Relatório Mensal Brasil – Fevereiro 2018

Queda de 23,9% nas operações de Fusões e Aquisições em fevereiro

  • Mês fecha com 54 transações
  • Fevereiro tem o pior resultado dos últimos dois anos
  • Investimentos de Venture Capital em alta de 23% no ano

 

O mês de fevereiro registrou 54 transações de fusões e aquisições de empresas no mercado brasileiro, o que equivale a uma queda de 23,9% em relação ao mesmo mês no ano anterior, quando foram anunciadas 71 operações. De acordo com os dados publicados no Relatório Mensal da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, em volume financeiro, essas transações movimentaram, entre as 16 que tiveram seus valores revelados, R$ 4,6 bilhões, baixa de 75,9% em relação ao montante de R$ 19,1 milhões somados em fevereiro de 2016.

No primeiro bimestre do ano, foram realizados 119 anúncios de operações de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras. Número inferior ao registrado em 2017 e 2016, 149 e 139, respectivamente. Das operações de 2018, 39 tiveram seus valores revelados, somando R$ 12,5 bilhões, total 38,9% inferior ao mesmo período do ano anterior.

O segmento Tecnologia foi o que mais atraiu investimentos no mês, foram 14 transações, repetindo resultado de janeiro. No bimestre, um salto de 56% nos movimentos em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O crescimento dos investimentos no setor acompanha a alta de 28,5% das aquisições estrangeiras nos segmentos de Tecnologia e Internet.

No apanhado do ano, Financeiro e Seguros aparece na segunda colocação, com 13 operações, declínio de 7%, seguido por Saúde, Higiene e Estética e Distribuição e Retail, 11 operações cada e queda de 45% e 48%, respectivamente.

 

Operações cross-border

No âmbito inbound, foram contabilizadas 27 operações de compra de empresas brasileiras no bimestre. Apesar de seguir como o país com o maior número de aquisições no mercado brasileiro, as 11 operações dos Estados Unidos, que juntas somam R$ 114 milhões no ano, não foram suficientes para ultrapassar os valores investidos por empresas chinesas e alemãs. O único investimento chinês registrado no ano, 99 taxis pela chinesa Didi Chuxing, chegou a aproximadamente R$ 1,9 bilhões, enquanto as três operações envolvendo investimentos de empresas de origem alemã totalizaram R$ 208 milhões.

O setor de Internet foi aquele que mais recebeu aporte de empresas estrangeiras em 2018. Destaque também para os setores de Transportes, Aviação e Logística, Tecnologia e Financeiro e Seguros.

As compras brasileiras no exterior tiveram como alvo prioritário no ano a América Latina, com aquisições realizadas na Colômbia, no Uruguai, e, em fevereiro, no Paraguai, compra do controle da Estrella Del Paraguay pela fabricante de brinquedos Estrela, e no Chile, na aquisição da rede O2 Fit pela brasileira Smart Fit.  O investimento de U$ 2,5 milhões da Klabin na start-up israelense Melodea Bio Base Solutions foi o primeiro de uma empresa brasileira fora da América Latina no ano.

 

Private Equity e Venture Capital

Nos cenários de private equity e venture capital, o mercado continua com um panorama positivo, reflexo também da retomada dos investimentos dos fundos estrangeiros em empresas brasileiras, com alta de 66,67% nos aportes.

Entretanto, fevereiro não trouxe resultados favoráveis no segmento de private equity. O volume financeiro das operações da modalidade sofreu queda de 40% no número de deals – apenas três registrados. Porém, em volume financeiro, o ano já registrou alta de 83% no total aportado em comparação a 2017, alcançando R$ 2,2 bilhões em investimentos.

Nos investimentos de venture capital, o panorama é outro. Das 27 transações assinaladas no TTR desde o inicio do ano, 23% acima do que foi anunciado no mesmo período do ano anterior, 13 revelaram valores que somam R$ 576,31 milhões, alta de 18% em comparação ao período homólogo de 2017. Porém, em fevereiro, 13 operações movimentaram R$ 96,5 milhões, 20% de retração.  O setor de maior crescimento no acumulado dos dois primeiros meses do ano foi Tecnologia – 22% – e também o que apresentou mais transações, 11.

