Dealmaker Q&A

Entrevista com Reinaldo Grasson de Oliveira

Reinaldo Grasson de Oliveira é sócio-líder da área de Corporate Finance Advisory da Deloitte no Brasil, que engloa M&A e Captação de Recursos (Debt Advisory). Possui mais de 20 anos de experiência profissional em Finanças Corporativas e M&A. Durante este período, esteve envolvido em diversos processos de fusão, aquisição, venda, joint-venture, captação de recursos, preparação de empresas para abertura de capital, estudos de viabilidade  e avaliação econômico-financeira para clientes nacionais e internacionais, tais como Hertz, Baxter, Bupa, Tredegar, Sabó, Bacardi, Omron, Robert Bosch, Cargill, Biomin, Allplas, São Paulo Feiras Comerciais, entre outros.

Reinaldo Grasson de Oliveira
Português:
TTR: Como descreveria a performance do mercado brasileiro de M&A do início de 2017 até agora? Acredita que os números possam melhorar no último trimestre?

Reinaldo Grasson de Oliveira: O ano começou com nível de transações abaixo do esperado, refletindo o cenário político e econômico, porém nos últimos meses já existem claros sinais de retomada nas operações de M&A, que tende a se intensificar no final de 2017 e início de 2018. Contribuem para esse cenário a expectativa de melhoria contínua nos indicadores da economia, o aumento dos processos de IPO’s, que em muitas situações reforçam o caixa das empresas para aquisições, e o apetite dos investidores estrangeiros e fundos de private equity.

TTR: O senhor possui vasta experiência em transações de M&A e Captação de Recursos, do seu ponto de vista, as empresas brasileiras tem tido sucesso ao buscar investidores fora do Brasil? Quais são as estratégias que estão sendo favorecidas pelas empresas para atrair investimentos?

RGO: No relacionamento com investidores estrangeiros é importante que a empresa demonstre transparência nas suas informações financeiras e operacionais, governança e reputação sólidas, e um plano de negócios consistente, partindo de seu posicionamento atual de mercado e vantagens competitivas, de modo a destacar as oportunidades que a empresa pode gerar para o investidor estrangeiro caso este decida investir no seu capital. Muitas vezes, superamos percepções de risco ao elencarmos as sinergias e o valor agregado que ambas empresas podem gerar ao combinar suas operações, e apresentando também o potencial de crescimento e consolidação do mercado brasileiro, que pode ser bem superior ao do mercado onde o investidor atualmente concentra seus negócios – em grande parte das economias desenvolvidas ou maduras o potencial de crescimento ou desenvolvimento de novos negócios é pequeno, o que favorece países emergentes como o Brasil, ainda mais considerando o momento atual de alta liquidez na economia global.

TTR: Quais modalidades de financiamento são mais utilizadas no Brasil na hora de executar operações de M&A?

RGO: A modalidade do financiamento pode variar de acordo com o tamanho da transação – importante ressaltar que o custo do capital e ausência de linhas de crédito de longo prazo a custos competitivos influenciam na decisão de como financiar uma aquisição no Brasil. Em operações de pequeno e médio porte, os compradores tendem a utilizar recursos próprios, ao passo que em operações de grande porte, além de recursos próprios, existe também a opção de complementar o funding através de troca de ações com o vendedor e emissão de títulos de dívida de médio/longo prazo. Naturalmente, opções que envolvam ações ou emissão de dívida estão disponíveis para empresas de maior porte ou listadas, e serão sempre avaliadas à luz do impacto no balanço e na estrutura de capital e societária da empresa compradora.

TTR: Qual a tendência que o senhor destacaria como a que trouxe os melhores resultados em termos estratégicos para as empresas brasileiras? Há políticas de gestão de contratos e de risco, governança, que podem ser fatores de influência para estimular os investimentos?

RGO: Das empresas que tem se destacado tem tido um foco muito grande em (i) inovação, não apenas no sentido tecnológico, mas também em termos de customização a oferta ao cliente (ii) otimização de custos e racionalização da produção, visando aumento de produtividade, o que envolve muitas vezes repensar a forma de fazer negócios (iii) realinhamento de portfolio, desfazendo-se de ativos ou linhas que não agregam valor ou não fazem parte do core business da empresa, e assim liberando recursos e capital para a empresa focar nas suas atividades principais, aumentando o retorno sobre capital investido pelo acionista (iv) instrumentos de governança que permitam aos acionistas ter transparência dos negócios e criar mecanismos de controle e mitigação de riscos, sejam riscos advindos do próprio negócio ou do mercado (nesse caso, desenvolver ferramentas de inteligência de mercado é fundamental, para acompanhar tendências e movimentos do mercado local e global, clientes e concorrentes).

TTR: Em 2017, setores como Saúde, Estética e Cosméticos, Imobiliário e Tecnologia tem se destacado nos cenários de M&A. Quais são as condições de mercado que podem favorecer ou explicar essas movimentações? Há outros setores que o senhor acredita que possam se tornar alvos de investidores nos próximos meses?

