DealMaker Q&A

Entrevista com Milena Mazzini, sócia do Madrona Advogados.

Milena Mazzini, Sócia no Madrona Advogados

Segundo Milena Mazzini, o mercado de TI brasileiro tem se destacado em fusões & aquisições, e um dos motivos é a inovação estratégica, visto que “a tecnologia é fundamental para outros setores e requer investimento constante”.

Leia a entrevista completa abaixo:

Como descreveria a performance do mercado brasileiro de M&A no primeiro semestre de 2018?

O ano iniciou com uma expectativa muito boa, em linha com a expectativa de crescimento do PIB (3% ao ano, conforme Boletim Focus). No entanto, conforme os meses se passaram, da mesma forma que o crescimento do PIB real não demonstrou a força esperada, o mercado de M&A também perdeu força.

Quais são as expectativas para o próximo semestre?

Dadas as incertezas associadas ao processo eleitoral, acreditamos que deva melhorar no último trimestre quando houver mais clareza sobre o resultado da corrida eleitoral.

O setor de Saúde, Higiene e Estética está entre os três mais ativos de 2018, além de seguir entre os mais atrativos para os investidores de Private Equity e Venture Capital. Quais são as condições do mercado hoje que favorecem ou explicam esse apetite do mercado pelas empresas do setor?

Esse setor tem estado ativo há muitos anos e sofre menos com a redução da atividade econômica em razão do envelhecimento da população brasileira. Prova disso foram os IPOs bem sucedidos de Hapvida e Intermédica no primeiro semestre.

O Madrona tem participado de uma série de transações que envolveram investimentos em fintechs em 2018, tal como a aquisição da Bivaco Holding pela PagSeguro e essas operações tem sido um destaque bastante positivo no ano. Quais são os principais desafios das operações desse setor em termos de assessoria jurídica.

As transações envolvendo fintechs, e empresas de tecnologia, de forma geral, tem crescido significativamente. A falta de regulamentação clara, por um lado, pode ser um atrativo para o setor. Por outro lado, no entanto, traz certa insegurança jurídica em relação ao futuro dos modelos que estão sendo desenhados. Ainda se observa um nível elevado de informalidade no setor, o que representa outro fator de preocupação nas transações de M&A.

E o que se pode esperar para o restante do ano para o setor?

Acredita-se que para o segundo semestre algumas empresas do setor tenham que se dedicar às adequações trazidas por recentes normas regulatórias, especialmente com a finalidade de se preparem para as transações que se seguirão.

“A tecnologia é fundamental para outros setores e requer investimento constante.”

 A senhora participou recentemente do evento IT M&A Seminar, promovido pelo TTR. Considerando o dinamismo que o setor tem demonstrado no último ano, embora o volume de operações no setor registradas entre janeiro e junho deste ano esteja em quedaé possível dizer que o segmento sente menos intensamente os efeitos da crise econômica e política brasileira?

Ainda que se verifique uma retração, alguns dados nos levam a crer que o setor vem sofrendo relativamente menos do que os demais setores de forma geral. A tecnologia é fundamental para outros setores e requer investimento constante.

O que se pode esperar em termos de transações para o setor no segundo semestre?

Acreditamos que que o setor não enfrentará queda maior no segundo semestre em razão das potenciais transações que já vem sendo avaliadas durante o primeiro semestre de 2018.

DealMaker Q&A

TTR DealMaker Q&A with

 TozziniFreire Advogados Partner

Francisco Eumene Machado de Oliveira Neto

How would you describe the performance of the Brazilian M&A market so far in 2018?

We had a very positive outcome so far this year. After years observing transactions involving assets of companies in financial difficulty (distressed assets) we are moving forward into a more stable scenario, where solid companies are merging in order to grow in size and benefit from synergy. We can see that in some recently disclosed M&A transactions, such as Fibria-Suzano, M. Dias Branco-Piraquê, as well as the merger of Somos with Kroton.

 What can we expect from the M&A market for the remainder of a year that still promises political and economic instability?

A busier first semester was expected. There still are important ongoing M&A operations, which should increase the figures for the coming months. The market should seize this window of opportunity while it lasts.

As for the rest of the year, political and economic instability will set the pace for both M&A and capital markets operations. The market should be defined not only by local uncertainties, but also by external ones.   