 

Transação TTR do Mês

A conclusão da aquisição de 90% da TCP, empresa que opera o Terminal de Contêineres de Paranaguá, no Paraná, pelo grupo chinês China Merchants Port, por meio da sua subsidiária Kong Rise Development, por R$ 2,9 bilhões.

O terminal tem capacidade de movimentação anual para 1,5 milhão de TEUs, com previsão de aumento para quase 2,5 milhões de Teus até 2019. O CADE já aprovou a transação.

O TCP foi assessorado na transação pelo Banco BTG Pactual e pelo Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados, que também prestou assessoria para uma das partes vendedoras, a Advent International. A APM Terminals, que também vendeu sua participação, recebeu assessoria jurídica do escritório Lobo de Rizzo Advogados.

Por sua vez, a Kong Rise Development teve como assessores o Pinheiro Neto Advogados, e os escritórios chinês e norte-americano da Linklaters.

Leia mais sobre a Transação do Mês

 

Rankings Financeiros e Jurídicos

O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações e número de transações é liderado em fevereiro pelo Banco Itaú BBA, com acumulado de R$ 2 bilhões nos primeiros dois meses do ano. Seguido por Lazard, com R$ 1,9 bilhão, e Vinci Partners, com R$ 1,5 bilhão.

O ranking de assessores jurídicos por valor é liderado por e Barbosa, Müssnich, Aragão, com R$ 1,9 bilhão, seguido por Ulhôa Canto, Rezende e Guerra – Advogados, que alcançou o mesmo valor, mas perde no número de operações. TozziniFreire Advogados, R$ 1,5 bilhão, fica com a terceira posição. Por número de transações o ranking é liderado por Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados (5), com Demarest Advogados na segunda colocação, e Felsberg Advogados na sequência.

Para o ranking completo, clique aqui.

 

Relatório Mensal Brasil – Janeiro

Fusões e aquisições movimentam R$ 7 bilhões no primeiro mês de 2018

 

  • Relatório Mensal do TTR registra 56 transações em janeiro, queda de 28,21% em relação ao mesmo período de 2017
  • 23 operações revelaram valores que chegaram a R$ 7,02 bilhões, em baixa de 67,04%.
  • Investimentos de Venture Capital seguem em alta no país

 

De acordo com o Relatório Mensal da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, foram registrados 56 anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras em janeiro, uma queda de 28,21% em comparação ao reportado no mesmo mês de 2017. Destas, 23 operações tiveram seus valores revelados, totalizando aportes financeiros superiores a R$ 7,02 bilhões, em baixa de 67,04% ante o mesmo intervalo do ano anterior.

 

 

O segmento Tecnologia foi o que mais atraiu investimentos no mês, contabilizando nove transações no período, um salto de 13% nos movimentos em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O crescimento dos investimentos no setor acompanha a alta de 150% das aquisições estrangeiras em Tecnologia e Internet.

Financeiro e Seguros aparece na segunda colocação, com oito operações, seguido por Transportes, Aviação e Logística e Saúde, Higiene e Estética, com seis transações cada.

O Brasil também inicia o novo ano com destaque no cenário latino-americano. Foram 38 transações domésticas – enquanto a Argentina, segunda colocada, registrou 11. O país contabilizou ainda 13 aquisições cross-border inbound, número que quase alcança as operações de Argentina, Chile e México, que somadas chegam a 15.  O país fica atrás, porém, no volume de aquisições outbound – apenas duas – enquanto o mercado mexicano contabilizou sete no período.

Private Equity e Venture Capital

Nos cenários de private equity e venture capital, destaque para a retomada dos investimentos dos fundos estrangeiros em empresas nacionais, com alta de 66,67% nos aportes. Apesar disso, o volume financeiro das operações de private equity registradas no Brasil em janeiro sofreu uma queda 71% no número de deals – foram registrados apenas dois. Porém, ambas transações de peso no mercado nacional – a aquisição do controle da 99 taxis pela chinesa Didi Chuxing, e o investimento do Fundo Soberano de Cingapura – GIC Special Investments na Algar Telecom, em operação avaliada em R$ 1 bilhão.

