Relatório Mensal Portugal – Abril 2019

Portugal em alta de 31,2% nas operações de fusões e aquisições em 2019

Mercado português movimenta 2,9 mil milhões no ano

Venture Capital cresce 189% para 95 milhões de janeiro a abril

De acordo com o Relatório Mensal de M&A da Transactional Track Record, os anúncios de fusões e aquisições que envolveram empresas portuguesas movimentaram 985,8 milhões de euros em abril, em um total de 15 operações. No ano, o mercado português soma 2,9 mil milhões de euros transacionados, um crescimento de 31,2% comparado ao mesmo período de 2018. Nesse mesmo intervalo foram contabilizados 99 negócios anunciados no país, queda de 12.4% na comparação anual.

O sector Imobiliário mantém a posição de o mais ativo no mercado português, porém em tendência de queda. As 21 operações anotadas desde o início do ano no segmento ficaram 13% abaixo do percentual registado nos mesmos meses do ano anterior. O destaque positivo é o crescimento de 29% do setor de Tecnologia, com 18 operações desde janeiro.

Já o segmento Agricultura, Agribusiness, Pecuária e Pesca chega a abril com sete deals, dentre eles a compra pelo fundo de investimento espanhol Strator, em sua primeira  aquisição fora de Espanha, do Grupo Nutre – Indústrias Alimentares, que se dedica ao agronegócio, à extração de óleos e farelos, ao biocombustível e ao segmento de produtos alimentares.

Cross-Border

Em número de operações cross-border, o mercado português soma, desde o início de 2019, 46 operações inbound, em que empresas portuguesas foram adquiridas por companhias estrangeiras, com um volume financeiro registado de 1,77 mil milhões de euros.  Destas, 19 foram investimentos de empresas com sede em Espanha, em um total de 226,4 milhões de euros aportados pelos vizinhos ibéricos em território português.

Oito destas operações tiveram como alvo o mercado imobiliário, que continua como o alvo principal das empresas estrangeiras, incluindo também cinco aquisições realizadas por empresas britânicas. Em volume financeiro, tanto Reino Unido, com 360 milhões de euros em investimentos, como França, que ultrapassou a marca dos mil milhões em aportes, superaram os investimentos dos vizinhos espanhóis no país. No âmbito outbound, 13 empresas portuguesas realizaram aquisições no mercado externo.

Venture Capital e Private Equity

No cenário de venture capital, 2019 segue em alta em Portugal. O número de rondas de investimentos registadas pelo TTR desde janeiro cresceu 71,4%, para 24 operações. Destas, 20 transações tiveram seus valores revelados, totalizando 95 milhões de euros em aportes, alta de aproximandamente 189% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os fundos de venture capital tiveram como alvos preferidos no ano os segmentos de Tecnologia, 15 operações, e Internet, cinco.

Destaque para a ronda de financiamento de série A no valor de oito milhões de euros fechada pela startup portuguesa da área da saúde Sword Health, liderada pela Khosla Ventures. Com o investimento, a Sword Health pretende reforçar a expansão nos Estados Unidos da América e desenvolver as capacidades de engenharia do seu produto.

Os investimentos de Private Equity, entretanto, tiveram redução de 83% no número de operações e de 25% no total investido, 118 milhões de euros, de janeiro a abril.

Transação do Mês

A transação destacada pelo TTR no mês de abril foi a concretização da venda da Novenergia Holding Company, a dona da empresa de energias renováveis Generg, pela Total Eren, sociedade controlada pelos grupos franceses Eren e Total, por aproximadamente mil milhões de euros.  

A Total Eren tem um portefólio de activos renováveis (eólica e solar) em operação, ou em construção, num total de 650 MW, em diversos mercados: França, Itália, Grécia, Israel, Índia, Argentina, Uganda, Burkina Faso e Brasil. 

A Novenergia foi assessorada na operação pela sociedade RPR Advogados. A King & Wood Mallesons, de Espanha, também atuou na transação. 

Rankings – Assessoria Financeira e Jurídica

O pódio do ranking TTR de assessores jurídicos de Portugal é liderado pela RPR Advogados, com mil milhões de euros, seguido de CMS Rui Pena & Arnaut, com 231 milhões de euros, e com Cuatrecasas Portugal na terceira colocação, com 118 milhões de euros.

Na liderança do Ranking de assessores financeiros, Haitong Securities, com 118 milhões, seguido por Millennium BCP, com 32 milhões de euros, e CaixaBank Corporate Finance, com 23 milhões de euros.  