There were high expectations around the Capital Market for the country in 2018, after what was considered a year of recovery in 2017. In your point of view, what evaluation can be made of the Brazilian Capital Market at that beginning of year? And what are the expectations now?

The capital markets have yielded good results when it comes to fixed-income instruments. After a slow start, last month we saw a few IPOs coming through, such as Notre Dame’s, HappyVida’s and Banco Inter’s, which could be a sign of improvement.

Considering an unstable international scenario and the Brazilian elections taking place in October, we do expect things to cool down in the second semester comparing to the first, as caution shall prevail.

TozziniFreire has advised several Venture Capital operations, including investments in fintechs. How do you see this market today in terms of challenges and what does the rest of the may look like?

Venture capital operations have gained strength and should become increasingly common. This consolidation process is a natural next step following the establishment of numerous fintechs over the past years, and it is inherent to the very own dynamics of the sector.

The Fibria/Suzano deal is certainly one of the most outstanding operations of the year. What were the biggest challenges in advising such a complex transaction that combined the operations of the two companies, thatresulted in the control of 49% of the world’s pulp market?

The transaction involving Fibria and Suzano was highly complex due to the nature of the companies. We were dealing with two major publicly-held competing companies from the pulp industry. Secrecy and expedition were critical to the operation’s success.


Entrevista com Francisco Eumene Machado de Oliveira Neto, sócio do TozziniFreire Advogados.

TTR – Fazendo um balanço dos quatro primeiros meses do ano, como avalia a performance do mercado brasileiro de M&A até o momento?

F.E.M. – O balanço deste início de ano é bastante positivo. Depois de termos visto nos últimos anos operações com ativos de grupos econômicos em situação financeira difícil (distressed assets), estamos passando para um movimento de mais normalidade com empresas sólidas se unindo para ganhar escala e aproveitar sinergias. Reflexo disso são as operações de M&A já divulgadas, como a da Fibria e Suzano, a da M. Dias Branco e Piraquê.

TTR – Quais as perspectivas para o mercado de M&A em 2018 em um contexto ainda de instabilidade política e econômica?

F.E.M. – Já se esperava um primeiro semestre mais movimentado que o segundo. Para os próximos meses, ainda devemos ter outras operações de M&A relevantes que estão em andamento e que devem fazer esses números aumentarem. O mercado deve aproveitar enquanto a janela ainda está aberta. Para o restante do ano, a instabilidade política e econômica deve ditar o ritmo das operações tanto de M&A como de mercado de capitais. Não só as instabilidades locais, mas as externas também deverão balizar o mercado.

TTR – Havia uma grande expectativa em torno da área de mercado de capitais para o país em 2018, após o que foi considerado um ano de retomada em 2017. Do seu ponto
de vista, qual a avaliação que pode ser feita do Mercado de Capitais brasileiro nesse início de ano? E quais as expectativas agora?

F.E.M. – O mercado de capitais também tem apresentado bons números no que se refere às captações com base em instrumentos de renda fixa. Após um início fraco, no último mês, vimos alguns IPOs saindo, como os da Notre Dame, HappyVida e Banco Inter, que podem trazer alguma indicação de melhora. Estamos vendo ainda um cenário externo um pouco instável e, no segundo semestre, teremos eleições no país; assim as expectativas, como me referi acima, são de um segundo semestre mais arrefecido em relação ao primeiro, em que a cautela deverá prevalecer.

TTR – TozziniFreire tem assessorado diversos clientes em operações de Venture Capital, incluindo investimentos realizados em fintechs. Como vê esse mercado hoje em termos de desafios e o que se pode
esperar para o restante do ano?

F.E.M. – As operações de venture capital têm se intensificado e devem ser cada vez mais frequentes. O processo de consolidação é natural depois do surgimento de várias fintechs ao longo dos anos e da própria dinâmica desse segmento.

TTR – A aquisição da Fibria pela Suzano é, certamente, uma das operações de maior destaque do ano. Considerando sua atuação e de TozziniFreire, quais foram os maiores
desafios ao atuar em uma transação tão complexa que combinou as operações das duas companhias, e que resultará no controle de 49% do mercado mundial de celulose.