Já os investimentos de Capital de Risco começaram 2018 em alta. Das 13 operações registradas no TTR, 44% acima do mesmo período de 2017, oito revelaram valores que somam R$ 476 milhões, alta de 30% em comparação ao mês homólogo do ano precedente. Os fundos de venture capital tiveram como alvos prevalentes os segmentos Internet e Tecnologia, com três deals cada.

O setor Financeiro e Seguros destacou-se graças ao apetite dos investidores pelas fintechs.  A Koin, que atua com meios de pagamentos, recebeu um aporte de capital no valor de R$ 15 milhões em rodada de investimentos liderada pelo International Finance Corporation (IFC), mesmo valor aportado na BizCapital, plataforma que oferece crédito de forma mais acessível a micro e pequenas empresas, em rodada liderada pela Chromo Invest e pela 42K Investimentos.

Mercado de Capitais

O mercado de capitais brasileiro iniciou o ano com IPO do PagSeguro, credenciadora brasileira de cartões, controlada pela UOL – Universo Online, que movimentou U$ 2,26 bilhões em sua estreia na bolsa de Nova York. Em 2017, foram 11 IPOs, quase o dobro dos três anos anteriores somados, que movimentaram mais de R$ 20 bilhões no ano.

Operações cross-border

De acordo com o Relatório Mensal do TTR, os Estados Unidos seguem como o país com o maior número de aquisições no mercado brasileiro, foram cinco operações que alcançaram a marca de R$ 1 bilhão em investimentos no mês de janeiro. Os norte-americanos foram seguidos por Alemanha, Argentina e México, que aportaram R$ 8 milhões cada.

As compras brasileiras no exterior foram realizadas na América Latina. A tecnológica brasileira Daten adquiriu 25% da agência de design uruguaia Ingenious por R$ 6,41 milhões, enquanto a Redpoint e.Ventures participou de rodada de investimento que levantou R$ 441, 19 milhões para a colombiana Rappi.

 

Transação TTR do Mês

A conclusão da aquisição da Vale Fertilizantes, detida pela Vale, pela norte-americana Mosaic por R$ 3,7 bilhões foi a transação escolhida pelo TTR como o primeiro Deal do Mês em 2018.

A Vale contou com a assessoria jurídica dos escritórios Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Sociedade de Advogados e Cleary Gottlieb Steen & Hamilton US (Global), e financeira do Merrill Lynch Brasil e do Bank of America Merrill Lynch. Por sua vez, a Mosaic recebeu assessoria jurídica dos escritórios Lobo de Rizzo Advogados, Simpson Thacher & Bartlett US (Global), Jones Day, Miranda & Amado Abogados, e financeira da J.P. Morgan e da UBS.

Ranking Assessores Financeiros e Jurídicos

O Banco Itaú BBA e a Vinci Partners abrem 2018 na liderança do Ranking TTR dos Assessores Jurídicos. Ambos alcançaram a marca de R$ 1,5 bilhão no mês.


Já o ranking dos Assessores Jurídicos é inaugurado com um empate triplo – FreitasLeite Advogados, L. O. Baptista Advogados e TozziniFreire Advogados iniciam o ano com R$ 1,5 bilhão contabilizados cada, seguidos por Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, que totalizaram, cada, R$ 1 bilhão. Por número de transações, Felsberg Advogados ocupa o primeiro posto, seguido por Demarest Advogados, FreitasLeite Advogados e Tasso Pereira & Salvador Advogados Associados.

Relatório Anual – Brasil 2017

Fusões e aquisições movimentam R$195 bilhões em 2017

 

  • País soma 1096 transações em 2017, alta de 5,69% em relação a 2016
  • 483operações revelaram valores que chegaram a R$ 194,93 bilhões, alta de 4,4%
  • Investimento de Private Equity e Venture Capital em alta no país

Os anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras movimentaram, ao longo de 2017 R$194,93 bilhões, o maior valor acumulado desde 2013. De acordo com o Relatório Anual da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, foram registradas 1096 transações, de janeiro a dezembro, alta de 5,69% em comparação ao reportado no ano passado. Destas, 483 tiveram seus valores revelados, totalizando um crescimento de 4,4% ante o total de transações de 2016.

