Dealmaker Q&A

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TTR DealMaker Q&A with Uría Menéndez – Proença de Carvalho Partner Joana Torres Ereio

Joana Torres Ereio Uría Menéndez – Proença de Carvalho

Joana Torres Ereio joined the Lisbon office of Uría Menéndez – Proença de Carvalho as a trainee lawyer in 2007 and become a partner in 2020. In 2011 Joana worked in the firm’s Madrid office.
Joana focuses her practice on corporate law and is particularly experienced in advising both national and international clients on:
– mergers and acquisitions,
– private equity and venture capital transactions,
– commercial agreements, including joint venture arrangements
– corporate restructurings and
– general corporate law and corporate governance matters.


TTR: How would you describe the current situation of the players in the transactional market in Portugal in this “new reality”?

J.T.E.: Last year saw high levels of transactional activity, which shows that the market adapted quickly to the pandemic and the changes it has brought about.

This notwithstanding, we now live in a new reality, where companies, oftentimes due to the pandemic, have fast-tracked their digital transformation and are being pressured to incorporate new values into their corporate cultures, in particular, those related to sustainability, driven by the ESG criteria.

The economic outlook in general is currently positive, as we see that investors at large, and funds in particular, continue to be very interested in the Portuguese market and have substantial levels of liquidity to invest. In addition, the public recovery and resilience plans foresee additional injections of funds into the economy, thus further increasing liquidity. And as year-end approaches, consolidation movements and opportunities in distressed companies are likely to increase.

In this context, we expect the high levels of activity to continue in the upcoming months.

TTR: Uría Menéndez – Proença de Carvalho is ranked by TTR as one of the top legal advisors for financial and insurance sector M&A transactions in Portugal. How do you see the growth in the sector during the first half of 2021 and what are the mid and long-term prospects?

J.T.E.: One of the reasons why the sector has grown in the first half of 2021 is the general positive economic context and the resulting market dynamism.

We have also seen significant digitalisation in the financial and insurance sector and the fintech industry, in particular, with payment platforms, artificial intelligence and blockchain solutions, all of which contribute to create innovative and promising business opportunities that are more attractive for investors.

We expect transactional activity in this sector to increase in the mid to long-term, with deals not only involving small and medium fintech companies – due to IT developments and continued digitalisation – but also more mature companies, in particular, with consolidation movements in line with what we have recently seen happening elsewhere in Europe.

TTR: Foreign acquisitions of technology and Internet companies in Portugal have increased 133% in 2021. What will be the main drivers of consolidation in these segments over the course of the year?

J.T.E.: This trend will presumably continue, mainly because Portugal has multiple technological companies that are very interesting both for funds looking for sound investment opportunities and for technological companies wanting to expand through acquisitions.

We see opportunities in technological companies with growth potential that may contribute to consolidating these segments over the course of the year, from more general companies to those operating in specific activity sectors (e.g. financial and banking, health and industry) and of different sizes, all of which opens the door to different types of deals.

TTR: What would be another three sectors that could offer the greatest opportunities in Portugal for international investors in 2021 and why?

J.T.E.: Portugal will definitely continue to be an attractive option for foreign investors, firstly, due to the favourable conditions for foreign investment but also because highly qualified human resources are available at a very competitive cost.

As to which three sectors (in addition to the technology sector) may offer the greatest opportunities, I would say those that will receive large public investment pursuant to the national recovery and resilience plan, such as infrastructures. 

Things in the energy sector also bode well, both for the more traditional renewable energies and for the production of hydrogen and exploitation of lithium.

Lastly, after last year’s downturn, the real estate sector is still recovering and should offer international investors interesting opportunities in various segments.

TTR: What will be the main challenges for Uría Menéndez – Proença de Carvalho in its M&A advisory work in Portugal in 2021 and 2022?

J.T.E.: A challenge for the M&A practice may result from having to postpone some deals until the feeling that the pandemic is under control is more widespread, as companies in the sectors that have suffered the pandemic most may not be willing to press on with them until they reach at least pre-pandemic levels of activity.

Other than this, our main challenges will presumably be the same as those of other practice areas.

We will need to adapt to new ways of working while not sacrificing our model of training young lawyers. We are already implementing a remote working policy, which reflects our commitment to evolve and adapt to the new circumstances and promote work-life balance.

Related to this, we will continue to invest in digitalisation to keep abreast of the global evolution and be ready to advise our clients in the most efficient way.

At the same time, one of our (unrelenting) challenges is to attract and retain the best talent, which requires methodical human resources management and a constant pursuit for solutions to ensure the new generations continue to feel at home at the firm and believe in its values.


Portuguese version


Joana Torres EreioUría Menéndez – Proença de Carvalho

Joana Torres Ereio integrou a Uría Menéndez – Proença de Carvalho em 2007, tendo-se tornado sócia em 2020. Em 2011, trabalhou no escritório de Madrid da Uría Menéndez.
Centra a sua atividade profissional no Direito comercial e societário, em particular, na assessoria a clientes nacionais e estrangeiros em:
– fusões e aquisições,
– operações de private equity
– contratos comerciais, incluindo acordos de joint venture
– reestruturações societárias e
– temas gerais de Direito societário e matérias de governo corporativo.


TTR: Como você descreveria a situação atual dos players no mercado transacional em Portugal nesta “Nova Realidade”?

J.T.E.: No último ano registaram-se níveis elevados de atividade transacional, o que demonstra que o mercado rapidamente se adaptou ao contexto pandémico.

