Fusões e aquisições movimentam R$ 56,2 bilhões no terceiro trimestre no Brasil

Destaques dos movimentos transacionais no Brasil

  • O trimestre fecha com 267 transações, em queda, comparado ao mesmo intervalo de 2016
  • Subsetores Saúde, Higiene e Estética e Imobiliário são os que mais atraíram investimento de Private Equity
  • Conclusão da venda da Alpargatas pela J&F é a transação do trimestre

O Mercado Brasileiro

O volume de fusões e aquisições no mercado brasileiro somou R$ 56,2 bilhões no terceiro trimestre de 2017, crescimento de 1,43% no valor total investido em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior. Segundo o Relatório Mensal do Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, foram registrados 267 negócios, com uma queda de 5,32% no período.

As 21 transações de grande porte – maiores ou igual a R$500 milhões – registradas de julho a setembro somam R$47 bilhões. O volume financeiro foi fortemente influenciado pelas operações do plano de desinvestimento da JBS, que envolveram a venda da Vigor, da Alpargatas e da Moy Park, e pelo leilão de hidrelétricas promovido pelo Governo Federal, que movimentou aproximadamente R$12,13 bilhões.

O subsetor mais ativo, mantendo tendência iniciada em 2014, foi o de Tecnologia, porém, registrou em 2017 uma retração de 18% nas operações comparado ao mesmo período do ano anterior. Já o setor Imobiliário registrou crescimento de 53% no número de transações no ano, incluindo a aquisição da REC PDC Holding Participações, sociedade de propósito específico que detém o empreendimento Torre Sucupira, edifício corporativo localizado no Complexo do Parque da Cidade, em São Paulo, por R$421,50 milhões.

Private Equity e Venture Capital

O terceiro trimestre foi um período de destaque para as transações de private equity no Brasil, tendo registrado, em comparação ao período homólogo do ano passado, aumento de 269% no valor investido em operações que movimentaram R$ 7,8 bilhões.

No acumulado do ano foram contabilizadas 62 operações, das quais 27 tiveram valores revelados que somam R$16,7 bilhões, alta de 24% sobre o volume do mesmo período de 2016.  Os segmentos Saúde, Higiene e Estética e Imobiliário lideraram os movimentos dos investidores, registrando crescimento de 33% e 50%, respectivamente.

No cenário de venture capital, o terceiro trimestre registrou leve aumento de 3% no valor investido, apesar da queda de 37% no total de transações registradas, 39. Das 131 transações registradas no TTR no ano, 68 revelaram valores que somam R$ 2,3 bilhões, alta de 44% em comparação ao período homólogo de 2016.  O setor de maior crescimento no acumulado do ano foi Distribuição e Retail (48%), enquanto Tecnologia foi o que apresentou o maior número de transações (69).

Transação TTR do Trimestre

A transação de destaque do trimestre foi a conclusão da aquisição do controle da Alpargatas, que era detido pela JBS, pelo consórcio composto por Itaúsa, Cambuhy Investimentos e Brasil Warrant, por R$3,48 bilhões.

Rankings Financeiros e Jurídicos

O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações é liderado pelo Banco Bradesco BBI, que acumulou em 2017 o valor de R$ 18,3 bilhões. Em segundo lugar aparece o Banco BTG Pactual,  alcançando R$ 17,1 bilhões, e, na sequência, o Banco Itau BBA, com R$ 15,3                                                                       bilhões. O ranking de assessores jurídicos por valor é liderado por Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados (R$ 35,4 bilhões), que também lidera por número de operações (42). Na segunda colocação está o escritório Pinheiro Neto Advogados (R$23,8 bilhões), e Barbosa, Müssnich, Aragão (R$ 16,7 bilhões), na terceira posição.

 Entrevista

Reinaldo Grasson de Oliveira, sócio-líder da área de Corporate Finance Advisory da Deloitte no Brasil, sobre o mercado de M&A no Brasil.

