Dealmaker Q&A

Specialist Insight – Análise do PLMJ das transações do setor de saúde em Portugal 

Análise de Duarte Schmidt Lino, coordenador da área de Private Equity do PLMJ, e Eduardo Nogueira Pinto, coordenador da equipa de Saúde, Ciências da Vida e Farmacêutico do PLMJ, sobre o setor.

De janeiro a agosto de 2017, o setor de Saúde, Higiene e Estética foi um dos mais ativos em transações em Portugal. Das 17 transações registradas pelo TTR, seis foram investimentos de empresas estrangeiras. O mesmo setor também está atraindo investimentos de Private Equity e está empatado com Petróleo e Gás como o mais ativo do ano.

 Quais são as condições do mercado hoje que favorecem ou que poderiam explicar essas movimentações?
Duarte Schmidt Lino- Coordenador da área de Private Equity do PLMJ

Não nos parece tratar-se de uma tendência recente ou a formar-se, mas as consequências de um crescimento das receitas e rentabilidades nesta área, que já vem de há algum tempo e que se pode explicar-se da seguinte forma:

O sector da saúde em Portugal é desde há já alguns anos um dos mais desenvolvidos ao nível mundial, onde compete pelos primeiros lugares nos mais importantes índices, ao ponto de a saúde, somando produtos e serviços, ocupar hoje os primeiros lugares no ranking de exportações portuguesas. Por outro lado, durante muitos anos a prestação de cuidados de saúde esteve na sua quase totalidade a cargo do Estado e do setor social. E, pois, da conjugação destas duas realidades que surge a oportunidade de crescimento de um sector privado de saúde, que paulatinamente tem vindo estender-se e a aumentar a sua importância.

O crescente aumento de peso do setor privado de cuidados de saúde vê-se pelo aparecimento e fortalecimento de players privados na saúde, que embora tenham ainda como principal cliente o Estado, já contam com uma parte importante da sua faturação a privados – particulares e empresas:

Seja por força da evolução que também tem acontecido nos setor dos seguros e planos de saúde;

Seja pela crescente importância que a saúde e o bem-estar têm vindo a ganhar nos orçamentos das famílias, com a consequente maior disponibilidade para gastar dinheiro em bens

Eduardo Nogueira Pinto- Coordenador da equipa de Saúde, Ciências da Vida e Farmacêutico do PLMJ

e serviços de saúde, não só em situações criticas, mas também na prevenção, no diagnóstico precoce, na educação;                                                                                                                                                           Seja, finalmente, pela globalização deste mercado, com Portugal a ser um dos destinos que melhores cuidados de saúde oferece em termos de qualidade/preço a cidadãos de outros países. Isto tendo como pano de fundo o progressivo aumento da esperança média de vida e consequente existência de cada vez mais cidadãos seniores com necessidades crónicas de assistência em saúde.

Há portanto uma tendência de expansão de setor privado dos cuidados de saúde em razão de uma maior procura – consistente e com propensão para aumentar nos próximos tempos – e de uma margem de expansão considerável, que resulta do facto de se ter partido de um ponto em que a prestação de cuidados de saúde pelo setor privado era pouco mais que residual, o que gera crescimento e atrai o interesse dos investidores por este sector, incluindo, naturalmente, os investidores de private equity.

INSIGHT TTR: Portugal -Julho

Portugal: sub/setores com maior destaque (Jan-Jul, 2017)

INSIGHT TTR

No período de janeiro a Julho de 2017 o número de transações envolvendo a aquisição de participação em empresas que atuam no segmento de transporte, aviação e logística apresentou um aumento de 180% se comparado ao mesmo período de 2016.


Outros setores com transações destacadas no mês de Julho em Portugal são:

  • Financeiro e Seguros:  36%
  • Distribuição e Retail: 36%
  • Imobiliário: 29%
  • Tecnologia:   5%

Cross-border

Países que se destacaram em número de operações cross-border inbound no período foram:

  • Espanha: com 23 transações
  • Reino Unido: 11 transações
  • Estados Unidos: 10 transações

Países que se destacaram em número de operações cross-border outbound no período foram:

  • Espanha: com 4 transações
  • Grécia: 1 transações 
  • França: 1 transações

No cross-border inbound os subsetores mais ativos no periodo foram imobiliário com 11 transações , transporte, aviação e logística com 9, e tecnologia com 7. Enquanto no cross-border outbound os subsetores mais ativos, com duas transações cada, foram  Consultoria, Auditoria e Engenharia e Vidro, Cerâmica, Papel, Plásticos e Madeiras.

