Relatório Mensal sobre o mercado transacional português em Janeiro de 2018

Mercado de M&A português abre 2018 com crescimento de 40,72%

 

  • Portugal registou 28 transações em janeiro
  • 11 operações apresentaram valores que somam € 450 milhões
  • Investimentos de venture capital somaram € 31,63 milhões, alta de 55%

 

De acordo com o Relatório Mensal de M&A da Transactional Track Record, os anúncios de compra e venda de participação que envolveram empresas portuguesas movimentaram € 450 milhões no primeiro mês de 2018, alta de 40,72% ante o mesmo período do ano anterior. Foram 28 operações, representativas de um crescimento de 12% em comparação ao reportado em igual período de 2017. Foi o melhor mês de janeiro desde 2016.

Mantendo a tendência iniciada em 2015, o sector Imobiliário foi o de maior movimentação do mês, com seis transações, apesar de ter apresentado queda de 33% em comparação ao mesmo intervalo do ano precedente. Tecnologia, com três operações, e Vidro, Cerâmica, Papel, Plástico e Internet, ambos com duas operações cada, aparecem na sequência.

O segmento Internet, junto com Tecnologia, também esteve na mira do investimento internacional. O número de aquisições estrangeiras nos dois subsetores assinalou crescimento de 50%. Dentre elas, a aquisição de uma posição majoritária na agência de serviços digitais Innovagency pelo grupo francês La Post, que não teve valor anunciado, e a aquisição de 94.19% da tecnológica Ynvisible pela canadense Ynvisible Interactive, por U$ 7,4 milhões.

 

Private Equity e Venture Capital

No cenário dos investimentos de Capital de Risco, destaque para os investimentos de venture capital, que iniciaram 2018 em alta. Foram três operações registadas pelo TTR, cujos valores somaram € 31,63 milhões, crescimento de 55% em comparação ao mês homólogo do ano anterior. Os fundos de venture capital tiveram como alvos prevalentes o segmento de Internet, com destaque para a startup portuguesa Unbabel, que alia inteligência artificial com pós-edição humana à tradução automática, e fechou com sucesso ronda de financiamento Série B que levantou € 19 milhões.

Já o segmento private equity teve um mês discreto, com três transações anunciadas, porém sem valores revelados.

Cross-border

Em número de operações cross-border, o mercado português somou, em janeiro, 14 operações inbound, em que empresas portuguesas foram adquiridas por companhias estrangeiras.  Espanha iniciou o ano mantendo o apetite que demonstrou em 2017 por companhias portuguesa. Só no primeiro mês de 2018, foram contabilizadas três transações que totalizaram € 105 milhões investidos no país. Desse total, € 86 milhões são provenientes da aquisição pela espanhola ORES Socimi de ativos comerciais imobiliários, incluindo supermercados e lojas, no páis.

Porém os vizinhos ibéricos foram ultrapassados pela França em volume financeiro. As aquisições francesas chegaram a € 230 milhões, valor referente à aquisição do centro comercial Dolce Vida Tejo, o segundo maior shopping center do país, pelo grupo francês Axa Investment Managers – Real Assets.

 

Transação do Mês 

A transação destacada do mês eleita pela TTR foi a venda da participação do fundo de private equity Oxy Capital na cadeia de ginásios portuguesa Fitness Hut, para a Fitness BIDCO, parte do Viva Gym Group Limited, que, por sua vez, é detida pelo fundo britânico Bridges Ventures, dono da Viva Gym em Espanha.

A Fitness Hut foi assessorada na transação pelo Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados e pela Clearwater International – Portugal. Enquanto a Fitness BIDCO recebeu assessoria da Eversheds Sutherland Nicea e da FCB – Sociedade de Advogados.

O PLMJ também atuou como assessor da Oxy Capital, e das demais partes vendedoras, Uksa Malta e Edge Capital.

 

Ranking TTR

O pódio do ranking TTR de assessores jurídicos em 2018 é inaugurado com a liderança da SRS Advogados, tanto no valor total, € 25 milhões, como por número de transações, três. A segunda colocação, também nos dois quesitos, fica com o PLMJ. Em terceiro lugar pelo número de transações aparece o escritório Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados.