Relatório Portugal – 1Q19

By Thomas Istvan Seibel

Fusões e Aquisições em Portugal movimentam 1,9 mil milhões de euros no primeiro trimestre

Portugal registou 82 transações desde o início de 2019

32 operações revelaram valores que somam 1,9 mil milhões de euros

Investimentos de venture capital em alta de 203% no ano

O mercado de fusões e aquisições de Portugal movimentou 1,9 mil milhões de euros de janeiro a março de 2019, um número 8,4% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2018. Segundo o Relatório Mensal de M&A da Transactional Track Record, já foram registadas 82 transações no país desde o início do ano, total 9,8% abaixo das 91 operações anotadas em período homólogo de 2018.

Dois subsetores têm liderado os movimentos transacionais no país em 2019. Com 16 transações, o segmento Imobiliário, que desde de 2015 se mantinha como o mais activo, perdeu a liderença para o segmento de Tecnologia, que totalizou 18 negócios nos três primeiros meses do ano, um crescimento de 64%.

Em número de negócios cross-border, o mercado português somou 35 acordos inbound, em que empresas portuguesas foram adquiridas por companhias estrangeiras.  No trimestre, a Espanha se manteve como o país que mais investiu no território nacional, tendo participado de 14 negociações, com investimentos que totalizaram 212 milhões de euros. Destas, sete foram transações no setor Imobiliário, incluindo o investimento de 112 milhões de euros pela Merlin Properties em dois edificios de escritórios, e a aquisição pela Kromos Homes de um terreno no Parque das Nações por 100 milhões, ambos em Lisboa.

Destaque também para o crescimento de 200% das aquisições de empresas com sede nos Estados Unidos no mercado nacional. Os seis deals envolvendo empresas norte-americanas somaram 48,5 milhões de euros.

As empresas portuguesas foram às compras no mercado externo em 12 oportunidades no primeiro trimestre do ano. Holanda e Estados Unidos foram foco da maior parte desses negócios, foram duas operações em cada país.  Tecnologia também foi a atração principal para os investimentos de empresas portuguesas no exterior.

Private Equity & Venture Capital

O cenário de venture capital português segue em alta. De janeiro a março foram registadas 21 operações, que revelaram valores que somados superam a marca de 85 milhões de euros, crescimento expressivo de 203% em comparação ao mesmo período de 2018. Os fundos de venture capital tiveram como alvos preferidos no ano os segmentos de Tecnologia, 15 rodadas anunciadas, e Internet, com três.  

Já os investimentos de private equity continuam a ter uma atuação discreta no mercado português. No primeiro trimestre do ano, foram anunciadas nove transações, crescimento de 12,5% em relação ao período homólogo de 2017.

Apenas uma dessas operações teve suas informações financeiras divulgadas, a venda da Energyco II pelo private equity espanhol Artá Capital à UBS Asset Management Funds, por 118 milhões de euros, operação eleita pelo TTR como a de destaque do trimestre.  A sociedade Cuatrecasas prestou assessoria jurídica ao fundo espanhol, que também recebeu consultoria da Haitong Bank Portugal. Por sua vez, a UBS Asset Management Funds contou com a assessoria das sociedades CMS Rui Pena & Arnaut e CMS Albiñana & Suárez de Lezo. Os dados completos da transação estão disponíveis para download aqui.

Rankings

O pódio do primeiro trimestre do Ranking TTR de assessores jurídicos por valor é liderado pelo CMS Rui Pena & Arnaut, que contabilizou 231 milhões de euros  em transacionados, seguido pela Cuatrecasas Portugal, com 118 milhões de euros, e PLMJ, com 48,5 milhões de euros.

O Ranking de assessores financeiros por valores é liderado pela Haitong Securities, com 118 milhões de euros. Na segunda colocação aparece o CaixaBank Corporate Finance, 23 milhões de euros, seguido por Crowe Horwath Portugal e Optimal Investments, empatados na terceira posição com dois milhões de euros.



O relatório completo está disponível para download gratuito aqui.

Relatório Mensal Portugal – Fevereiro 2019

Mercado de M&A movimenta 330 milhões de euros em fevereiro

Foram registadas 48 transações desde o inicio do ano

Espanha e Reino Unido são os maiores investidores no mercado nacional em 2019

De acordo com o Relatório Mensal de M&A da Transactional Track Record, os anúncios de compra e venda de participação que envolveram empresas portuguesas movimentaram 683 milhões de euros nos dois primeiros meses de 2019, queda de 53,36% ante o mesmo período do ano anterior. Nesse período foram registadas 48 operações, representativas de uma baixa de 12,7% em comparação ao reportado em igual intervalo de 2018.

O sector Imobiliário foi o de maior movimentação no primeiro bimestre, com 12 transações registadas. Tecnologia, com nove operações, e Financeiro e Seguros e Internet, com quatro deals cada, aparecem empatados na sequência.