F.E.M. – A operação da Fibria com a Suzano foi complexa pelas características das empresas. Estávamos lidando com duas grandes empresas do setor de celulose, competidoras entre si e ambas empresas abertas. O sigilo e a velocidade foram fundamentais para o sucesso da operação.

Entrevista com Guilherme Sampaio Monteiro, sócio do Pinheiro Neto Advogados, sobre o mercado de capitais brasileiro em 2018

Guilherme Sampaio Monteiro, sócio do Pinheiro Neto Advogados desde 2011, fala com o TTR sobre o cenário do mercado de capitais brasileiro em 2018.

Depois de três anos de estagnação, em 2017 o mercado de capitais brasileiro deu sinais positivos de retomada. Para 2018, pode-se esperar uma continuidade desse cenário? Como descreveria a performance do primeiro trimestre de 2018?

2018 promete ser um bom ano ao mercado de capitais. Entretanto, a volatilidade trazida pelas eleições e cenário externo complexo irão impactar a performance dos IPOs. Além disso, estamos vendo um menor número de follow ons, que foram parte importante do mercado de ações no ano passado.

Os valores alcançados com os IPO’s em 2017 ficaram aquém das expectativas, visto que apenas a oferta do Burger King saiu no topo da faixa indicativa? Para o ano, quais são as expectativas em termos de valorização de ativos e de novas aberturas de capital? A volatilidade do mercado e a instabilidade política preocupam?

Eu não diria. Se o IPO foi concretizado, significa que Companhia e Controladores, de certa forma, estavam satisfeitos com os valores obtidos. Entretanto, apesar de não ser nossa área de expertise, nos parece que os ranges dos IPOs deste ano já estão considerando o histórico do ano passado. Como disse acima, a instabilidade política preocupa.

O Pinheiro Neto atuou no IPO do PagSeguro, o primeiro a ser completado no mercado brasileiro em 2018, e que foi finalizado acima da faixa indicativa. Como descreveria essa operação em termos de importância para mercado nacional?

É uma operação muito importante para a economia brasileira, que evidenciou a possibilidade de empresas brasileiras de tecnologia acessarem o mercado americano, que está mais acostumado com esse tipo de companhia, num valuation adequado. Sem dúvida estimula outras companhias a seguirem o mesmo caminho. Por outro lado, o sucesso de uma operação não realizada no Brasil é algo que deve ser bem analisado internamente. Como país, temos que pensar em como internacionalizar nossos mercados e torná-los mais atraente a investidores do mundo todo.

De 2016 para 2017, houve um incremento também nos números de operações de “Follow-on” em termos de aporte. Quais foram os fatores que mais influenciaram essas movimentações e quais as expectativas para o decorrer de 2018?

Acredito que em 2016 e 2017 havia uma grande demanada reprimida de empresas nacionais que buscavam uma oferta de ações. Com a abertura de mercado, as empresas abertas jpa consolidadas e grandeporte foram um destino óbvio para os investidores. Para 2018, nos parece que as opção são um pouco menores, mas ainda esperamos alguns follow ons para o ano.

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Guilherme Sampaio Monteiro, partner at Pinheiro Neto Advogados since 2011, talks to TTR about the Brazilian capital market scenarios for 2018.

After three years of economic stagnation, the Brazilian capital market showed signs of recovery in 2017.  Could this promising scenario be expected for 2018 as well? How would you describe the performance levels in the first quarter of 2018?

PN: 2018 promises to be a good year for the capital markets. However, the uncertainties brought by the coming elections and by such a complex international scenario are likely to have an impact on the performance of IPOs. Besides, there has been a slowdown in follow-ons, which were an important element in the stock market performance last year.

Were the IPO values in 2017 below expectation, as only the Burger King offer was priced at the top end of indicative range? What are the expectations for the year in terms of asset appreciation and new IPOs? Are market volatility and political instability worrisome?

PN: I wouldn’t say so. If an IPO is priced, it means that the company and its controlling shareholders were somehow satisfied with the values. Nevertheless, although this is not our area of expertise, we believe that the IPO ranges this year are already taking last year’s history into account. As I said, political instability is a matter of concern.

Pinheiro Neto has acted in the IPO of PagSeguro, the first to be completed in the Brazilian market in 2018, and eventually priced above indicative range. How would you describe this transaction in terms of its importance for the Brazilian market?