 

Relatório Mensal Brasil – Janeiro

Fusões e aquisições movimentam R$ 7 bilhões no primeiro mês de 2018

 

  • Relatório Mensal do TTR registra 56 transações em janeiro, queda de 28,21% em relação ao mesmo período de 2017
  • 23 operações revelaram valores que chegaram a R$ 7,02 bilhões, em baixa de 67,04%.
  • Investimentos de Venture Capital seguem em alta no país

 

De acordo com o Relatório Mensal da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, foram registrados 56 anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras em janeiro, uma queda de 28,21% em comparação ao reportado no mesmo mês de 2017. Destas, 23 operações tiveram seus valores revelados, totalizando aportes financeiros superiores a R$ 7,02 bilhões, em baixa de 67,04% ante o mesmo intervalo do ano anterior.

 

 

O segmento Tecnologia foi o que mais atraiu investimentos no mês, contabilizando nove transações no período, um salto de 13% nos movimentos em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O crescimento dos investimentos no setor acompanha a alta de 150% das aquisições estrangeiras em Tecnologia e Internet.

Financeiro e Seguros aparece na segunda colocação, com oito operações, seguido por Transportes, Aviação e Logística e Saúde, Higiene e Estética, com seis transações cada.

O Brasil também inicia o novo ano com destaque no cenário latino-americano. Foram 38 transações domésticas – enquanto a Argentina, segunda colocada, registrou 11. O país contabilizou ainda 13 aquisições cross-border inbound, número que quase alcança as operações de Argentina, Chile e México, que somadas chegam a 15.  O país fica atrás, porém, no volume de aquisições outbound – apenas duas – enquanto o mercado mexicano contabilizou sete no período.

Private Equity e Venture Capital

Nos cenários de private equity e venture capital, destaque para a retomada dos investimentos dos fundos estrangeiros em empresas nacionais, com alta de 66,67% nos aportes. Apesar disso, o volume financeiro das operações de private equity registradas no Brasil em janeiro sofreu uma queda 71% no número de deals – foram registrados apenas dois. Porém, ambas transações de peso no mercado nacional – a aquisição do controle da 99 taxis pela chinesa Didi Chuxing, e o investimento do Fundo Soberano de Cingapura – GIC Special Investments na Algar Telecom, em operação avaliada em R$ 1 bilhão.

Já os investimentos de Capital de Risco começaram 2018 em alta. Das 13 operações registradas no TTR, 44% acima do mesmo período de 2017, oito revelaram valores que somam R$ 476 milhões, alta de 30% em comparação ao mês homólogo do ano precedente. Os fundos de venture capital tiveram como alvos prevalentes os segmentos Internet e Tecnologia, com três deals cada.

O setor Financeiro e Seguros destacou-se graças ao apetite dos investidores pelas fintechs.  A Koin, que atua com meios de pagamentos, recebeu um aporte de capital no valor de R$ 15 milhões em rodada de investimentos liderada pelo International Finance Corporation (IFC), mesmo valor aportado na BizCapital, plataforma que oferece crédito de forma mais acessível a micro e pequenas empresas, em rodada liderada pela Chromo Invest e pela 42K Investimentos.

Mercado de Capitais

O mercado de capitais brasileiro iniciou o ano com IPO do PagSeguro, credenciadora brasileira de cartões, controlada pela UOL – Universo Online, que movimentou U$ 2,26 bilhões em sua estreia na bolsa de Nova York. Em 2017, foram 11 IPOs, quase o dobro dos três anos anteriores somados, que movimentaram mais de R$ 20 bilhões no ano.

Operações cross-border

De acordo com o Relatório Mensal do TTR, os Estados Unidos seguem como o país com o maior número de aquisições no mercado brasileiro, foram cinco operações que alcançaram a marca de R$ 1 bilhão em investimentos no mês de janeiro. Os norte-americanos foram seguidos por Alemanha, Argentina e México, que aportaram R$ 8 milhões cada.