“…em grande parte das economias desenvolvidas ou maduras o potencial de crescimento ou desenvolvimento de novos negócios é pequeno, o que favorece países emergentes como o Brasil, ainda mais considerando o momento atual de alta liquidez na economia global. “

 

 

Dealmaker Q&A

Entrevista com Reinaldo Grasson de Oliveira

Reinaldo Grasson de Oliveira é sócio-líder da área de Corporate Finance Advisory da Deloitte no Brasil, que engloa M&A e Captação de Recursos (Debt Advisory). Possui mais de 20 anos de experiência profissional em Finanças Corporativas e M&A. Durante este período, esteve envolvido em diversos processos de fusão, aquisição, venda, joint-venture, captação de recursos, preparação de empresas para abertura de capital, estudos de viabilidade  e avaliação econômico-financeira para clientes nacionais e internacionais, tais como Hertz, Baxter, Bupa, Tredegar, Sabó, Bacardi, Omron, Robert Bosch, Cargill, Biomin, Allplas, São Paulo Feiras Comerciais, entre outros.

Reinaldo Grasson de Oliveira
Português:
TTR: Como descreveria a performance do mercado brasileiro de M&A do início de 2017 até agora? Acredita que os números possam melhorar no último trimestre?

Reinaldo Grasson de Oliveira: O ano começou com nível de transações abaixo do esperado, refletindo o cenário político e econômico, porém nos últimos meses já existem claros sinais de retomada nas operações de M&A, que tende a se intensificar no final de 2017 e início de 2018. Contribuem para esse cenário a expectativa de melhoria contínua nos indicadores da economia, o aumento dos processos de IPO’s, que em muitas situações reforçam o caixa das empresas para aquisições, e o apetite dos investidores estrangeiros e fundos de private equity.

TTR: O senhor possui vasta experiência em transações de M&A e Captação de Recursos, do seu ponto de vista, as empresas brasileiras tem tido sucesso ao buscar investidores fora do Brasil? Quais são as estratégias que estão sendo favorecidas pelas empresas para atrair investimentos?

RGO: No relacionamento com investidores estrangeiros é importante que a empresa demonstre transparência nas suas informações financeiras e operacionais, governança e reputação sólidas, e um plano de negócios consistente, partindo de seu posicionamento atual de mercado e vantagens competitivas, de modo a destacar as oportunidades que a empresa pode gerar para o investidor estrangeiro caso este decida investir no seu capital. Muitas vezes, superamos percepções de risco ao elencarmos as sinergias e o valor agregado que ambas empresas podem gerar ao combinar suas operações, e apresentando também o potencial de crescimento e consolidação do mercado brasileiro, que pode ser bem superior ao do mercado onde o investidor atualmente concentra seus negócios – em grande parte das economias desenvolvidas ou maduras o potencial de crescimento ou desenvolvimento de novos negócios é pequeno, o que favorece países emergentes como o Brasil, ainda mais considerando o momento atual de alta liquidez na economia global.

TTR: Quais modalidades de financiamento são mais utilizadas no Brasil na hora de executar operações de M&A?

RGO: A modalidade do financiamento pode variar de acordo com o tamanho da transação – importante ressaltar que o custo do capital e ausência de linhas de crédito de longo prazo a custos competitivos influenciam na decisão de como financiar uma aquisição no Brasil. Em operações de pequeno e médio porte, os compradores tendem a utilizar recursos próprios, ao passo que em operações de grande porte, além de recursos próprios, existe também a opção de complementar o funding através de troca de ações com o vendedor e emissão de títulos de dívida de médio/longo prazo. Naturalmente, opções que envolvam ações ou emissão de dívida estão disponíveis para empresas de maior porte ou listadas, e serão sempre avaliadas à luz do impacto no balanço e na estrutura de capital e societária da empresa compradora.

TTR: Qual a tendência que o senhor destacaria como a que trouxe os melhores resultados em termos estratégicos para as empresas brasileiras? Há políticas de gestão de contratos e de risco, governança, que podem ser fatores de influência para estimular os investimentos?