RGO: Setores ligados a demanda no mercado doméstico em geral tem se destacado, em função da retomada da confiança das famílias, com reflexo direto no consumo, que tem sido o principal motor do crescimento da economia esse ano, ao contrário do investimento. Empresas que demandam muito capital e financiamento tem enfrentado um cenário ainda difícil. Para o próximo ano, as empresas ligadas a consumo e mercado doméstico devem continuar atraindo atenção dos investidores, incluindo setores como o de saúde, educação, TI, serviços financeiros, vestuário e outros que sejam mais diretamente impactados pelo aumento de renda da população. Adicionalmente, com a melhora nos indicadores macroeconômicos, como a redução nas taxas de juros e crescimento do PIB, podemos voltar a observar maior investimento em infraestrutura e em programas de concessões e privatizações.         

Confira aqui as transações de fusões e aquisições da Deloitte no Brasil.


English: 

Reinaldo Grasson de Oliveira is the lead partner of Deloitte’s Corporate Finance Advisory function in Brazil, which comprises M&A and Debt Advisory. He has more than 20 years of professional experience in Corporate Finance and M&A. During this period, he was involved in several merger, acquisition, sale, joint venture, fundraising processes, preparing companies to go public, feasibility studies, and business valuations for national and international clients, such as Hertz, Baxter, Bupa, Tredegar, Sabó, Bacardi, Omron, Robert Bosch, Cargill, Biomin, Allplas, São Paulo Feiras Comerciais, etc.

TTR: How would you describe the performance of the Brazilian M&A market since early 2017 until now? Do you believe that the figures can improve in the last quarter?

Reinaldo Grasson de Oliveira: The year started with a level of transactions below expectations, which reflects the political and economic scenario; however, in recent months there have been clear signs that M&A transactions are being resumed and there is a trend for their strengthening in late 2017, early 2018. This scenario is being driven by the expected continual improvement of economic indicators, the increase in the number of IPOs, which often boost companies’ cash to be used in new acquisitions, and the appetite of foreign investors and private equity funds.

TTR: You have a vast experience in M&A and Debt Advisory transactions. From your standpoint, have Brazilian companies been successful in attracting investors outside Brazil? Which are these companies’ preferred strategies to attract investments?

RGO: In the relationship with foreign investors it is important for a company to show transparency in its financial and operational reporting, sound governance and reputation, and a consistent business plan, based on its current market position and competitive edge, in order to highlight the opportunities that such company could offer a foreign investor if such investor decides to invest in its capital. We often overcome risk perceptions by highlighting the synergies and added value that both companies can create by combining their operations, and also by outlining the Brazilian market’s growth and consolidation potential, which can be way higher than the potential in the market where the investor currently focuses its business—in most of the developed or mature economies, the growth or development potential for new businesses is small, which is a plus for emerging countries such as Brazil, especially in light of the current high liquidity in the global economy.

TTR: Which types of financing are the most common in Brazil when undertaking M&A transactions?

RGO: The type of financing can vary depending on the size of the transaction—it is worth noting that the cost of capital and the lack of long-term lending facilities at competitive costs influence decision making on how to fund an acquisition in Brazil. In small or medium-sized transactions, buyers usually use their own funds, while in large transactions, in addition to own funds, buyers have the option of exchanging shares with the seller and issuing medium- or long-term debt securities to supplement funding. Naturally, options that involve shares or the debt issuance are available to large or listed corporations, and are always assessed in light of the impact on the balance sheet and the capital and corporate structure of the buyer.

TTR: What is the trend that you would highlight as the trend that brought the best results in strategic terms for Brazilian companies? Are there contract management and risk and governance policies that could be investment drivers?

RGO: Companies that have stand out are greatly focused on (i) innovation, not only in terms of technology but also in terms customizing offerings to customers; (ii) cost optimization and production streamlining, aiming at increasing productivity, which often involves rethinking the way of doing business; (iii) realigning a portfolio by disposing of assets or lines that do not add value to the business or are not part of a company’s core business, thus releasing resources and capital that would allow the company to focus on its core business and increase return on capital invested by the shareholder; and (iv) governance instruments that allow shareholders to have business transparency and create control and risk mitigation mechanisms, whether business- or market-related risks—in which case, developing market intelligence tools is key to keep up with local and global market trends and movements, customers, and competitors.

TTR: In 2017, industries such as Health, Personal Care and Cosmetics, Real Estate, and Technology have been the M&A market highlights. What are the market conditions that could favor or explain these trends? Are there other industries that you believe could become the target of investors in the coming months?

RGO: Industries driven by domestic market demand in general because of the renewal of household confidence, with direct impact on consumption, which has been the main driver of economic growth this year, contrary to investment. Capital-intensive companies have been facing an even harder scenario. Next year, consumer goods and domestic market companies should continue to attract investors, including industries such as health, education, IT, financial services, apparel, and other industries that are more directly impacted by the increase of the population’s income. Additionally, with the improvement in the macroeconomic indicators, such as a decrease in interest and GDP growth rates, we could see a return of greater infrastructure investments and investments in concession and privatization programs.         

