DealMaker Q&A

TTR interviews Darcy Teixeira Junior, M&A partner at TozziniFreire Advogados.

 

Darcy assists domestic and international clients from various industries through his work in the Corporate Law and M&A practice groups and the firm’s Agribusiness and Bioenergy/Ethanol industry groups. His current practice builds on the litigation experience he acquired early in his career, when he also represented companies in acquisitions, sales, mergers, associations, corporate restructurings, and the implementation of new facilities among other activities. The industry knowledge that Darcy developed in his work with agribusiness companies led him to be the partner responsible for that industry area.

 

TTR – Carrying out an M&A transaction involves many risks related to the strategy or the negotiations prerequisites, as well as confidentiality issues. We know that the technological innovations have allowed several levels of improvement in many sectors of activity. To what extent is current technology contributing to the success of an M&A deal?

DT – The market has been increasingly demanding more efficiency in M&A transactions. In this case, efficiency should be interpreted as expediting the conclusion of a transaction while incurring lower costs. When analyzing an M&A transaction, it can be divided into cycles (e.g. auditing, document drafting, negotiation, etc.), and the solution to reach efficiency is accelerating them. Technological advancements such as automation, artificial intelligence and machine learning can greatly contribute to the success of an operation.

TTR – What are the main challenges advisors are facing to adapt to an increasingly technological and competitive context?

DT – The challenges facing the legal market in adapting to this reality are the same faced by other industries. TozziniFreire has an innovation group that is constantly seeking technological tools to assist us reach these improvements. We are currently testing an artificial intelligence software that can analyze documents. It works perfectly well in English, but still needs improvement in Portuguese. When working adequately, it will facilitate the analysis of audit documents, for example.

We are working on the improvement of our audit process, and one of the solutions would be using tools to accelerate this cycle, which is considered one of the less efficient in any transaction. Of course all this must be reached without compromising the assessment of necessary information and an accurate risk analysis.

TTR –  Considering a more technological scenario in M&A deals, how are lawyers preparing in terms of training or specialization?

DT –  Lawyers beginning a legal career today already possess a natural ability with technology and innovation; some law schools have in fact included programming in their regular curriculum. At our firm, for example, we do have lawyers specializing in programming. They can handle technology matters and understand new concepts with ease, taking part in the teams that help us test and develop new tools. It is much easier for these lawyers, while working on technology-related M&A deals, to say which features are relevant and which are not. Besides, this new generation surely finds it more appealing to work in a firm such as ours, which has an innovation culture and is always looking for the best technological tools.

TTR –  Data management and data collection are essential to conducting analyzes in search of insights aiming to improve processes and services. What is the impact of the Brazilian General Data Protection Law (LGPD) impact in this scenario?

DT – First, we should consider that the LGPD provides for the protection of personal data. As the data collected during an audit are usually public, the law’s impact on this analysis should not be that great. Besides, although part of the collected information may be characterized as personal data, thus being protected by the new law, the use of such personal data as material for a due diligence may also be justifiable, as long as regarded as a legitimate use.

Regardless these issues, the new law will certainly affect M&A deals because it will increase the need of audits focusing on privacy. Nowadays, in many of our M&A projects, we already make the analysis of privacy policies, terms and conditions, and contracts involving data, but it is expected that the enactment of such a law will raise even more concern over this field.

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Entrevista com Darcy Teixeira Junior, sócio nas áreas  Societária e de Fusões & Aquisições do TozziniFreire Advogados.

Darcy atua nas áreas Societária e de Fusões & Aquisições, com foco em Agronegócios e Bioenergia, atendendo clientes nacionais e estrangeiros das mais diversas atividades econômicas. Na assessoria ao setor empresarial, agrega sua relevante experiência no contencioso, principalmente na representação de aquisições, vendas, fusões, associações, reestruturações societárias, implantação de novas instalações, entre outras atividades.