RGO: Das empresas que tem se destacado tem tido um foco muito grande em (i) inovação, não apenas no sentido tecnológico, mas também em termos de customização a oferta ao cliente (ii) otimização de custos e racionalização da produção, visando aumento de produtividade, o que envolve muitas vezes repensar a forma de fazer negócios (iii) realinhamento de portfolio, desfazendo-se de ativos ou linhas que não agregam valor ou não fazem parte do core business da empresa, e assim liberando recursos e capital para a empresa focar nas suas atividades principais, aumentando o retorno sobre capital investido pelo acionista (iv) instrumentos de governança que permitam aos acionistas ter transparência dos negócios e criar mecanismos de controle e mitigação de riscos, sejam riscos advindos do próprio negócio ou do mercado (nesse caso, desenvolver ferramentas de inteligência de mercado é fundamental, para acompanhar tendências e movimentos do mercado local e global, clientes e concorrentes).

TTR: Em 2017, setores como Saúde, Estética e Cosméticos, Imobiliário e Tecnologia tem se destacado nos cenários de M&A. Quais são as condições de mercado que podem favorecer ou explicar essas movimentações? Há outros setores que o senhor acredita que possam se tornar alvos de investidores nos próximos meses?

RGO: Setores ligados a demanda no mercado doméstico em geral tem se destacado, em função da retomada da confiança das famílias, com reflexo direto no consumo, que tem sido o principal motor do crescimento da economia esse ano, ao contrário do investimento. Empresas que demandam muito capital e financiamento tem enfrentado um cenário ainda difícil. Para o próximo ano, as empresas ligadas a consumo e mercado doméstico devem continuar atraindo atenção dos investidores, incluindo setores como o de saúde, educação, TI, serviços financeiros, vestuário e outros que sejam mais diretamente impactados pelo aumento de renda da população. Adicionalmente, com a melhora nos indicadores macroeconômicos, como a redução nas taxas de juros e crescimento do PIB, podemos voltar a observar maior investimento em infraestrutura e em programas de concessões e privatizações.         

Confira aqui as transações de fusões e aquisições da Deloitte no Brasil.


English: 

Reinaldo Grasson de Oliveira is the lead partner of Deloitte’s Corporate Finance Advisory function in Brazil, which comprises M&A and Debt Advisory. He has more than 20 years of professional experience in Corporate Finance and M&A. During this period, he was involved in several merger, acquisition, sale, joint venture, fundraising processes, preparing companies to go public, feasibility studies, and business valuations for national and international clients, such as Hertz, Baxter, Bupa, Tredegar, Sabó, Bacardi, Omron, Robert Bosch, Cargill, Biomin, Allplas, São Paulo Feiras Comerciais, etc.

TTR: How would you describe the performance of the Brazilian M&A market since early 2017 until now? Do you believe that the figures can improve in the last quarter?

Reinaldo Grasson de Oliveira: The year started with a level of transactions below expectations, which reflects the political and economic scenario; however, in recent months there have been clear signs that M&A transactions are being resumed and there is a trend for their strengthening in late 2017, early 2018. This scenario is being driven by the expected continual improvement of economic indicators, the increase in the number of IPOs, which often boost companies’ cash to be used in new acquisitions, and the appetite of foreign investors and private equity funds.

TTR: You have a vast experience in M&A and Debt Advisory transactions. From your standpoint, have Brazilian companies been successful in attracting investors outside Brazil? Which are these companies’ preferred strategies to attract investments?

RGO: In the relationship with foreign investors it is important for a company to show transparency in its financial and operational reporting, sound governance and reputation, and a consistent business plan, based on its current market position and competitive edge, in order to highlight the opportunities that such company could offer a foreign investor if such investor decides to invest in its capital. We often overcome risk perceptions by highlighting the synergies and added value that both companies can create by combining their operations, and also by outlining the Brazilian market’s growth and consolidation potential, which can be way higher than the potential in the market where the investor currently focuses its business—in most of the developed or mature economies, the growth or development potential for new businesses is small, which is a plus for emerging countries such as Brazil, especially in light of the current high liquidity in the global economy.