PN: This is an extremely important transaction for the Brazilian economy in that it showed the possibility of Brazilian tech companies accessing the US market, which is much more comfortable with such types of companies, at an adequate valuation. This will undoubtedly encourage other companies to follow suit. On the other hand, the successful outcome for a transaction not carried out in Brazil should deserve careful consideration locally. At country level, we must think of how to make our markets more open and attractive to international investors.

From 2016 to 2017, the number of follow-ons also picked up in terms of contribution. Which were the factors that most influenced those moves, and what could be expected for 2018?

PN: I believe that in 2016 and 2017 there was a pent up demand for follow-on public offers by local companies. As the markets opened up, large-sized and well-settled listed companies were a natural bet for investors. For 2018, it seems that the options will not be so plentiful, but we still expect some follow-on along the year.

 

Entrevista Rodrigo Delboni Teixeira, sócio do Lobo de Rizzo

Rodrigo Delboni Teixeira, sócio-diretor do Lobo de Rizzo Advogados, fala com o TTR sobre o mercado brasileiro de fusões e aquisições em 2017.

 

Como descreveria a performance do mercado brasileiro de M&A em 2017?  

Dadas as condições políticas e econômicos, entendo que foi um ano bastante positivo para o mercado de M&A. Pudemos notar a volta do interesse do investidor estrangeiro por ativos brasileiros e o próprio mercado de capitas experimentou retomada, com novas ofertas iniciais de ações por companhias brasileiras.

 

O senhor possui vasta experiência nos setores Alimentar, Transportes, Aviação e Logística e Educação, que estiveram entre os mais ativos do ano. Como vê as tendências e expectativas para esses setores em 2018? Até que ponto a instabilidade política brasileira tem influenciado os investimentos nessas indústrias?

Acredito que estes setores continuarão a atrair investimentos no próximo ano. Inegavelmente, a instabilidade política traz receios e refreia o ímpeto de alguns investidores, mas temos visto que, mesmo nestes anos mais difíceis, os grandes grupos internacionais continuam com seus olhos voltados ao Brasil. Estes grupos têm um horizonte de investimento de longo prazo e conhecem o potencial de um mercado de mais de 200 milhões de habitantes.

Fusões e Aquisições tem sido largamente utilizadas no setor de Educação como estratégia de crescimento e de expansão no cenário nacional, sendo um mercado que encontra-se aquecido, seguindo um movimento de consolidação no setor. É possível reconhecer alterações ou inovações nos últimos anos em relação às transações realizadas no setor?

Houve um forte movimento de aquisições na última década no setor de ensino superior, com a criação de grandes grupos nacionais. Os setores de ensino de idiomas e sistemas de ensino para escolas também apresentaram forte movimento de transações. Acredito que, em setores mais consolidados, o foco das aquisições passe a ser mais em acréscimo de qualidade do que em crescimento propriamente dito. Não obstante, a área de Educação é muito ampla e devemos ver transações em outros setores. O setor de ensino fundamental e médio (colégios), por exemplo, deve atrair bastante atenção nos próximos anos.

Quais transações destacaria em termos de importância e complexidade esse ano, sejam as que tenham atuado diretamente ou que contaram com a participação do Lobo de Rizzo?

Eu destacaria as principais transações que acabamos divulgando no próprio TTR, como Odebrecht Transport,CargillBurger KingDöhlerState Power Investment (SPIC)CentrofloraThyssenkruppDHLPorta dos Fundos,ItaúsaPearson e Coca-Cola.

 

Quais são suas expectativas para o mercado de M&A brasileiro em 2018? Quais cenários ou tendências já podem ser identificados, e quais setores possuem, na sua opinião, maior potencial de crescimento?

Embora seja um ano de eleições, que traz mais incertezas aos investidores, espero que seja um ano positivo para o mercado de M&A no Brasil. As recentes notícias econômicas são mais animadoras, como queda da inflação e aumento da perspectiva de crescimento do PIB. Caso consigamos avançar com a reforma da previdência, o cenário para investimentos será ainda mais positivo. Ademais, como mencionado, há grandes grupos que olham o Brasil no médio e longo prazo e não deixam de aproveitar oportunidades de investimentos. Além dos setores já citados, acredito que o setor de saúde (não somente clínicas e hospitais, mas também atividades correlatas como distribuição de produtos e equipamentos médicos) pode surpreender positivamente. Este setor tornou-se mais aberto ao investidor estrangeiro recentemente e tem um grande potencial de crescimento e consolidação que, a meu ver, ainda não foi explorado em razão dos recentes anos de crise econômica.