Read about Deloitte and its transactions here. 

El importe de las operaciones aumenta un 24,33% interanual al cierre del tercer trimestre

Informe trimestral sobre el mercado transaccional ibérico

  • De enero a septiembre se registran 1.382 transacciones por EUR 91.752,88m
  • El sector inmobiliario es el más activo del año, con 348 transacciones
  • El importe de operaciones de private equity y venture capital también experimenta incrementos interanuales

Madrid, 17 de octubre de 2016.– El mercado transaccional español ha registrado durante los nueve primeros meses del año un importe agregado de fusiones y adquisiciones de EUR 91.752,88m, lo que supone un incremento del 24,33% respecto al mismo período del año 2015, según el informe trimestral de TTR (www.TTRecord.com) en colaboración con Intralinks.

Estas cifras se han alcanzado pese a que el número de operaciones, 1.382, es un 3,29% inferior al registrado durante el mismo periodo del año anterior, cuando se alcanzaron las 1.429 transacciones. Grandes operaciones como la fusión de las embotelladoras de Coca-Cola que dio origen a Coca-Cola European Partners, valorada en aproximadamente EUR 20.000m; la integración de Gamesa con el negocio eólico de Siemens, valorada en aproximadamente EUR 6.615,56m; o la adquisición de IDC Salud por parte de Fresenius, valorada en EUR 5.760m, explican esta situación.

En términos sectoriales, en lo que va de año el sector más destacado ha sido el inmobiliario, con 348 transacciones. De lejos le siguen el sector tecnológico, con 123, el sector de Internet, con 116, y el sector financiero y de seguros, con 99.

Tercer trimestre del año
En el periodo comprendido entre el 1 de julio y el 30 de septiembre de 2016 se contabilizaron 446 transacciones con un importe agregado de EUR 29.384,63m, lo que supone un decremento en el número de operaciones respecto al mismo período de 2015 del 5,31%, y un incremento en el importe de las operaciones del 35,88%.
En concreto, durante el tercer trimestre se registraron un total de 13 transacciones de mercado alto (superiores a EUR 500m) por importe de EUR 18.578,75m; 35 operaciones de mercado medio (entre EUR 100m y EUR 500m) por importe de EUR 8.144,85m; y 167 operaciones de mercado bajo (inferiores a EUR 100m) por importe de EUR 2.661,03m.

Ámbito cross-border
Por lo que respecta al ámbito cross-border, en 2016 las empresas españolas han elegido a Estados Unidos (21), Portugal (17), Francia (13) y Reino Unido (13), como los principales destinos de sus inversiones por número de operaciones. En términos de volumen de inversión, Reino Unido y Portugal son los grandes destacados, con un capital movilizado de EUR 20.454,95m y EUR 2.490,91m respectivamente.

Por otro lado, son Estados Unidos, con 62 operaciones, Reino Unido, con 58, y Francia, con 53, los países que mayor número de inversiones han llevado a cabo en España. Por importe destaca Alemania, con un desembolso de EUR 7.104m, Luxemburgo, con EUR 4.763,11m, y Reino Unido, con EUR 4.742,96m.

Private equity y venture capital
En los primeros nueve meses de 2016 se han registrado 131 operaciones de private equity por un importe de EUR 14.145,58m, lo que supone un incremento del 4,80% en el número de operaciones y de un 99,05% en el importe de las mismas respecto al mismo período del año anterior.

Por su parte, se han contabilizado 189 operaciones de venture capital por importe de EUR 1.262,39m. En este caso el número de operaciones es un 17,11% inferior al mismo período de 2015, aunque en términos de importe existe un incremento del 46,73%.

Mercado de capitales
En el mercado de capitales español se han cerrado durante el tercer trimestre de 2016 un total de 12 ampliaciones de capital y cinco salidas a Bolsa.

Transacción del trimestre
Para el tercer trimestre de 2016, TTR ha seleccionado como transacción destacada la adquisición de un 20% de Gas Natural Fenosa a Criteria Caixa y Repsol por parte de Global Infrastructure Partners, valorada en aproximadamente EUR 3.802,62m. La operación ha estado asesorada por la parte legal por Garrigues, Pérez-Llorca, Deloitte y Freshfields Bruckhaus Deringe, y por la parte financiera por AZ Capital y Santander Global Banking & Markets.

Ranking de asesores financieros y jurídicos
El informe publica los rankings de asesoramiento financiero y jurídico de 2016 de M&A, Private Equity y Mercado de Capitales, donde se informa de la actividad de las firmas destacadas por número de transacciones y por importe de las mismas.

Entrevista con Demarest
Andoni Hernández Bengoa, director del Iberian Desk de Demarest, ha comentado para TTR sobre mercado transaccional español: “Es evidente el interés del nuevo Gobierno por reactivar y acelerar determinados procesos de privatización que deberían concretarse antes del final del año”.

Para más información:
Daniel Hernández
TTR – Transactional Track Record
T (ES) +34 91 279 87 59
daniel.hernandez@ttrecord.com