TTR: Which types of financing are the most common in Brazil when undertaking M&A transactions?

RGO: The type of financing can vary depending on the size of the transaction—it is worth noting that the cost of capital and the lack of long-term lending facilities at competitive costs influence decision making on how to fund an acquisition in Brazil. In small or medium-sized transactions, buyers usually use their own funds, while in large transactions, in addition to own funds, buyers have the option of exchanging shares with the seller and issuing medium- or long-term debt securities to supplement funding. Naturally, options that involve shares or the debt issuance are available to large or listed corporations, and are always assessed in light of the impact on the balance sheet and the capital and corporate structure of the buyer.

TTR: What is the trend that you would highlight as the trend that brought the best results in strategic terms for Brazilian companies? Are there contract management and risk and governance policies that could be investment drivers?

RGO: Companies that have stand out are greatly focused on (i) innovation, not only in terms of technology but also in terms customizing offerings to customers; (ii) cost optimization and production streamlining, aiming at increasing productivity, which often involves rethinking the way of doing business; (iii) realigning a portfolio by disposing of assets or lines that do not add value to the business or are not part of a company’s core business, thus releasing resources and capital that would allow the company to focus on its core business and increase return on capital invested by the shareholder; and (iv) governance instruments that allow shareholders to have business transparency and create control and risk mitigation mechanisms, whether business- or market-related risks—in which case, developing market intelligence tools is key to keep up with local and global market trends and movements, customers, and competitors.

TTR: In 2017, industries such as Health, Personal Care and Cosmetics, Real Estate, and Technology have been the M&A market highlights. What are the market conditions that could favor or explain these trends? Are there other industries that you believe could become the target of investors in the coming months?

RGO: Industries driven by domestic market demand in general because of the renewal of household confidence, with direct impact on consumption, which has been the main driver of economic growth this year, contrary to investment. Capital-intensive companies have been facing an even harder scenario. Next year, consumer goods and domestic market companies should continue to attract investors, including industries such as health, education, IT, financial services, apparel, and other industries that are more directly impacted by the increase of the population’s income. Additionally, with the improvement in the macroeconomic indicators, such as a decrease in interest and GDP growth rates, we could see a return of greater infrastructure investments and investments in concession and privatization programs.         

Read about Deloitte and its transactions here. 

Entrevista con Jorge López Zafra

Entrevista con Jorge López Zafra de la consultoría Llorente & Cuenca

Jorge López Zafra

TTR: Desde la óptica de una consultoría de comunicación, ¿cómo definiría la actividad de M&A en lo que va de año en España?

Jorge López Zafra: Para nuestro sector es importante que, a pesar de un ligero descenso en el número de operaciones de M&A, se haya producido un importante incremento en cuanto al volumen de inversión de esas operaciones en nuestro país. A mayor volumen de las operaciones, las compañías involucradas en un proyecto de fusión o adquisición detectan una mayor necesidad de asesoramiento en materia de comunicación. Esto es debido a que, normalmente, las operaciones de M&A de mayor tamaño desencadenan desde los primeros rumores una cascada de expectativas, pero también de temores entre los distintos grupos de interés (empleados, accionistas, inversores, reguladores, proveedores, etc…) y muchas veces provocan una considerable demanda informativa por parte de los medios de comunicación que es importante gestionar eficazmente. Valgan como ejemplo la OPA amistosa de Atlantia sobre Abertis, aún en proceso, o la fusión ya acabada de Gamesa con Siemens WP. Desde su anuncio ambas operaciones han generado un gran interés y han exigido una eficaz gestión de la comunicación.

Esperamos que en lo queda de año sigan produciéndose importantes operaciones de M&A en España debido a la mejor coyuntura económica, a la reducción de la incertidumbre, y al aumento de la inversión extranjera,  a pesar de potenciales riesgos geopolíticos.

TTR: ¿Cree que en los últimos años se ha incrementado la demanda de servicios de consultoría de reputación y/o comunicación? ¿Por qué cree que ha sido así?