Apesar de ter registrado queda de 13%, o segmento de Tecnologia foi o mais ativo do ano, seguindo tendência que se mantêm desde 2014, contabilizando 186 transações no período. Em seguida, aparecem os setores Financeiro e Seguros, 112, e Distribuição e Retail, 103, que apresentaram declínio de 16% e 6%, respectivamente, enquanto o setor Imobiliário foi o de maior crescimento no ano, 48% devido às suas 98 operações.

 

Private Equity

O volume financeiro das operações de private equity registradas no Brasil em 2017 foi de R$ 20 bilhões, alta de 44% no valor aportado em relação a 2016, apesar de queda de 8% no número de operações registradas, 90.

No subsetor Distribuição e Retail, que lidera os investimentos da modalidade desde 2015, houve redução de 24% no número de transações no ano.

A tendência de investimentos nos subsetores Saúde, Higiene e Estética e Imobiliário permanece – foram os favoritos dos fundos e registraram respectivo crescimento de 71% e 80%.  O setor Elétrico também passou a receber mais aportes dos fundos de Private Equity, e cresceu 300% no ano.

 

Venture Capital

No cenário de venture capital, 2017 foi um período de forte crescimento. Das 181 transações registradas no TTR, 94 revelaram valores que somam 3,07 bilhões de reais, alta de 54% em comparação ao ano precedente. Os investimentos em venture capital em 2017 ultrapassaram os valores investidos no Brasil nos quatro anos antecedentes.

Os subsetores mais atrativo foi Tecnologia, 97 operações registradas e crescimento de 8%. Em seguida,  Internet, com 44 deals, mas que fechou o ano com queda de 46%, em um movimento contrário aos subsetores Financeiro e Seguros (25), alta de 108%, e Distribuição e Retail, 69%.

 

Mercado de Capitais

O mercado de capitais brasileiro voltou a ter um ano expressivo e registrou 11 IPOs em 2017, quase o dobro dos três últimos anos somados, movimentando mais de R$ 20 bilhões. Destaque para a estreia na bolsa da BR Distribuidora, que superou o valor de R$ 5 bilhões, e do Grupo Carrefour Brasil, que chegou a R$ 4,9 bilhões.

As emissões de ações também tiveram um ano positivo, apesar da queda no número de operações em relação a 2016, de 25 para 22, mas que movimentaram R$ 26 bilhões em 2017,  mais do que o dobro do ano anterior, R$ 12 bilhões.

 

Operações cross-border

Os Estados Unidos seguem como o país com o maior número de aquisições no mercado brasileiro, com 87 operações que alcançaram R$ 19 bilhões em investimentos, uma retomada de 3,57% no crescimento em relação ao ano anterior. A segunda posição, em volume total de investimentos, fica com a China, que acumulou R$ 12,2 bilhões em 2017, com destaque para o apetite chinês no setor de energia elétrica.

Em número de operações, França aparece atrás dos EUA, com 21 operações que somaram R$5 bilhões, seguida pelo Reino Unido, 13 transações, em sua maioria de pequeno porte que movimentaram R$ 230 milhões.

Desde 2010, as empresas brasileiras que mais atraem investimentos estrangeiros são as empresas do segmento de Tecnologia e Internet. Em 2017, foram registradas 47 transações, porém com queda de 16,07% em relação ao ano anterior.

O setor de Tecnologia foi aquele que mais recebeu aporte de empresas estrangeiras ao longo do ano. Destaque também para os setores Elétrico e de Consultoria, Auditoria e Engenharia.

No âmbito outbound, destaque para os investimentos de empresas brasileiras realizados nos EUA, 12 operações que juntas somaram R$ 542,29 milhões. A vizinha Argentina também foi alvo dos investidores brasileiros, que aportaram R$ 433,55 milhões em 9 operações.