As compras brasileiras no exterior foram realizadas na América Latina. A tecnológica brasileira Daten adquiriu 25% da agência de design uruguaia Ingenious por R$ 6,41 milhões, enquanto a Redpoint e.Ventures participou de rodada de investimento que levantou R$ 441, 19 milhões para a colombiana Rappi.

 

Transação TTR do Mês

A conclusão da aquisição da Vale Fertilizantes, detida pela Vale, pela norte-americana Mosaic por R$ 3,7 bilhões foi a transação escolhida pelo TTR como o primeiro Deal do Mês em 2018.

A Vale contou com a assessoria jurídica dos escritórios Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Sociedade de Advogados e Cleary Gottlieb Steen & Hamilton US (Global), e financeira do Merrill Lynch Brasil e do Bank of America Merrill Lynch. Por sua vez, a Mosaic recebeu assessoria jurídica dos escritórios Lobo de Rizzo Advogados, Simpson Thacher & Bartlett US (Global), Jones Day, Miranda & Amado Abogados, e financeira da J.P. Morgan e da UBS.

Ranking Assessores Financeiros e Jurídicos

O Banco Itaú BBA e a Vinci Partners abrem 2018 na liderança do Ranking TTR dos Assessores Jurídicos. Ambos alcançaram a marca de R$ 1,5 bilhão no mês.


Já o ranking dos Assessores Jurídicos é inaugurado com um empate triplo – FreitasLeite Advogados, L. O. Baptista Advogados e TozziniFreire Advogados iniciam o ano com R$ 1,5 bilhão contabilizados cada, seguidos por Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, que totalizaram, cada, R$ 1 bilhão. Por número de transações, Felsberg Advogados ocupa o primeiro posto, seguido por Demarest Advogados, FreitasLeite Advogados e Tasso Pereira & Salvador Advogados Associados.

Relatório mensal- Portugal- Novembro, 2017

Financeiro e Seguros lidera mercado de fusões e aquisições de Portugal em novembro

  • Portugal registou 289 transações desde o início de 2017
  • 113 transações apresentaram valores que somam € 9,9 mil milhões
  • Investimentos de venture capital tiveram alta de 490% no mês

PORTUGAL

De acordo com o Relatório Mensal de M&A da Transactional Track Record, os anúncios de compra e venda de participação que envolveram empresas portuguesas movimentaram € 316 milhões em novembro. Foram 29 operações, representativas de um crescimento de 7,41% em comparação ao reportado em igual período do ano passado.

Em novembro, o sector de maior movimentação foi Financeiro e Seguros, com oito operações, que tiveram forte influência no volume financeiro do mês. Particularmente as operações de venda pelo Banco BPI da BPI Vida e Pensões, por € 135 milhões para a espanhola VidaCaixa, controlada pelo CaixaBank, e do BPI Gestão de Activos, em conjunto com a BPI Global Investment Management Company de Luxemburgo, também para o CaixaBank, por € 83 milhões.

Porém, no ano, dois outros subsetores têm liderado mercado de fusões e aquisições em Portugal. O segmento Imobiliário aparece como mais ativo do período. Desde o início de 2017, foram registadas 57 operações envolvendo empresas do setor, alta de 33%, mantendo tendência que se iniciou em 2015. Destaca-se também o crescimento do sector de Saúde, Higiene e Estética, cujas transações aumentaram em 16%.

De janeiro a novembro, em Portugal as operações transacionais movimentaram € 9,9 mil milhões, um crescimento de 22,49% face ao mesmo intervalo do ano anterior. Segundo o Relatório do TTR, foram registadas 289 transações no país desde o início do ano.