Jorge López Zafra: Cada vez más las compañías entienden que una comunicación eficaz es un elemento estratégico para fusiones y adquisiciones. Las preocupaciones lógicas de los empleados por posibles ajustes, de los proveedores que ven peligrar sus contratos, la necesidad de explicar correctamente las claves de cada operación a los inversores o accionistas, de conocer las exigencias y limitaciones impuestas por los reguladores, exigen a las compañías un nivel de especialización en la comunicación muy importante. Por ello, es habitual que las compañías acudan a profesionales con experiencia en operaciones corporativas. Una de las tentaciones más habituales es intentar restringir la comunicación exclusivamente al día del anuncio o de la firma de la operación. Algo que siempre sale mal porque la atención por una operación de M&A no se centra exclusivamente en esos hitos. Gestionar la comunicación durante todo el proceso requiere especialización, experiencia y esfuerzo.

TTR: ¿Influye la estrategia de comunicación de las empresas en la efectiva realización de operaciones de M&A? ¿De qué manera?

JLZ: La comunicación influye en el proceso, gestionando las expectativas de todos los grupos de interés respecto a la operación. De esta manera, a través de la comunicación se puede crear un contexto favorable a la operación, si se gestiona bien. El mercado es cada vez más competitivo y la opinión pública cada vez más exigente, lo que obliga a las compañías a adoptar estrategias de comunicación proactivas para posicionar bien a la compañía, en lugar de simplemente reaccionar ante posibles amenazas. Las especulaciones en torno a la operación, ya sea una fusión o una adquisición, la difusión de mensajes negativos o el protagonismo de fuentes de información desconocidas juegan en contra. Una comunicación coherente, homogénea y coordinada es básica en cualquier proceso de fusión o adquisición de empresas. Es preciso para ello integrar lo antes posible a los responsables de comunicación, con los asesores financieros y legales, y de esta forma desarrollar la estrategia de comunicación más adecuada.                                                                                                                                                                                                                                                                                         TTR: Con la entrada de MBO Partenaires en el accionariado de Llorente & Cuenca en 2015 la empresa logró apoyo financiero para crecer a través de adquisiciones. Dos años después, ¿cómo han contribuido estas compañías al crecimiento de Llorente & Cuenca? ¿Diría que fue una estrategia acertada apostar por llevar a cabo un crecimiento inorgánico?

 

JLZ: Desde nuestro punto de vista, la estrategia ha resultado muy acertada: No hemos apostado por un crecimiento inorgánico, sino por intensificar el crecimiento orgánico en mercados clave para nosotros, cómo pueden ser México y Brasil, y en aquellos con mucho potencial, como Colombia. En España también nos hemos reforzado significativamente, y además hemos culminado adquisiciones exitosas en Estados Unidos, Brasil, Chile y España. El mix de ambas estrategias es lo que nos ha permitido consolidar un crecimiento de dos dígitos. Paralelamente, trabajamos muy duro para profundizar nuestras áreas e intensificar nuestra oferta multipaís en cada región, en especial nuestra oferta diferenciada en proyectos de coordinación con grandes multinacionales y multilatinas.

TTR: Llorente & Cuenca tiene una presencia notable en el mercado latinoamericano, región que cuenta con un gran potencial en materia de M&A. ¿Cómo definiría la situación actual del mercado latinoamericano? ¿Se ha notado también un incremento de la demanda de servicios de consultoría de comunicación en la región?

JLZ: Respecto la primera cuestión, América Latina sigue siendo una región muy dinámica, y es que tenemos una región a dos velocidades muy claramente marcadas en los mercados de la Alianza del Pacífico y los del Mercosur. El bloque formado por México, Panamá, Colombia, Perú y Chile sigue teniendo un gran desempeño económico y social y marca la velocidad de crecimiento del continente. Dentro del Mercosur, Argentina se está despertando y todos esperamos que Brasil salga de su crisis política para que pueda repuntar la mayor economía de la región. Esto genera muchas oportunidades para el mercado de M&A, en dónde estamos viendo cómo muchas compañías siguen entrandoen la región vía adquisiciones. Pero el fenómeno más destacable es cómo las multilatinas no solo están de compras en América Latina, sino que por primera vez en años en USA y Europa.