TTR – Levar a cabo uma transação de M&A envolve muitos riscos relacionados com a estratégia ou com as premissas consideradas na negociação, além de questões de confidencialidade. Sabemos que o avanço tecnológico tem permitido diversos níveis de melhoria em muitos setores de atividade. Até que ponto a tecnologia disponível atualmente é capaz de contribuir para o sucesso de uma transação de M&A?

D– O mercado tem demandado mais eficiência nas transações de M&A. Eficiência pode ser entendida como maior rapidez na conclusão das transações com menor custo. Ao visualizarmos uma transação de M&A, podemos dividi-la em ciclos (ex.: auditoria, elaboração dos documentos, negociação, etc.), e a solução para buscar eficiência é acelerá-los. Certamente os avanços tecnológicos, como automação, inteligência artificial e machine learning, podem contribuir muito com o sucesso de uma operação.

TTR – Do ponto de vista da assessoria jurídica, quais seriam os desafios enfrentados pelos escritórios para adaptar-se a um contexto cada vez mais tecnológico e competitivo?

Temos um grupo de inovação que busca constantemente ferramentas tecnológicas que nos ajudem a alcançar essas melhorias

D– Os desafios do mundo jurídico para se adaptar a esse contexto são os mesmos de outros setores. Em TozziniFreire temos um grupo de inovação que busca constantemente ferramentas tecnológicas que nos ajudem a alcançar essas melhorias. Dentre essas, estamos testando um software de inteligência artificial que poderá analisar documentos, que já funciona muito bem em inglês, mas ainda não perfeitamente em português. Quando estiver funcionando plenamente, poderá ajudar na análise de documentos de auditoria, por exemplo.

Estamos trabalhando na melhoria do processo de auditoria e a ideia é usar ferramentas que nos permitam acelerar esse ciclo, considerado um dos mais ineficientes em uma transação. Tudo isso, evidentemente, sem prejuízo de obter as informações necessárias e fazer as análises de riscos de forma acurada.

 TTR – Tendo em conta um cenário mais tecnológico na atuação dos escritórios em transações de M&A, haveria uma exigência extra de formação por parte dos advogados? Se sim, qual seria?

D– Os advogados que entram na carreira jurídica hoje trazem na sua bagagem uma habilidade natural no trato com a tecnologia e com as inovações; inclusive, em algumas faculdades de Direito, a disciplina programação já faz parte do currículo. Temos no nosso escritório, por exemplo, advogados com habilidades de programação. Esses profissionais têm facilidade de se envolver em assuntos de tecnologia e entender os novos conceitos, e fazem parte dos times que nos ajudam a testar ou desenvolver novas ferramentas. É muito mais fácil para esses advogados, ao trabalharem em operações de M&A que envolvem tecnologia, entender o que é ou não relevante. Além disso, para essa geração que cresceu programando, trabalhar em um escritório como o nosso, que possui uma cultura de inovação e procura as melhores ferramentas tecnológicas, certamente tem um atrativo a mais.

 TTR – Sabemos que a gestão da informação e a coleta de dados são matéria-prima para a realização de análises em busca de insights que visam a melhora contínua dos processos e serviços. Qual seria o impacto da aplicação da  Lei Geral de Proteção de Dados brasileira (LGPD) para a utilização desta matéria-prima? 

 D– Em primeiro lugar, considerando que a LGPD é voltada à proteção de dados pessoais e que os dados coletados em uma auditoria geralmente são públicos, o impacto não será relevante para essa análise em auditorias. Além disso, ainda que parte das informações coletadas possa se configurar como dados pessoais, protegidos pela nova lei, existe a possibilidade de justificar a sua utilização como matéria-prima de uma due diligence, assumindo-se que possa ser caracterizada como uso legítimo.

Independentemente desses pontos, a nova lei certamente terá um efeito nas operações de M&A na medida em que deve aumentar a necessidade de realizar auditoria voltada para privacidade. Hoje em dia, em muitos projetos de M&A já fazemos análise de políticas de privacidade, termos e condições e contratos que envolvem dados, mas a tendência é que a preocupação com essa área se intensifique ainda mais com a entrada em vigor da nova lei.