negotiations prerequisites, as well as confidentiality issues. We know that the technological innovations have allowed several levels of improvement in many sectors of activity. To what extent is current technology contributing to the success of an M&A deal?

DT – The market has been increasingly demanding more efficiency in M&A transactions. In this case, efficiency should be interpreted as expediting the conclusion of a transaction while incurring lower costs. When analyzing an M&A transaction, it can be divided into cycles (e.g. auditing, document drafting, negotiation, etc.), and the solution to reach efficiency is accelerating them. Technological advancements such as automation, artificial intelligence and machine learning can greatly contribute to the success of an operation.

TTR – What are the main challenges advisors are facing to adapt to an increasingly technological and competitive context?

DT – The challenges facing the legal market in adapting to this reality are the same faced by other industries. TozziniFreire has an innovation group that is constantly seeking technological tools to assist us reach these improvements. We are currently testing an artificial intelligence software that can analyze documents. It works perfectly well in English, but still needs improvement in Portuguese. When working adequately, it will facilitate the analysis of audit documents, for example.

We are working on the improvement of our audit process, and one of the solutions would be using tools to accelerate this cycle, which is considered one of the less efficient in any transaction. Of course all this must be reached without compromising the assessment of necessary information and an accurate risk analysis.

TTR –  Considering a more technological scenario in M&A deals, how are lawyers preparing in terms of training or specialization?

DT –  Lawyers beginning a legal career today already possess a natural ability with technology and innovation; some law schools have in fact included programming in their regular curriculum. At our firm, for example, we do have lawyers specializing in programming. They can handle technology matters and understand new concepts with ease, taking part in the teams that help us test and develop new tools. It is much easier for these lawyers, while working on technology-related M&A deals, to say which features are relevant and which are not. Besides, this new generation surely finds it more appealing to work in a firm such as ours, which has an innovation culture and is always looking for the best technological tools.

TTR –  Data management and data collection are essential to conducting analyzes in search of insights aiming to improve processes and services. What is the impact of the Brazilian General Data Protection Law (LGPD) impact in this scenario?

DT – First, we should consider that the LGPD provides for the protection of personal data. As the data collected during an audit are usually public, the law’s impact on this analysis should not be that great. Besides, although part of the collected information may be characterized as personal data, thus being protected by the new law, the use of such personal data as material for a due diligence may also be justifiable, as long as regarded as a legitimate use.

Regardless these issues, the new law will certainly affect M&A deals because it will increase the need of audits focusing on privacy. Nowadays, in many of our M&A projects, we already make the analysis of privacy policies, terms and conditions, and contracts involving data, but it is expected that the enactment of such a law will raise even more concern over this field.

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Entrevista com Darcy Teixeira Junior, sócio nas áreas  Societária e de Fusões & Aquisições do TozziniFreire Advogados.

Darcy atua nas áreas Societária e de Fusões & Aquisições, com foco em Agronegócios e Bioenergia, atendendo clientes nacionais e estrangeiros das mais diversas atividades econômicas. Na assessoria ao setor empresarial, agrega sua relevante experiência no contencioso, principalmente na representação de aquisições, vendas, fusões, associações, reestruturações societárias, implantação de novas instalações, entre outras atividades.

TTR – Levar a cabo uma transação de M&A envolve muitos riscos relacionados com a estratégia ou com as premissas consideradas na negociação, além de questões de confidencialidade. Sabemos que o avanço tecnológico tem permitido diversos níveis de melhoria em muitos setores de atividade. Até que ponto a tecnologia disponível atualmente é capaz de contribuir para o sucesso de uma transação de M&A?

D– O mercado tem demandado mais eficiência nas transações de M&A. Eficiência pode ser entendida como maior rapidez na conclusão das transações com menor custo. Ao visualizarmos uma transação de M&A, podemos dividi-la em ciclos (ex.: auditoria, elaboração dos documentos, negociação, etc.), e a solução para buscar eficiência é acelerá-los. Certamente os avanços tecnológicos, como automação, inteligência artificial e machine learning, podem contribuir muito com o sucesso de uma operação.

TTR – Do ponto de vista da assessoria jurídica, quais seriam os desafios enfrentados pelos escritórios para adaptar-se a um contexto cada vez mais tecnológico e competitivo?