PRIVATE EQUITY E VENTURE CAPITAL

Os anúncios de investimentos realizados por firmas de investimento de private equity contabilizaram no acumulado do ano 40 operações, um aumento de 21% em relação ao mesmo período de 2016. Destas, 14 revelaram valores que ascendem a € 4,6 mil milhões, um incremento de 57%. Dentre elas, a aquisição pela Sonae Capital, por intermédio da Solinca – Health and Fitness, de oito ginásios Pump, da About, por € 8,6 milhões, no último mês. O segmento Saúde, Higiene e Estética foi o alvo preferido com seis transações no ano.

venture capital teve em novembro um mês expressivo, com investimentos na ordem de € 15,1 milhões, um salto de 490% no total aportado. Nesse contexto, inclui-se a ronda de investimento de € 1,3 milhões que a Primetag fechou com a portuguesa Pathena Investments. A startup portuguesa, que desenvolveu uma plataforma que permite transformar uma imagem online num canal de venda, pretende usar os recursos obtidos com a injeção de capital para reforçar sua presença no mercado espanhol.

OPERAÇÕES CROSS-BORDER

Em número de operações cross-border, o mercado português soma 101 operações inbound, em que empresas portuguesas foram adquiridas por companhias estrangeiras. Ao longo do ano, o país que mais efetuou transações em território nacional foi a vizinha Espanha, que adquiriu 28 empresas.

O Reino Unido ultrapassou os Estados Unidos em números de transações, foram 14 contra as 10 estadunidenses, que alcançaram em termos de aportes mais de € 122 milhões.

País de origem dos compradores No. Valor total (EURm)
Espanha 28 838,55
Reino Unido 14 122,43
 Estados Unidos 10 147,70

No que diz respeito a transações cross-border outbound, registaram-se um total de 15 operações por empresas nacionais, das quais seis tiveram como objeto a compra de empresas em Espanha.

País de destino das compras No. Valor total (EURm)
Espanha 6 1,65
Reino Unido 2 5,06
 França 2 3,00

TRANSAÇÃO TTR DO MÊS

A transação do mês eleita, foi a conclusão da oferta de aquisição de 4.743.887 ações do Montepio pela Associação Mutualista por € 4,84 milhões. A saída do Montepio da bolsa de valores foi proposta pela Montepio Geral Associação Mutualista após ter lançado Oferta Pública de Aquisição (OPA) em julho e passar a ter o controle de 98,28% do banco. Com a conclusão da transação, o Montepio perde a qualidade de sociedade aberta e não poderá admitir ações ao mercado regulado no prazo de um ano.

A Associação Mutualistas recebeu assessoria jurídica do escritório Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados.

RANKING ASSESSORES FINANCEIROS E JURÍDICOS

O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações é liderado pelo Natixis Partners, que acumulou em 2017 o valor de € 2,5 mil milhões. Seguido pela BBVA, € 1,1 mil milhões, e Millennium BCP, na terceira posição com € 1 mil milhões.

Enquanto o ranking de assessores jurídicos por valor é liderado por Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, € 1,5 mil milhões, seguido por Vieira de Almeida, € 1 mil milhões, e Uría Menéndez – Proença de Carvalho, € 954 milhões.

ENTREVISTA COM EDUARDO PAULINO

Eduardo Paulino– sócio no escritório Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados– Desenvolve a sua atividade essencialmente em matéria de operações de fusão, aquisição e parceria, ofertas públicas de distribuição e de aquisição, project finance/parcerias público-privadas e privatizações. Tem igualmente experiência em matérias de direito bancário e financeiro e de compliance.

“O sector bancário português sofreu uma transformação radical em resultado da crise financeira internacional e, estou em crer, saiu consideravelmente robustecido do processo de ajustamento a que – tal como a generalidade dos sectores de actividade em Portugal – foi submetido. “

Lea la entrevista completa aquí. 

 

 

 

Entrevista com Elysangela Rabelo do TozziniFreire Advogados

Veja todas as transações assessoradas por Elysangela Rabelo

Elysangela Rabelo, sócia do escritório TozziniFreire Advogados, conversou com a TTR sobre as perspectivas do mercado de Fusões e Aquisições no Brasil.

TTR: Como descreveria a performance do mercado brasileiro de M&A do início de 2017 até agora? Acredita que os números possam melhorar?

