Fusões e Aquisições movimentam 29,5 bilhões no Brasil no primeiro trimestre de 2019
Primeiro trimestre fecha com 223 transações, em queda de 20,5% comparado ao mesmo intervalo de 2018
Total investido no 1T19 cai 56% em comparação com o ano anterior
Venture Capital e Private Equity tem o pior primeiro trimestre desde 2016
O volume financeiro de fusões e aquisições no mercado brasileiro somou 29,5 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2019, queda de 56% no valor total aportado em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior. Foi o menor valor investido no primeiro trimestre do ano desde 2017. De acordo com os dados publicados no Relatório Mensal da Transactional Track Record, em parceria com a LexisNexis, foram registrados 223 novos negócios, baixa de 20,5% no período. Em volume financeiro, esse foi trimestre de menor movimentação dos últimos 27 meses.
O subsetor mais ativo, mantendo tendência que se repete desde 2014, foi Tecnologia. No período, foram registradas 55 transações, em baixa de 15% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior. A queda acompanha a diminuição de 37,8% dos das aquisições estrangeiras nos segmentos de Tecnologia e Internet.
Os setores Financeiro e Seguros e Transporte, Aviação e Logística também fecharam os três primeiros meses do ano em retração, com quedas de 24% e 6%, respectivamente. O destaque positivo ficou para o segmento de Internet, que cresceu 6% no período.
Operações cross-border
No âmbito inbound, em que empresas estrangeiras compraram participação em companhias brasileiras, foram contabilizadas 58 aquisições no trimestre. Os norte-americanos seguem como investidores mais ativos no país, com 23 operações, que somadas ultrapassam a marca dos 3 bilhões de reais em investimentos. Destas, sete foram no segmento de Tecnologia.
Destaque também para o crescimento da aposta de países como Espanha e México no cenário nacional. No ano, empresas espanholas já aportaram 1,9 bilhões de reais no Brasil, totalizando sete investimentos, enquanto as empresas mexicanas chegaram ao montante de 3,4 bilhões de reais, em duas operações. Uma dessas operações foi a compra da Nextel Brasil pela América Móvil por 905 milhões de dólares.
No caminho inverso, as compras das empresas brasileiras no exterior tiveram como alvo prioritário no período os Estados Unidos, onde foram investidos 2,1 bilhões de reais em dez operações. Portugal também foi alvo dos investidores brasileiros, que aportaram 361 milhões em empresas lusitanas.
Private Equity e Venture Capital
Entre as operações de private equity e venture capital, o primeiro trimestre de 2019 fechou com um cenário negativo. As operações de private equity registradas no Brasil de janeiro a março sofreram uma queda de 54,5% no número de deals – dez, enquanto o volume financeiro registrado, 2,9 bilhões de reais, também ficou abaixo do registrado no período homólogo do ano anterior, representando uma retração de 35,9%.
Os investimentos de venture capital também fecharam em baixa. As 37 operações registradas no TTR nos três primeiros meses do ano ficaram 36,7% abaixo do registrado no mesmo período de 2018, e revelaram valores que somam 581 milhões de reais, total 54,5% inferior ao reportado no mesmo intervalo do ano passado.
Transação TTR do Trimestre
A transação eleita pelo TTR como a de destaque do mês do trimestre foi a aquisição pela Vale da New Steel, empresa que desenvolve tecnologias de beneficiamento de minério de ferro, detida pelo Hankoe FIP, por 500 milhões de dólares.
A New Steel possui atualmente patentes de processos de concentração a seco (Fines Dry Magnetic Separation – FDMS) em 56 países. Essa tecnologia apoiará o desenvolvimento das iniciativas de pellet feed de alta qualidade da Vale, incluindo o projeto de pellet feed 20 Mtpa do Sistema Sudeste.
Madrona Advogados e Allen & Overy foram os assessores jurídicos da Vale na operação, enquanto o Banco BTG Pactual atuou como consultor financeiro da New Steel. BMA – Barbosa Müssnich Aragão e Norton Rose Fulbright assessoram o Hankoe FIP.
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Rankings Financeiros e Jurídicos
O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações fecha o primeiro trimestre com a liderança do Rothchild, com 6,3 bilhões de reais, seguido por Banco Itaú BBA, que lidera por quantidade de transações, cinco, e acumulou o valor transacionado de 4,2 bilhões de reais, e Greenhill & Co., com 3,4 bilhões de reais.
Por sua vez, o Ranking de assessores jurídicos por valor é liderado por Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com 9,3 bilhões de reais, com Demarest Advogados na segunda posição, 4,4 bilhões de reais, e BMA – Barbosa Müssnich Aragão na terceira colocação, com 3,4 bilhões. No pódio por número de transações, Pinheiro Neto Advogados alcançou a liderança no trimestre, com 12 operações.
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