Temos um grupo de inovação que busca constantemente ferramentas tecnológicas que nos ajudem a alcançar essas melhorias

D– Os desafios do mundo jurídico para se adaptar a esse contexto são os mesmos de outros setores. Em TozziniFreire temos um grupo de inovação que busca constantemente ferramentas tecnológicas que nos ajudem a alcançar essas melhorias. Dentre essas, estamos testando um software de inteligência artificial que poderá analisar documentos, que já funciona muito bem em inglês, mas ainda não perfeitamente em português. Quando estiver funcionando plenamente, poderá ajudar na análise de documentos de auditoria, por exemplo.

Estamos trabalhando na melhoria do processo de auditoria e a ideia é usar ferramentas que nos permitam acelerar esse ciclo, considerado um dos mais ineficientes em uma transação. Tudo isso, evidentemente, sem prejuízo de obter as informações necessárias e fazer as análises de riscos de forma acurada.

 TTR – Tendo em conta um cenário mais tecnológico na atuação dos escritórios em transações de M&A, haveria uma exigência extra de formação por parte dos advogados? Se sim, qual seria?

D– Os advogados que entram na carreira jurídica hoje trazem na sua bagagem uma habilidade natural no trato com a tecnologia e com as inovações; inclusive, em algumas faculdades de Direito, a disciplina programação já faz parte do currículo. Temos no nosso escritório, por exemplo, advogados com habilidades de programação. Esses profissionais têm facilidade de se envolver em assuntos de tecnologia e entender os novos conceitos, e fazem parte dos times que nos ajudam a testar ou desenvolver novas ferramentas. É muito mais fácil para esses advogados, ao trabalharem em operações de M&A que envolvem tecnologia, entender o que é ou não relevante. Além disso, para essa geração que cresceu programando, trabalhar em um escritório como o nosso, que possui uma cultura de inovação e procura as melhores ferramentas tecnológicas, certamente tem um atrativo a mais.

 TTR – Sabemos que a gestão da informação e a coleta de dados são matéria-prima para a realização de análises em busca de insights que visam a melhora contínua dos processos e serviços. Qual seria o impacto da aplicação da  Lei Geral de Proteção de Dados brasileira (LGPD) para a utilização desta matéria-prima? 

 D– Em primeiro lugar, considerando que a LGPD é voltada à proteção de dados pessoais e que os dados coletados em uma auditoria geralmente são públicos, o impacto não será relevante para essa análise em auditorias. Além disso, ainda que parte das informações coletadas possa se configurar como dados pessoais, protegidos pela nova lei, existe a possibilidade de justificar a sua utilização como matéria-prima de uma due diligence, assumindo-se que possa ser caracterizada como uso legítimo.

Independentemente desses pontos, a nova lei certamente terá um efeito nas operações de M&A na medida em que deve aumentar a necessidade de realizar auditoria voltada para privacidade. Hoje em dia, em muitos projetos de M&A já fazemos análise de políticas de privacidade, termos e condições e contratos que envolvem dados, mas a tendência é que a preocupação com essa área se intensifique ainda mais com a entrada em vigor da nova lei.

Relatório Mensal Portugal – Agosto 2018

Operações de Fusões e Aquisições em queda de 23% em Portugal

 

  • Sector Imobiliário chega a 48 operações no ano
  • Investimentos de venture capital em alta de 18% no ano

O volume de fusões e aquisições no mercado transacional português somou 595 milhões de euros em agosto, crescimento de 350,5% comparado ao mesmo período de 2017. Porém, o resultado positivo do mês foi fortemente influenciado pela aquisição realizada pela portuguesa Sonae Sierra, em aliança ao grupo eslovaco J&T Real Estate, de três centros comerciais em Espanha, em um negócio que mobilizou 525 milhões de euros. Esse mapeamento está disponível no Relatório Transacional Mensal do Transactional Track Record (TTR), que registou 13 operações em Portugal no mês, queda de 23,5% face ao mesmo intervalo do ano anterior.

Desde o início do ano, foram 197 negócios registados no país, redução de 12,4% no total de operações realizadas no país em comparação ao mesmo período de 2017. Destas, 84 tiveram suas informações financeiras divulgadas, revelando um valor total aportado superior a 15,6 mil milhões de euros, importância que reflete um crescimento de 83,6% face ao período homólogo do ano passado.