Sobre la segunda pregunta, claramente sí. En la sociedad latinoamericana la hipertransparencia y el poder del consumidor se han desarrollado mucho, así que comunicar más y mejor se ha vuelto clave. La reputación de las empresas en América Latina se ha vuelto más trascendente que nunca, sobre todo porque ya no basta con aparentar que eres una buena empresa, sino que además tienes que serlo, y demostrarlo. Estamos en la época de la ética y no de la estética. Por eso, cada vez más firmas cómo LLORENTE & CUENCA tenemos más trabajo.

Entrevista: Arturo Costabal

Arturo Costabal, socio en la firma Aninat Schwencke & Cia., habla con TTR acerca del mercado transaccional chileno

TTR: Sr. Costabal, como experto en el área de M&A, ¿cuál sería su diagnóstico sobre la marcha del mercado chileno en lo que llevamos de 2017?

Costabal: En nuestra experiencia, el año 2017, ha sido un año complejo, puesto que es un año en que ha entrado en vigencia casi íntegramente la reforma tributaria del año 2014 modificada el año 2016, ha comenzado a operar la nueva norma sobre control preventivo de operaciones de concentración, y además es año electoral. Hemos visto que a partir del segundo semestre ha existido un mayor dinamismo en cuanto a operaciones de M&A, lo que puede estar motivado en parte por la expectativa de cambios políticos e institucionales que fomente más enérgicamente las inversiones.

TTR: Uno de los sectores enlos que presta asesoramiento es el inmobiliario, que cuenta con un volumen interesante de operaciones anuales en el país. ¿Podría brindarnos su perspectiva sobre la importancia de dicho segmento en la economía del país? ¿Cuál cree que será su evolución en los próximos años?                                                                                                                                                     Costabal: Estimamos que el sector inmobiliario es uno de los más relevantes dentro de la actividad económica del país. Producto de la reforma tributaria, que comenzó a partir del 1° de enero del año 2016 a gravar con IVA (impuesto al valor agregado que tiene una tasa de 19%) la venta de inmuebles, se produjo un boom de proyectos inmobiliarios para ser vendidos o prometidos vender antes de la entrada en vigencia del impuesto. Producto de ello, estimamos que existió una baja en la actividad, la que vemos está volviendo a su tendencia normal, existiendo varios proyectos en curso especialmente de vivienda. Hacemos presente que los precios de los inmuebles se han mantenido históricamente al alza, cuestión que no ha cambiado.  Respecto de las perspectivas futuras, creemos que va a mantenerse como un sector activo y que los precios de los inmuebles seguirán al alza.

“Estimamos que el sector inmobiliario es uno de los más relevantes dentro de la actividad económica del país […] creemos que va a mantenerse como un sector activo y que los precios de los inmuebles seguirán al alza”

TTR: En Latinoamérica en general, y en Chile en particular, tienen un gran peso las operaciones relativas al sector de las energías renovables. ¿Cómo augura que será la evolución de este segmento en el futuro? ¿Qué opinión le merece el hecho de que muchas de dichas operaciones tengan lugar entre sociedades nacionales e internacionales, es decir, cross-border?

C: El mayor peso relativo de las operaciones de M&A en el sector de las energías renovables es algo que vislumbrábamos de un tiempo a la fecha ya que el boom de los proyectos de energía renovable pasó de una fase de desarrollo a una de construcción para su posterior operación. Ese paso requiere de inversiones significativas y es la etapa en que los desarrolladores originales requieren de financiamiento significativamente mayor, lo que prolifera la venta de proyectos o asociaciones bajo algún esquema de M&A. La evolución del mercado se augura, en lo relativo a proyectos de generación de mayor potencia, con interesante actividad de operaciones de M&A entre los actores que quedan en el país -por ser ya los operadores de sus centrales- y aquellos nuevos desarrolladores que lleguen por preferir mercados con mayor madurez. En definitiva, esperamos operaciones transaccionales entre un menor número de actores en este segmento. Por otro lado, en la industria de energía renovable de menor escala, digamos domiciliaria o industrial menor, vemos un mercado mucho más dinámico y atomizado.