 

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Rodrigo Delboni Teixeira, managing-partner at Lobo de Rizzo Advogados, talks to TTR abour the results of the M&A market in Brazil in 2017.

How would you describe the performance of the Brazilian M&A market in 2017?

Given the political and economic conditions, I understand it was a very positive year for the M&A market. We noticed renewed interest of foreign investors in Brazilian assets and the capital market itself is recovering, with new initial public offerings by Brazilian companies.

You have considerable experience in the industries of Food, Transportation, Aviation, Logistics and Education, which were among the most active industries this year. What are the trends and expectations for such industries in 2018? How much has the Brazilian political instability influenced investments in those industries?

I believe such industries will continue to attract investments next year. There is no denying that political instability causes concerns and holds back investors, but we have witnessed that, even in difficult years, large international groups are still interested in Brazil. Those groups have a long-term investment horizon and they know the potential of a market of more than 200 million inhabitants.

 

Mergers and acquisitions have been widely used in the Education sector as a growth and expansion strategy in the domestic scenario, seeing it is a booming market, which follows a consolidation trend in the industry. Is it possible to recognize changes or innovations in the past years regarding transactions in the industry?

There has been a strong acquisition trend in the last decade in the higher education sector, with the creation of large Brazilian groups. The language teaching sector and teaching systems for schools have also shown an increasing transaction trend. I believe that, in more consolidated industries, the focus of acquisitions will be increasingly aimed at quality instead of at growth itself. Nevertheless, the Education area is extremely wide and we should see transactions in other sectors. The primary and secondary school (high school) sectors, for example, should attract considerable attention in coming years.

 

Which transactions would you highlight in terms of importance and complexity this year, whether by having a direct role or by having the participation of Lobo de Rizzo?

I would highlight the main transactions we disclosed in the TTR, such as Odebrecht TransportCargillBurger KingDöhlerState Power Investment (SPIC)CentrofloraThyssenkruppDHLPorta dos FundosItaúsaPearson and Coca-Cola.

 

What are your expectations for the Brazilian M&A market in 2018? What scenarios or trends can already be identified, and which sectors have, in your opinion, the greatest potential for growth?

Although this is an election year, which brings more uncertainties to investors, I hope it will be a positive year for the Brazilian M&A market. Recent economic news stories are encouraging, such as the drop in inflation and promising outlook for GDP growth. If we are able to make progress with the pension reform, the investment outlook will be even more positive. Furthermore, as I have mentioned, there are large groups looking at Brazil in the medium and long term and they do not fail to seize investment opportunities. In addition to the industries already mentioned, I believe the health industry (not only health care facilities and hospitals, but also related activities such as distribution of medical products and equipment) may surprise us positively. This industry has become more open to foreign investors recently and has a large growth and consolidation potential that, in my opinion, has not been explored yet due to the recent years of economic crisis.

Leia sobre as transações de Rodrigo Dalboni Teixeira aqui.

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Carlos Lobo fala da economia do Brasil na área de fusões e aquisições

Carlos Lobo é sócio do Veirano Advogados e atua principalmente nas áreas de fusões e aquisições, private equity e mercado de capitais. Lobo fala com a TTR sobre a economia brasileira em relação ao mercado de fusões e aquisições

Com o fim de 2017 se aproximando, poderia nos dar uma visão geral do estado atual do mercado brasileiro de fusões e aquisições? Como avalia a performance de 2017?

O ano de 2017 me pareceu um ano bem mais ativo que 2016. O ano passado foi impactado negativamente pela paralisia provocada pelo processo de impeachment e a crise econômica. Este ano, apesar de um ambiente político ainda bastante instável, temos um cenário macro econômico mais favorável e as perspectivas são positivas, de uma recuperação gradual. Isto tem contribuído para melhorar o humor dos investidores, principalmente os estrangeiros, animando-os para fazer investimentos de longo prazo.