O setor Imobiliário permanece como o mais ativo do mercado português. Em agosto, foram quatro operações, que, somadas às realizadas nos primeiros sete meses do ano, contabilizam 48 transações, leve queda de 2% sobre os números de 2017. Destaque, porém, para o crescimento no decorrer do ano dos setores de Tecnologia, 21%, Financeiro e Seguros, 24%, e Turismo, Hotelaria, Restaurantes, 60%.

 

Cross-Border

Em número de operações cross-border, o mercado português soma no ano 75 operações inbound, em que empresas portuguesas foram adquiridas por companhias estrangeiras.  Destas, 19 foram investimentos de empresas com sede em Espanha, somando 1,9 mil milhões de euros aportados pelos vizinhos ibéricos em território português. Nove destas operações tiveram como alvo o mercado imobiliário, que continua como o alvo principal das empresas estrangeiras.

Em seguida, destacam-se os investimentos de empresas sediadas nos Estados Unidos, que já realizaram 11 operações em território português no ano, crescimentos de 30,7% em comparação ao ano anterior, e que acumularam um total de 834 milhões de euros. Porém, o foco das empresas norte-americanas foram as tecnológicas, sete transações no total.

O subsector Tecnologia e Internet também esteve na mira do investimento internacional. O número de aquisições estrangeiras no segmento, 16 no ano, assinalou crescimento de 70%.

No âmbito outbound, foram 15 aquisições realizadas por empresas portuguesas no mercado externo. Tecnologia também foi a atração principal dos investimentos de empresas portuguesas no mercado externo, particularmente nos Estados Unidos e em Espanha.

 

Private Equity e Venture Capital

No cenário de venture capital, 2018 segue em alta, apesar dos resultados negativos de agosto. Desde janeiro, foram 26 operações registadas pelo TTR, crescimento de 18% sobre 2017, cujos valores somaram 449 milhões de euros, com os fundos tendo como alvos preferidos os segmentos de Tecnologia, 15 operações, e Internet, sete.

No decorrer do ano, os investimentos de private equity permanecem no negativo, tanto em número de operações, queda de 37% para 22 transações, quanto em valores, redução de 66% no total aportado, 1,9 mil milhões de euros.

 

Rankings – Assessoria Financeira e Jurídica

O Ranking TTR de assessores jurídicos de julho de 2018 é liderado pelo PLMJ, com 10,5 mil milhões de euros, seguido de Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, com 10 mil milhões de euros, e com SRS Advogados na terceira colocação, com 9,2 mil milhões de euros.

 

Na liderança do Ranking de assessores financeiros, Millennium BCP, com 9,5 mil milhões, seguido por Bank of America e Citigroup, empatados com 9,1 mil milhões de euros.

Relatório Mensal Brasil – Agosto 2018

By Julie Anne de Lima Loiola

Queda de 20,8% nos investimentos de Fusões e Aquisições em agosto

 

  • Mês fecha com 64 transações
  • Agosto tem o pior resultado dos últimos dois anos
  • Investimentos de Venture Capital em alta de 186% no ano
By Julie Anne de Lima Loiola
Manaus

O mês de agosto registrou 64 transações de fusões e aquisições de empresas no mercado brasileiro, o que equivale a uma queda de 38,46% em relação ao mesmo mês no ano anterior, quando foram anunciadas 104 operações. De acordo com os dados publicados no Relatório Mensal da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, as 25 transações que tiveram seus valores revelados movimentaram em volume financeiro 14,3 bilhões de reais, 20,8% abaixo do montante somado em agosto de 2017, 18 bilhões de reais.

Do início de 2018 até o final do mês de agosto, foram realizados 656 anúncios de operações de compra e venda de participação envolvendo empresas nacionais, número 7,08% inferior às 706 registradas no mesmo intervalo de 2017. Das transações de 2018, 267 tiveram seus valores revelados, somando 123,1 bilhões de reais, crescimento de 5,42% sobre o mesmo período do ano anterior.

O segmento Tecnologia foi o que mais atraiu investimentos no mês, foram 14 transações, que somadas às registradas no decorrer de 2018, acumulam o total de 137 operações. Em 2018, um salto de 20% nos movimentos no setor em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O crescimento dos investimentos no setor acompanha a alta de 19,35% das aquisições estrangeiras nos segmentos de Tecnologia e Internet.