Elysangela Rabelo: No primeiro semestre de 2017, houve um aumento modesto no número de transações, mas um expressivo aumento dos valores envolvidos, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Entendemos que esses números podem melhorar ainda mais até o final deste ano, principalmente em razão da relativa estabilidade política – haja vista a expectativa de que o Presidente fique até o final do seu mandato –  e da reforma trabalhista há muito esperada e que traz maior flexibilidade nas contratações e reduz consideravelmente o risco para investidores em certos setores da economia, como saúde, onde existem mais relações de trabalho (contratos) do que de emprego (CLT).

TTR: A senhora possui vasta experiência nos setores Alimentar, Farmacêuticos e Químico, que estiveram entre os mais ativos dos últimos 12 meses. Como vê as tendências e expectativas para esses setores nos próximos meses e em 2018? Até que ponto a instabilidade política brasileira tem influenciado os investimentos nessas indústrias?

ER: O setor de Ciências da Vida tem uma história de crescimento constante apesar de crises econômicas, tendo se beneficiado do fato de oferecer ao mercado produtos terapeuticos, allimentícios, de higiene, dentre outros, que estão, via de regra, na lista de prioridades de qualquer ser humano. Além disso, em um mundo que gasta em média 10% do produto interno bruto com saúde, esse setor sempre teve seu crescimento diretamente ligado ao aumento deesses gastos, de um lado influenciando nesse processo com o desenvolvimento de novas drogas e tratamentos e, de outro lado, se beneficiando do aumento da expectativa de vida de pacientes que, assim, poderão consumir mais dos seus produtos por mais tempo.

Contudo, os tempos mudaram e as grandes industrias estão se vendo pressionadas a mudar seus modelos de negócios e estratégias de crescimento para investir em áreas, produtos e serviços que sejam mais focados no paciente, na prevenção, diagnóstico precoce de doencas e cura.


Veja todas as transações assessoradas por Elysangela Rabelo


TTR: Em 2017, o setor de Saúde, Higiene e Estética foi, até julho, o mais ativo em transações de Private Equity, registrando um aumento de 40% em comparação ao mesmo período de 2016.  Quais são as condições do mercado hoje que favorecem ou explicam essas movimentações?

ER: Há algum tempo vem se desenhando um movimento de formação de grandes complexos na área da saúde, tanto na área hospitalar, quanto na área de diagnóstico e serviços de apoio. Acredito que esse movimento tem fomentado uma certa transformação no setor. Quando mais forte a concorrência, mais sofisticados e eficientes os demais players precisam se tornar para sobreviver.

O setor de saúde no Brasil conta com 6778 hospitais, 70% dos quais são privados, com um total de leitos de 494.097 (fonte CNES, jun/17), ou seja, uma média de 72,9 leitos por hospital e 2,38 leitos por 1000 habitantes, enquanto o número recomendado pela OMS é de 3 a 5 leitos por 1000 habitantes e países desenvolvidos como Japão e Alemanha contam com 13,7 e 8,2 leitos, respectivamente, por 1000 habitantes. Além disso, há mais de 100mil unidades de serviços complementares, incluindo laboratórios de diagnósticos, radiologia, ressonância, medicina nuclear, hemoterapia, tomografia e etc (fonte CNES, jun/17). Ou seja, há muito espaço para crescimento, inovação e melhorias na área de saúde e isso se vê por todos os lados. Seja nos grandes complexos hospitalares onde a busca por inovação tanto tecnológica como em processos é constante, ou nas startups de HealthTech dedicadas a encontrar soluções que não só vão facilitar a vida do paciente, concentrando e organizando dados de saúde, como também vão reduzir custos de operadoras e hospitais, além de proporcionar maior agilidade e eficiência ao atendimento assistencial.  

 

TTR: A queda da restrição ao capital estrangeiro mudou as perspectivas do setor. Como essa mudança é recente (2015), quais são os principais desafios que os processos de aquisições e fusões do setor enfrentam?

