Relatório Portugal – 2Q19

Fusões e aquisições crescem 20% em Portugal no primeiro semestre

Foram registadas 167 transações em Portugal desde o início do ano

Mercado de M&A movimenta 4,7 mil milhões de euros na primeira metade de 2019

O mercado de fusões e aquisições de Portugal movimentou 4,7 mil milhões de euros de janeiro a junho, resultado que representa um crescimento de 20,3% face ao mesmo período do ano anterior. Segundo o Relatório Trimestral de M&A da Transactional Track Record (TTR), apesar dos resultados positivos em volume financeiro, em números de transações o mercado português mostrou leve declínio de 2,9% para um total de 167 negócios fechados.

No segundo trimestre do ano, 76 deals foram mapeados pelo TTR. Destes, 28 tiveram seus valores revelados, contabilizando um total de 2,4 mil milhões em investimentos.

Dois subsetores têm liderado os movimentos transacionais no ano. O segmento Imobiliário mantém tendência iniciada em 2015 e aparece como o mais ativo de 2019. Foram 36 operações registadas pelo TTR envolvendo empresas do sector desde janeiro, total que fica abaixo das movimentações do ano precedente em 5%. Em alta, entretanto, aparece o segmento de Tecnologia, que obteve um crescimento de 12%, devido às 29 operações anunciadas nos seis primeiros meses do ano.

Destaque também para o crescimento do setor Financeiro e Seguros, 6%, em contrapartida à queda de 21% nas movimentações ligadas ao segmento de Turismo, Hotel e Restaurantes.

 CROSS-BORDER

Em número de operações cross-border, desde janeiro, o mercado português somou 81 operações de aquisições de empresas nacionais por companhias estrangeiras.  A Espanha se mantém como o país que mais realiza operações no território nacional, 25 aquisições, com investimentos que ultrapassaram a marca de 289 milhões de euros, mas que seguem voltados para o mercado imobiliário. Em seguida, destacam-se os investimentos de empresas oriundas dos Estados Unidos, que já realizaram 14 negócios no país no ano, com investimentos que agregaram 681,5 milhões de euros, e do Reino Unido, que aportaram 710 milhões distribuídas entre nove aquisições. O avanço francês no mercado português também merece destaque, tendo mobilizado mais de mil milhões de euros em suas seis operações no mercado nacional.

No cenário outbound, as compras portuguesas no exterior tiveram como alvo principal Espanha e França, com resultados muito parecidos: três operações com investimento total de aproximadamente 800 milhões em cada país. O Brasil também foi o foco de três investidas dos investidores portugueses, mas com um aporte que totalizou 50 milhões de euros.

PRIVATE EQUITY E VENTURE CAPITAL

O investimento de capital de risco no país não conseguiu manter o ritmo positivo que havia exibido nos primeiros meses do ano, apesar do crescimento de 47,6% no número de rondas de financiamento anunciadas no semestre para 31. Até junho foram movimentados 146 milhões de euros  no país, queda de 65% em comparação ao mesmo intervalo de 2018. Os fundos de venture capital tiveram como alvos preferidos os segmentos de Tecnologia, 19 operações, e Internet, com seis.  

No cenário de private equity, registou-se uma redução de 54% no total investido, para 718 milhões de euros.

TRANSAÇÃO DO TRIMESTRE

A transação eleita pelo Transactional Track Record como destaque do trimestre foi a conlusão da aquisição pelo Banco CTT da 321 Crédito, empresa de concessão de crédito de automóveis usados por particulares, por 100 milhões de euros.

O Banco CTT recebeu assessoria jurídica da sociedade Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, enquanto a SRS Advogados foi o representante do Cabot Square Capital, uma das partes vendedoras na operação, junto com a Firmus Investimentos. A EY Portugal e a Arcano Partners atuaram como assessores financeiros no negócio.

RANKINGS – ASSESSORIA FINANCEIRA E JURÍDICA

O Ranking TTR de assessores jurídicos por valor é liderado, no primeiro semestre, pela sociedade RRP Advogados, que contabilizou mil milhões de euros transacionados no período, seguido por Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, com 564 milhões de euros, e Uría Menéndez – Proença de Carvalho, com 478 milhões de euros. A PLMJ lidera o Ranking de assessores legais por número de operações, dez no semestre.

O Ranking de assessores financeiros por valores é liderado pela
J.P. Morgan Chase International Holdings, com 800 milhões de euros. Na segunda colocação aparece o Citigroup, com 350 milhões de euros, seguido por Haitong Securities, na terceira posição com 118 milhões de euros.