 

América Latina

Os resultados de 2017 também consolidam a liderança brasileira no cenário latino-americano de fusões e aquisições. De janeiro a dezembro, foram contabilizadas 752 transações domésticas no mercado nacional, enquanto o México, país que apresentou o segundo melhor resultado no quesito, registrou 116.

Também se destacam os números de aquisições cross-border inbound no país, 236, mais do que o dobro das transações dessa modalidade registradas pelo México (95). Entretanto, o mercado mexicano fechou o período com 61 aquisições cross-border outbound, enquanto o mercado brasileiro encerrou o período com 43.

 

Ranking Assessores Financeiros e Jurídicos

O ranking do TTR de assessores financeiros por valores das transações chega ao fim de 2017 liderado pelo Banco Itaú BBA, tanto em número de transações, 36, quanto em valor transacionado, R$ 22,5 bilhões. Em segundo lugar aparece o Banco BTG Pactual, R$ 21 bilhões, e, na sequência, Banco Bradesco BBI, R$ 19,7 bilhões.

Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados está no topo do ranking da TTR de operações de fusões e aquisições assessoradas por escritórios de advocacia, por valor total de transações, tendo totalizado R$ 43,1 bilhões. O escritório é líder também por número de operações, 62. Na segunda colocação está o escritório Pinheiro Neto Advogados, R$ 24,4 bilhões, seguido por Barbosa Müssnich, Aragão, 21,3 bilhões.

Relatório do Brasil- Novembro 2017

Fusões e aquisições caem 20% no Brasil em novembro

  • País soma 76 transações no mês, queda de 20% em relação ao mesmo período de 2016.
  • 32 operações revelaram valores que chegaram a R$ 4,09 bilhões, em baixa de 66,94%.
  • Fusões e aquisições no setor Imobiliário cresceram 61% no país em 2017.

O mercado brasileiro fechou o mês de novembro com 76 transações, uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2016. Destas, 32 tiveram seus valores revelados, totalizando R$ 4,09 bilhões, uma queda acentuada de 66,94% quando comparada ao mesmo intervalo do ano anterior.

Os anúncios de compra e venda de participação envolvendo empresas brasileiras movimentaram, ao longo do ano, R$ 169,19 bilhões, um crescimento de 3,39% em comparação ao reportado em igual período do ano passado. Em número de operações foram registrados 975 negócios de janeiro a novembro, alta de 5,63% ante o total de transações nos mesmos meses de 2016.

O segmento Imobiliário liderou o crescimento no ano, contabilizando 87 transações no período, um salto de 61% nos movimentos em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Já o setor de Tecnologia (171) – com mais transações no mês de novembro, 21 – apresentou declínio de 14%, enquanto Distribuição e Retail e Financeiro e Seguros, ambos com 94 deals no ano, obtiveram quedas de 24% e 7%, respectivamente.

PRIVATE EQUITY E VENTURE CAPITAL

O balanço das operações registradas no setor de private equity no Brasil em novembro de 2017 foi de R$ 90 milhões, queda de 65% no valor aportado ante mesma etapa de 2016. Apesar da queda, a tendência de investimentos nos subsetores Imobiliário e Saúde, Higiene e Estética permanece – foram os favoritos dos fundos e registraram respectivo crescimento de 100% e 83%.

No cenário de venture capital, novembro foi um mês de crescimento. Das 21 transações registradas no TTR, dez revelaram valores que somam R$ 172,51 milhões, alta de 133% em comparação ao período homólogo de 2016. Os investimentos em venture capital em 2017 – R$ 2,6 bilhões – já ultrapassaram em 35% o total investido na mesma época do ano anterior. O setor de maior crescimento no acumulado do ano foi Distribuição e Retail (75%), enquanto Tecnologia foi o que apresentou mais transações (91).

OPERAÇÕES CROSS-BORDER

Os Estados Unidos seguem como o país com o maior número de aquisições no mercado brasileiro, com 77 operações que alcançaram R$ 16,2 bilhões em investimentos. A segunda posição fica com a China, que acumulou R$ 11,6 bilhões em 2017, com destaque para operações no setor de energia elétrica. O setor de Tecnologia foi aquele que mais recebeu aporte de empresas estrangeiras ao longo do ano. Destaque também para os setores de Consultoria, Auditoria e Engenharia e Distribuição & Retail.