ER: Em razão da recente alteração da regulação de investimento estrangeiro na área de assitência à saúde, processos de fusões e aquisições são um tema relativamente novo para o setor. Com exceção das operações realizadas por grandes operadoras e importantes complexos hospitalares, a esmagadora maioria do setor não havia passado por processos complexos como de um M&A. Além disso, a maioria dos hospitais, clínicas, laboratórios e outros serviços de apoio são detidos por grupos de médicos ou até mesmo famílias. Naturalmente, a interlocução entre esses grupos e investidores profissionais, sejam eles fundos de private equity ou estratégicos, às vezes se mostra desafiadora. Discussões em torno de gestão e resultados, acordo a respeito do valor do ativo e questões de compliance tem sido constantes em processos de M&A nesse setor. Contar com assessorias financeiras e jurídicas experientes é fundamental para equilibrar as expectativas das partes envolvidas e alcançar o tão almejado fechamento do negócio.

TTR: A lista de ativos que atrai o interesse destes investidores inclui planos de saúde, laboratórios de diagnóstico, clínicas especializadas, além de hospitais. Acredita que setores auxiliares, como startups, investimentos em ativos imobiliários para clínicas e hospitais, por exemplo, também passarão a ter uma representatividade maior? Quais ativos podem se tornar alvos do mercado?

ER: Na minha opinião, a grande tendência é o desenvolvimento de tecnologias que tenham como foco o patient empowerment, a inovação na gestão de dados de saúde, bem como na prevenção e o monitoramento de doenças. O empoderamento do paciente é uma tendência no mundo e sem isso não vamos evoluir e tampouco atingir a eficiência de que tanto carece esse mercado. Nosso sistema de saúde e regulação precisam se adequar à essa realidade e, mais do que isso, os diversos players desse setor precisam se abrir para essa ideia e entender que a informação de saúde pertence ao paciente e não ao médico, hospital, laboratórios e operadoras. Acredito que no médio prazo essas serão as grandes áreas de investimento tanto para hospitais, operadoras e laboratórios.


Confira as transações e principais dealmakers do TozziniFreire Advogados

TTR Insight Brasil: transações no segmento Marketing aumentam 20%

Insight TTR

No período de janeiro a julho de 2017, o número de transações envolvendo a aquisição de participação em empresas que atuam no segmento Marketing apresentou um aumento de 20% se comparado ao mesmo período de 2016.

 

 

Outros setores com transações destacadas no mês de julho em Brasil são:

Fusões e aquisições

  • Financeiro e Seguros (68) 10%
  • Tecnologia (99) – com mais transações no mês de julho-  12%
  • Distribuição e Retail (62)  9%

Operações cross-border

Desde 2010, as empresas brasileiras que mais atraem investimentos estrangeiros são as empresas do segmento de Tecnologia e Internet.  A China continua sendo o país com maior valor acumulado em aquisições no Brasil, tendo investido R$ 21,4 bilhões em 2017, com destaque para operações no setor de energia elétrica. O setor mais ativo foi Tecnologia.

Setores que também se destacaram em número de operações cross-border inbound no período foram:

  • Consultoria, Auditoria e Engenharia, com 11 transações,
  • Internet, com 10.

No âmbito outbound:

  • Nos Estados Unidos com 11 aquisições , somando R$ 511 milhões.
  • No Reino Unido e na Turquia, que movimentaram, juntas, aproximadamente R$ 4,7 bilhões.

Private Equity e Venture Capital

Private equity

No Brasil em julho de 2017 foi de R$ 231,8 milhões, com crescimento de 25% no número de transações em comparação com o mesmo mês do ano passado. O setor mais movimentado é Saúde, Higiene e Estética com sete transações no ano, 40% a mais do que o mesmo período em 2016. Os setores de Consultoria, Auditoria e Engenharia e Imobiliário também apresentaram crescimento expressivo, 33% cada.

Venture capital

Julho foi um mês de crescimento. Das oito transações registradas no TTR, cinco revelaram valores que somam R$ 604 milhões, alta de 770% em comparação ao período homólogo de 2016. Os investimentos em venture capital em 2017 – R$ 2,2 bilhões – já ultrapassaram o total investido no ano anterior, que alcançou total aproximado de R$ 2 bilhões.  O setor de maior crescimento no acumulado do ano foi Distribuição e Retail (30%), enquanto Tecnologia foi o que apresentou mais transações (51).

Leia mais sobre o mercado transacional no Brasil no mês de julho de 2017.

 

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