 

Potenciais Transações / Oportunidades
  • Room Mate cresce nos Estados Unidos e México e pretende entrar em novos mercados no 2017.
  • TIBA Internacional quer façer aquisições em Espanha, Marrocos, e America Latina.

 

PORTUGAL: Relatório do mês de Julho

TRANSAÇÕES DESTACADAS
Relatório de Julho

Número de Fusões e Aquisições em Portugal aumenta 23% no mês de Julho

  • Portugal registou 37 transações no mês de julho,
  • 12 transações revelaram valores que somam €3,2 mil milhões,
  • Investimentos de private equity tiveram alta de 133% em julho.

Portugal no panorama

O mercado de fusões e aquisições de Portugal registou 37 transações no mês de julho, um aumento de aproximadamente 23%, de acordo com o Relatório Mensal de M&A da Transactional Track Record. Deste total, 12 transações revelaram valores que somam € 3,2 mil milhões. De janeiro a julho de 2017, Portugal já soma 214 operações e valor total de € 12 mil milhões, um expressivo crescimento de 240% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os subsetores com maior destaque no mês de Julho foram:

  • Transportes, Aviação e Logística, com 5 transações.
  • Financeiro e Seguros, 4 transações.
  • Distribuição e Retail,  4 transações
  • Imobiliário permanece como o mais ativo do ano, com um crescimento de 29% em relação ao ano anterior, devido às 36 transações já realizadas no setor no período.

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Cross-border

O mercado português soma 70 operações de cross-border inbound. Se até 2016 os Estados Unidos eram o país que mais investia na aquisição de empresas portuguesas, em 2017 o cenário mudou e o destaque passou a ser a Espanha. O vizinho ibérico já adquiriu, ao longo deste ano, 23 empresas em território nacional e investiu € 1,14 mil milhão. O Reino Unido também ultrapassou os Estados Unidos em números de transações, mas não os alcançaram em termos de aportes. Os estadunidenses registaram dez aquisições que totalizaram mais de € 1.1 mil milhão, enquanto o Reino Unido fez 11 aquisições com valor de € 557 milhões.

Nos investimentos de Portugal no mercado estrangeiro se concentraram:

  • Grécia, com € 500 milhões,
  • França, com € 29 milhões,
  • Espanha foi o país onde mais foram feitas movimentações – quatro aquisições só nos setes primeiros meses de 2017.

Private Equity e Venture Capital

Em julho, o TTR contabilizou sete transações de private equity, um aumento de 133% em relação ao mesmo período do ano anterior. Duas revelaram valores que somam € 2,6 mil milhões. No acumulado do ano, os investimentos de private equity no país tiveram um incremento de 401% em comparação ao ano anterior. O setor mais movimentado é o de Petróleo e Gás.

Já o cenário de venture capital permanece pouco expressivo, com apenas uma operação no mês. Em 2017, foram 18 transações e um total de € 22,29 milhões, uma queda de 71% em comparação com o mesmo período de 2016.

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Transação do Trimestre

A VINCI Airports, empresa francesa que atua como operadora de aeroportos, concluiu em julho a aquisição de uma participação de 51% no capital social da LFP – Lojas Francas de Portugal, da TAP Air Portugal. O valor da operação foi de € 15,60 milhões.

A LFP – Lojas Francas de Portugal, fundada em 1995, é a retalhista em Portugal nas vendas em aeroportos e a bordo de aeronaves. A empresa está presente em cinco aeroportos e possui 29 lojas. A suíça Dufry vai manter a participação de 49% que já detém.
A VINCI Airports teve assessoria jurídica na transação da CMS Rui Pena & Arnaut, enquanto a TAP Air Portugal foi assessorada pela PLMJ.