No âmbito das operações cross-border inbound, em que empresas estrangeiras investiram em companhias baseadas em Portugal, os Espanhóis seguem como os mais ativos no mercado nacional. Entre janeiro e fevereiro foram contabilizadas dez investidas espanholas no país. Destas, dez foram aquisições no segmento Imobiliário, que somam 212 milhões de euros. Destaque também para os investimentos provenientes do Reino Unido, que em três operações injetou 171 milhões em empresas portuguesas.

No caminho inverso, as empresas portuguesas realizaram cinco aquisições no mercado externo, incluindo a entrada da Sonae IM no capital da ViSenze, empresa de Singapura que opera na área da inteligência artificial, que anunciou em fevereiro que angariou 17,69 milhões de euros numa ronda de financiamento série C.  

Private Equity e Venture Capital

Na modalidade de investimentos de Venture Capital, alta de 67% no número de operações, dez, porém com baixa de 6.9% no valor agregado, 24 milhões de euros. Sete dessas operações foram anunciadas em fevereiro, com um total de 21,3 milhões de euros aportados. A Portugal Ventures esteve presente em três dessas rondas de financiamento, tendo adquirido participações nas startups Shiptmize, Logical Safety e Advertio, que irão receber 500 mil euros cada.

No segmento de Private Equity, as operações caíram 84% para 100 milhões de euros no decorrer dos dois primeiros meses em comparação com o período homólogo do ano anterior.

Transação do Mês

A transação eleita pela TTR como a de destaque do mês foi a venda da Energyco II pelo private equity espanhol Artá Capital à UBS Asset Management Funds, por 118 milhões de euros. A Energyco II é uma empresa ibérica que se dedica ao fornecimento de água quente ou de vapor a clientes empresariais.

A sociedade Cuatrecasas prestou assessoria jurídica ao fundo espanhol, que também recebeu consultoria da Haitong Bank Portugal. Por sua vez, a UBS Asset Management Funds contou com a assessoria do escritório CMS Rui Pena & Arnaut.

Ranking TTR

O Ranking TTR de Assessores Jurídicos de 2019 tem em fevereiro um empate na liderança entre CMS Rui Pena & Arnaut e Cuatrecasas Portugal, enquanto a Haitong Securities lidera o Ranking TTR de Assessores Financeiros, seguido por Crowe Horwath Portugal e Optimal nvestments, empatados na segunda colocação.

O relatório completo está disponível para download gratuito aqui.

DealMaker Q&A

TTR Dealmaker Q&A with Garrigues Portugal Partners Susana Pimenta de Sousa and Mário Lino Dias

Garrigues Portugal Partners Susana Pimenta de Sousa and Mário Lino Dias spoke to TTR about what to expect from the Portuguese M&A and Private Equity markets in 2019 and the acquisition of Frutorra by Grefusa, chosen as Deal of the 4Q by TTR.

How would you assess the performance of the M&A market in Portugal in the first two months of 2019? Is there any scenario or trend that we should be aware for 2019?

The M&A market in Portugal in the first months of 2019 is in line with last year’s performance, although after a cool down period in the European transactions’ market in the second semester of 2018 it is advisable to assume that this “cooling” environment may probably hit the Portuguese market during the course of this year. In any case, it is always difficult to predict what will be its exact impact or if it is due to the relative uncertain environment that Europe is living nowadays.

 

What are the biggest constraints to M&A operations in Portugal today and how does it impact on the attractiveness of companies looking for investment, especially in regulated sectors such as financial, health and infrastructure concessions?

The recurrent main constraints are tax stability, predictability on timings and approvals from public authorities (particularly regulatory ones, when applicable) and uncertainties on future performance of Portuguese markets. In particular on healthcare where we may see some specific interests in Portugal coming from the other side of the Atlantic, the timing for reaction and approvals from the regulatory authority may be crucial to allow an effective investment, but if not expeditious investors will give up and look into other markets in Europe.

 

Regarding the performance of the Private Equity funds in Portugal, how does the Portuguese legislation figure in the face of international models and practices, in a scenario where most of the deals are not large enough to attract the major international Private Equity houses who have minimum tickets of much greater value?

The legal or regulatory framework tend not to be a blockage on the investment in Portugal. The funds have structures set up on different jurisdictions and the assessment made at the Portuguese level is mainly centered on the target legal and economic environment. In our experience the issue raised by the size of the transactions that brings Portugal out of the radar due to minimum ticket levels is balanced by the attractiveness of a less competitive transactional market (with still one to one negotiation available and less competitive bids), price with multiples still below other Southern European countries and ability to find well-managed companies with leading position on specific sectors.

When it comes to foreign investments made in Portuguese companies, Spain remains the country’s biggest investor, especially in the Real Estate and Health sectors. What are the current market conditions that help explain this preference and will it last?