Não obstante, é inegável que vivemos, hoje, numa nova realidade, em que as empresas, em muitos casos por força da pandemia, aceleraram o seu processo de transformação digital e estão a ser pressionadas para incorporar novos valores na sua cultura empresarial, em particular, valores relacionados com sustentabilidade, impulsionados pelos critérios ESG. 

Atualmente, as perspetivas económicas são, em geral, otimistas, assiste-se a um grande interesse dos investidores em geral, e dos fundos em particular, pelo mercado português e com níveis consideráveis de liquidez disponível para investir, a que se junta a injeção de fundos prevista no âmbito dos programas públicos de recuperação e resiliência. Além disso, é provável que com o aproximar do fim do ano assistamos ao aumento dos movimentos de consolidação e de oportunidades em empresas distressed.

À luz deste contexto, a nossa expetativa é a de que continuemos a ter um nível de atividade elevado nos próximos meses.

TTR: Uría Menéndez – Proença de Carvalho é um dos principais assessores de M&A no setor financeiro e de seguros em Portugal de acordo com o ranking jurídico do TTR. Como você avalia o crescimento do setor no primeiro semestre de 2021 e quais as perspetivas a médio e longo prazo?

J.T.E.: O crescimento do setor no primeiro semestre de 2021 pode explicar-se, por um lado, pelo contexto económico geral positivo e consequente dinamismo do mercado. 

Por outro lado, estamos a assistir a um verdadeiro boom da digitalização no setor financeiro e dos seguros e do movimento fintech, nomeadamente, com o surgimento das plataformas de pagamento, soluções de inteligência artificial e de tecnologia blockchain, o que exponencia a criação de negócios inovadores e promissores nesta área, e, em resultado, torna o setor mais atrativo para os investidores.

No médio e longo prazo antecipamos que o movimento transacional no setor se intensifique, não só no segmento de deals em pequenas e médias empresas de fintech, fruto do desenvolvimento tecnológico e do processo contínuo de digitalização, mas também no plano das empresas mais maduras, em particular, com alguns movimentos de consolidação, em linha com o que temos vindo a assistir recentemente noutros países da Europa.

TTR: As aquisições por compradores estrangeiros de empresas de tecnologia e Internet em Portugal aumentaram 133% em 2021. Quais serão os principais vetores de consolidação desses segmentos ao longo do ano?

J.T.E.: Tudo indica que este movimento se vai manter, essencialmente por existirem em Portugal múltiplas empresas tecnológicas que são seguidas com grande interesse quer por fundos à procura de oportunidades interessantes de investimento, quer por empresas do setor tecnológico que pretendem expandir os seus negócios através de aquisições.

Vemos várias oportunidades em empresas tecnológicas com potencial de crescimento que poderão contribuir para a consolidação destes segmentos ao longo do ano, quer empresas mais generalistas, quer empresas que operam em setores específicos de atividade (a título de exemplo, banca e seguros, saúde e indústria) e de dimensão variada, contribuindo assim para o aumento potencial de deals de tipos distintos.

TTR: Quais seriam os outros três setores que poderiam oferecer as maiores oportunidades em Portugal para investidores internacionais em 2021 e porquê?

J.T.E.: Portugal continuará sem dúvida a ser uma excelente opção para os investidores estrangeiros, desde logo, pelas condições favoráveis ao investimento estrangeiro, bem como pela qualificação dos recursos humanos a custos muito competitivos.

Tendo de apontar três setores específicos (além do setor tecnológico), começaria por referir as oportunidades relevantes que poderão surgir no âmbito dos grandes investimentos públicos promovidos pelo programa de recuperação e resiliência, em especial, em infraestruturas. 

Por outro lado, o setor da energia promete continuar a ser um dos mais ativos, tanto no que diz respeito às energias renováveis mais tradicionais, como na aposta na produção de hidrogénio e na exploração de lítio.

Por fim, depois de um abrandamento no último ano, o setor do imobiliário deverá continuar o seu ciclo de recuperação e proporcionar igualmente oportunidades interessantes nos seus vários segmentos.

TTR: Quais serão os principais desafios da operação de M&A em Portugal durante 2021 e 2022 para a Uría Menéndez – Proença de Carvalho?

J.T.E.: Um desafio específico do M&A poderá advir do possível adiamento de algumas transações até que se verifique uma sensação generalizada de controlo da pandemia, justificado por empresas dos setores de atividade mais penalizados quererem atingir pelo menos níveis de atividade semelhantes aos do pré-Covid-19 antes de irem para o mercado.

No demais, creio que os principais desafios que vamos enfrentar são comuns às demais áreas da advocacia.

Um dos nossos maiores desafios será certamente a adaptação às novas formas de trabalho, sem descurar o nosso modelo de formação dos advogados mais juniores. Estamos já a implementar uma política de teletrabalho, reflexo da nossa vontade de evolução e adaptação aos novos tempos e de valorização da conciliação da vida pessoal e profissional.

Relacionado com este ponto, continuaremos a nossa aposta contínua na digitalização, de forma a acompanharmos a evolução global e a estarmos sempre preparados para dar resposta aos nossos clientes da forma mais eficiente possível.

Em paralelo, mantemos como um dos nossos (permanentes) desafios a captação e retenção do melhor talento, o que exige uma cuidada gestão das pessoas e uma constante busca de soluções para que as novas gerações se continuem a sentir identificadas com a firma e a vestir a nossa camisola.