Respecto a las operaciones cross-border, la verdad es que en nuestra experiencia hemos vistos que en la industria renovable las operaciones a nivel de proyecto no son necesariamente cross-border, sino entre compañías chilenas, sin perjuicio que las sociedades matrices puedan ser extranjeras. Lo anterior además sin perjuicio que el financiamiento de los proyectos en el sector energía renovable para los mayores proyectos, un financiamiento sindicado internacional con algo de presencia nacional. En otras palabras, vemos que el aspecto cross border de las operaciones en el mercado de las energías renovables está más asociado a la industria financiera asociada a ellas más que a la actividad de generación eléctrica propiamente tal.

TTR: En último lugar, según su experiencia e histórico, ¿cuál cree que es el sector con un mayor potencial de crecimiento en el país de aquí a finales de año? ¿Por qué?

C: Estimamos que los sectores mineros y agroindustrial debieran seguir experimentando crecimiento en el país, puesto que son actividades en los que el país cuenta con ventajas competitivas y comparativas, además de existir buenos precios internacionales para la demanda de estos productos. Sin embargo, hay un factor que complica a ambas actividades y más fuertemente al sector agroindustrial, que dice relación con la baja del precio del dólar que se ha estado produciendo en los últimos meses y la expectativa de que el tipo de cambio se mantenga bajo, puesto que al tener muchos de los costos fijos en pesos se estrechan los márgenes, lo que hace que en ciertos casos se posterguen decisiones de inversión.

“Los sectores mineros y agroindustrial debieran seguir experimentando crecimiento en el país, puesto que cuentan con ventajas competitivas y comparativas”

Si quieres saber más acerca de Arturo Costabal y las transacciones en las que ha participado, haz click aquí.


ENGLISH

TTR: How would you characterize the M&A market in Chile year-to-date?

Costabal: It has been a complicated year given the tax reform of 2014 went into full effect after being amended in 2016. New regulations limiting M&A transactions also went into effect this year, and it’s also an election year. We’ve seen an upswing in M&A activity since the start of 2H17, which could relate in part to expectations of political and institutional changes ahead that will facilitate investments.

TTR: One of your firm’s sectors of expertise is real estate, where we’ve seen significant deal volume this year. What’s the significance of this sector in the Chilean economy and what’s your outlook for the country’s real estate market in the coming years?

Costabal: We consider real estate to be among the most important drivers of economic activity in Chile. There was a boom in transactions in the lead up to 1 January 2016 when new regulations imposing a 19% tax rate on the sale of real estate assets went into effect. We saw a dip in activity thereafter but now we’re returning to normal deal volumes with numerous projects underway, especially in the residential market. Real estate prices remain at historic highs. We project robust deal volume in real estate for the foreseeable future and expect assets will continue to appreciate.

TTR: Across Latin America, and especially in Chile, the renewable energy sector has exploded. How do you see the renewables segment evolving and what do you make of the fact that deals in the space tend to have a cross-border component?

Costabal: We saw the renewable energy boom coming from some time ago, but the activity has now shifted from the development to the construction phase ahead of commissioning the projects. This current phase requires significantly greater financing, which leads to the sale of projects and other M&A partnerships. The market looks promising with significant activity on the horizon where the larger generation projects are concerned between the companies that remain in the country as operators of their assets and those arriving in seach of a mature market. We expect to see M&A activity concentrated between a small number of actors in this segment large-scale segment. The residential and small-scale industrial market, meanwhile, will remain much more dynamic and fragmented.