Portugal is almost a natural choice for Spanish investors, as they normally think about building an Iberian strategy for positioning their companies and groups. The geographical proximity is also a factor for the choice, as it will involve fewer resources rather than an investment in other or culturally different jurisdictions. The Spanish economy is still performing very well and the perspectives are good for 2019, although some political uncertainties, so the preference for Portugal will last for sure!

In November 2018, the Spain-based nuts and cereal snacks producer Grefusa acquired 70% of the Portuguese Frutorra from the Fernandes Pimenta family, chosen as Deal of the 4Q by TTR. How did Garrigues land this mandate and what would you highlight in terms of importance and complexity in this deal?

Garrigues has landed the mandate due to the long-standing relationship with Grefusa as client for many years, particularly through our offices in Valencia. Frutorra has a leading position in the dry fruits market in Portugal. Therefore, its acquisition by Grefusa was important not only because it marked the entrance of Grefusa into the Portuguese market but also as an essential factor to meet their growth plans and to reinforce their position in the dry fruits sector. The complexity of the deal was mainly related to the fact that Grefusa was not acquiring 100% of the share capital, and therefore the parties needing to agree on the future terms of their relationship subject to a very short timeframe.

Relatório Mensal Portugal – Janeiro 2019

Mercado de M&A em Portugal entra 2019 em queda

Portugal registou 21 transações em janeiro

Cinco operações apresentaram valores que somam 240 milhões de euros

De acordo com o Relatório Mensal de M&A da Transactional Track Record, os anúncios de compra e venda de participação que envolveram empresas portuguesas movimentaram 240 milhões de euros no primeiro mês de 2019, queda de 73,5% ante o mesmo período do ano anterior. Foram 21 operações, representativas de uma baixa de 34,4% em comparação ao reportado em igual período de 2018. Foi o pior mês de janeiro desde 2017 para o mercado nacional de fusões e aquisições.

Mantendo a tendência iniciada em 2015, o sector Imobiliário foi o de maior movimentação do período, com cinco transações registadas, apesar de ter apresentado queda de 38% em comparação ao mesmo intervalo do ano precedente. Tecnologia, com quatro operações, e Saúde, Higiene, Estética e Cosméticos, com três, aparecem na sequência.

No âmbito das operações cross-border inbound, em que empresas estrangeiras investiram em companhias baseadas em Portugal, os espanhóis iniciaram o ano com o mesmo apetite que demonstraram em 2018 por ativos nacionais. Só no primeiro mês de 2018, foram contabilizadas sete transações. Destas, três foram aquisições no segmento Imobiliário, que somaram 212 milhões de euros em investimentos no país, e incluem a aquisição de dois prédios de escritórios em Lisboa pela Merlin Properties, e de um terreno no Parque das Nações pela Kronos Homes.

No caminho inverso, as empresas portuguesas realizaram três aquisições no mercado externo, tendo como alvos companhias nos Reino Unido, na França e em Luxemburgo.

Private Equity e Venture Capital

O ano não começou bem para os investimentos de Private Equity e Venture Capital em Portugal.

As operações de Capital de Risco registadas em Portugal em janeiro sofreram queda de 88% no volume financeiro movimentado, 2,4 milhões de euros, e de 33% no número de deals – foram apenas dois, uma ronda de financiamento pre-seed no valor de 400 mil euros liderada pelo primeiro fundo da Indico Capital Partners na startup de software de audio 3D Sound Particles, e a conclusão de uma ronda de financiamento de dois milhões de euros da Omniflow, que desenvolve e fabrica uma plataforma inteligente de energia para o IoT, com a HCapital Partners.

Já o segmento Private Equity teve apenas duas operações registadas no mês, ambas sem valores revelados.

Transação do Mês

A transação eleita pela TTR como a de destaque do mês foi a conclusão da aquisição da totalidade do capital das operações em Portugal e Cabo Verde da Cimpor, que era detida pela brasileira InterCement Brasil, pelo fundo turco OYAK.  A operação, que não teve seus valores revelados, inclui três fábricas e as duas moagens de cimento, 20 pedreiras e 46 centrais de betão localizadas em Portugal e em Cabo Verde.

O OYAK foi assessorado na transação pelas sociedades Linklaters Portugal e KPMG Advisory Services, enquanto a Uría Menéndez – Proença de Carvalho prestou serviços para a Cimpor. A equipa da ERM Portugal participou do negócio como consultoria ambiental.

Ranking TTR

O Ranking TTR de 2019 é inaugurado com a liderança da SRS Advogados entre os assessores jurídicos, e com um empate entre Crowe Horwath Portugal e Optimal Investments no segmento de assessoria financeira.