No âmbito outbound, destaque para os investimentos realizados nos EUA, 12 operações que juntas somaram R$ 542,29 milhões, e na Argentina, que recebeu R$ 433,11 milhões em 9 operações. Tecnologia foi também o foco dos investimentos do Brasil no mercado estrangeiro. Outros setores que também se destacaram em número foram Financeiro e Seguros, com seis transações, e Internet, com cinco operações em que todas tiveram como alvo empresas sediadas nos Estados Unidos.

AMÉRICA LATINA

No panorama latino-americano, o Brasil se destaca tanto pelo número de transações domésticas, um total de 669, como pelo número de aquisições inbound (206), mais do que o dobro das transações dessa modalidade realizadas no México (81). Entretanto, o mercado mexicano mostrou mais poder aquisitivo externo e fechou o período com 58 aquisições cross-border outbound, enquanto o mercado brasileiro encerrou com 41.

TRANSAÇÃO TTR DO MÊS

A transação escolhida pelo TTR como a de destaque do mês foi a aquisição das operações de varejo do Citibank Brasil pelo Banco Itaú Unibanco por R$ 710 milhões. O negócio de varejo do Citibank Brasil inclui a operação de empréstimos, depósitos, cartões de crédito, agências, gestão de recursos e corretagem de seguros, e conta com cerca de 315.000 clientes correntistas com R$ 35 bilhões em depósitos e ativos sob gestão. A transação também inclui a compra de 5,64% da Tecban e de 3,60% do capital social da Cibrasec, e já recebeu aprovação do Banco Central.

O Banco Itaú Unibanco contou com a assessoria jurídica dos escritórios Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados e Wachtell, Lipton, Rosen & Katz, e financeira do Banco Itau BBA. Por sua vez, o Citibank Brasil recebeu assessoria jurídica do Pinheiro Guimarães Advogados e Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom US. Enquanto o Citigroup foi assessorado por Pinheiro Guimarães Advogados, Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom US (Global) e Citigroup Global Markets Brasil.

RANKING ASSESSORES FINANCEIROS E JURÍDICOS

O ranking do TTR de assessores financeiros por valores das transações é liderado pelo Banco BTG Pactual, tanto em número de transações, 27, quanto em valor transacionado, R$ 19,9 bilhões. Em segundo lugar aparece o Banco Bradesco BBI (R$ 17,8 bilhões), e, na sequência, Banco Santander (R$ 17,7 bilhões).

Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados está no topo do ranking da TTR de operações de fusões e aquisições assessoradas por escritórios de advocacia, por valor total de transações, tendo totalizado R$ 36,8 bilhões. O escritório é líder também por número de operações, 52. Na segunda colocação está o escritório Pinheiro Neto Advogados (R$ 24,3 bilhões), seguido por Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados (17,1 bilhões).

ENTREVISTA COM CARLOS ALEXANDER LOBO

Carlos Lobo é sócio do Veirano Advogados e atua principalmente nas áreas de fusões e aquisições, private equity e mercado de capitais. Lobo fala com a TTR sobre a economia brasileira em relação ao mercado de fusões e aquisições

Leia a entrevista completa aqui.

 

 

 

 

Relatório mensal: Brasil- Outubro, 2017

Investimentos de Venture Capital crescem 470% em outubro no Brasil

  • Investimentos de Venture Capital somam R$ 139 milhões no mês
  • País soma 64 transações em outubro, retração de 27,27% em relação ao mesmo mês de 2016
  • Mercado brasileiro contabiliza 587 transações domésticas em 2017

Venture Capital e Private Equity

O balanço do mês de outubro foi positivo para os investimentos de venture capital no Brasil, que registrou 13 operações dessa modalidade de investimento no mês, um crescimento de 18% sobre o que foi registrado no mesmo período de 2016.

Destas operações, cinco tiveram seus valores revelados, somando um total de R$ 139 milhões investidos, um salto de 470% em relação ao período homólogo do ano passado. No decorrer de 2017, o setor que registrou o maior interesse dos investidores foi o de Distribuição e Retail, que recebeu um aporte 50% superior ao do ano anterior.