No apanhado do ano, Financeiro e Seguros aparece na segunda colocação, com 83 operações, com leve alta de 6%,  seguido por Saúde, Higiene e Estética, com as mesmas 66 transações registradas no ano anterior, e Distribuição e Retail, 51, em queda de 25%.

 

Operações cross-border

No âmbito inbound, em que empresas estrangeiras investiram em empresas baseadas no Brasil, foram contabilizadas 128 operações de aquisição de empresas brasileiras desde janeiro. Os Estados Unidos seguem como o principal investidor estrangeiro no mercado nacional. Desde o início de 2018, as empresas norte-americanas já realizaram 46 aquisições, acumulando o total de 4,5 bilhões de reais investidos no país.  Em termos de valores aportados, o Japão aparece na sequência, totalizando mais de 3,7 bilhões de reais, seguido pela Suíça, com total investido de 3,3 bilhões de reais, e Canadá, com 2,5 bilhões de reais.

As aquisições estrangeiras nos subsetores de Tecnologia e Internet permanecem como as mais atrativas para os investidores internacionais, com crescimento de 19,3%, num total de 37 operações.

Já as empresas brasileiras realizaram 23 aquisições transações no mercado externo, tendo como alvo prioritário a América Latina, onde foram realizadas 14 dessas aquisições, que juntas somam 1,5 bilhões de reais aportados, e os EUA, com 6 aquisições.

 

Private Equity e Venture Capital

Em 2018, foram contabilizadas 50 operações envolvendo fundos de investimentos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros investindo em empresas nacionais, crescimento de 28,2% em comparação ao mesmo período de 2017.

Esses aportes estrangeiros tiveram forte influência no volume financeiro das operações de venture capital registradas pelo TTR desde janeiro. Nessa modalidade de investimentos, foram registradas 129 operações desde o início do ano, 2% acima do reportado no mesmo intervalo do ano anterior. As 79 transações que tiveram seus valores revelados somaram 2,4 bilhões de reais. Os fundos de venture capital tiveram como alvos preferidos os segmentos Tecnologia, 73 operações no ano, Financeiro e Seguros, 24, Internet, 19, e Saúde, Higiene e Estética, com 10.

Crescimento de 28,2% dos investimentos de fundos de Private Equity e Venture Capital estrangeiros em empresas nacionais

Em agosto, o total aportado teve crescimento de 186%, alcançando 125,7 milhões de reais, enquanto o mês fechou com 10 transações, queda de 41%.

Já no panorama dos investimentos de private equity, 2018 continua em baixa. No decorrer do ano, queda de 22% no total de transações registradas, 51, encerrando os primeiros oito meses do ano com 10,1 bilhões de reais investidos, 30% de retração na comparação com o ano anterior.

Em agosto, porém, os resultados foram positivos, apesar da queda de 65% no número de operações, apenas sete registradas. Destas, três revelaram valores que somados ultrapassaram a casa dos 3,2 bilhões de reais, fechando o mês com alta de 139% sobre os valores de agosto de 2017, quando foi investido 1,3 bilhão de reais.

 

Transação TTR do Mês

A conclusão da aquisição da empresa de assistência odontológica Odonto System pela OdontoPrev por 201,6 milhões de reais foi eleita pelo TTR como a operação de destaque do mês de agosto. A Odonto System presta serviçoes de operação de planos privados de assistência odontológica para cerca de 622 mil beneficiários. Com a transação, a OdontoPrev irá reforçar a sua participação na região Nordeste.

A OdontoPrev foi assessorada na transação pelo Banco Bradesco BBI e pelo escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados.

 

Rankings Financeiros e Jurídicos

O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por número e valores das transações é liderado em agosto pelo Banco Itaú BBA, com acumulado de 54,3 bilhões de reais, resultantes da participação em 17 operações. Seguido por Bradesco BBI, com 49,2 bilhões de reais, e Riza Capital, com 42,7 bilhões de reais.

O ranking de assessores jurídicos por valores é liderado pelo escritório Barbosa, Müssnich, Aragão, com 55,1 bilhões de reais, seguido por Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados, com 49,4 bilhões, e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com 47, 4 bilhões, na terceira colocação.