With regards to cross-border activity in the renewables industry, in our experience we’ve seen that transactions at the project level are not necessarily cross-border, but rather between Chilean firms, though the parent companies may be based overseas. At the same time financing for the larger scale renewable projects is often sindicated with international and domestic banks participating. In other words, we see the international component of renewable energy projects more related to the financing rather than the power generation activity itself.

TTR: Which sectors do you expect to see the greatest growth in the remainder of 2017?

Costabal: We expect to see the mining and agroindustrial sectors continue growing given Chile’s competitive and comparative advantages in both and the strong international pricing environment for products of each. The weak dollar of recent months complicates activities in both sectors, expecially in the agricultural sector, however, and with a forecast of continued weakness certain investments may be postponed given producers have significant fixed costs in pesos and their margins become stretched.

If you want to know more about Arturo Costabal and the deals he has participated in, click here.

Dealmaker Q&A

Specialist Insight – Análise do PLMJ das transações do setor de saúde em Portugal 

Análise de Duarte Schmidt Lino, coordenador da área de Private Equity do PLMJ, e Eduardo Nogueira Pinto, coordenador da equipa de Saúde, Ciências da Vida e Farmacêutico do PLMJ, sobre o setor.

De janeiro a agosto de 2017, o setor de Saúde, Higiene e Estética foi um dos mais ativos em transações em Portugal. Das 17 transações registradas pelo TTR, seis foram investimentos de empresas estrangeiras. O mesmo setor também está atraindo investimentos de Private Equity e está empatado com Petróleo e Gás como o mais ativo do ano.

 Quais são as condições do mercado hoje que favorecem ou que poderiam explicar essas movimentações?
Duarte Schmidt Lino- Coordenador da área de Private Equity do PLMJ

Não nos parece tratar-se de uma tendência recente ou a formar-se, mas as consequências de um crescimento das receitas e rentabilidades nesta área, que já vem de há algum tempo e que se pode explicar-se da seguinte forma:

O sector da saúde em Portugal é desde há já alguns anos um dos mais desenvolvidos ao nível mundial, onde compete pelos primeiros lugares nos mais importantes índices, ao ponto de a saúde, somando produtos e serviços, ocupar hoje os primeiros lugares no ranking de exportações portuguesas. Por outro lado, durante muitos anos a prestação de cuidados de saúde esteve na sua quase totalidade a cargo do Estado e do setor social. E, pois, da conjugação destas duas realidades que surge a oportunidade de crescimento de um sector privado de saúde, que paulatinamente tem vindo estender-se e a aumentar a sua importância.

O crescente aumento de peso do setor privado de cuidados de saúde vê-se pelo aparecimento e fortalecimento de players privados na saúde, que embora tenham ainda como principal cliente o Estado, já contam com uma parte importante da sua faturação a privados – particulares e empresas:

Seja por força da evolução que também tem acontecido nos setor dos seguros e planos de saúde;

Seja pela crescente importância que a saúde e o bem-estar têm vindo a ganhar nos orçamentos das famílias, com a consequente maior disponibilidade para gastar dinheiro em bens

Eduardo Nogueira Pinto- Coordenador da equipa de Saúde, Ciências da Vida e Farmacêutico do PLMJ

e serviços de saúde, não só em situações criticas, mas também na prevenção, no diagnóstico precoce, na educação;                                                                                                                                                           Seja, finalmente, pela globalização deste mercado, com Portugal a ser um dos destinos que melhores cuidados de saúde oferece em termos de qualidade/preço a cidadãos de outros países. Isto tendo como pano de fundo o progressivo aumento da esperança média de vida e consequente existência de cada vez mais cidadãos seniores com necessidades crónicas de assistência em saúde.

Há portanto uma tendência de expansão de setor privado dos cuidados de saúde em razão de uma maior procura – consistente e com propensão para aumentar nos próximos tempos – e de uma margem de expansão considerável, que resulta do facto de se ter partido de um ponto em que a prestação de cuidados de saúde pelo setor privado era pouco mais que residual, o que gera crescimento e atrai o interesse dos investidores por este sector, incluindo, naturalmente, os investidores de private equity.