Portugal: aquisições de participação em empresas que atuam no segmento de consultoria aumenta 80%

O número de aquisições de participação em empresas que atuam no segmento de consultoria aumentou em 80% de janeiro a junho de 2017, se comparado ao mesmo período de 2016. No entanto, os sectores mais ativos no primeiro semestre de 2017 foram: Imobiliário (30 transações), Financeiro e Seguros (19) – com um crescimento de 73% – Tecnologia (17) e Saúde, Higiene e Estética (14) – com 40% de aumento.

 

PORTUGAL: VALOR TOTAL DE M&A AUMENTA 220% NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2017

  • Portugal acumula 78 transações no segundo trimestre de 2017, um aumento de 34% em relação ao 2T16
  • 33 operações revelaram valores que somam EUR 1.627m
  • A transação do trimestre é a venda de 75% do capital social do Novo Banco Ásia ao Well Link Group
Insight TTR

O número de aquisições de participação em empresas que atuam no segmento de consultoria aumentou em 80% de janeiro a junho de 2017, se comparado ao mesmo período de 2016.

 

O mercado de fusões e aquisições português registou 78 transações no segundo trimestre de 2017, um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. Deste total, 33 operações revelaram valores que somam EUR 1.627m. De acordo com o Relatório do Transactional Track Record, em colaboração com Intralinks, o semestre foi concluído com 172 negociações e EUR 11.329m, um expressivo crescimento de 220% em valores divulgados.

Os sectores mais ativos no semestre foram: Imobiliário (30 transações), Financeiro e Seguros (19) – com um crescimento de 73% – Tecnologia (17) e Saúde, Higiene e Estética (14) – com 40% de aumento.

Cross-border

Em 2017, o mercado português foi movimentado por 55 aquisições inbound. Nove transações cross-border foram investimentos de private equity e venture capital estrangeiros em empresas portuguesas, um aumento de 80% comparado ao período homólogo. O país que mais realizou negócios em Portugal foi a Espanha, com 18 aquisições em território luso no ano de 2017. Já o mercado que fez a maior inversão de valores foi Luxemburgo, EUR 1.120m, que ultrapassa os Estados Unidos (EUR 1.105m). O subsetor mais ativo dentre as operações cross-border inbound também foi o Imobiliário.

No semestre, Portugal foi protagonista de seis operações outbound, com a compra de quatro empresas na Espanha, uma na Grécia e uma no Reino Unido. O subsector que mais se destacou foi Consultoria, Auditoria e Engenharia.

Private Equity e Venture Capital

O TTR registou 13 operações de private equity no segundo trimestre de 2017, mais que o dobro do que havia sido calculado no primeiro trimestre do ano e 86% a mais que o ano anterior. Entretanto, deste total, apenas cinco operações revelaram valores que somam EUR 390m, uma redução de 31% em relação ao período homônimo.

O acumulado do semestre resultou em 22 operações e EUR 2.711m, crescimento de 159%. Os sectores mais ativos foram Saúde, Higiene e Estética e Elétrica, este último com crescimento de 100%. O destaque do período foi o Grupo Sonae, que realizou quatro transações.

Já no cenário de venture capital os números continuam negativos. No trimestre foram três operações e EUR 0,31m em valor revelado. O saldo do semestre foram 17 operações e EUR 22,09m. O subsector mais ativo foi Tecnologia e o fundo destaque foi Portugal Ventures

Transação do Trimestre

O TTR escolheu como transação do trimestre a venda de 75% do capital social do Novo Banco Ásia ao Well Link Group, empresa com sede em Hong Kong que atua no setor financeiro. O valor da transação foi de EUR 145,8m. O acordo prevê ainda um conjunto de opções de compra que cobrem os restantes 25% e são exercíveis em um prazo de até cinco anos, correspondendo a um preço total de EUR 183m para o total de 100%.

O Novo Banco foi assessorado pelo Haitong Securities e contou com o apoio jurídico de Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados e MdME.

Rankings – Assessoria Financeira e Jurídica

Confira os rankings TTR de assessores Financeiros e Jurídicos (year to date) no relatório trimestral.

Relatório Completo