Em paralelo, temos uma situação em que grandes empresas estatais e conglomerados nacionais estão em situação financeira bastante difícil, como resultado da operação Lava Jato, dos anos de recessão e do aperto no crédito. Esta situação está impulsionando um amplo processo de venda de ativos que só encontra paralelo nas privatizações da década de 90. A oferta de bons ativos a preços atrativos está contribuindo de forma significativa para impulsionar o mercado de fusões e aquisições

O senhor possui vasta experiência na assessoria a emissores e subscritores em IPOs, follow-ons e emissão de títulos de dívidas em mercados de capitais nacional e internacional, do seu ponto de vista, qual a avaliação que pode ser feita do Mercado de Capitais brasileiro em 2017? E quais as expectativas para o próximo ano?

Estamos observando uma recuperação do mercado de capitais este ano, com o número de ofertas superando de forma significativa os anos anteriores. Acredito que é uma consequência natural do início da recuperação econômica, ocasião em que as companhias voltam a ter necessidade de recursos para investir em crescimento e os investidores voltam a apostar no potencial de retorno do mercado e da economia brasileira.

Além disso, temos um fato novo, que a redução do papel do BNDES como financiador de grandes empresas. Com as limitações fiscais do atual governo, o mercado de dívida brasileiro volta desempenhar o seu papel de prover recursos de longo prazo para as empresas brasileiras. Vejo isto como uma tendência extremamente salutar para o dinamismo da nossa economia. Acredito que o próximo ano pode ser impactado pelo calendário eleitoral. Os investidores estão apostando que o próximo presidente será alguém alinhado com políticas mais conservadoras do ponto de vista fiscal e que busque estimular o investimento privado. Em se confirmando essa expectativa, podemos ter um ano bastante positivo. Caso contrário, espero um cenário de muita volatilidade.

Em 2017, o senhor teve uma atuação destacada em transações no setor de energia. Quão importante é este setor hoje para a economia brasileira? É possível reconhecer alterações ou inovações nos últimos anos em relação às transações realizadas no setor? Quais são as tendências para 2018?

O setor de energia sempre foi um setor de destaque na economia brasileira, tendo em vista sua importância estratégica para o crescimento do país. Atualmente, o setor está em evidência pela fase de transição que está passando. Estamos saindo de um modelo com forte presença estatal para um cenário em que novas empresas privadas e fundos de investimento, especialmente estrangeiros, ganham papel protagonista.

O aprimoramento do marco regulatório e a diversificação da matriz energética também contribuem para dar dinamismo a esse setor, estimulando operações de fusões e aquisições. Os recentes leilões de linhas de transmissão também trazem novos projetos para o mercado. Para o próximo ano vejo perspectivas bastante positivas. Alguns desinvestimentos bastante relevantes devem acontecer, mudando o perfil do setor no Brasil.

Após se tornarem os maiores investidores estrangeiros em fusões e aquisições no País, os chineses mantêm o apetite por ativos brasileiros e estiveram entre os maiores compradores dos leilões ligados ao setor de energia do governo federal. Acredita que esse apetite se manterá em 2018?

Acredito que sim. As empresas chinesas do setor de energia estão bem capitalizadas e tomaram a decisão estratégica de expandir para outros países. Nesse cenário, o Brasil tem se mostrado um país amigável, com marco regulatório moderno e um mercado em expansão. É natural que canalizem para cá seus investimentos.

É possível que estejamos ainda no início desse processo, já que os investimentos bem sucedidos feitos pelas líderes nacionais abrem caminho para outras empresas chinesas se interessarem pelo nosso mercado.

Acredita que em 2018 possa ocorrer uma intensificação das operações de M&A? Quais cenários ou tendências já podem ser identificados, e quais setores possuem, na sua opinião, maior potencial de crescimento?

Acredito que sim. Em se mantendo a tendência de recuperação da economia e com um cenário político mais estável, acredito que podemos esperar um ano bastante aquecido para fusões e aquisições. Devemos observar uma continuação de algumas tendências já manifestadas este ano, com empresas estatais e grandes conglomerados nacionais vendendo empresas relevantes para investidores estratégicos estrangeiros e fundos de private equity, principalmente dos EUA, Canadá, França, China e Japão. Setores que estão e devem continuar aquecidos incluem o setor de energia, infraestrutura, óleo e gás, educação, saúde, tecnologia e varejo.

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