Já no cenário de private equity, no ano, foram contabilizadas 69 operações, das quais 31 tiveram valores revelados que somam R$17,2 bilhões, alta de 27% sobre o volume do mesmo período de 2016.  Os segmentos Saúde, Higiene e Estética e Imobiliário lideraram os movimentos dos investidores, registrando crescimento de 50% cada.

Fusões e aquisições no Brasil em outubro

Foram registradas 64 transações em outubro no mercado de M&A brasileiro, número que representa uma retração de 27,27% em relação ao mesmo mês de 2016. Destas, 29 operações revelaram valores que ultrapassam a casa dos R$ 10,1 bilhões, queda acentuada de 46,74% no período. Outubro foi o mês com menor número de transações no ano.

O setor mais movimentado durante os dez primeiros meses de 2017 foi Tecnologia, com o registro de 142 transações, que não foram suficientes para acompanhar os números do ano anterior, ficando 22% abaixo dos resultados obtidos em 2016, apesar de ter sido o setor com mais transações no mês de outubro, 12.  Em seguida, destaque para Petróleo e Gás, com 9 transações no mês. Apenas o segmento Imobiliário obteve crescimento no ano, 61%, devido às 79 operações contabilizadas no período.

Panorama Latino Americano

O mercado brasileiro de M&A registrou o maior número de fusões e aquisições nos dez meses corridos no ano na América Latina. Foram 593 transações domésticas no país – enquanto Chile, segundo colocado, registrou 89, seguido por Argentina, com 83.

O país contabilizou ainda 187 aquisições cross-border inbound, mais que o dobro do México, que fechou o período com 70 operações. Porém, é do México a liderança no volume de aquisições outbound, com 55 transações – incluindo a aquisição da brasileira Vigor pela mexicana Lala Alimentos – enquanto o mercado brasileiro contabilizou 35.

Operações cross-border

Os investimentos das empresas norte-americanas voltaram a ter saldo positivo. Desde o início de 2017, foram 69 operações, um aumento de 6,15% em relação ao período homólogo do último ano, somando investimento superior a R$ 15,8 bilhões de reais nas aquisições de empresas brasileiras. Investimentos provenientes da China aparecem na sequência, totalizando R$ 11,5 bilhões, seguido por Austrália, com a aplicação de R$ 7,2 bilhões no mercado brasileiro.

Empresas que atuam no segmento de Tecnologia e Internet foram as que mais atraíram investimento estrangeiro – 37 transações. No âmbito outbound, o Brasil fez 11 aquisições nos Estados Unidos que somam R$ 511 milhões, e 7 na Argentina, totalizando R$ 341,7 milhões.

Transação TTR do mês

A conclusão da aquisição da Vigor Alimentos, empresa brasileira fabricante de produtos lácteos e alimentos processados, pela Lala Derivados Lácteos, empresa mexicana do mesmo setor detida pelo Grupo Lala, pelo valor aproximado de R$ 5 bilhões de reais, foi eleita como a transação de destaque do mês.

Os recursos obtidos pela JBS com a venda da Vigor seriam destinados para amortização dívidas da companhia.

Entrevista com Thiago Sandim

“…Isso tudo criou um aperto de crédito em alguns grupos, que deixa como única saída a venda de ativos. O que para uns é crise, para outros é oportunidade.”

Leia a entrevista completa aqui!

 

Ranking TTR

O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações é liderado pelo Banco Bradesco BBI, que acumulou em 2017 o valor de R$ 17,7 bilhões. Em segundo lugar aparece o Banco BTG Pactual, com R$ 16,4 bilhões, e, na sequência, o Banco Itau BBA– que lidera por número de operações (22) – com R$ 15,7 bilhões.

O ranking de assessores jurídicos por valor é liderado por Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, R$ 36,7 bilhões, que também lidera por número de operações (50). Na segunda colocação está o escritório Pinheiro Neto Advogados, R$ 24,1 bilhões, e Barbosa, Müssnich, Aragão, na terceira posição com R$ 16,7 bilhões.